Foto de Alan Santos - da Presidência da República


Disputar as eleições do ano que vem e perder para Lula, algo, segundo as pesquisas, bastante provável, virou um pesadelo para Jair Bolsonaro. Segundo análise da articulista Rosangela Bittar, do Estado de São Paulo, o presidente, que vivia delírios napoleônicos até o ano passado, agora admite que sua situação não é tão confortável e ele poderá sim ser preso por conta dos escândalos do seu governo e em especial pelo seu comportamento diante da pandemia do novo coronavírus.

Segundo ela, "as denúncias que o atingem tipificam crimes contra a humanidade, em especial genocídio dos povos indígenas", escreve ela no texto. "Documentos diplomáticos sobre a denúncia foram enviados à CPI da Covid, cujo relatório deverá apontar a culpa de Bolsonaro em atos de transgressão do direito à vida. Representará, assim, um reforço institucional, o ponto de vista de um dos poderes da República, o Legislativo, para a análise do tribunal de Haia", ressalta.

A jornalista observa, porém, que "mesmo assim, Bolsonaro não está internamente fraco. Controla, a peso de ouro, a Câmara dos Deputados, e usa e abusa do procurador-geral da República. São trunfos que lhe permitem deixar com os dirigentes dessas instituições a cobertura da retaguarda, inclusive legal, da sua sobrevivência no poder, e sair por aí. Resta, no entanto, o risco do relatório da CPI, com sua sólida maioria oposicionista. Os depoimentos e as provas colhidos até agora devem reforçar o processo do Tribunal Penal Internacional de Haia".

Com informações do Blog Conexão Jornalismo e site 247

Ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Ex-secretário afirma que Ministério da Saúde ignorou quatro pedidos de ajuda para evitar colapso no abastecimento de oxigênio no estado.

O Ministério da Saúde, então liderado pelo general da ativa Eduardo Pazuello, deixou sem resposta quatro pedidos de ajuda enviados pela Secretaria de Saúde do Amazonas para evitar o colapso de oxigênio no estado.

A afirmação foi feita pelo ex-secretário Marcellus Campêlo durante seu depoimento à CPI da Pandemia, no Senado Federal. Ele disse ter enviado ofícios ao então ministro Pazuello nos dias 9, 11, 12 e 13 de janeiro. Nos dias 14 e 15, mais de 30 pessoas morreram no estado pela falta do insumo.

“A partir do dia 9 de janeiro, enviamos diariamente ofício ao Ministério da Saúde, pedindo apoio em relação a essa questão da logística de oxigênio. Não houve resposta, que eu saiba”, disse Campêlo.

Segundo a Agência Senado, Campêlo afirmou ter telefonado para Pazuello em 7 de janeiro em busca de “apoio logístico” para a transferência de 300 cilindros de oxigênio de Belém para Manaus. O contato foi feito após um encontro em que representantes da White Martins sugeriram a compra do insumo “diretamente de outro fornecedor, capaz de aumentar a disponibilidade do produto”.

“Sobre o oxigênio, especificamente, eu fiz uma ligação ao ministro Pazuello no dia 7 de janeiro, explicando a necessidade de apoio logístico para trazer oxigênio a pedido da White Martins. A partir daí, fizemos contato com o Comando Militar da Amazônia, por orientação do ministro, para fazer esse trabalho logístico”, informou.

Para o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), há “uma óbvia contradição” entre os depoimentos de Campêlo e Pazuello uma vez que, segundo o ex-ministro da Saúde, o alerta sobre o risco de colapso de oxigênio só ocorreu no dia 10 de janeiro — e não no dia 7.

O ex-secretário disse ainda que participou de reuniões em Manaus com a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. Campêlo afirmou que Mayra não foi informada sobre o iminente colapso de oxigênio porque, segundo ele, “não havia sinais desse tipo de necessidade”, e que a presença da secretária na capital amazonense tinha como foco incentivar o tratamento precoce.

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) lembrou que, três dias depois de deixar o Amazonas, Mayra Pinheiro enviou ao estado um lote de 120 mil comprimidos de hidroxicloroquina para o tratamento de covid-19. Para o senador Humberto Costa (PT-PE), Manaus foi “uma espécie de experimento para o governo federal”.

Jornal GGN


Senador ficou indignado com o fato de Marcellus Campelo, engenheiro de formação, ter demonstrado inaptidão para ter conduzido a Secretaria de Saúde do Amazonas durante a maior crise sanitária do século

“O senhor não sabe nada. O senhor está errado e o seu governador mais ainda, de nomear um engenheiro para ser secretário da Saúde do Estado do Amazonas. A mesma irresponsabilidade cometeu o presidente da República, de nomear um general que não conhecia o SUS [para o Ministério da Saúde].” Foi em tom de indignação que o senador Otto Alencar criticou a passagem de Marcellus Campelo pela Secretaria de Saúde do Amazonas durante a maior crise sanitária do século.


Nesta terça (15), à CPI, Marcellus teve de responder pelo colapso no sistema de saúde e a crise do oxigênio. Na visão de Alencar, que é médico de formação, a tragédia em Manaus é fruto do casamento entre um engenheiro que não entende nada de medicina sanitária e epidemiologia na Saúde do Amazonas, e de Eduardo Pazuello no cargo de ministro da Saúde. Dessa junção saiu “o maior crime” da pandemia, que foi ter deixado o vírus e suas novas variantes correrem soltos, para usar a população amazonense de cobaia para o chamado “tratamentos precoce”.

“Tenho a convicção de que o caso Manaus com o Ministério da Saúde foi o verdadeiro pecado original. Sentado no Ministério da Saúde, o general que não sabia o que era SUS, desconhecia completamente a doença. E sentado na cadeira de secretário, o engenheiro sem experiência nenhuma em medicina sanitária e epidemiológica. Esse casamento deu na tragédia em Manaus. São duas pessoas sem competência na Saúde para tratar de Manaus. As perguntas mais banais em medicina que fizermos, certamente ele [Marcellus] não saberia responder”.

E Otto Alencar bem que tentou. O senador perguntou quantos leitos de UTI deveria ter para cada 100 mil habitantes do Amazonas. “Isso qualquer secretário de saúde deveria saber”, mas Campelo não respondeu.

O senador também não digeriu bem a desculpa de que a secretária do MS, Mayra Pinheiro, empurrou o tratamento precoce com cloroquina para o Amazonas quando a crise do oxigênio estava em marcha. Otto Alencar disse que como secretário da Saúde, era papel de Campelo barrar a ideia, já que não concordava com ela. “Qualquer secretário tem que ter conhecimento, autonomia, personalidade para dizer ao governante qual é o caminho”, defendeu, repetindo inúmeras vezes que o engenheiro e Pazuello são os “responsáveis pela morte em Manaus, pela inoperância e incompetência”.

“O senhor só falou aqui em tratamento para a doença, em nenhuma prevenção para conter a propagação do vírus. Por que? Porque não tem competência”, disparou.

Jornal GGN



provavelmente e proporcionalmente, a maior fake news já anunciada por Bolsonaro. O PSDB nacional publicou um vídeo, o VAR da motociata, que demente Bolsonaro sobre a quantidade de participantes no passeio e moto do último sábado (12/6) em SP. Segundo os tucanos, 6.253 motociclistas se dispuseram a participar da motociata em apoio ao presidente Jair Bolsonaro.

Apesar do fiasco de públicos, os bolsonaristas nem ficaram vermelhos em disseminar fotomontagens, fake news, e até um suposto registro no guiness book -o livro dos recordes.

VAR na linguagem futebolística é o "árbitro assistente de vídeo", que dirime dúvidas quando o juiz em campo não consegue ver a jogada.

O vídeo do PSDB não deixa dúvida porque usa o mesmo sistema de VAR em campo e também utilizado em perícias de acidentes automobilísticos.

A motociata foi um fracasso, portanto.

Assista ao vídeo do VAR:

https://twitter.com/PSDBoficial/status/1404825889368596481


Conexão Jornalismo

Segundo uma fonte do governo, a reunião tratou da possibilidade de antecipação para junho de doses da vacina da Pfizer para o país, depois do presidente desconsiderar mais de 50 e-mails da Pfizer.

O presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e outras autoridades reuniram-se nesta segunda-feira em audiência virtual com o presidente da Pfizer da América Latina, Carlos Murillo, em meio às discussões da CPI da Covid do Senado que investiga, entre outros assuntos, a demora do governo federal em comprar vacinas contra o coronavírus para o Brasil.

Segundo uma fonte do governo, a reunião tratou da possibilidade de antecipação para junho de doses da vacina da Pfizer para o país, isso depois de Bolsonaro ignorar mais de 50 e-mails da Pfizer.

O governo fechou em março um contrato para a aquisição de 100 milhões de doses da vacina da Pfizer, a serem entregues até o final de setembro. Segundo a última estimativa do Ministério da Saúde, a farmacêutica deve entregar neste mês 12 milhões de doses e mais 8 milhões em julho.

Mas o próprio Murillo disse à CPI que o novo acordo em negociação previa mais 100 milhões de doses a serem entregues no quarto trimestre deste ano.

O encontro desta segunda, que não constava inicialmente na agenda oficial do presidente, foi divulgado pelas redes sociais do Palácio do Planalto.

Em fotos, aparecem, além de Bolsonaro e Queiroga, os ministros das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Procurada, a Secretaria de Comunicação da Presidência não respondeu de imediato os pedidos de comentário por maiores informações.

A atuação do governo na aquisição de vacinas contra Covid está na mira da comissão de inquérito. Carlos Murillo já depôs à CPI e deu detalhes sobre as tratativas com o ministério para se fechar um acordo com o Brasil, inclusive relatando uma suposta falta de retorno do governo às solicitações apresentadas.



O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas divulgou um estudo avaliando a desigualdade de renda brasileira com a pandemia e a piora nos indicadores de percepção de felicidade no país.

O resultado é avassalador.

A queda de renda da metade mais pobre da população foi 20.81% queda quase duas vezes maior que a da média.
No trimestre de Janeiro a Março de 2020 a renda média alcança o maior ponto da série R$ 1122 e em menos de um ano cai 11,3% e vai para o ponto mais baixo da série histórica de R$ 995, primeira vez abaixo de um mil reais mensais. Queda de 11,3%.

O Índice de Gini, que mede a desigualdade, foi recorde na série iniciada em 2012: 0,674 (quanto mais perto de 1, pior a desigualdade) contra o melhor índice, de 0,61, alcançado em 2014 e início de 2015.

A percepção de felicidade, que já vinha em queda, desabou com a pandemia e não pela ameaça em si, já que pesquisa idêntica realizada em 40 outros países não registrou alterações.

A queda da felicidade se dá nos 40% mais pobres (-0,8%) e no grupo do meio (-0.2) situados entre 40% a 60% da renda [nível de]. Já os grupos mais abastados mantiveram a satisfação com a vida. Ou seja, há aumento da desigualdade de felicidade na pandemia. A diferença de satisfação com a vida entre os extremos de renda que era de 7,9% em 2019 sobe para 25,5%. (…) A nota média de satisfação da vida presente do brasileiro, caiu de 6,5 em 2019 para 6,1 em 2020. No resto do mundo a nota tinha ficado parada durante a pandemia em torno de 6,0. Ou seja, há marcada perda relativa de felicidade no Brasil durante a pandemia.

A pesquisa mostra um brasileiro mais propenso à raiva, ao estresse, à tristeza e até menos propenso a divertir-se que a média de 40 países pesquisados no mundo pelo Gallup.

Convenhamos, não é para menos.





Raquel Sousa, advogada da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP): "Quem está no ramo de biocombustíveis ou tem relações estreitas na Petrobrás sabe desse ativo de R$ 2,3 bilhões. Portanto, somente pessoas escolhidas a dedo se beneficiam dessa importante informação na fase de negociação da PBio”.

A Petrobras Biocombustível (PBio), que está sendo vendida junto com seu efetivo de empregados pela gestão da Petrobrás, tem um crédito tributário de mais de R$ 2,3 bilhões e essa informação vem sendo omitida no teaser de divulgação do desinvestimento.

“Trata-se de um caso de escandalosa desvalorização do patrimônio público. O crédito fiscal é o ativo mais atrativo e valioso da empresa, porque gera fluxo de caixa futuro, e deveria, obrigatoriamente, estar incluído no teaser da PBio”, afirma a advogada Raquel Sousa, da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que move uma ação popular junto à Justiça Federal do Rio de Janeiro, com pedido de suspensão da venda da empresa de biocombustíveis.

O saldo bilionário é proveniente do prejuízo fiscal do imposto de renda e da base negativa da contribuição social e consta no último demonstrativo financeiro da PBio, no 1º trimestre de 2020.

Quando a empresa tem prejuízo e, mesmo com esse resultado, paga determinados tributos, que são baseados no lucro, como o IRPJ (Imposto Sobre a Renda das Pessoas Jurídicas) e a CSLL (Contribuição Social Sobre Lucro Líquido), ela poderá, futuramente, compensar até 30% do imposto pago sobre o lucro do período.

Em 2018 e 2019, por exemplo, a PBio deduziu R$ 8,36 milhões do que teria que pagar ao Estado e ainda resta um crédito bilionário.

O valor desse ativo fiscal, de acordo com a advogada, é quase três vezes maior do que o lucro líquido das duas usinas de biodiesel em atividade, nos estados da Bahia e de Minas Gerais, que fazem parte do escopo de venda da PBio.

“A omissão desse ativo no teaser de venda acarreta uma desvalorização artificial do ativo e traz séria restrição à concorrência, ao deixar de atrair possíveis investidores, o que implica em violação do princípio da eficiência. Isso se constitui em um ato de improbidade administrativa”, declara.

A ausência da informação no documento de divulgação da venda também viola o princípio da publicidade, da impessoalidade e da moralidade.

“A informação não consta no teaser, mas quem está no ramo de biocombustíveis ou tem participação acionária e relações estreitas dentro da Petrobrás sabe sobre esse ativo. Ou seja, somente pessoas escolhidas a dedo se beneficiam dessa importante informação na fase de negociação da PBio”, argumenta a advogada.

Conflito de interesses

No mês de fevereiro deste ano, a FNP ofereceu uma denúncia ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro de irregularidades no procedimento de desinvestimento da PBio.

Segundo a representação, um dos potenciais compradores do ativo tem no quadro da diretoria executiva de uma de suas subsidiárias, portanto dentro do mesmo grupo empresarial, dois empregados da Petróleo Brasileiro S.A, que estão com o contrato de trabalho suspenso.

Além disso, esse potencial comprador também possui no conselho de administração dessa subsidiária funcionários da Petróleo Brasileiro S.A., que estão cedidos e são administradores na PBio.

“Esse cenário de relações profissionais estreitas, envolvendo empregados com cargos importantes e informações privilegiadas, que podem colocar em vantagem decisiva um possível comprador dos ativos em questão, configura-se, claramente, em conflito de interesses”, alerta Raquel.

Com a denúncia, a Federação espera que o MPF adote as medidas judiciais que julgar cabíveis para suspensão do processo de desinvestimento da Petrobras Biocombustível e que os empregados envolvidos sejam afastados dos cargos que ocupam atualmente na PBio.

Lucrativa

Uma das principais produtoras de biodiesel do Brasil, a PBio está em processo acelerado de negociação, mesmo sendo uma empresa lucrativa.

Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) para o Observatório Social da Petrobrás (OSP), de 2017 a 2020, a empresa lucrou R$ 738 milhões.

“O lucro da PBio não é tão grande se comparado ao de outras empresas, mas ela tem um papel estratégico dentro da política energética do país e para a soberania nacional”, destaca o economista do Ibeps Eric Gil Dantas.

Desde sua fundação, em 2008, de acordo com o estudo, foram anos de investimento pesado, razão pela qual a empresa não era rentável. As divulgações financeiras da PBio do período de prejuízo, disponibilizadas pela empresa somente entre os anos de 2012 e 2016, mostram um investimento total de R$ 1,4 bilhão.

“Quando a empresa passou para o azul, com o retorno desses investimentos, a direção da Petrobrás decidiu vendê-la”, comenta Eric.

Por Alessandra Martins, Observatório Social da Petrobrás


Agência Brasil


O Congresso está prestes a avalizar uma das operações mais nefastas da história das políticas públicas brasileiras: a privatização da Eletrobras. Pior: na véspera da mais grave crise hídrica dos últimos 90 anos.

Para completar as 7 pragas do Egito, faltam 4. A terceira já está a caminho: a crise hídrica.

As duas anteriores resultaram em desastres. A guerra contra pandemia Covid-19 e a guerra contra a crise econômica terminaram com derrotas acachapantes, administradas respectivamente por Eduardo Pazuello e Paulo Guedes.

A próxima guerra, além da reconhecida incapacidade operacional do governo, poderá ter o agravante de ser acompanhada pela mais radical e suspeita operação da história do mercado de energia brasileiro: a privatização da Eletrobras, acompanhada da descontratação da energia produzida pela empresa.

Há dois mercados de energia no país. O tradicional é da energia contratada, geração de energia de antigas hidrelétricas, já amortizadas, cujas tarifas limitam-se a cobrir os custos operacionais. Essa energia é vendida para as distribuidoras através de contratos de longo prazo, garantindo uma relativa redução do custo da energia. O segundo mercado é o livre, no qual a energia é livremente negociada.

Trata-se de um mercado bastante volátil. Em tempos de reservatórios cheios, há geração de energia mais barata, derrubando as tarifas no mercado à vista. Em períodos de seca, as tarifas explodem. Em períodos normais, as tarifas são imensamente mais elevadas do que as da energia contratada.

O Congresso está prestes a avalizar uma das operações mais nefastas da história das políticas públicas brasileiras: a privatização da Eletrobras. Pior: na véspera da mais grave crise hídrica dos últimos 90 anos.

Significará uma explosão sem paralelo nos preços das tarifas.

Ainda não caiu a ficha da opinião pública sobre o que essa crise significa.

Vamos por partes:

Sobre a crise hídrica

Sugiro assistir o vídeo com o debate do GGN com Altino Ventura Filho, ex-presidente da Eletrobras, e com o professor Ronaldo Bicalho, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Está no pé do artigo.

Altino dirigia Itaipu na época da crise hídrica e energética de 2001. Acompanhou dia a dia o esvaziamento da represa e a grande batalha para superar a falta de água, em pleno processo de desregulamentação do setor, na reforma desastrosa de Fernando Henrique Cardoso.

A seca de agora é reflexo da redução das chuvas no período anterior. Vai chegar no final do ano com os reservatórios a fio – isto é, escorrendo apenas as águas que recebem, sem nenhuma sobra para acumular.

Depois, dependerá da natureza. A próxima temporada de chuva – diz Alcino – não guarda nenhuma relação com o que está ocorrendo. Dependerá dos caprichos da natureza. Poderá haver chuvas torrenciais ou o prolongamento da estiagem. Havendo prorrogação da estiagem, em 2022 o Brasil enfrentará um período similar ao da Inglaterra no final da Segunda Guerra.

Não se trata de um desafio pequeno. Embora gravíssima, a pandemia matou quase 500 mil pessoas, mas não afetou todos os lares brasileiros. Já a crise de energia afetará todas as residências e todas as empresas, em um momento em que a indústria tenta recuperar a produção.

A gestão da crise não é trabalho para amadores. Haverá necessidade de convencer os consumidores a reduzir o consumo, administrar a escassez, definir prioridades – como hospitais -, administrar pressões. Haverá o conflito entre a produção de energia e a necessidade de água para a agricultura. Haverá a demanda de empresas eletrointensivas e a prioridade das pequenas e micro empresas. 

E, especialmente, um salto no custo das tarifas, antes mesmo da privatização da Eletrobras, devido à necessidade de se atingir o equilíbrio financeiro dos contratos com as distribuidoras.

A privatização da Eletrobras

O butim da privatização da Eletrobras reside em uma jogada óbvia, indecentemente óbvia: a possibilidade de descontratação da energia gerada. A Eletrobras administra hidrelétricas antigas, já depreciadas. No início de geração, as usinas tinham um fator de depreciação do capital que é incorporado à tarifa. Terminado o prazo, o único custo da usina é operacional. E o custo operacional de usinas hidrelétricas é baixo.

O que se pretende é simples. Adquire-se a Eletrobras pelo que ela fatura hoje, com a energia contratada. No momento seguinte, há o fim da contratação e a energia será jogada no mercado livre.

É uma jogada tão indecentemente óbvia, que bastaria o Congresso não permitir a descontratação para imediatamente a Eletrobras deixar de ser interessante. Ou seja, o ponto central da jogada é uma explosão nas tarifas, jogadas nas costas dos consumidores.

É nesse contexto que se discute a privatização da Eletrobras, em um processo absolutamente nebuloso. A maneira como a Medida Provisória tramitou pela Câmara e está tramitando pelo Senado é típica das “tacadas” – o termo que se usa quando se abre a porteira e deixa a boiada passar.

Haverá consequências desastrosas não só para os consumidores, mas para os políticos que patrocinarem essa loucura.

Na Califórnia, uma desregulamentação mal conduzida acabou com o reinado do Partido Democrata e abriu espaço para um autêntico outsider, Arnold Schwarzenegger, o “exterminador do futuro”.

Não apenas isso. O mundo está em pleno processo de transição para a mais importante revolução energética desde a descoberta da energia fóssil, que impulsionou a primeira revolução industrial. Parte-se para a energia limpa, um terreno no qual o Brasil poderia ser o grande vencedor. Essa coordenação exige o papel de uma estatal. 

Não haverá regulação e agências reguladoras que conseguirão implementar novas políticas. Há a necessidade de pesquisa em inovação. E a única empresa que investe em laboratórios de pesquisa é a Eletrobras.

Além disso, porque todas as políticas públicas estão sendo financeirizadas.


Ataques às máscaras, motociata, viagem em avião comercial, Copa América. Tudo isso é uma tentativa desesperada de Bolsonaro de retomar o controle da pauta, diz colunista

O jornalista Octaviano Guedes publicou uma reflexão certeira em sua coluna no G1 nesta segunda (14). Ele observou que, pela primeira vez desde o começo do governo, Jair Bolsonaro perdeu o controle sobre a pauta nacional, agora que a CPI da Covid no Senado expôs a omissão e inação do governo federal na gestão da pandemia do novo coronavírus e caminha para seguir o “caminho do dinheiro” e descobrir quem está enchendo o bolsonaro com a venda de soluções falsas para a crise sanitária do século.


Guedes até comparou Bolsonaro com o humorista Pedro de Lara, cujo personagem se alimentava das vaias do público. Assim é o presidente da República: precisa criar fatos diários que despertam o repúdio da maior parte da opinião pública sensata. Ao posar de líder que anda na contramão do sistema, ele capitaliza ainda mais a força de seus apoiadores, que aceitam qualquer teoria ou opinião estapafúrdia do extremista de direita. Durante dois anos, foi assim que Bolsonaro governou o Brasil e pautou a mídia e o debate nacional.

A CPI conseguiu romper com esse vício e tirar a pauta do País do controle de Bolsonaro. “O maior trunfo político da comissão foi resgatar o Brasil do cercadinho, onde Bolsonaro o manteve em cativeiro por mais de dois anos”, escreveu Guedes. “(…) a oposição, pela primeira vez, passou a ditar a pauta nacional. Não fica mais esperando as aberrações de Bolsonaro para repercutir e repudiar, sempre passivamente. Conseguiu dominar o noticiário e monopolizar os debates nas redes sociais. Pedro de Lara deixou de ser a diva do show.”

É na tentativa de retomar o controle do debate público que Bolsonaro dispara novos ataques às máscaras – como o “parecer” para desobrigar seu uso em quem tomou vacinas -, organiza e lidera motociatas, admitiu a Copa América às vésperas da terceira onda da pandemia e embarca em avião comercial para gerar vídeos que viralizam na internet.

Jornal GGN
Fotojornalista Alex Silveira poderá receber indenização - foto de Sérgio Silva

Dez de junho é, de fato, uma data histórica para os jornalistas. Por 10 votos favoráveis, contra o voto solitário do ministro Marques Nunes, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o repórter fotográfico Alex Silveira tem direito a indenização paga pelo Estado. Agora é preciso esperar a publicação do acórdão da decisão do Supremo, o que pode levar de três a seis meses - e, junto com o acórdão, a sentença final no caso de Silveira.

O repórter foi saudado pelos colegas como símbolo de resistência e persistência. Esperou nada menos que 21 anos para ouvir a sentença final da boca dos ministros do STF. Em maio de 2000, durante a cobertura de um protesto de professores na Avenida Paulista, em São Paulo, Alex Silveira foi atingido por uma bala de borracha disparada por um PM e perdeu 90% da visão de seu olho esquerdo.

"Ele pode ser considerado o avô de uma série de casos que ocorreram depois, muito semelhantes", diz o advogado Maurício Vasques que, juntamente com Lucas Andreucci, faz a defesa pro bono de Sérgio Silva, outro repórter fotográfico atingido no olho por bala de borracha disparada por policial militar, em 2013.

A dupla de advogados reforça a importância da decisão do STF não só para os jornalistas, mas para todos os cidadãos e para a democracia brasileira. Explicam detalhadamente o porquê dessa avaliação, dizem que a tese aprovada - redigida pelo ministro Alexandre de Moraes - cria de fato um balizamento para decisões em todas as instâncias da Justiça daqui para a frente, inclusive no caso de Sérgio Silva. Mas advertem que, apesar de a vitória ter sido importante, ainda há muita luta pela frente.

As forças de segurança no Brasil são truculentas, afirmam. Não só por atingirem os jornalistas e ferirem a liberdade de imprensa, mas porque têm o terrível hábito de tentar impedir a livre manifestação dos cidadãos, matarem milhares de pessoas - geralmente jovens negros, nas periferias das grandes cidades - e cometerem muitos outros delitos contra uma gama de direitos igualmente garantidos pela Constituição de 1988.

Nossos olhos
É simbólico que Sérgio Silva e Alex Silveira tenham sido atingidos nos olhos. É pelos olhos de profissionais como eles que todos nós podemos ver os excessos cometidos pelas forças de segurança.

Não existe democracia sem que se garanta ao jornalista o direito de fazer seu trabalho, ponderou Maurício Vasques, pois "os repórteres são os olhos de todos nós, que não participamos de manifestações e de outros eventos cobertos por eles".

A cidadania está sempre descalça diante do Estado com suas bombas de "efeito moral" e balas de borracha "não letais". Causam consequências físicas e dores profundas, também psicológicas, que marcam para sempre as vidas de muitas pessoas. Essa é uma característica não só das forças de segurança no Brasil, mas em todo o continente latino-americano. Na mesma quinta-feira, 10, em que o STF tomava sua decisão histórica, vários jornalistas e dezenas de cidadãos e cidadãs foram atingidos por balas de borracha da polícia na Colômbia.

Em 13 de junho de 2013, além do Sérgio Silva ter tido um globo ocular estraçalhado por bala de borracha, muitas outras pessoas ficaram aleijadas. Giuliana Varone, repórter da Folha de S. Paulo, só não sofreu o mesmo que os repórteres fotográficos porque usava óculos com uma armação um pouco mais resistente, que impediu que a bala de borracha atingisse seu olho. 

A própria PM informou nos autos do caso Sérgio Silva que, naquela manifestação, convocada pelo Movimento Passe Livre, disparou mais de 800 balas de borracha. Oitocentas! E não estávamos em guerra.


A cada dia que passa aparece, mais um imenso escândalo de corrupção no governo Bolsonaro, enquanto isso, o presidente anda de moto pelo país. O que o torna o governo mais corrupto da história política brasileira.

A bancada de Oposição vai apresentar uma denúncia ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que sejam apurados possíveis crimes de responsabilidade fiscal do presidente Jair Bolsonaro. Eles apontam o desvio de R$ 52 milhões voltados a campanhas informativas sobre o combate ao coronavírus para divulgação de ações do Executivo.

Enquanto isso, o deputado Elias Vaz (PSB-GO) entregou, neste domingo (13) à CPI da Covid um relatório detalhado sobre o gasto desse dinheiro. As informações foram obtidas por ele, junto ao governo federal, por meio de um requerimento apresentado via Câmara dos Deputados.

Os R$ 52 milhões tinham sido alocados para ações de enfrentamento à covid-19 através de uma medida provisória editada em abril do ano passado (MP 942/2020).

Essa medida foi viabilizada após aprovação do Orçamento de Guerra, uma autorização assegurada pelos parlamentares para o governo criar despesas urgentes e imprevisíveis como forma de conter o avanço da crise sanitária.

As informações sobre a relocação de recursos originalmente voltados a campanhas de combate à covid para a ações de propaganda do governo foram trazidas em uma matéria da Folha de S. Paulo publicada neste domingo (13). Nela são resgatadas peças publicitárias que trazem o Executivo como protagonista de ações a exemplo da liberação de recursos para micro e pequenos empresários e dos saques de FGTS.

“O Poder Legislativo, numa decisão que uniu todos os deputados e senadores, independentemente de sua posição em relação ao governo, destinou recursos para o enfrentamento da pandemia. Desviar esses recursos, que deveriam ser usados para salvar vidas, para fazer propaganda do governo é uma imoralidade e um crime”, comentou o líder da Oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ)

"Bolsonaro usou dinheiro público de forma irregular para promover o governo em vez de aplicar no combate à pandemia. Esse dinheiro tinha destino já definido, não poderia ser alterado”, também acusou Elias Vaz.

Nos próximos dias, os deputados também irão aditar os pedidos de impeachment acrescentando este ato do presidente.



Júlia Schiaffarino é Jornalista (Unicap), mestre em comunicação (UnB) e pesquisadora em comunicação política, democracia e mídias digitais. Atuou no Grupo Diários Associados nas editorias de política e economia, acumula passagem pela TV Universitária e colaboração em sites como o UOL. Integrou equipes de assessorias de comunicação, tanto no Executivo, quanto no Legislativo Federal. É vencedora do prêmio Esso de Jornalismo com o caderno Vidas Partidas, que relata o impacto da política sanitária de isolamento compulsório para tratar a hanseníase no Brasil de 1930.


Depois de realizar um concurso no final de semana para mais de 50 mil pessoas, situação que anula todas medidas restritivas para conter a pandemia em João Pessoa, já que os concursantes ficam horas dentro de uma sala fechada fazendo as provas, a Prefeitura de João Pessoa retoma a campanha de imunização contra a Covid-19 com a primeira dose, nesta segunda-feira (14), para as pessoas com idade a partir de 50 anos e mínima de 18 anos para quem tiver alguma comorbidade descrita no Plano Nacional de Imunização, além dos grupos prioritários já atendidos na campanha contra a Covid-19.

Nesta segunda-feira também continuam recebendo a segunda dose aquelas pessoas que já atingiram o prazo do imunizante Astrazeneca (Fiocruz), de 90 dias, e Coronavac (Butantan), 28 dias.

Agendamento – A Secretaria Municipal de Saúde alerta que as pessoas deverão agendar previamente, tanto para a primeira quanto para a segunda dose, através do aplicativo Vacina João Pessoa ou do site vacina.joaopessoa.pb.gov.br. Com isso, o cidadão assegura ser vacinado no local indicado, com agilidade e todos os cuidados sanitários necessários.

Documentação exigida – Para receber a vacina é necessário apresentar documento oficial com foto, Cartão SUS, CPF e comprovante de residência em João Pessoa. No caso de pessoas com comorbidade ou com deficiência será preciso levar cópia do laudo ou declaração médica que comprove a sua condição. Os trabalhadores da saúde devem apresentar registro profissional, contracheque ou declaração da empresa onde trabalha. Já os trabalhadores da educação precisam apresentar também cópia do contracheque e da declaração da instituição de ensino que comprove a função exercida na Capital.

As cópias dos documentos comprobatórios ficarão retidas para posterior apuração por Comissão da Secretaria Municipal de Saúde e demais órgãos de fiscalização, a exemplo do Ministério Público.

Transporte gratuito – As pessoas que necessitarem de deslocamento de um bairro a outro para tomar a vacina, podem utilizar os serviços gratuitos dos aplicativos 99 e Uber, em parceria com a Prefeitura de João Pessoa e Governo do Estado, respectivamente.

Para garantir o acesso ao serviço da 99, o cidadão que usar a plataforma deverá acessar o aplicativo, na categoria 99 Pop, e inserir o código promocional ‘Promocodes’, destinado exclusivamente ao transporte até os pontos de vacinação em João Pessoa. O código que deverá ser inserido no aplicativo Uber é o VACINAPB e cada usuário só pode inseri-lo uma vez, garantindo a gratuidade para as duas viagens que devem chegar até R$ 25, cada.

Solidariedade – Os postos de vacinação também estão abertos para receber as doações de alimentos não perecíveis. Após a arrecadação, eles serão distribuídos com instituições de caridade e famílias necessitadas, atingidas pelos efeitos dessa pandemia. A arrecadação e a distribuição integram uma iniciativa conjunta da Prefeitura de João Pessoa e do Governo do Estado.

Postos de vacinação contra Covid-19 – segunda-feira (14):

PRIMEIRA DOSE (9h às 15h)
50+ sem comorbidades
18+ com comorbidades
18+ grupos prioritários

– Santuário Mãe Rainha, Aeroclube (drive-thru)
– Mangabeira Shopping (drive-thru e pedestres)

SEGUNDA DOSE (8h às 12h)

Astrazeneca/Fiocruz – para quem completou 90 dias da 1ª dose
– UFPB – acesso HU, Castelo Branco (drive-thru e pedestre)

Coronavac/Butantan – para quem completou 28 dias da 1ª dose
– Lyceu Paraibano, Centro (pedestres)

Portal WSCOM

 

Foto do Jornal GGN

A CPI da Covid deu vida a uma oposição efetiva contra Bolsonaro. O que exista antes da CPI era tentativas desordenadas, dispersas e em sem rumos de oposição. Com a CPI, pela primeira vez, Bolsonaro, desde o início de seu governo, entrou numa situação de defensiva política.

O que a CPI fez foi amplificar para a sociedade toda aquilo que apenas alguns nichos da opinião pública sabiam a respeito da atuação criminosa do governo em relação à pandemia. O que a CPI evidenciou é que não se tratam apenas de erros ou omissões. O que se trata é que o governo agiu deliberadamente contra a saúde da população ao não comprar vacinas no tempo certo, ao promover uma política de contágio, ao difundir de forma consciente o uso de remédios que sabidamente não têm efeito no enfrentamento do vírus e ao sabotar uma série de outras medidas que poderiam atenuar os efeitos da pandemia e ter evitado mortes.

Além de dar visibilidade, a CPI está dando coerência e consistência aos fatos e está reconstruindo a cronologia das ações criminosas do governo. Se já existia uma indignação contra o governo, a CPI a fomenta ainda mais. Esta indignação vem se transformando em movimento com os crescentes panelaços e, principalmente, com os atos de 29 de maio, convocados pelos movimentos populares. Parece haver uma relação entre as ações da CPI e a potência que os atos adquiriram.

Que Bolsonaro vem cometendo uma sucessão de crimes de responsabilidade, não resta dúvidas. Que há motivos de sobra para abrir um processo de impeachment, também não resta dúvida. Mas o impeachment enfrenta alguns problemas: 1) é preciso que os partidos, principalmente de esquerda, se decidam efetivamente em apostar no cominho do impedimento; 2) para isso, é preciso incrementar uma intensidade e uma amplitude maiores às mobilizações, com o engajamento dos sindicatos e dos partidos na organização e convocação das manifestações; 3) é preciso construir uma frente democrática com setores que não são de esquerda para que possam ser abrigados e acolhidos nas mobilizações e manifestações contra o governo.

Neste momento, os partidos precisam dar mais atenção à defesa da democracia, sabendo separar este processo da construção da agenda das eleições de 2022. O fato é que existe uma questão democrática no Brasil posta pela vontade golpista de Bolsonaro e do bolsonarismo. Bolsonaro só não deu um golpe porque não tem força para tanto, mas age para construir esta possibilidade.

Quanto mais na defensiva Bolsonaro ficar, mais apostará na radicalização. Como não tem apoio da cúpula das Forças Armadas para dar o golpe, aposta na divisão dos militares, principalmente do exército. A demissão dos comandantes e a proteção a Pazuello têm esse claro objetivo divisionista. Mas é equivocada a análise de determinados setores, segundo a qual a não punição de Pazuello significa uma adesão do alto comando do exército à agenda golpista de Bolsonaro.

Além da divisão dos militares, Bolsonaro aposta em bolsões das polícias militares, nos milicianos, nas milícias ruralistas e em outros grupos criminosos para tentar o golpe. Se esta tentativa de golpe vier, o mais provável é que venha no bojo ou de um eventual processo de impeachment ou no contexto de uma derrota eleitoral.

Na medida em que existe uma questão democrática, as forças democráticas precisam se unir em torno de dois movimentos: o da CPI, onde parece já haver uma unidade, e o das mobilizações, onde ainda não há uma unidade e nem mesmo um engajamento total das forças de esquerda e dos movimentos sociais. O movimento sindical, por exemplo, sequer chamou os atos do dia 29. É a unidade em torno desses dois processos que poderá conduzir ao impeachment.

Na hipótese de não se conseguir construir as condições suficientes para o impeachment, certamente surgirão várias candidaturas presidenciais para 2022. A responsabilidade primeira dessas candidaturas consiste em construir um acordo de procedimentos e um compromisso de apoio mútuo contra Bolsonaro se ele conseguir passar para o segundo turno.

Em 2018, as esquerdas tinham consciência dos riscos que representava Bolsonaro. Certamente, a maioria dos eleitores de esquerda votaria em um candidato de centro-esquerda ou de centro se Haddad não tivesse ido para o segundo turno. Mas esta consciência esteve ausente em estores de centro-esquerda, a exemplo de Ciro Gomes, ou em setores de centro e centro-direita que se abstiveram ou apoiaram Bolsonaro. O povo brasileiro paga um preço doloroso e trágico por este equívoco, que não é só um equívoco, mas uma falta de compromisso com a democracia.

A construção da Frente Democrática contra Bolsonaro precisa se estruturar a partir de uma plataforma concisa e centrada. Além do “Fora Bolsonaro” e de “Vacina para todos”, é preciso incorporar o tema da inflação e da perda de renda e do desemprego e da fome. A inflação de alimentos e da perda de renda é o problema que atinge o maior número de brasileiros hoje. O tema vem merecendo pouca atenção das esquerdas e dos movimentos sociais. Trata-se de um tema que pode aplicar e aprofundar o desgaste do governo Bolsonaro, pois ele se prolongará para além da falta de vacinas e persistirá em 2022. Da mesma forma, o tema do desemprego não será superado, mesmo que ocorra uma retomada do crescimento econômico.

As forças democráticas e de esquerda precisam também mudar de atitude na abordagem de uma possível tentativa de golpe de Bolsonaro. Os tons que alguns analistas e políticos usam são invariavelmente de temor, quase que de covardia. A maneira correta de enfrentar este problema consiste em afirmar que qualquer tentativa de golpe será derrotada. É preciso deixar claro que os golpistas não serão perdoados e nem anistiados desta vez.

As insinuações golpistas de Bolsonaro visam exatamente criar medo e defensivismo político nas oposições. As forças democráticas e de esquerda precisam gerar um movimento contrário, desencorajando o golpe pela resistência do povo e pela aplicação da lei e punição dos golpistas, com julgamentos e prisões.

Aldo Fornazieri
Mociata sem máscara

A militância bolsonarista está circulando nas redes uma fake news que afirma que a motociata do presidente reuniu mais de um 1 milhão de pessoas e foi para o Guinness Book.

Especificamente, os bolsonaristas afirmam que cerca de 1.324.523 de motoqueiros compareceram ao passeio do presidente. A fake está entre os assuntos mais comentados no Twitter, porém foi hackeada e virou motivo de piada.

O senador Humberto Costa criticou a motociata e afirmou que o único recorde que o presidente conseguiu foi o de promover mortes.

O presidente Bolsonaro e seus apoiadores esperavam que cerca de 100 mil motoqueiros comparecessem à motocada realizada neste sábado (12). Porém, cerca de 5 mil foram ao evento.

Mesmo com o fracasso do passeio, os bolsonaristas subiram a tag #Guinness, em alusão ao livro de recordes mundiais, pois, acreditam que o passeio de hoje deva ser registrado como o maior do mundo.

Marcelo Hailer

Jornalista (USJ), mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e doutor em Ciências Socais (PUC-SP). Professor convidado do Cogeae/PUC e pesquisador do Núcleo Inanna de Pesquisas sobre Sexualidades, Feminismos, Gêneros e Diferenças (NIP-PUC-SP). É autor do livro “A construção da heternormatividade em personagens gays na televenovela” (Novas Edições Acadêmicas) e um dos autores de “O rosa, o azul e as mil cores do arco-íris: Gêneros, corpos e sexualidades na formação docente” (AnnaBlume
).


O preço do botijão de 13 kg de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) será reajustado e passará a custar entre R$ 90 e R$ 100 na Paraíba. O aumento será repassado ao consumidor nesta segunda-feira (14). Em comunicado, a Petrobras informou que elevará em 5,9% o preço médio do GLP.

Na Paraíba, o presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás GLP (Sinregás), Marcos Antônio, afirmou que o valor do repasse será em torno de R$5 a R$6 no preço final para o consumidor devido o aumento dos impostos e da margem repassada para as distribuidoras, além da elevação do preço divulgado pela Petrobras.

Ainda conforme o presidente do Sinregás, o preço médio do gás de cozinha pode chegar a R$100, dependendo da modalidade de pagamento. Atualmente, o preço do GLP no Estado é entre R$85/90 e, nesta segunda-feira (14), pode custar R$90 no valor à vista. Já no valor a prazo pode chegar entre R$ 96 e R$ 100.

Fabricia Oliveira

"A aliança comandada pelo petista deve compor palanques nos estados, com dois aliados estratégicos: PSB na centro-esquerda e PSD na centro-direita", diz o jornalista Rodrigo Vianna.

Desde meados do ano passado, começaram a circular análises sobre a necessidade de uma “Frente Ampla” para conter Bolsonaro. Naquele período, o presidente iniciava os ataques abertos ao STF e ao Congresso, reforçados agora em 2021 com a tentativa de cooptar policiais e militares para instalar uma ditadura.

Os defensores da “Frente Ampla” costumavam apontar o PT como um entrave para essa articulação: o partido teria dificuldades em ceder, com uma tendência para certo “hegemonismo”. A proposta de “Frente Ampla” embutia a ideia de superar o PT como principal força de esquerda, dissolvendo o partido, sua simbologia e sua história numa aliança democrática mais ampla. Um erro crasso.

A liderança da Frente Ampla para derrotar Bolsonaro ficaria com os liberais moderados e com um ou outro personagem avulso da centro-esquerda.

Mas faltava combinar com a realidade...

A vitória de Lula no STF, precedida de resistência histórica da militância nas ruas e nas redes, cancelou as condenações injustas, mudando completamente o jogo. E, então, bingo! Percebe-se agora que Lula e o PT são o verdadeiro motor da frente contra Bolsonaro. Não há outro caminho.

A movimentação de Lula, primeiro em Brasília, e esta semana também no Rio, indica o roteiro. A tal frente ampla terá o PT com Lula no comando do leme, articulando palanques nos estados com dois aliados principais: o PSB (turbinado por novas filiações) na centro-esquerda e o PSD na centro-direita.

No Rio, Marcelo Freixo no PSB será candidato a governador da Democracia contra a barbárie miliciana. Lula tenta levar o PSD (agora sob comando de Eduardo Paes) para a aliança. Felipe Santa Cruz (presidente da OAB, aliado de Paes) poderia compor a chapa com Freixo.

Em Minas, a frente deve ser liderada pelo atual prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD). Aqui, a esquerda entraria como aliada – sem comando da chapa.

Em São Paulo, o quadro é mais complexo. O PT paulista insiste em ter Haddad candidato a governador (nos bastidores, diz-se que Haddad não quer, prefere estar na campanha nacional); o PSOL já colocou Boulos em campo; e o PSB deve ter o quase tucano Márcio França de novo como alternativa.

Boulos seria o candidato com mais “apetite” nesse momento, e já começou a percorrer o Estado. Mas conversei com um nome próximo a ele esta semana, que confirmou: Lula é quem vai decidir, e não está descartada nem uma aliança com o PSB; nesse caso, o PT indicaria o vice de França ou ficaria com a vaga de senador, e Boulos se deslocaria para uma super candidatura a deputado federal.

Percebe-se que no triângulo das bermudas do Sudeste (Rio, Minas e São Paulo), a história do PT hegemonista não cola mais.

O partido de Lula teria candidatos próprios, sim, em três estados do Nordeste que já governa (Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí), além do Espírito Santo (com o nome do recém filiado Fabiano Contarato). No Ceará, o governador petista Camilo Santana pode lançar um nome do PT, se a conversa com Ciro desandar mesmo de vez. No Maranhão, quem comanda o jogo é Flávio Dino - que estaria de mudança do PCdoB para o PSB. E Em Pernambuco, o PT deve se aliar ao PSB.

No Centro-Oeste, a centro-esquerda seguirá a ter imensas dificuldades diante da hegemonia da direita e do agronegócio, e talvez tenha que lançar candidaturas para marcar posição. Na região Norte, a frente de Lula precisará ser ainda mais ampla para conter o bolsonarismo – incorporando personagens como Elder Barbalho (MDB-PA) e Omar Aziz (PSD-AM), e contando com a força de lideranças progressistas como Randolfe (Rede-AP) e Edmilson Rodrigues (PSOL-PA, que é prefeito de Belém – com uma frente democrática).

A regra, em geral, é ceder espaço aos aliados nos Estados, e construir alianças ao centro – com o MDB de Renan (AL) e Requião (PR), mas principalmente com o PSD.

O partido de Kassab terá papel decisivo nessa articulação, que seria melhor chamar de Frente Democrática: uma aliança política comandada por Lula, e que parte da base de centro esquerda, mas com caráter mais amplo diante da necessidade de conter as ameaças autoritárias cada vez mais evidentes de Bolsonaro.


Jornalista desde 1990. Passou por Folha, TV Cultura, Globo e Record; e hoje apresenta o "Boa Noite 247". Vencedor dos Prêmios Vladimir Herzog e Embratel de Jornalismo, é também Mestre em História Social pela USP. Blogueiro, integra a direção do Centro de Estudos Barão de Itararé.


O Peru elegeu, num pleito dos mais divididos da história, um professor para a Presidência da República. Pedro Castillo, 51 anos, leciona no ensino primário e tem mestrado em psicologia educacional. 

Embora os números oficiais não tenham sido divulgados, até às 11 horas desta terça-feira (8) ele ampliava a vantagem sobre Keyko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori. Seus votos somavam 8.542.834 votos, contra 8.417.843.

Ele ganhou notoriedade em 2017 ao liderar uma greve de professores em várias regiões do país que durou 75 dias. Os manifestantes exigiam, naquele momento, um aumento salarial para professores peruanos.

O símbolo da campanha de Castillo, um lápis gigante, mostra qual foi a motivação da sua campanha, pautada pela necessidade de aumentar a Educação.

Em sua campanha, que lhe garantiu a vitória no primeiro turno, ele propôs que educação e saúde sejam considerados direitos fundamentais dos peruanos, bem como o combate à corrupção -calcanhar de Aquiles de sua adversária, Keiko Fujimori, filha do ditador Alberto Fujimori.

Castillo concorre à Presidência do país andino pelo partido "Peru Libre", que se define como uma agremiação marxista-leninista. O virtual presidente eleito é um "ex-rondero" (membro da ronda de camponeses, uma organização de defesa da comunidade).

Subestimiado pela direita e pela esquerda, a candidatura de Castillo cresceu especialmente nas duas semanas que antecederam as eleições.

O lema de Pedro Castillo na campanha foi "nunca mais um homem pobre em país rico!"

Castillo propõe convocar uma nova Constituição Política, por meio de uma assembleia constituinte, para atribuir ao Estado um papel ativo como regulador do mercado. Nesse projeto, o virtual presidente peruano deseja a nacionalização de setores estratégicos como mineração, gás e petróleo.





Católico não muito praticante – mas de muita fé – sou assumidamente um admirador do pastor evangélico Sérgio Queiroz, da Igreja Cidade Viva.


Cabra Bom, do bem; da linha dos pastores sérios. Infinitamente melhor que muito padreco de meia-tigela que conheço.


O pastor Sérgio não usa o nome de Deus em vão, muito menos explora a fé de suas ovelhas para amealhar fortuna, à semelhança de outros pastores sérios que esta Paraíba tem.

Acredite: o pastor Sérgio se mantém e sustenta a família com seu salário de servidor público federal, não recebe dinheiro da sua igreja. Deus pra ele, portanto, não é um meio de vida, com é para vários outros padres e pastores que invadem nossas casas pela tela de TV implorando por dinheiro.

E o mais importante: o pastor Sérgio realiza um trabalho social digno dos melhores registros.

Eu desconfio da boa fé de todos àqueles que servem ao projeto armamentista, negacionista e, segundo a voz rouca das ruas, genocida, que é este de Jair Bolsonaro. Aliás, de quase todos. O pastor Sérgio é uma raríssima exceção da regra.

Pois bem…
Na sua mais recente pregação, o pastor Sérgio disse o papel da verdade aos hipócritas conservadores, aqueles que, segundo ele, se autodenominam “cidadãos de bem”, “homens de bem”, etc e tal.

Referiu-se, por exemplo, aqueles que são contra o aborto, mas na moita cultuam a pornografia, traem as esposas e maridos, e aprontam todas.

A lapada nos falsos moralistas foi assim: “Você que é homem de bem, mulher de bem, conservador. Quero falar pra você, tá? É muito interessante, meu amigo. Você está olhando pra mim, você que é conservador, que se diz conservador. É muito interessante, né? Você é contra o aborto, não é? Você é contra a corrupção, não é, bonitinho? Mas você é um pornógrafo, não é? Você é um adúltero, não é? Você trai sua mulher, não é? Você trai seu marido, não é, conservadora? Esse conservadorismo que nós temos assistido aí, em que pessoas escolhem algumas coisas bacanas para defender, mas tropeçam em outras inomináveis”, disse.

Esperamos que os falsos moralistas tenham aprendido a lição!!!

Rompidos
João Azevedo e Cícero Lucena desistiram mesmo de participar juntos de eventos? E aquelas tão divulgadas ações conjuntas para mostrar o grau de total afinidade entre eles, mandaram suspender, foi?

É, parece mesmo que tem coisa estranha aí.

Mas rompidos mesmo não estão, garantem os bombeiros de plantão.

Ainda não, dizem uns.
Depende muito da posição dos Ribeiros, afirmam outros.

Por Wellington Farias



Um estudo elaborado pela Universidade de São Paulo (USP) revela de que maneira o presidente Jair Bolsonaro ajudou a disseminar a covid-19 por todo o país. 

Segundo o estudo, o governo Bolsonaro teria atuado conscientemente para disseminar o vírus da covid no Brasil em busca da chamada "imunidade de rebanho". 

A pesquisa foi feita pelo Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário (CEPEDISA), ligado à Universidade de São Paulo.

O levantamento, de 200 páginas, foi revisada e entregue à CPI da Pandemia.

Ele traça uma linha do tempo desde março de 2020 demonstrando medidas que o governo Bolsonaro tomou para facilitar o avanço da covid.

Os autores do estudo apontaram para oito pontos em que o governo foi omisso ou atuou em parceria com o vírus:

Imunidade de rebanho (ou coletiva) por contágio (ou transmissão);

Incitação constante à exposição da população ao vírus e ao descumprimento de medidas sanitárias preventivas;

Tratamento precoce" para a Covid-19 que foi convertido em política pública de saúde;

Banalização das mortes e das sequelas causadas pela doença;

Obstrução sistemática às medidas de contenção promovidas por governadores e prefeitos, justificada pela suposta oposição entre a proteção da saúde e a proteção da economia;

Foco em medidas de assistência e abstenção de medidas de prevenção;

Ataques a críticos da resposta federal à pandemia;

Consciência da ilicitude de determinadas condutas.

Fonte: Conexão Jornalismo



 Em 2018 o mundo prendeu a respiração com a notícia de que um asteróide de magníficas proporções poderia cair sobre o nosso planeta.

Vindo das profundezas do espaço sideral, a imensa montanha de granito pegaria a Terra desprevenida, pois demorou muito a ser percebida pelos telescópios do sistema mundial de monitoramento de corpos celestes.

Depois veio o alívio: o asteróide aproximou-se “apenas” 1 milhão de quilômetros da Terra e se afastou, perdendo-se no espaço.

Mas o Brasil não saiu incólume. Pois nesse mesmo ano foi atingido por um asqueróide. Vindo das profundezas da alma de brasileiros, mesmo aqueles que se acham esclarecidos, o tal corpo terrestre nos atingiu e espalhou pela nossa atmosfera fragmentos e excrementos, saturando o nosso ar de partículas impuras: gases tóxicos de ódio, boatos de todos os tipos – maliciosos, tendenciosos e mentirosos – por todo o território brasileiro.

Uma imensa nuvem de atraso cobriu o nosso céu, fazendo uma sombra medieval sobre o nosso solo, trazendo a destruição da nossa natureza, das nossas árvores, envenenando as nossas águas com a mentira, a desfaçatez.

Como nada é tão ruim que não possa piorar, conforme ensina o velho Murphy, no ano de 2020 instalou-se uma pandemia causada por um vírus letal chamado coronavírus, que trouxe prejuízo para todo o mundo.

A pandemia pegou-nos no pior momento, quando estávamos tentando sobreviver ao ataque do asqueróide.

Semelhante ao desastre ecológico do asteróide que atingiu a península de Yucatán há 65 milhões de anos atrás, e associado à pandemia que ceifa as nossas vidas, esse asqueróide mergulhou o Brasil no atraso e na incerteza. Basta dizer que a educação dos nossos jovens sofreu um retrocesso de duas décadas.

Pior ainda, o asqueróide impediu que a ciência combatesse a pandemia e atuou para que ela se agravasse, pois estimulou a população a desobedecer as recomendações de higiene, as medidas necessárias para impedir o contágio.


Como se não bastasse, omitiu-se na compra de oxigênio para tratar as pessoas acometidas da doença em fase aguda e disseminou a desconfiança contra a necessidade da vacinação.

Quando viu que não podia mais conter a ciência nem sabotar ainda mais as medidas sanitárias, no momento crucial protelou a aquisição das vacinas que poderiam ter salvado dezenas de milhares de vidas.

Mas, da mesma forma que a população começa a desenvolver resistência ao vírus, com a vacina que nos traz a liberdade, embora tardia, o povo já está começando a desenvolver imunidade contra o asqueróide, como mostram os estudos mais recentes.

A luz surgiu no fim do túnel e em 2022 o asqueróide vai ser empurrado de volta para as profundezas, qualquer que seja o antídoto a ser adotado.

Deixará muitas sequelas, não resta dúvida. Mas deixará o nosso povo vacinado contra esse tipo de doença social, para nunca mais se repetir.


  • José Mário Espínola
    Cardiologista, Ex-Presidente e ex-Corregedor do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB)