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Uma sequência que mostra detentos supostamente cantando um jingle do ex-presidente Lula teve seu áudio adulterado. O vídeo foi compartilhado mais de 5,9 mil vezes nas redes sociais desde 3 de outubro de 2022 com a alegação de que se trata da comemoração de eleitores de Lula no presídio após os resultados do primeiro turno das eleições de 2022. Mas a gravação é de julho de 2016 e no áudio original não há qualquer menção ao candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à Presidência.


'E assim que vejo os eleitores do lula, olha como está nos presídios, a culpa é de vocês que o defendem, depois não venha pedir clemência', diz a legenda do vídeo compartilhado no FacebookInstagramKwai e TikTok.

No vídeo é possível ver diversos presos pulando enquanto parecem cantar 'olê, olê, olê, olá, Lula, Lula', jingle comumente ouvido em manifestações a favor do ex-presidente.


Em algumas das gravações que circulam com melhor definição é possível identificar o que está escrito em uma camisa levantada por um dos detentos: 'massa potiguar', fazendo referência aos habitantes do Rio Grande do Norte.

Em algumas das gravações que circulam com melhor definição é possível identificar o que está escrito em uma camisa levantada por um dos detentos: 'massa potiguar', fazendo referência aos habitantes do Rio Grande do Norte. A partir disso, por meio de uma pesquisa no Google, o Checamos localizou a mesma sequência, com mais tempo de duração, publicada em 30 de julho de 2016 em um blog do estado nordestino.

De acordo com o texto, as imagens mostram presos comemorando uma onda de ataques realizada na época no Rio Grande do Norte.

Essa informação também foi publicada pelo jornal local Tribuna do Norte, segundo o qual o vídeo mostra presidiários comemorando ações violentas em Natal, capital do estado, no pavilhão 4 da penitenciária de Alcaçuz.

Fotos internas do presídio publicadas por meios de comunicação possibilitam identificar um cenário muito semelhante ao da gravação.

No vídeo publicado na imprensa identifica-se que os detentos estão gritando 'uh, é a massa' e 'é a massa potiguar', e não o jingle relacionado ao ex-presidente Lula.

Essa mesma gravação já havia viralizado por duas vezes anteriormente, e foi verificada (12) pelo Checamos, relacionada à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contra a prisão em segunda instância e a anulação por parte do ministro Edson Fachin das sentenças da 13ª Vara Federal de Curitiba em ações envolvendo o ex-mandatário.

Na data, procurada pela AFP, a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte confirmou que as imagens foram gravadas em 2016 na penitenciária de Alcaçuz, no município de Nísia Floresta.

Em julho de 2016, o Rio Grande do Norte viveu uma onda de ataquesassociada pelo governo a uma retaliação à instalação de bloqueadores de sinal de celular em presídios da região. A Força Aérea Brasileira (FAB), inclusive, enviou tropas ao estado para ajudar na segurança.

Fonte: Estado de Minas



Bolsonaro é um ator de quinta. Dos piores. Sua intenção está clara. Ele quer pautar o golpe nas agendas da mídia, das instituições civis, do Congresso, do Judiciário e principalmente da Oposição.

Olho a esquerda e a direita e vejo o medo se espalhando. O medo de uma ruptura institucional que só vai ocorrer, se embarcarmos na paranóia e no ataque frontal a Bolsonaro.

Não se fala mais em outra coisa, tanto na mídia corporativa, como nas ditas mídias independentes e também na sociedade civil.

A ordem do dia nas redações, corredores e declarações são as intenções golpistas de Bolsonaro, depois que passou o maior vexame registrado na vida política brasileira pós ditadura. O famoso data show para os embaixadores dos países amigos. Conseguiu ultrapassar o mico do Collor quando foi a tv, antes do seu impedimento, apelar para o "não me deixem só".

De repente, instituições que já deveriam ter apontado e exigido a punição dos crimes de Bolsonaro e seus filhos, desde o início deste pérfido mandato, de repente, quando o delinquente coloca o Brasil numa posição vexaminosa perante o mundo, resolvem reagir.

A última hora é a hora errada sempre, para qualquer reação. Ou se age de modo preventivo, advertindo o protagonista desse roteiro burlesco com medidas repressoras já no início do mandato ou se espera acontecer o que todos imaginam.

Porque? Vão me perguntar os afoitos e desesperados de última hora.

Óbvio e ululante. Não se sofre por antecipação.

Desde que tomou posse, Bolsonaro vem cometendo crimes de responsabilidade, de improbidade, de corrupção, de atentado contra as instituições democráticas e ninguém fez nada, excetuando obviamente os inumeráveis pedidos de impedimento no Congresso, que Lira, o cachorrinho corrupto do presidente engavetou sem a menor cerimônia ou parcimônia.

Mas isso foi a Oposição no Congresso, que sempre fez o papel dela.

Mas das instituições jurídicas e organizações civis, escutamos apenas voto de repúdio e cinco dias para o Planalto explicar ao Supremo, suas ações criminosas e de traição ao país.

E o STF? Que quando recebeu esses pedidos de impedimento se omitiu ´por unanimidade.

Enfim, estranhamente, só agora todos estão alarmados com a real possibilidade de um golpe e a Oposição também está se deixando levar por esse chamado ao caos da Nação.

Sim. Chamado ao caos. Ainda não é hora de ocupar as ruas. Não aconteceu golpe o ainda. Agora a hora é de campanha eleitoral e trabalhar para a vitória do Lula ainda no primeiro turno.

Tudo que o Bolsonaro quer não é ganhar a eleição. Mas impedir a vitória de Lula, que deslegitimaria qualquer pauta de golpe ou suspensão das eleições.

Neste momento mesmo, Bolsonaro não tem nada que o apoie num suposto golpe. Se ele tentar a preço de hoje, sairá algemado do Planalto e irá direto para a prisão. Da mesma forma, se Lula vencer as eleições, Bolsonaro não conseguirá ter sucesso numa tentativa de golpe.

E se entrarmos no jogo do alarmismo, sofrendo antecipadamente por algo que não ocorreu, começar a traçar e praticar estratégias de pressão contra o que ainda não existe, simplesmente essas estratégias perderão sua força de reação quando e se, realmente ocorrer uma ruptura democrática.

Porque não adianta sofrer agora sem nada acontecer, e se há uma real intenção de Bolsonaro contra a Democracia, da qual ele se beneficiou e muito,  isso vai acontecer de um jeito ou de outro. Então as ações motivadas por medo e paranoia não são as melhores soluções.

Uma eficiente e forte campanha eleitoral que una todos os setores democráticos da sociedade brasileira e que chame o povo para uma vitória ainda no primeiro turno é o único caminho viável para evitar que se consume o golpe.

Claro que a mídia , as instituições, o judiciário e outras organizações da sociedade civil, junto com os militares democráticos, devem fazer Bolsonaro sangrar até as eleições, sem realmente ataca-lo mortalmente, porque deste modo ele reagirá como um animal acuado, ou pelo menos ele encenará essa condição e tentará realmente um golpe desesperado no meio do caos.

E nada me convence o contrário de que é exatamente isso que ele quer.

Essas. na minha humilde visão são as estratégias ideais para proteger a Democracia até as eleições. Pressão psicológica em peso pra cima do delinquente, o que já ocorre, e uma eficiente campanha eleitoral que possibilite a vitória de Lula no primeiro turno.

Agitação social é o que menos o Brasil precisa neste momento.

A solução para sairmos desse atoleiro é manter e defender a paz social no país.

Para isso, um dos lados não pode partir para a briga institucional e irracional, propriamente dita, antes das eleições.

Bolsonaro por si só, se enterrará na própria cova.

Que venham as eleições!

Eliseu Mariotti


Aroeira - Brasil 247

A guerra é o caos violento em um nível que a maioria dos povos não conseguem compreender. Mas ainda mais violentos são aqueles que a provocam manipulando peças menores no xadrez global sem empunhar uma arma sequer.

A Europa e os EUA se escondem atrás de envio de armas, colocando mais gasolina na fogueira, manipulando um líder extremista que consegue ser mais burro do que Bolsonaro, para atingir uma potência, uma das duas que conseguem enfrentar a Otan, aliás, uma aliança que não tem mais nenhum sentido em existir, já que não tem qualquer motivação econômica.

Tudo que o o Ocidente busca é um imperio hegemônico global, só que não contavam com a aliança entre a China e a Rússia quando entraram em campo, primeiro com o golpe na Ucrânia em 2014, depois com a ingerência nas manifestações de Hong Kong em 2019/2020. Mas a China não deixou por menos e calou os manifestantes manipulados pela guerra híbrida estadunidense e a Rússia com a invasão da Ucrânia vai terminar com o que essa mesma guerra híbrida começou em 2014.

Essa guerra não está começando, porque ao contrário do que muitos pensam, ela simplesmente está terminando. E quem a está terminando é a Rússia.

A ladainha do momento, dos analistas e redações ocidentais, inclusive do Brasil, é que a “invasão” da Ucrânia é injusta e que “Putin não vai parar por nada agora” em sua chamada busca para retomar os países do antigo bloco soviético. Balela! A Rússia não quer resgatar um bloco extremamente custoso e altamente turbulento.

É impressionante a "desmemorização" da mídia ocidental com relação aos mísseis nucleares que, em outubro de 1962, a então União Soviética de Krushev, pretendia instalar uma base militar de Cuba. Kennedy não aceitou e houve o famoso bloqueio naval por parte da Marinha estadunidense, de modo que o Bloco comunista recuou e a guerra foi evitada.

A diferença hoje, é que a Otan, usando a Ucrânia por meio de seu governante neonazista, e que foi convencido pelos americanos, a instalar uma base da Otan as portas do Urso eslavo, não recua de suas intenções.

E cutucaram tanto o urso adormecido que ele despertou com um rugido que assusta o mundo neste momento. Até o perigo nuclear ressuscitou entre as cinzas dos cogumelos no horizonte de Hiroshima e Nagasaki.

A ingerência da Otan, Europa e Estados Unidos na Ucrânia é tão absurda, que nem Israel, tradicional aliado do Ocidente, apoia as sanções impostas contra Putin. Simplesmente , porque a Ucrânia hoje está nas mãos de nazistas!

Com essa narrativa idiota e cega da mídia ocidental, poucos se preocupam em olhar para a história e as nuances do que aconteceu nos últimos anos que provocaram tal reação de Putin.

As redações ocidentais ainda tentam nos iludir sobre a Ucrânia, simplificando e distorcendo os fatos, simplesmente para que possam continuar com seu trabalho de produzir a agenda de Washington, e que lhes dá uma osso de vez em quando como recompensa.

A chamada “revolução” na Ucrânia é sempre relatada como uma vitória para o Ocidente, pois a “democracia” finalmente matou os poderes malignos da influência soviética, pois a última é sempre pintada como corrupta e nociva para a ordem global. Só que o Ocidente, a despeito do seu maléfico plano de uma ordem global sob seu controle, está apoiando uma Ucrânia nazista!

Apesar disto, há vozes suficientes na mídia alternativa, que chamam o que aconteceu na Ucrânia de 2014, como um golpe de estado apoiado pelos EUA e agora, Zelensky como o novo idiota útil do Ocidente.

Até mesmo o Los Angeles Times , poucos dias antes da invasão, pintou um retrato do novo presidente como um cretino quase inútil disfarçado de herói político que havia perdido um colosso de capital político nos últimos meses, quando as tensões com a Rússia começaram a ser sentidas.

O cruel da guerra é que a Verdade geralmente é a primeira vítima quando as armas começam a pipocar.

E quanto as promessas de apoio do Ocidente ao governo Zelensky? O idiota útil estava crente que haveria tropas da Otan para dar suporte a suas pretensões de ser uma potência neonazista no leste, mas na realidade recebeu apenas um suporte de quantias relativamente pequenas de dinheiro e equipamentos militares.

A OTAN enviará um soldado que seja à Ucrânia para combater os soldados russos? Algum estado membro da UE ou dos EUA fará o mesmo? Eu não consigo visualizar esta possibilidade.

A águia não enfrenta o urso.

E exatamente por este motivo, podemos ver a tensão no rosto de Zelensky em suas postagens nas mídias sociais e sua raiva em relação a Washington, à OTAN e à UE. É tão burro e ingênuo, quanto inescrupuloso. Na mesma medida.

E seguindo o script não escrito, a credibilidade do Ocidente caiu, e sanções são tudo que eles tem, e com certeza isso não vai parar a Rússia.

Esperemos que os próximos capítulos desta guerra sejam cirúrgicos e decisivos, porque uma coisa é certa: as guerras são cruéis, não só no leste da Europa, mas na Palestina, no Iêmen, na Somália, na Líbia, no Líbano, na Síria, no Afeganistão, no Iraque e com certeza, o povo mais fraco e indefeso, são os que não conseguem realmente processa-las.

As vítimas são incontáveis, e os vencedores, cada vez menos são reais.

Eliseu Mariotti

Esse texto do Makely Ka, músico ligado a produção cultural e gestão pública em MG, é muito interessante e trata da suposta polêmica criada por alguns personagens já carimbados, com a eleição de Gilberto Gil, na Academia Brasileira de Letras.

Um texto que abre caminhos para um debate histórico num patamar bem elevado. Não quero ter a pretensão de estar nesse patamar, mas creio que devo me colocar num posicionamento que tenho refletido desde a eleição da Grande Fernanda Montenegro e do Mestre e Sábio Gilberto Gil para a Academia Brasileira de Letras.
Coincidentemente, essa minha reflexão leva exatamente a uma afirmação do autor compartilhado aqui e que me motivou a escrever o porque da minha discordância a somente este ponto do texto do autor compartilhado aqui, o Makely Ka. Em determinado momento, já quase finalizando o autor afirma não levarmos tão a sério a condição de imortal da ABL, Gil como artista já se fez imortal. Nesse ponto concordo, mas quanto a não levar a sério a condição eletiva de imortal da ABL, especificamente discordo.
Explicarei o porque, mas recomendo que leiam primeiro o texto do autor, para depois irem ao meu texto. E assim terem uma ideia exata do que foi o ponto de discordância e opinarem sobre este ponto.
Agradeço de antemão a paciência para ler. Mas para quem fala, escreve e discorre sobre literatura, com certeza, ler estes textos não serão um fardo pesado de se carregar.
Vamos lá. Tenho plena convicção da importância e da condição séria de pessoas como Fernanda e Gil terem entrado para ABL, constando um perfil totalmente diferente em muitas décadas dos escritores que têm sido levados a serem os tão falados imortais.
Mas esperem, não falo em levar a sério o ingresso na ABL por causa de ilustre literatos colocados na condição de imortais e ou por essa supostamente ser uma posição ápice e exclusiva de qualquer escritor brasileiro que, por assim dizer, chegou ao topo.
Não, para mim, isso sim é uma grande bobagem.
Falo sim e defendo essa seriedade, avisando que não irei abordar os perfis absolutamente diferenciados dos dois eleitos para a Academia, mas claro que pelo fundamental fato, sendo já redundante, de que a Academia foi fundada por um negro. O grande e merecidamente imortal Machado de Assis.
E apesar disto, somente depois de mais de um século, é que Gil é o segundo negro na composição dos imortais da Academia.
O que é muito pouco numa instituição literata fundada por um negro num país de muitos escritores e poetas negros, inclusive mulheres, tendo na minha opinião, um exemplo como Carolina Maria de Jesus, catadora de papel que ficou conhecida nos anos 60, depois do lançamento de “Quarto de despejo”, um diário sobre a vida numa favela brasileira, como a mais alta representante do gênero, já que na tese dos acadêmicos seria inviável sair do meio em que originou Carolina, uma escritora.
Inclusive Carolina foi discriminada em um debate na própria ABL, nos anos 80 do séc. XX, sendo afirmado ali que se ela fosse considerada escritora, qualquer um poderia ser. Ora, e não é isso mesmo? O próprio Makely Ka afirmou isso nas entrelinhas em seu texto. Quantos escritores no mundo de origens inviáveis são cults, colocados nos pedestais dos grande escritores mundiais? Tenho vários que poderia nomear aqui. Mas o texto já está ficando longo.
Além disto, O namoro entre Gil e a academia é antigo.
Em 1996 Gilberto Gil lançou o livro “Todas as Letras”, sua primeira obra. A coletânea de composições o fez atender um dos pré-requisitos para que pudesse disputar um assento na ABL: ter ao menos um livro publicado. E Gil, foi a expressão pura do que o autor do texto abaixo afirma.
Da música saiu as palavras, os fonemas e por fim a literatura. Na minha opinião, o que não deve ser levado a sério é a polêmica em torno disso, promovida obviamente por aqueles personagens que se acham donos da cultura, da intelectualidade e do pensamento brasileiro.
Por uma estranha "coincidência", todos brancos. Por isso, sim levemos a sério a ABL, para que suas origens não sejam mais esquecidas e ela continue dominada por uma classe dominante que absolutamente não a concebeu e hoje se apropria da Instituição como se fosse de direito divino e é assim como tem sido por praticamente um século ou mais.
É somente mais uma opinião de um branco. Tenho muito orgulho de vários da minha etnia que representam muito bem a nossa cultura, e nenhum orgulho de muitos. Mas tenho muitos orgulhos de músicos, atores, literatos, artistas plásticos e poetas negros que representam não apenas a cultura negra, mas a diversidade cultural brasileira, por que é exata a minha afirmação de que mesmo nas artes de origens brancas, não houve pudores aos negros de se manifestarem nelas e mostrarem ao mundo com muita dedicação e amor a diversidade cultural de nosso querido, sofrido, espoliado e escravizado Brasil, um país que também foi feito por eles a um preço de sangue e mortes que a história não deixa ficar enterrado e esquecido. E nem deveria, jamais!
E é sabendo disso que afirmo e reafirmo, mais um negro na Academia Brasileira de Letras é coisa séria e é um resgate de uma instituição que tem que ser regida pela força mandatária da cultura popular brasileira, que é a cultura que rege nossa identidade.
Com todo respeito, Makely Ka. Link do texto de Makely Ka https://www.facebook.com/photo?fbid=10159605445177974&set=a.10150175492247974

Eu assisti Mariguella, do talentoso Wagner Moura.

E voltei a minha infância. Voltei dos 5 aos 6 anos de idade.
Minha mãe nos criou com um certa independência para se locomover nas ruas desde tenra idade. Sabíamos atravessar as ruas e ir a pré-escola sozinhos. Uma época, em tese, em que existia uma falsa sensação de segurança.
Era ditadura. Com a censura, não se sabia de maiores perigos.
Mesmo assim vi coisas e tudo que eu via desde muito novo me ficou gravado na memória. Lembro de coisas que me aconteceram aos dois anos de idade. Sei porque, quando falava das minhas memórias, minha mãe ou meu pai, me diziam a idade que eu tinha.
Eu descia a rua da minha casa no final dos anos 60 para comprar pão na padaria. Naquela época se consumia mais o pão chamado bengala ou filão que era o pai do pãozinho francês como conhecemos hoje, apesar do pão francês que nunca foi da França, já existir no Brasil, desde poucos anos antes da Primeira Guerra Mundial.
Pois então, no final da rua, havia uma banca de jornal, a banca do Toninho, em que eu parava já naquela idade para ver as manchetes. Já sabia ler desde os 4 anos de idade, incentivado por minha mãe e amava ler.
Era comum ler nas manchetes de primeira página da Notícias Populares, jornal sensacionalista e sangrento, a morte de "terroristas", lembro de ter lido o nome Marighella ali, soube da morte de Elvis Presley ali, entre outras notícias que marcaram a década de 60 e 70.
Para completar esse cenário, nos anos mais terríveis da ditadura militar, eu morava atrás de uma delegacia de polícia em que havia gritos e berros horripilantes dias e noites inteiros.
Não entendia o que acontecia dentro destas delegacias. A contradição era que anos depois, já adolescente, comprava maconha dentro do próprio distrito policial, no final dos anos 70, ainda em plena ditadura militar, numa época em que ser maconheiro e cabeludo era o pior dos crimes depois de ser comunista.
Assistindo Marighella, lembrei que meu pai foi preso pela Ditadura, porquê comprou por engano um Chevrolet 58 preto, meio mafioso, que havia sido usado por células urbanas da guerrilha de esquerda. Ele não sabia e muito menos fazia o perfil de um esquerdista ou alguém simpatizante com a guerrilha no Brasil.
Era um homem pacato, não se manifestava politicamente, e ficou 8 horas no pau de arara dentro do prédio do Deic, sendo torturado para confessar algo que ele nem entendia ou sabia que existia.
Assim aparentava ou é o que eu sei.
Sua sorte, foi que um cunhado de minha mãe, casado com minha tia, o Tio Ivan era Inspetor da Polícia Civil e matador conceituado dentro da corporação e convenceu seus inquisidores a soltarem meu pai. Conseguiu sair com vida, depois de quase morrer por nada do que sabia.
Fui da Força Aérea ainda na ditadura militar, e sempre tive uma postura de liberdade política e de expressão. Fui detido lá algumas vezes por causa disto. Mas era só. Diziam que era coisa de artista, já que eu também fui músico da Banda Sinfônica da FAB.
Mas...
Eu assisti Marighella e percebi que o passado vive em mim.
Vive nas minhas memórias, vive na realidade política brasileira, vive nas casernas, vive na pobreza e na fome, vive na violência, tortura e assassinato praticados pelo estado, vive na classe média fascista, vive no pobre de direita e finalmente no desmonte do país subserviente novamente a política externa dos EUA.
Teve momentos tão dolorosos no filme que eu pensei: Esse filme está acabando com minha verve revolucionária.
No final do filme, um diálogo que considero fundamental, depois que Marighella, o "preto", totalmente desarmado, foi assassinado (aliás, como a maioria dos pretos assassinados no Brasil) pelo sanguinário delegado Fleury, cujo nome nem é mencionado no filme, o "branco", baseado em Joaquim Câmara Ferreira, morto no pau de arara da foto, e que era o mais próximo do "preto", recebe de seu torturador a notícia da morte do líder da ALN:
-Mataram teu amigo, vocês perderam!
O "branco" somente responde:
-Não. Vocês perderam!
Entendi nessa resposta que sim, "Nós perdemos"! Tanto os cães raivosos que mataram e assassinaram na ditadura militar pelos EUA, quanto a sociedade conservadora que fechava os olhos pra ditadura, os revolucionários perderam paras as prisões, torturas e assassinatos junto a falta de estrutura da guerrilha, mas também a falta de união das esquerdas institucionalizadas no Congresso. Enfim, todos nós os brasileiros perdemos.
Do outro e desse lado do balcão.
O Brasil perdeu!
E continuamos a perder.
-Com as ruas de 2013 manipuladas pelos magnatas texanos do petróleo
-com as pautas bombas lideradas pelo mafioso Aécio Neves e seus asseclas antidemocráticos no Congresso, logo depois das eleições de 2014, contra a presidenta reeleita Dilma Roussef
-com o golpe midiático/jurídico/parlamentar contra essa mesma presidenta em 2016
-com o desmonte dos Direitos Trabalhistas realizado pelo ex-vice presidente e sucessor golpista, traidor e corrupto Michel Temer
-com a ascensão do fascismo moreno de Bolsonaro, promovido pela classe dominante e escravista em 2018, com o apoio da extrema direita estadunidense e mundial, jogando Lula na cadeia e o tirando das eleições
-com o desmonte do Estado Social e de Direito também promovido por este mesmo Bolsonaro
-com o genocídio de mais de 630 mil mortes que poderiam ter sido evitadas, também tendo como o principal responsável o governo Bolsonaro e que ainda não terminou.
-e continuamos a perder novamente e repetidamente com a desunião, disputas egoístas de egos e vaidades da esquerda brasileira.
Estou cansado de viver neste eterno loop temporal, cujo passado histórico se recusa a nos deixar e se torna cada vez pior.
E ainda, estamos todos esperançosos que Lula vai ganhar a eleição.
Vai sim.
Se não o matarem antes. Se novamente não o prenderem antes. Se não derem novamente um golpe militar.
Estou cansado de um passado que insiste em se tornar presente.
E que presente de grego!
Estou cansado de perder!
Até quando vamos assistir de novo, presos eternamente neste loop temporal, a nossa derrota a cada século, a cada década ou a cada dia?
Até quando?
Quando reagiremos e então finalmente, iremos mandar este loop insistente e maléfico, as putas que o pariram?
Eu assisti Marighella e ainda sinto o passado dentro de mim.



No dia da Independência, Bolsonaro foi atrás de conseguir a sua própria independência para fazer do Brasil o quintal de sua casa onde pudesse brincar de miliciano, desvio de verba pública, deixar vencer insumos e vacinas contra a Covid-19 e salvar seus filhos e ele mesmo de serem presos, qualquer coisa nesse sentido, menos ser presidente e governar o país.

Tentou trilhar o caminho do seu love, o ex-presidente Trump, que aliás fracassou retumbantemente, mas como sempre, tudo que Bolsonaro faz dá errado e é pior, estende e aumenta a crise política, econômica e sanitária do país.

Outro fato sintomático e bastante esclarecedor, é que as manifestações antidemocráticas em São Paulo e Brasília, em que foram apenas 5% do público esperado ontem e ainda assim ao preço de R$ 100,00 e uma camisa por manifestante, tiveram muito mais destaque em ataque da grande mídia, do que o registro das manifestações democráticas, pelo país e pelo mundo e que tiveram uma adesão 4 vezes maior do que os atos bolsonaristas.

Parece que a grande mídia não entendeu ou não quer aceitar que o único antídoto contra Bolsonaro é Lula. Esse papo furado de terceira via não procede. Essa conversa é a conversa da direita e dos equivocados que apoiaram e votaram em Bolsonaro e depois se arrependeram, mas ainda querem manter e o papo anti PT e Lula. Só que não, o papo anti PT já perdeu força na maioria da eleitorado brasileiro segundo pesquisas bastante relevantes.

Por isso, já chegou a hora de encerrar a conversa fiada e humildemente aceitar e admitir que erraram e entender que neste momento específico Lula é a saída para o Brasil, a saída deste abismo em fomos atirados.

Será que não dá pra entender que Lula inocentado em 18 processo abertos contra ele em ritmo de Lawfare, prova a sua inocência e a do PT inquestionavelmente? Basta ver que hoje o PT é o maior partido do Brasil. Não só em filiações, mas também em preferência do eleitorado.

A pesquisa do Datafolha, uma empresa ligada a um jornal claramente antipetista, mostra uma grande distância do PT que tem 22% de preferência do eleitorado em relação aos segundo e terceiro colocados, que ficam 20 pontos atrás do PT, com apenas 2%.

Ou seja, qualquer papo tipo, não voto em Bolsonaro, mas também não voto no PT é puro equívoco e preconceito baseado em falta de informação ou também de má fé.

Mas enfim, voltando ao 7 de setembro, Bolsonaro apostou suas fichas nas manifestações de ontem e perdeu. Muito. Ao contrário do que alarmistas ditos progressistas estão propagando em suas colunas. Bolsonaro conseguiu isolar-se definitivamente.

Os militares que o apoiam são da reserva e envolvidos em denúncias de corrupção, a exemplo do gen. Heleno e o gen. Braga Netto. Os milicianos tem mais força no Rio, apesar de tentativas de infiltração nas Pms estaduais. Mas são minorias inquestionáveis. Também minorias, no setores do agronegócio e transportes interestaduais. O empresariado e a Febraban, Federação dos Bancos isolaram a presidência da FIESP que apoia Bolsonaro. O tal do Zé Trovão, que mais parece um garoa, fugitivo covarde não representa os camioneiros. A OAB clama pelo impeachment. Enfim, os apoiadores do presidente não representam 25% da Sociedade Civil organizada. E essa é a fundamental diferença de 1964.

Está isolado politicamente, partidos que não falavam em impeachment já estão debatendo a ideia, como os golpistas PSDB, PSD e PDT. O Centrão, sua base de apoio no Congresso derreteu e entrarão de cabeça na aprovação de um processo de impeachment.

Isso sem contar que nos atos fracassados de ontem, só se via brancos de meia idade e coroas. Bolsonaro perdeu o eleitorado jovem e o multiétnico que já era pouco.

O Senado interrompeu suas atividades até que esse cenário de crise política sai do impasse se defina de uma vez. Por causa disso, as pautas de governo não passarão com aprovação pelo Congresso. No setor do Judiciário, meteu os pés pelas mãos declarando que, e isso foi o mais grave do discurso de 7 de setembro, não obedeceria mais as decisões judiciais do Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte de justiça da República.

Tanto o STF como o TSE já preparam reações a altura e Bolsonaro não perde por esperar.

Enfim, Bolsonaro partiu para o tudo ou nada. A segunda opção também não pode ser definida como nada. Finalmente depois de muito tempo, sofrerá as consequências de seus atos tresloucados no cargo da Presidência da República.

Sua alienação do mundo real é tanta que ele acha que o pior resultado de sua retirada do cargo é a prisão. Não vai parar por aí. Será julgado pelas cortes internacionais como genocida e por crimes contra a humanidade por ser responsável direto por mais de meio milhão de mortes. Isso oficialmente.

No Brasil será condenado por crimes de lesa pátria, corrupção e mais de 100 crimes de responsabilidade, crimes contra a Amazônia e os povos nativos do Brasil. Seus filhos, assim como ele mesmo, serão condenados e presos por corrupção, formação de quadrilha e atentados contra a Democracia e a Constituição Brasileira.

Seu legado, que na verdade não existe, mas suas memórias serão jogadas no lixo da história humana, no lixo da história brasileira. Só não será relegado ao esquecimento total, porque teremos de alertar nossos filhos e netos em sua educação, de toda essa tragédia brasileira, para que a história nunca mais se repita.

E nossa “elite” corrompida e escravista terá de aceitar que as mudanças são inevitáveis e definitivas.

Enfim, depois de anos de sofrimento, o Brasil começa a vislumbrar uma saída para o atoleiro em que foi atirado. Mesmo assim a cura não é fácil. Vem Mourão por aí. Mas tudo bem. 2022 também já está despontado ao alvorecer de um novo tempo.

Que Deus abençoe e guarde os verdadeiros brasileiros.


A Live de lançamento do livro “Luta antifascista em tempos de pandemia” foi um sucesso de debates e exposições dos autores que fazem parte da coletânea de textos progressistas organizados por Washington Rocha.

O Livro contém 9 textos de 9 autores, em sua maioria presos e torturados pela Ditadura Militar, que novamente se mobilizam e vão de encontro a luta contra o fascismo tropical protagonizado pelo presidente Jair Bolsonaro e os militares que compõe o governo.

Com o lema “Em Defesa da Democracia”, o grupo é repleto de ilustres cidadãos da Paraíba e Pernambuco, com alguns radicados em Brasília, e que insistem em ir contra a tese de que o regime de 64 não torturou pessoas. 

E com razão, afinal a maior parte de seus integrantes foram presos e torturados pela ditadura e por incrível que pareça para muitos, também de ex-militares pró democracia que serviram as Forças Armadas na ditadura. Nesses eu me incluo também.

No livro estão textos de jornalistas, professores, ex-líderes de movimentos sociais e filósofos. Textos fundamentais, que baseados em experiências passadas, esclarecem sem meias palavras os tempos sombrios e obscuros que estamos vivendo atualmente no Brasil.

O Grupo “Em Defesa da Democracia” continuará sua luta com mais livros, mais lives com entrevistas e um grande site para expor as opiniões de cidadãos democratas e progressistas, que viveram a ditadura ou não, cujo maior objetivo é enfrentar Bolsonaro e seu grupo bovino fascista, em cujas vísceras formadas de intolerância e racismo existe incubado, um grupo global que busca aos trancos e barrancos, a implantação de uma fascismo planetário.

E voltando ao livro “Luta antifascista em tempos de pandemia”, o mesmo já está disponível aos interessados no Sebo Cultural, em João Pessoa, ao lado do Liceu Paraibano.

O livro expões nove novas perspectivas analíticas sobre Bolsonaro em textos que valem a pena ler e transmitir. 

É importante lembrar que quem estiver residindo fora da Paraíba, também pode adquirir o livro em pdf, com Washington Rocha pelo telefone 83 99672-9960, que será enviado por e-mail.

Divirtam-se. Ou não.



Amigos, amigas e leitores simpatizantes. Como todos sabem, essa pandemia parou 60% da economia principalmente na área de serviços. 



Como jornalista, programador e publicitário estou desempregado, minha pequena empresa está com todos os contratos suspensos e para não ficar melhor, não tenho direito a aposentadoria ainda. Uma falha dos arroubos da juventude. 

Afinal sou um artista e a maioria dos artistas pensa apenas no aqui e agora. E se foi assim comigo, não será diferente daqui pra frente, já que a esta altura da vida pensar no futuro, que não seja aguardar a minha aposentadoria em seu devido tempo é um gigantesco eufemismo bem humorado. 

Porque é assim que sou. 

Bem humorado, irônico e por vezes sarcástico comigo mesmo. 

Mas sou uma artista, sou um músico, saxofonista e violoncelista por dom divino a mim concedido. Foi um presente e que me coloca num patamar privilegiado que está acima dos valores das riquezas terrenas. 

Mas não sou rico, não tenho fundos de investimento, só tenho a mim e o meu trabalho para bancar a minha sobrevivência. Como sou Cristão evangélico por convicção, pensei até investir na carreira de Ministro do Evangelho, o que seria bastante legítimo, já que sou convicto e por tabela garantiria uma boa aposentadoria. 

Não quis. O Evangelho para mim é um modo de vida, uma profissão de Fé que vai além desta vida terrena para a conquista da imortalidade da alma e do corpo em outros lugares deste Universo, segundo o Evangelho de Jesus Cristo. 

Portanto, tenho que lutar e tornar minha sobrevivência uma vivência até enquanto o Divino me conceder capacidade e condições físicas para isso. 

No momento, o que tenho são as notas e tons musicais do saxofone que podem me garantir esta vivência. E mais, possibilitar bons momentos musicais para a audiência, para os amigos, para os amantes da música, para o mundo! Meu nome artístico é DJSax Mariotti. 

Essa ID representa todas as trilhas digitais montadas exclusivamente para acompanhar os temas musicais no saxofone. Poderia ser chamado de playback, mas não tem a mesma formatação. São trilhas montadas digitalmente e exclusivamente, mas gravadas em mais de 55 instrumentos reais de bandas e orquestras em cada nota da escala, em cada efeito bocal, de arco, de cordas ou percussão e montados depois em cada melodia, sequência harmônica e arranjos que cada música exige.

Montei mais de 360 trilhas que tocam bandas e orquestras com tons reais e não digitais.

Por isso estou estreando nesta quarta-feira, 24 de junho, feriado no Nordeste, dia de São João, o Programa Tons de Sax. Inicialmente um programa gravado, ele é um Piloto que foi concebido originalmente para fazer parte de um programa de ajuda aos artistas da Paraíba pelo Governo do Estado. É um programa quase pedagógico em que eu toco meus saxofones acompanhando pelas trilhas digitais e conto a história de cada música.



Não fui selecionado e entendi que era injusto, já que sou um instrumentista profissional e que estava dentro das conformidades do programa social.

A maioria dos artistas beneficiados claramente não precisavam do auxílio, com algumas boas exceções, estas porque as conheço e sei da luta de cada uma, mas as outras são as mesmas figurinhas carimbadas que sempre e presentes em projetos culturais da gestão pública. Normal. O artista tem que estar. É a sua vitrine também.

O problema é que se tratava um projeto social para a Cultura, para o artista que precisa. E essas figuras estão sempre lá, de esquerda, de direita, tanto faz. O negócio é arrebanhar mais um dinheirinho público tirando de quem realmente precisa.


Após mais esta decepção com a gestão pública, que deveria fazer um projeto com alcance de maior magnitude e mais critérios, já que que sempre favorece os apadrinhados, resolvi dar continuidade deste programa na Internet para ver se consigo além de fazer o trabalho que mais gosto, monetizar isso de algum modo e eu possa sobreviver nessa triste época de pandemia horrível a assustadora. 


Aguardem!

Programa Tons de Sax. Um programa em que toco no sax e conto a história de cada música. 

Será as quartas feiras as 19h00 e aos sábados ao as 20h00. E lembrarei a todos vocês para me prestigiarem e curtirem o canal. 

Até lá! Até a próxima quarta! Programas Tons de Sax. Tá com tempo? Com certeza está!




A Revista Caros Amigos, edição mensal foi lançada em São Paulo em abril de 1997 pela editora Casa Amarela. 

Foi minha principal condução para o perfil pessoal e de comunicação que possuo hoje.

Foi concebida por Sérgio de Sousa, Roberto Freire, Jorge Brolio, Francisco Vasconcelos, José Carlos Marão, Alberto Dines, Hélio de Almeida, João Noro e Matthew Shirts. 

A edição de estréia, com o jornalista Juca Kfouri na capa, teve tiragem de 50 mil exemplares.

Com poucos anunciantes, a revista desde o início sobreviveu das assinaturas e da venda de publicações da editora Casa Amarela, da qual alguns de seus editores eram sócios. Em 2002 eram 18 mil assinantes, e em 2009, em torno de nove mil. 

Uma das características que a diferenciaram das demais foi o fato de que a maioria dos autores não recebia pela colaboração e tinha independência para escolher os temas abordados nos artigos. Não havia pauta, com exceção das entrevistas, carro-chefe do periódico. 

Segundo Sérgio de Sousa, a intenção inicial era criar um veículo para se opor ao “pensamento único” que reinava na imprensa durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. A revista se caracterizaria, assim, pela independência de “patrões ou capitalistas”.

Os princípios da revista: “jornalismo crítico, de qualidade e independente, claramente comprometida com a luta democrática e popular”, não foram suficientes para garantir anunciantes nos padrões da grande mídia.

Uma ampla gama de intelecutais e ativistas de expressão nacional e internacional já colaborou com a publicação, entre eles Frei Beto, Eduardo Suplicy e Fidel Castro.

Em dezembro de 2017, a Caros Amigos não suportou as agruras de um cenário político fascista e golpista e fechou as portas para minha tristeza e de muitos que beberam nessa água límpida e cristalina.

Sua melhor fase foi nos seus primeiros 10 anos, e como assinante que fui da Caros Amigos, tenho os exemplares mais raros com matérias em que, se somente alterasse o nome dos personagens políticos da época para os de hoje, não seriam datadas e passariam  tranquilamente como se fossem registro dos temas atuais.

Pensando nisso, à partir de 12 de março, vou republicar no blog, uma série de reportagens e entrevistas com fotos que foram publicadas na revista desde o ano de 1998, para debater e comparar com os acontecimentos políticos no Brasil de hoje. 

O nome desta série será “Revisitando Caros Amigos”.

Vamos nos divertir!


A escolha de Maju Coutinho para comandar sozinha o Jornal Hoje não foi à toa. De acordo com o colunista Daniel Castro, do Notícias da TV, com essa decisão, a jornalista se tornou a favorita para ocupar o posto de Renata Vasconcellos no ‘Jornal Nacional’ daqui a alguns anos.

Maju está com 41 anos, é uma das mais novas entre os apresentadores, e terá o Jornal Hoje como vitrine para se consolidar na função. A Globo queria essa vitrine também para adaptar o formato do telejornal para uma só âncora.

Ainda segundo Daniel Castro, Maju passou muitos apresentadores nessa “corrida” para o cargo de âncora do Jornal Nacional, inclusive Sandra Annenberg, que passará a fazer parte do Globo Repórter no fim de setembro.

Por fim, o colunista ainda informa que por conta da ascensão de Maju não seria surpresa se a produção da Globo sofresse com novas saídas no departamento de jornalismo, uma vez que muitos se sentiram preteridos e o interesse de outras emissoras poderia balança-los.


A perseguição da Famiglia Bolsonaro a jornalistas que são críticos ao governo tem sido a marca registrada de uma gestão com forte perfil neofascista.

E isso tem se destacado com a perseguição dos Bolsonaros, Moro e da PF contra Glen Grenwald, jornalista e diretor do Intercept, na vazajato, série de publicações que divulga mensagens ilegais e criminosas entre Moro e os procuradores da operação lavajato.

Aliás, de modo geral, a situação da liberdade de imprensa no Brasil nunca foi fácil. Em muitos casos os assédios e ameaças acabam terminando em assassinatos de jornalistas.

A Press Emblem Campaign (PEC), divulgou um relatório em dezembro de 2108 que colocou o Brasil como oitavo país do mundo em que mais jornalistas foram mortos naquele ano.

Na semana passada, o Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ) divulgou um estudo sobre os países com os maiores índices de impunidade de crimes contra jornalistas.

O Brasil é o 10º país mais impune, de acordo com o ranking liderado pela Somália e que conta com as presenças de Síria, Iraque, Afeganistão e Paquistão, entre outros.

Os ataques a jornalistas no Brasil, tem tido mais um campo de terror na evolução que acompanha a tecnologia, e o motivo são grupos organizados de extrema direita na Internet, que arregimentam seguidores para atacar qualquer formador de opinião que não esteja alinhado com as políticas, se é que pode se chamar disso, do governo Bolsonaro.

“Eu vivia a ilusão de que a verdade é um escudo protetor do jornalista. E ela não é esse escudo tão protetor assim”, avalia a experiente repórter Elvira Lobato, em entrevista, na Casa Pública(Agência de Jornalismo Investigativo), sobre os ataques e assédios direcionados a jornalistas.

Ao seu lado, a repórter da Rádio Guaíba Vitória Famer conta seu sofrimento ao ser exposta e ofendida nas redes por um vídeo que manipulou informações a respeito de uma reportagem de sua autoria sobre um ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). “Antigamente era mais uma tentativa de ofensa aos jornais, portanto era um ataque ao CNPJ. Agora é um ataque ao CPF. É algo mais direto aos jornalistas”, avalia.

Ambas concordam que nada é mais agressivo do que atacar a liberdade de trabalho do repórter. “Psicologicamente é um impacto terrível”, afirma Elvira.

Além disso, o estado promove pressões e perseguições a jornalistas, sempre que percebe um oU outro profissional que não vende o seu jornalismo, que trabalha com fatos verdadeiros e sem distorções. Principalmente quando essa ética atinge o governo em suas práticas ilícitas.

Estamos presenciando vários exemplos de perseguições manifestadas nos grandes veículos de comunicação do Brasil.

Em 2016, José Trajano, grande cronista esportivo e ex Diretor de Jornalismo da ESPN, o primeiro aliás, teve seu contrato rescindido pela emissora insatisfeita com algumas manifestações de cunho político proferidas pelo jornalista com relação ao impeachment de Dilma Rousseff.

O jornalista esportivo e crítico Juca Kfouri, que estava há 14 anos no canal ESPN, foi um dos 13 jornalistas da emissora demitido na úlima quarta(14). Ele é de uma linhagem de profissionais que analisa e é crítico de temas mais relevantes como política e sociedade. Sua demissão veio justamente após uma entrevista que ele fez com Dilma Rousseff para a TVT. '.

Depois de  pouco mais de um mês, afastado de suas funções na Rede Record, emissora que se alinhou e aliou ao governo Bolsonaro totalmente desde a campanha eleitoral,  onde apresentava o vitorioso Domingo Espetacular, o jornalista Paulo Henrique Amorim acabou morrendo em consequência de um mal súbito.

Conhecido por seus posicionamentos essencialmente à direita e antipetistas, o historiador e comentarista político Marco Antonio Villa, anunciou, nesta segunda-feira (24), sua demissão da rádio Jovem Pan. Ele havia sido suspenso por 30 dias de suas funções, em maio. Villa foi suspenso por razões que seriam suas críticas a Jair Bolsonaro. Em uma das que mais criaram polêmica, ele declarou que o presidente é “um embusteiro que tenta enganar as pessoas”.

Após dar diversas opiniões políticas contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL), a jornalista Rachel Sheherazade foi punida por Silvio Santos. A âncora do SBT Brasil deixará de apresentar o jornal às sextas-feiras a partir de hoje, 9 de agosto.

Eu mesmo, Eliseu Mariotti, sofri discriminação recentemente em uma empresa de comunicação de João Pessoa, por pessoas que não aceitaram meu posicionamento político, chegando mesmo até ouvir que eu seria mais aceito se não fosse "tão" progressista.

Com esse cenário é fundamental o apoio da categoria e da sociedade civil organizada ao Intercept e Glen Grenwald, porque os ataques vão continuar e vem coisa pesada por aí.

Enfim, temos que enfrentar. Não podemos deixar de publica a Verdade. Não podemos enterrar os fatos. Como já disse o próprio Juca Kfouri depois da demissão: -“Os tempos são duros, mas já foram piores”.

#LulaLivre!