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Reprodução/Internet

Depois das derrotas do Governo Lula no Congresso sobre temas da pauta de costumes, a oposição bolsonarista percebeu que o caminho para anular o poder de voto dos candidatos governistas nos municípios é colocar esse governo em conflito com suas bases e o eleitorado conservador, principalmente entre os cristãos. Um exemplo claro e forte desta estratégia é o projeto de lei 1904/24.

A proposta de lei 1904/24, apresentada pelo deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), representa um exemplo clássico de conservadorismo retórico, uma manobra destinada a atender interesses eleitorais à custa dos direitos humanos e da saúde das mulheres. Este projeto de lei, que compara o aborto a homicídio, não é apenas um retrocesso jurídico e social, mas também um ataque direto às conquistas fundamentais das mulheres brasileiras.

A apresentação dessa lei em um ano de eleições municipais é uma demonstração clara do oportunismo político da extrema direita. Ao mirar os eleitores evangélicos, cristãos e conservadores, Cavalcante tenta angariar apoio de uma base específica, prejudicando deliberadamente o PT, (criando conflitos na base eleitoral) e o governo progressista do presidente Lula no pleito. Este movimento calculado não visa o bem-estar da sociedade, mas sim a consolidação de um poder baseado no conservadorismo da extrema direita e na manipulação de valores morais com fins políticos.

Diferença Fundamental entre Aborto e Homicídio

É uma excrescência comparar aborto ao homicídio, e essa comparação revela uma profunda falta de compreensão sobre os direitos reprodutivos das mulheres e a complexidade das questões envolvidas.

O homicídio é a interrupção ilegal da vida de uma pessoa já nascida e reconhecida como um indivíduo com direitos completos sob a lei. Já o aborto é a interrupção de uma gravidez, que envolve o corpo e a saúde da mulher que está gestando. Essa distinção é crucial porque, no caso do aborto, estamos tratando de uma questão que envolve a autonomia corporal da mulher e seu direito de decidir sobre seu próprio corpo e saúde.

Comparar aborto a homicídio é uma negação dos direitos reprodutivos das mulheres, que incluem o direito de decidir se, quando e sob quais circunstâncias ter filhos. Isso é um componente essencial da autonomia pessoal e da igualdade de gênero. Forçar uma mulher a levar adiante uma gravidez indesejada é uma forma de controle estatal sobre o corpo feminino, violando direitos fundamentais.

Contramão dos Direitos Humanos Internacionais

Internacionalmente, essa proposta de lei coloca o Brasil na contramão da história e do progresso. Organizações como a ONU e diversos países europeus já condenaram esse tipo de legislação, que desrespeita os direitos reprodutivos das mulheres e ignora os avanços globais em matéria de saúde pública e direitos humanos. Ao insistir em uma agenda retrógrada, Sóstenes Cavalcante não só ignora as evidências científicas e as recomendações internacionais, mas também coloca o Brasil em uma posição vergonhosa perante a comunidade internacional.

Países com legislações mais progressistas sobre o aborto geralmente têm melhores resultados de saúde materna e maior igualdade de gênero. Equiparar o aborto ao homicídio vai na contramão desses avanços e coloca o Brasil em uma posição retrógrada em relação aos direitos das mulheres.

Consequências Sociais e Psicológicas e para a Saúde Pública

A criminalização do aborto tem graves consequências psicológicas e sociais. Mulheres que são forçadas a levar adiante uma gravidez indesejada podem sofrer danos psicológicos significativos, além de enfrentar estigmatização social, ameaça de prisão e dificuldades econômicas. Isso afeta não apenas as mulheres, mas também suas famílias e comunidades.

Comparar o aborto ao homicídio é uma excrescência porque simplifica uma questão complexa, além de ignorar os direitos e a autonomia das mulheres, perpetua uma agenda política conservadora que prejudica a saúde e a igualdade de gênero. Em vez de avançar políticas que respeitem e protejam os direitos das mulheres, essa comparação serve apenas para perpetuar um ciclo de opressão e desigualdade. A sociedade brasileira deve resistir a essas tentativas de retrocesso e continuar lutando por um futuro onde os direitos reprodutivos e a autonomia das mulheres sejam plenamente respeitados.

As consequências dessa lei para meninas e mulheres estupradas que engravidarem são gravíssimas e inaceitáveis. Primeiramente, a proibição do aborto em casos de estupro força vítimas a carregarem uma gravidez indesejada, causando traumas psicológicos severos e perpetuando um ciclo de violência. Além disso, a criminalização do aborto coloca essas mulheres em situações de risco, levando muitas a recorrerem a métodos inseguros e clandestinos, com altos índices de mortalidade materna. O impacto na saúde física e mental dessas mulheres é devastador, comprometendo suas vidas e violando seu direito à dignidade.

Reação em cadeia, não na cadeia

A reação da sociedade civil e das mulheres, que já começam a tomar as ruas em protesto, é um reflexo da indignação e resistência contra essa barbárie. Movimentos feministas, organizações de direitos humanos e cidadãos conscientes se unem para combater essa legislação absurda e defender os direitos das mulheres. As manifestações são uma demonstração poderosa de que a sociedade brasileira não aceitará passivamente a retirada de direitos fundamentais e continuará a lutar por um país mais justo e igualitário.

A articulação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para votar a urgência dessa lei só reforça a conivência/cumplicidade com esse ataque aos direitos das mulheres. Lira, ao priorizar essa pauta, demonstra uma clara aliança com o conservadorismo extremo e uma total falta de compromisso com a justiça social e os direitos humanos. A postura de Lira é, no mínimo, canalha e preocupante, pois coloca interesses políticos pessoais acima do bem-estar da população feminina do Brasil.

Em resumo, o Projeto de Lei 1904/24 é uma afronta aos direitos das mulheres e um grave retrocesso social. É crucial que a sociedade continue a se mobilizar contra essa proposta, defendendo um Brasil onde os direitos reprodutivos e a dignidade humana sejam plenamente respeitados.
Reprodução da Internet

Nos becos sombrios da história, o fascismo nunca desapareceu realmente. Espreitando nas sombras, está sempre pronto para ressurgir com nova fantasia. E por este motivo, muitos críticos apontam que a mídia corporativa global tem sido cúmplice, senão protagonista, nesse revival sinistro. No entanto, o que é chamado de "novo fascismo" não passa de uma versão reciclada do fascismo tradicional, agora adaptada às novas realidades e tecnologias do século XXI.

A Renascença do Autoritarismo

O fascismo clássico, por assim dizer, emergido nas décadas de 1920 e 1930, foi marcado pela centralização do poder, a glorificação de um líder carismático, o nacionalismo exacerbado e a supressão brutal de dissidência. Seus métodos eram visíveis, seus horrores palpáveis. No entanto, se as estratégias mudaram com o tempo, os objetivos do fascismo moderno permanecem assustadoramente familiares.

Atualmente, esse velho espectro ressurge com novas ferramentas à sua disposição. A mídia corporativa, com seu alcance global e poder de moldar narrativas, tem desempenhado um papel crucial nesse processo. Através de uma combinação de desinformação, manipulação emocional e amplificação de vozes autoritárias, a mídia muitas vezes ajuda a pavimentar o caminho para o retorno de políticas e ideologias que antes julgávamos enterradas e relegadas ao passado.

A era digital trouxe uma proliferação de plataformas de informação, mas paradoxalmente, também fortaleceu o controle centralizado de grandes conglomerados midiáticos. Estes conglomerados frequentemente determinam quais vozes são amplificadas e quais são silenciadas. Através de manchetes sensacionalistas, cobertura enviesada e a perpetuação de discursos polarizadores, a mídia corporativa cria um ambiente onde o fascismo pode renasce e pode prosperar com uma imagem supostamente nova e contemporânea.

Esse novo fascismo adota um verniz de respeitabilidade e conservadorismo, utilizando a linguagem da democracia e da liberdade enquanto, na prática, mina esses mesmos valores. Através da repetição incessante de narrativas que demonizam minorias, exaltam líderes fortes e depreciam a complexidade da política. Neste terreno fértil, a mídia contribui para a construção de uma sociedade mais receptiva ao autoritarismo.

Uma das armas mais potentes deste suposto "novo" fascismo é a desinformação. Notícias falsas e teorias da conspiração, disseminadas amplamente através de redes sociais e veículos de mídia de massa, criam um ambiente de medo e incerteza. Nesse caos informacional, a figura do "salvador forte" se torna atraente para muitos, ressoando com as antigas táticas fascistas de apresentar um líder carismático como a solução para todos os problemas.

A supressão da dissidência continua sendo uma característica central do "novo" fascismo. No entanto, as estratégias modernas são mais sutis. Em vez de campos de concentração e execuções sumárias, vemos campanhas de difamação, censura velada e a marginalização de vozes opositoras através de algoritmos e políticas corporativas. A mídia corporativa, ao alinhar-se com interesses políticos e econômicos, frequentemente ignora ou minimiza vozes críticas, contribuindo para um ambiente onde o dissenso é desestimulado.

A Origem das Fake News

As "fake news", ou notícias falsas, não são um fenômeno exclusivamente moderno; suas raízes remontam a tempos antigos. Desde que o ser humano começou a comunicar-se por meio de escrita e linguagem, a disseminação de informações falsas tem sido utilizada como uma ferramenta para manipular, enganar e influenciar.

Na Roma Antiga, por exemplo, o imperador Augusto utilizava propaganda para desacreditar seus inimigos políticos. Durante a Idade Média, rumores e mentiras eram frequentemente espalhados para incitar revoltas ou justificar guerras. No entanto, o termo "fake news" ganhou destaque contemporâneo com a ascensão da internet e das redes sociais, que proporcionaram um ambiente fértil para a rápida disseminação de informações, verdadeiras ou falsas, a uma audiência global.

A explosão de mídias sociais, blogs, e outras plataformas de comunicação digital no início do século XXI criou novas dinâmicas de informação, onde qualquer pessoa pode criar e compartilhar conteúdo sem a necessidade de verificação ou validação. Este cenário, aliado à busca incessante por cliques e engajamento, propiciou o surgimento de um vasto ecossistema de fake news.

As fake news

Analisando as fake news, é fácil classifica-las em algumas categorias principais que servem de direção para identifica-la ao que exatamente elas estão servindo:

1. Manipulação Política
  • Uma das motivações mais comuns para a criação de fake news é a manipulação política. Partidos, candidatos e governos utilizam notícias falsas para influenciar a opinião pública, desacreditar adversários, ou promover agendas específicas. Este uso de desinformação é particularmente evidente durante períodos eleitorais, onde o impacto das fake news pode alterar significativamente o resultado de votações.
2. Ganhos Financeiros
  • Muitos criadores de fake news são motivados pelo lucro financeiro. Notícias sensacionalistas, chocantes ou altamente polarizadoras geram mais cliques, compartilhamentos e visualizações, que podem ser monetizados através de publicidade. Sites e páginas de redes sociais que se especializam em fake news frequentemente lucram com o tráfego gerado por suas postagens virais.
3. Desestabilização Social
  • Fake news também são usadas como uma arma para criar caos e desestabilização social. Governos ou grupos externos podem disseminar desinformação para semear discórdia, medo e desconfiança em sociedades adversárias. Esta tática pode enfraquecer a coesão social e minar a confiança nas instituições democráticas.
4. Reputação e Vingança
  • Individuais ou grupos podem criar e espalhar fake news para destruir reputações pessoais ou empresariais. Difamação e calúnia são antigas ferramentas de vingança, agora amplificadas pelo alcance instantâneo das redes sociais.
5. Entretenimento e Sátira
  • Embora menos maliciosas, algumas fake news são criadas puramente para entretenimento ou sátira. No entanto, a falta de clareza entre o que é sátira e o que é apresentado como fato pode levar a uma confusão significativa entre os consumidores de notícias.
Conclusão

O novo fascismo, portanto, não é uma novidade. É uma continuação, uma adaptação do velho fascismo às novas realidades do mundo moderno. E a mídia corporativa global, através de suas práticas e escolhas editoriais, tem sido acusada de flertar perigosamente com essa ideologia. O desafio para a sociedade contemporânea é reconhecer essas táticas, criticar essas alianças e lutar pela preservação de uma mídia verdadeiramente livre e plural, que sirva ao interesse público e não aos desígnios autoritários. Somente assim poderemos evitar que os fantasmas do passado se tornem os senhores do presente.

E na outra ponta, as fake news. A proliferação dessa modalidade de "informação" representa um desafio significativo para a sociedade contemporânea. Suas origens históricas mostram que a disseminação de informações falsas é uma prática antiga, mas a escala e velocidade com que podem ser propagadas hoje são sem precedentes. Entender os objetivos por trás das fake news é crucial para desenvolver estratégias eficazes de combate e educação, promovendo um ambiente informacional mais saudável e confiável. A alfabetização midiática e a verificação rigorosa de fatos são ferramentas essenciais na luta contra a desinformação, garantindo que a verdade prevaleça em meio ao ruído.

Reprodução | Redes Sociais

Maria da Conceição Tavares, nascida em Aveiro, onde o mar beija a terra com um abraço eterno, veio ao mundo com uma mente que desafiaria os tempos. Em Portugal, sua terra natal, ela começou a trilhar um caminho que a levaria ao Brasil, um país que adotaria como lar e campo de batalha intelectual.

Em suas mãos, a economia brasileira encontrou uma guia, uma voz que articulava as complexidades com a simplicidade de quem conhece o coração do país. Na UFRJ e na Unicamp, ela ensinou não apenas com livros e projeções, mas com a história viva que cada aluno trazia consigo. Seu método era não apenas transmitir conhecimento, mas despertar a curiosidade e o desejo de entender mais.

Maria da Conceição Tavares foi uma voz poderosa na economia brasileira, uma defensora incansável do desenvolvimento com justiça social. Ela acreditava que o Estado tinha um papel fundamental no desenvolvimento econômico do país, e essa foi uma das linhas fortes de sua pensamento.

Ela era conhecida por sua defesa fervorosa do Plano Cruzado e pelo combate à inflação, um momento crucial na história econômica do Brasil. Em 1995, ela deu uma entrevista ao programa “Roda Viva”, onde expressou suas críticas ao que ela via como uma falácia na abordagem da economia brasileira: a necessidade de primeiro estabilizar, depois crescer e depois distribuir. Argumentava que essa sequência não funcionava bem no Brasil, pois o país não conseguia estabilizar, crescer de forma consistente e distribuir os benefícios de forma equitativa.

Tavares também foi influenciada por outros economistas progressistas como Celso Furtado, Caio Prado Jr. e Ignácio Rangel, que acreditavam que a economia não podia ser separada do contexto social e político. Sempre defendeu que a economia era um instrumento para melhorar socialmente e politicamente uma nação.

Sua carreira foi marcada por passagens importantes no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Grupo Executivo da Indústria Mecânica Pesada (Geimape). Ela também lecionou no Chile e no México, compartilhando suas ideias com gerações de estudantes.

Maria da Conceição Tavares deixou um legado indelével na economia brasileira, não apenas por suas ideias, mas também por sua dedicação à formação de novos economistas que continuariam a trabalhar pela justiça social no país. Seu pensamento continua a inspirar aqueles que buscam uma economia mais inclusiva e equitativa.

Com o PT, ela entrou na arena política, onde suas ideias econômicas se entrelaçaram com a luta social. Foi uma deputada federal, mas também uma conselheira, uma voz que ecoava nas salas de decisão com a força de suas convicções.

Os prêmios que recebeu foram apenas reconhecimento público do que ela já sabia: que sua obra era mais do que números e teorias; era uma paixão por um Brasil melhor. O Prêmio Jabuti e o Prêmio Almirante Álvaro Alberto foram apenas pontapés no caminho de uma jornada que nunca terminaria.

Em Nova Friburgo, onde o verde dos campos se mistura com o azul do céu serrano, ela deixou sua marca. Seu legado é como as montanhas ao redor: imponente e eterno. E quando Lula chamou-a de “uma das maiores da nossa história”, ele não estava errado. Maria da Conceição Tavares foi mais do que uma economista; foi uma poetisa da realidade brasileira.

Seu nome é agora parte do tecido da nação, um fio que une passado e futuro. E embora ela tenha partido para o céu em 2019, sua memória permanece viva, como as palavras de Saramago que continuam a inspirar gerações futuras.



Bolsonaro é um ator de quinta. Dos piores. Sua intenção está clara. Ele quer pautar o golpe nas agendas da mídia, das instituições civis, do Congresso, do Judiciário e principalmente da Oposição.

Olho a esquerda e a direita e vejo o medo se espalhando. O medo de uma ruptura institucional que só vai ocorrer, se embarcarmos na paranóia e no ataque frontal a Bolsonaro.

Não se fala mais em outra coisa, tanto na mídia corporativa, como nas ditas mídias independentes e também na sociedade civil.

A ordem do dia nas redações, corredores e declarações são as intenções golpistas de Bolsonaro, depois que passou o maior vexame registrado na vida política brasileira pós ditadura. O famoso data show para os embaixadores dos países amigos. Conseguiu ultrapassar o mico do Collor quando foi a tv, antes do seu impedimento, apelar para o "não me deixem só".

De repente, instituições que já deveriam ter apontado e exigido a punição dos crimes de Bolsonaro e seus filhos, desde o início deste pérfido mandato, de repente, quando o delinquente coloca o Brasil numa posição vexaminosa perante o mundo, resolvem reagir.

A última hora é a hora errada sempre, para qualquer reação. Ou se age de modo preventivo, advertindo o protagonista desse roteiro burlesco com medidas repressoras já no início do mandato ou se espera acontecer o que todos imaginam.

Porque? Vão me perguntar os afoitos e desesperados de última hora.

Óbvio e ululante. Não se sofre por antecipação.

Desde que tomou posse, Bolsonaro vem cometendo crimes de responsabilidade, de improbidade, de corrupção, de atentado contra as instituições democráticas e ninguém fez nada, excetuando obviamente os inumeráveis pedidos de impedimento no Congresso, que Lira, o cachorrinho corrupto do presidente engavetou sem a menor cerimônia ou parcimônia.

Mas isso foi a Oposição no Congresso, que sempre fez o papel dela.

Mas das instituições jurídicas e organizações civis, escutamos apenas voto de repúdio e cinco dias para o Planalto explicar ao Supremo, suas ações criminosas e de traição ao país.

E o STF? Que quando recebeu esses pedidos de impedimento se omitiu ´por unanimidade.

Enfim, estranhamente, só agora todos estão alarmados com a real possibilidade de um golpe e a Oposição também está se deixando levar por esse chamado ao caos da Nação.

Sim. Chamado ao caos. Ainda não é hora de ocupar as ruas. Não aconteceu golpe o ainda. Agora a hora é de campanha eleitoral e trabalhar para a vitória do Lula ainda no primeiro turno.

Tudo que o Bolsonaro quer não é ganhar a eleição. Mas impedir a vitória de Lula, que deslegitimaria qualquer pauta de golpe ou suspensão das eleições.

Neste momento mesmo, Bolsonaro não tem nada que o apoie num suposto golpe. Se ele tentar a preço de hoje, sairá algemado do Planalto e irá direto para a prisão. Da mesma forma, se Lula vencer as eleições, Bolsonaro não conseguirá ter sucesso numa tentativa de golpe.

E se entrarmos no jogo do alarmismo, sofrendo antecipadamente por algo que não ocorreu, começar a traçar e praticar estratégias de pressão contra o que ainda não existe, simplesmente essas estratégias perderão sua força de reação quando e se, realmente ocorrer uma ruptura democrática.

Porque não adianta sofrer agora sem nada acontecer, e se há uma real intenção de Bolsonaro contra a Democracia, da qual ele se beneficiou e muito,  isso vai acontecer de um jeito ou de outro. Então as ações motivadas por medo e paranoia não são as melhores soluções.

Uma eficiente e forte campanha eleitoral que una todos os setores democráticos da sociedade brasileira e que chame o povo para uma vitória ainda no primeiro turno é o único caminho viável para evitar que se consume o golpe.

Claro que a mídia , as instituições, o judiciário e outras organizações da sociedade civil, junto com os militares democráticos, devem fazer Bolsonaro sangrar até as eleições, sem realmente ataca-lo mortalmente, porque deste modo ele reagirá como um animal acuado, ou pelo menos ele encenará essa condição e tentará realmente um golpe desesperado no meio do caos.

E nada me convence o contrário de que é exatamente isso que ele quer.

Essas. na minha humilde visão são as estratégias ideais para proteger a Democracia até as eleições. Pressão psicológica em peso pra cima do delinquente, o que já ocorre, e uma eficiente campanha eleitoral que possibilite a vitória de Lula no primeiro turno.

Agitação social é o que menos o Brasil precisa neste momento.

A solução para sairmos desse atoleiro é manter e defender a paz social no país.

Para isso, um dos lados não pode partir para a briga institucional e irracional, propriamente dita, antes das eleições.

Bolsonaro por si só, se enterrará na própria cova.

Que venham as eleições!

Eliseu Mariotti



É guerra na Europa. Não é a primeira desde 1945, como se ouve muito na imprensa chapa branca hoje em dia, porque teve a guerra sangrenta e genocida da Iugoslávia.

E além do fato, isso em si já grave e assustador, o debate tem sido tumultuado entre a esquerda com ela mesma e também a direita com ela mesma. É a primeira vez que os tons discordantes, estão colocando do mesmo lado, especificamente sobre a guerra Rússia/Ucrânia, direitistas e esquerdistas, a favor ou contra a Rússia, e que perturbam a narrativa da realidade nua e crua da guerra na Europa.

Meu posicionamento sempre foi estar do lado daqueles que se opõe e reagem a expansão do império estadunidense e que lutam contra países neonazistas/nazistas. Portanto nesse caso, a Rússia conta com parte de minha simpatia.

Mas ouso entregar-me a uma reflexão que me coloca na frente do espelho e que me questiona sobre o fundamentalismo de minhas posições a partir de uma declaração do Lula sobre a guerra na Europa.

-"Basta de guerra, queremos, paz, queremos trabalho, queremos liberdade e queremos respeito, e quem sabe a gente possa construir um mundo melhor."

Isso me faz ver no espelho que não sou apenas Rússia contra a Otan e ponto final. Não. Sei que a questão russa sobre a segurança em suas fronteiras é algo de essencial importância. Mas é bom não esquecer que a Rússia é uma ditadura capitalista, a seu modo tem uma política imperialista no Leste Europeu.

Então talvez pelo menos a esquerda brasileira tenha de encontrar uma convergência no discurso e narrativas sobre a guerra e que nos faz ser distinguidos da narrativa da direita que não está subserviente a agenda de Washington. Porque mesmo assim, é direita e direita não pensa no povo e nem nos trabalhadores. Não comungamos com eles.

Tem havido comunicados que mostram posicionamentos da esquerda em vários países.

-"Os maiores perdedores da guerra são os trabalhadores, os pobres, as mulheres e os jovens."

Comunicado de vários partidos socialistas da Turquia e do Norte do Curdistão . Os povos não têm de escolher entre a OTAN, por um lado, e a Rússia, por outro. Em vez disso, temos de estar ao lado das pessoas em todo o mundo que estão lutando na guerra.

"-Todas as nacionalidades, trabalhadores e trabalhadores de nosso país devem se unir contra a guerra, e o militarismo."

A declaração do Partido Comunista Grego segue uma linha semelhante :

-“A resposta do ponto de vista dos interesses do nosso povo não está em aderir a um ou outro pólo imperialista. O dilema não é EUA-Rússia ou OTAN-Rússia. A luta da classe trabalhadora e do povo deve traçar um caminho independente, longe de todos os planos burgueses e imperialistas”.

Esta posição tem sido manifesta de uma forma ou de outra por muitos grupos anarquistas, socialistas e comunistas em todo o mundo.

No mínimo parece coerente e adequada para os trabalhadores à primeira vista. Afinal, quem quer arriscar a vida pela classe dominante? Quem em sã consciência mataria outras pessoas de sua mesma classe social, de outras nacionalidades para as elites russa, alemã, estadunidenses ou ucraniana e pior, arriscaria a própria vida no ato de cometer esse crime?

No entanto, toda guerra precisa de soldados que estejam dispostos a lutar e a preparação ideológica correta da população.

-“A guerra é uma matança metódica, organizada e colossal. Para o assassinato sistemático, no entanto, a intoxicação apropriada deve primeiro ser gerada em pessoas comuns. Este sempre foi o método bem estabelecido dos líderes beligerantes”-. Escreveu Rosa Luxemburgo.

Toda nação guerreira diz a seus concidadãos por que eles deveriam morrer por eles em caso de dúvida. E assim uma posição contrária, simples e razoável será denunciada como uma traição à pátria, à liberdade ou à vida humana. E deve-se tornar hegemônico um mito que estimule os súditos a atos heróicos.

A guerra santa por defesa.

Um dos elementos centrais deste mito é que sempre é o adversário quem ataca. A barbárie da guerra é tão flagrante que mesmo os regimes mais reacionários assumem falsamente a narrativa da guerra como último recurso de defesa.

Quando a Alemanha entrou na Primeira Guerra Mundial, Guilherme II abriu o famoso discurso do trono de 4 de agosto de 1914 e enfatizou que era função de seu governo manter a paz por tanto tempo.

-“Durante quase meio século conseguimos permanecer no caminho da paz. As tentativas de acusar a Alemanha de inclinações bélicas e de restringir sua posição no mundo muitas vezes testaram severamente a paciência de nosso povo”,

Ou seja, aparentemente Guilherme queria evitar o “extremo” até o fim, mas agora, "em legítima defesa forçada, com a consciência limpa e as mãos limpas, pegamos a espada”.

Logo antes da Segunda Guerra, imediatamente após a transferência do poder para os nazistas, Hitler fez um discurso de paz bem recebido e alguns anos depois foi "rebatido". Lyndon B. Johnson explicou sobre a Guerra do Vietnã que os EUA estavam travando uma guerra lá contra uma "poderosa agressão" do "expansionismo comunista". E Harry S. Truman liderou as tropas americanas na Guerra da Coréia para conter a "agressão" comunista e preservar a "paz e a segurança internacionais".

Putin também vende a invasão da Ucrânia para sua própria população como um ato defensivo. Em longos discursos, ele explica a natureza preventiva de sua invasão da Ucrânia. O motivo central de suas justificativas são “aquelas ameaças fundamentais que estão sendo dirigidas de forma grosseira e descaradamente ao país russo, ano após ano, passo a passo, por políticos irresponsáveis ​​no Ocidente. E quer dizer com isso, -"a expansão do bloco da OTAN para o leste, aproximando sua infraestrutura militar da fronteira da Rússia”, disse o autocrata russo em sua declaração de guerra de 24 de fevereiro .

Não está errado sobre as intenções dos EUA/Otan. Nesse caso há sim uma motivação. Mas já é consenso, entre os que realmente defendem a paz, que a invasão a Ucrânia foi precipitada.Não foi assim no início da invasão. Todos apoiavam uma consensual reação ao expansionismo militar europeu/norte-americano.

Mas os pensamentos juntos aos fatos vão evoluindo em teses analíticas já divergentes daquelas do início da guerra há 10 dias.

Mas isso "não é agressivo". A Rússia "não vai atacar ou explodir ninguém". Putin faz um discurso no dia em que a Rússia ataca e explode. Porque: “Com uma grande exceção. A expansão da OTAN e a incorporação formal ou informal da Ucrânia na OTAN representam um risco para a segurança do país que Moscou simplesmente não pode aceitar.”

Preparação de guerra como manutenção da paz.

Em contra partida a OTAN/EUA criam guerra de palavras e informação, antecipando a invasão da Ucrânia pela Rússia ou até mesmo a provocando, com o mesmo discurso de manutenção da paz e da tal "Ordem Global".

Essa "Ordem Global" é fundamentada na filosofia de "uma ordem internacional de paz e lei que é garantida pelo Ocidente e que se baseia na igualdade, independência e soberania. O inimigo russo veio para perseguir todos nós que vivemos felizes nesta terra de abundância, e como não temos outra escolha, também devemos agora, com a consciência tranquila, pegar em armas para nos defender. Em primeiro lugar, porque o inimigo tem armas nucleares, só pegamos em armas para as enviar aos verdadeiros defensores da Europa, os ucranianos. O que vem depois, o tempo dirá." 

No caso ligaram o "foda-se".

Há de se questionar o auto engrandecimento do Ocidente, que é apresentado com grande entusiasmo, mas não resiste nem mesmo à uma observação superficial. O mundo não está em um estado pós-imperialista de amizade internacional que só seria desafiado por estados párias. Ainda é determinado pelos conflitos das potências capitalistas, às vezes realizados por meio da economia e do comércio, às vezes por tratados e diplomacia, às vezes pela ajuda ao desenvolvimento e às vezes, mas cada vez mais, por meios militares.

Os EUA, juntamente com aqueles que veem a liderança como a maneira mais segura de sustentar seu modelo de negócios, estão lutando para manter seu domínio herdado no cenário global. Outros, notadamente a China e a Rússia, veem o enfraquecimento do imperialismo norte-americano há muito tempo latente como uma oportunidade para expandir suas próprias esferas de influência. No curso dessa luta, o “Ocidente” invadiu inúmeras “nações soberanas” nas últimas décadas, apoiando golpes e usando sanções econômicas contra eles para torná-los complacentes. Só no caso do Iraque, com mais de um milhão de mortos. No Afeganistão houve algumas centenas de milhares ao longo dos anos, no Iêmen mais de um quarto de milhão. E tivemos a guerra híbrida no Brasil culminada no golpe midiático/jurídico/parlamentar de 2016, entre outras na América Latina.

E o adversário russo, mais capaz de agir “localmente”, tentou esmagar “movimentos democráticos” que lhe eram perigosos nas imediações – mais recentemente no Cazaquistão – ou preservar o regime de Assad na Síria, que era leal a ele. Na Síria em particular, a Rússia tentou outra estratégia que chegou ao fim por enquanto com a guerra atual: a integração da Turquia, que forma o flanco sul da OTAN, em sua própria política de poder imperial.

Tanto para Erdogan quanto para Putin era verdade - e isso foi praticado na Síria - que o poder hegemônico havia dado aos EUA "liberdade" para ambições independentes. Os jogadores com mais apelo regional tentaram explorar isso. Não apenas na Síria, mas também em outros pontos problemáticos – Líbia, a guerra na Armênia – o poder criativo independente dos oponentes do imperialismo norte-americano aumentou gradualmente.

Mas diferente na Europa Oriental. A expansão da OTAN para o leste é obviamente dirigida contra a Rússia (e, a longo prazo, a China), qualquer um que agora esteja negando isso por alguma alucinação precisa apenas ler os documentos de estratégia da própria OTAN. E por que mais ela ainda existe?

Putin rapidamente deixou claro qual seria a resposta da Rússia: apoio à insurgência armada no leste da Ucrânia, anexação da Crimeia. O Ocidente rapidamente deixou claro qual seria sua resposta: fortalecimento dos laços com o Ocidente, perspectivas de adesão à UE e à OTAN, entregas de armas, missões de treinamento, cooperação econômica, acordos comerciais, exercícios militares conjuntos. Ambos os blocos estavam puxando a Ucrânia – taxar isso como “autodeterminação” dos povos, independentemente de qual lado, julga mal todas as dinâmicas de poder político.

Como os Russos não blefam e não estão afeitos a esta prática, depois das cutucadas da Europa e dos EUA no Urso eslavo, inciou-se então a guerra de agressão russa.

A maioria dos observadores teria previsto o reconhecimento das "Repúblicas Populares" como um passo estrategicamente motivado, mas provavelmente não a atual invasão completa da Ucrânia, como o editor da Left Review, Tony Woods , atesta em uma entrevista. “Fiquei surpreso com a decisão russa de invadir, e muitos analistas russos estão tentando reinterpretar seus pontos de vista sobre o regime de Putin. Recebi muitas críticas ao regime de Putin nos últimos vinte anos, mas não achei que fosse fundamentalmente irracional. Agressivo, sim. Todos os tipos de outras coisas, com certeza. Mas fundamentalmente irracional, não. E hoje, apesar de existir todas as motivações para isso, essa invasão me parece fundamentalmente irracional.”

O que podemos esperar é um período de militarização dos conflitos inter imperialistas - e com ele uma intensificação da propaganda necessária para alinhar a população. Mas o que mais nós, como esquerdistas ou pacifistas pelo menos, podemos fazer em tais condições?

Construir um movimento contra a guerra

Pode parecer nada, mas a primeira tarefa é não se deixar enganar pela propaganda. Com uma posição consistentemente anti-imperialista, fica entre o bloco de partidários da invasão russa – presentes na esquerda – e o bloco de torcedores pró-imperialismo ocidental, que pressionam esmagadoramente o debate.

A posição da esquerda antimilitarista (não confundir com pacifista) é marginalizada, mas continua sendo a única que pode perdurar: não há guerra, mas guerra de classes. Esta guerra, como qualquer outra das potências imperialistas, não é nossa guerra, não é uma guerra de libertação e socialismo, mas uma em que as pessoas são enviadas para os respectivos interesses das nações capitalistas para matar outras enviadas pela nação oposta.

O slogan que a esquerda deve popularizar é o da revolução. Não há “ordem de paz” no capitalismo que seja mais do que um equilíbrio temporário de poder que perece na guerra sempre que uma das potências concorrentes vê o momento oportuno.

O manifesto da esquerda contra a guerra não é novo, mas é atual:

-“Trabalhadores! mães e pais! viúvas e órfãos! Feridos e aleijados! Para todos vocês que estão sofrendo com a guerra, nós clamamos: através das fronteiras, através dos campos de batalha fumegantes, através das cidades e vilas destruídas, trabalhadores de todos os países, unam-se!"

Membros do Batalhão Azov fazem uma saudação sieg heil (esquerda); Militares dos EUA com comandantes Azov em novembro de 2017 (à direita)


Famoso como a referência do neonazismo, o Batalhão Azov da Guarda Nacional Ucraniana, recebeu consultores militares americanos e armas de alta performance fabricadas nos EUA.

Em novembro passado, uma equipe de inspeção militar americana visitou o Batalhão Azov na linha de frente da guerra civil ucraniana para discutir logística e aprofundar a cooperação. Imagens do encontro mostraram oficiais do exército americano debruçados sobre mapas com os neonazistas ucranianos, simplesmente ignorando os emblemas de inspiração nazista estampados em suas fardas.

Azov é uma milícia que foi incorporada à Guarda Nacional Ucraniana e foi considerada uma das unidades mais eficazes em campo contra os separatistas pró-Rússia e agora contra o Exército Russo. É amplamente conhecido como um bastião do neonazismo dentro das fileiras dos militares ucranianos que tem sido criticado por em todo o mundo e são ligados a uma rede fascista internacional.

De acordo com uma publicação alemã de esquerda, Azov mantém uma organização semi-oculta chamada “Misanthropic Division” que recruta maciçamente entre as fileiras de jovens neonazistas na França, Alemanha e Escandinávia. 

Os combatentes estrangeiros recebem a promessa de treinamento com armas pesadas, incluindo tanques, em campos ucranianos lotados de fascistas semelhantes. Eles ainda incluem veteranos militares como Mikael Skillit, um ex-atirador do exército sueco que se tornou voluntário neonazista para Azov. “Depois da Segunda Guerra Mundial, os vencedores escreveram sua história”, disse Skillit à BBC. “Eles decidiram que é ruim dizer que sou branco e que tenho orgulho disso.”

Os Voluntários estrangeiros da Azov são atraídos pelo chamado da “Reconquista”, que é a missão de colocar as nações do leste europeu sob o controle de uma ditadura supremacista branca modelada após a ditadura nazista do Reichskommissariat que governou a Ucrânia durante a Segunda Guerra Mundial. 

A missão é promovida efusivamente pelo principal ideólogo de Azov, Andriy Biletsky, um veterano fascista que lidera a Assembleia Nacional Social no parlamento da Ucrânia. A assembléia de Biletsky prometeu proibir as relações inter-raciais e prometeu “preparar a Ucrânia para uma maior expansão e lutar pela libertação de toda a raça branca da dominação do capital especulativo globalista”.

Enquanto mobiliza a juventude racista em toda a Europa, e contadno com a maioria absoluta do povo ucraniano, a Azov também conseguiu promover um intenso relacionamento de boa convivência com os militares americanos. 

Em uma foto postada no site de Azov em novembro passado, um oficial militar americano pode ser visto apertando a mão de um oficial de Azov cujo uniforme foi estampado com o emblema de Wolfsangel de inspiração nazista que serve como símbolo da milícia. 

A pergunta é: Os EUA/OTAN tem um plano de expansão e hegemonia mundial que inclui o modelo de ditaduras fascistas com perfil nazista? As imagens destacaram um relacionamento florescente entre militares americanos e a Azov, que tem sido amplamente conduzido em segredo, mas cujos detalhes perturbadores estão surgindo lentamente.

Embora Washington não tenha embarcado em nada na Ucrânia como o programa de treinamento e equipamento de bilhões de dólares que implementou na Síria para promover a mudança de regime por meio de uma força substituta dos chamados “rebeldes moderados”, há semelhanças claras e perturbadoras entre os dois projetos. 

Assim como as armas pesadas ostensivamente destinadas ao Exército Sírio Livre, apoiado pela CIA, foram direto para as mãos das forças insurgentes salafistas-jihadistas, incluindo o ISIS , as armas americanas na Ucrânia estão fluindo diretamente para os extremistas de Azov. E mais uma vez, em sua determinação obstinada de aumentar a pressão sobre a Rússia, Washington parece disposto a ignorar as orientações políticas inquietantes de seus representantes da linha de frente.


Ou seja, o Departamento de Estado e a (des)inteligência americana não aprenderam nada com a Al Qaeda, o Taleban, o Isis, e agora a Azov. Hegemonia a qualquer preço, violando tratados e soberanias, gerando derramamento de sangue de milhares, destruindo país e suas economias, assassinando governantes e generais, etc. etc.

Nos últimos meses, um amplo espectro de observadores da guerra civil ucraniana documentou a transferência de armas pesadas feitas nos EUA para o Batalhão Azov e bem debaixo do nariz do Departamento de Estado dos EUA. Na verdade, talvez tenha sido uma orientação do Próprio Deparamento de Estado.

Mais uma vez, os EUA estão criando cobras venenosas. Só que desta vez, procuram atingir uma potência militar e nuclear, que em vários setores da tecnologia de guerra,  está bem a frente do Pentágono.

E nesse caso, o tiro pode sair pela culatra, ou seja, um míssel nuclear por cair bem nos jardins da Casa Branca.

Eliseu Mariotti


 


Aroeira - Brasil 247

A guerra é o caos violento em um nível que a maioria dos povos não conseguem compreender. Mas ainda mais violentos são aqueles que a provocam manipulando peças menores no xadrez global sem empunhar uma arma sequer.

A Europa e os EUA se escondem atrás de envio de armas, colocando mais gasolina na fogueira, manipulando um líder extremista que consegue ser mais burro do que Bolsonaro, para atingir uma potência, uma das duas que conseguem enfrentar a Otan, aliás, uma aliança que não tem mais nenhum sentido em existir, já que não tem qualquer motivação econômica.

Tudo que o o Ocidente busca é um imperio hegemônico global, só que não contavam com a aliança entre a China e a Rússia quando entraram em campo, primeiro com o golpe na Ucrânia em 2014, depois com a ingerência nas manifestações de Hong Kong em 2019/2020. Mas a China não deixou por menos e calou os manifestantes manipulados pela guerra híbrida estadunidense e a Rússia com a invasão da Ucrânia vai terminar com o que essa mesma guerra híbrida começou em 2014.

Essa guerra não está começando, porque ao contrário do que muitos pensam, ela simplesmente está terminando. E quem a está terminando é a Rússia.

A ladainha do momento, dos analistas e redações ocidentais, inclusive do Brasil, é que a “invasão” da Ucrânia é injusta e que “Putin não vai parar por nada agora” em sua chamada busca para retomar os países do antigo bloco soviético. Balela! A Rússia não quer resgatar um bloco extremamente custoso e altamente turbulento.

É impressionante a "desmemorização" da mídia ocidental com relação aos mísseis nucleares que, em outubro de 1962, a então União Soviética de Krushev, pretendia instalar uma base militar de Cuba. Kennedy não aceitou e houve o famoso bloqueio naval por parte da Marinha estadunidense, de modo que o Bloco comunista recuou e a guerra foi evitada.

A diferença hoje, é que a Otan, usando a Ucrânia por meio de seu governante neonazista, e que foi convencido pelos americanos, a instalar uma base da Otan as portas do Urso eslavo, não recua de suas intenções.

E cutucaram tanto o urso adormecido que ele despertou com um rugido que assusta o mundo neste momento. Até o perigo nuclear ressuscitou entre as cinzas dos cogumelos no horizonte de Hiroshima e Nagasaki.

A ingerência da Otan, Europa e Estados Unidos na Ucrânia é tão absurda, que nem Israel, tradicional aliado do Ocidente, apoia as sanções impostas contra Putin. Simplesmente , porque a Ucrânia hoje está nas mãos de nazistas!

Com essa narrativa idiota e cega da mídia ocidental, poucos se preocupam em olhar para a história e as nuances do que aconteceu nos últimos anos que provocaram tal reação de Putin.

As redações ocidentais ainda tentam nos iludir sobre a Ucrânia, simplificando e distorcendo os fatos, simplesmente para que possam continuar com seu trabalho de produzir a agenda de Washington, e que lhes dá uma osso de vez em quando como recompensa.

A chamada “revolução” na Ucrânia é sempre relatada como uma vitória para o Ocidente, pois a “democracia” finalmente matou os poderes malignos da influência soviética, pois a última é sempre pintada como corrupta e nociva para a ordem global. Só que o Ocidente, a despeito do seu maléfico plano de uma ordem global sob seu controle, está apoiando uma Ucrânia nazista!

Apesar disto, há vozes suficientes na mídia alternativa, que chamam o que aconteceu na Ucrânia de 2014, como um golpe de estado apoiado pelos EUA e agora, Zelensky como o novo idiota útil do Ocidente.

Até mesmo o Los Angeles Times , poucos dias antes da invasão, pintou um retrato do novo presidente como um cretino quase inútil disfarçado de herói político que havia perdido um colosso de capital político nos últimos meses, quando as tensões com a Rússia começaram a ser sentidas.

O cruel da guerra é que a Verdade geralmente é a primeira vítima quando as armas começam a pipocar.

E quanto as promessas de apoio do Ocidente ao governo Zelensky? O idiota útil estava crente que haveria tropas da Otan para dar suporte a suas pretensões de ser uma potência neonazista no leste, mas na realidade recebeu apenas um suporte de quantias relativamente pequenas de dinheiro e equipamentos militares.

A OTAN enviará um soldado que seja à Ucrânia para combater os soldados russos? Algum estado membro da UE ou dos EUA fará o mesmo? Eu não consigo visualizar esta possibilidade.

A águia não enfrenta o urso.

E exatamente por este motivo, podemos ver a tensão no rosto de Zelensky em suas postagens nas mídias sociais e sua raiva em relação a Washington, à OTAN e à UE. É tão burro e ingênuo, quanto inescrupuloso. Na mesma medida.

E seguindo o script não escrito, a credibilidade do Ocidente caiu, e sanções são tudo que eles tem, e com certeza isso não vai parar a Rússia.

Esperemos que os próximos capítulos desta guerra sejam cirúrgicos e decisivos, porque uma coisa é certa: as guerras são cruéis, não só no leste da Europa, mas na Palestina, no Iêmen, na Somália, na Líbia, no Líbano, na Síria, no Afeganistão, no Iraque e com certeza, o povo mais fraco e indefeso, são os que não conseguem realmente processa-las.

As vítimas são incontáveis, e os vencedores, cada vez menos são reais.

Eliseu Mariotti

Uma Imprensa descomprometida com acobertamentos e contra informação no segmento da Ufologia, só pode ser considerada atuante dentro do espectro democrático como o canal I24 News com sede em Israel e com filiais em mais 3 países.
Esta entrevista deste canal de TV com a sobrinha de Sitchin, Janet Sitchin, falando sobre sua pesquisa e o novo documentário sobre disponível no site dos Arquivos de Sitchin destrinchando sua sua vida .
Por mais de 50 anos, Zecharia Sitchin, estudioso da Bíblia e historiador do oriente próximo, dedicou sua vida à Suméria e provou a ligação entre os seres humanos e os Nefilins, os Gigantes, mencionados no livro do Gênesis. A pesquisa de Sitchin os identifica como antigos alienígenas, conhecidos como Anunnaki, que vieram à Terra do planeta Nibiru.
Sicthin sempre foi acessível, conversei com ele por 7 e-mails trocados, quando ele estava em Nova Iorque, senão me engano há uns 14 anos atrás, e ele estava produzindo o que parecia ser o último livro de Crônicas da Terra que falava sobre a Era de Peixes e Jesus Cristo.
Vou encontrar estes e-mails e produzir algumas matérias aqui no grupo.
Um erudito sério, versado em várias línguas e dialetos da antiguidade, especializado em sumério e hebraico antigo, e que dedicou uma vida inteira a pesquisa e investigação das tábuas sumerianas, fugindo das convenções acadêmicas e mostrando que os considerados mitos antigos, eram na verdade registros históricos dentro dos recursos interpretativos de cada época.
Considero a coleção Crônicas da Terra, um dos mais importantes trabalhos sobre Arqueologia Ufológica e sobre a Teoria dos Antigos Astronautas.
O trabalho dele é inquestionável nas suas traduções e caráter científico, podendo sim haver erros e exageros de origem nas próprias tábuas por causa das limitações culturais e tecnológicas dos próprios escribas à época.
Se Nibiru existe ou mesmo se o nome é correto? Pode ser que sim , pode ser que não.
Mas fato é que na cosmo gênese sumeriana, há comprovação dos cataclismos cíclicos por que o planeta Terra passa desde a sua existência, terminando e iniciando eras e exterminando raças e civilizações, provocados por entidades planetárias extraterrenas, de dentro do sistema solar ou fora dele.
Até mesmo a Ciência tradicional já comprovou que o nosso planeta foi formado após a destruição de um outro. E isso considero como verdade absoluta.
Há inclusive no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, um pequeno núcleo de pesquisas voltado pra esse tema específico. Publicarei na medida do possível algumas teses do INPE que abordam esse eterno loop existencial em que nosso planeta vive.
O vídeo da entrevista abaixo no canal da TV israelense i24 News está em inglês, estou sem tempo pra botar legendas traduzidas para o português.

LINK PARA ASSISTIR O VÍDEO:
https://youtu.be/YKtgpfwcgsM SITE DOS ARQUIVOS DE SICTHIN https://thesitchinarchives.com/


Wikicommons

O arcebispo sul-africano Desmond Tutu, prêmio Nobel da Paz e ícone da luta contra o apartheid, faleceu neste domingo (26/12), aos 90 anos. O religioso lutava contra um câncer de próstata desde o final dos anos 90 e, nos últimos tempos, seu estado de saúde se agravou. 

Em comunicado, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, expressou tristeza e saudou a "inteligência extraordinária" de Desmond Tutu, "uma figura essencial da história do país", que fez parte de uma geração de cidadãos que libertaram a África do Sul do apartheid". O chefe de Estado também lembrou a luta do religioso "pelos oprimidos do mundo inteiro".

"The Arch", como era carinhosamente chamado pela população, foi o primeiro arcebispo negro da igreja anglicana na África do Sul. Ele ficou célebre no país na época em que era padre e liderou a resistência durante os piores momentos do apartheid. Corajoso e incansável, ele organizou marchas pacíficas contra a segregação e denunciou o regime racista de Pretória, exigindo sanções internacionais.

Seu combate não-violento lhe valeu o prêmio Nobel da Paz, em 1984. Após a instituição da democracia na África do Sul, em 1994, e a eleição de Nelson Mandela, de quem era amigo, Tutu liderou a Comissão da Verdade de Reconciliação, com o objetivo de virar a página do ódio racial no país. 

Na instituição, ele coordenou as investigações sobre as violações dos direitos humanos cometidas entre março de 1960 e dezembro de 1993. A comissão conseguiu realizar um minucioso trabalho de recolhimento de depoimentos e dados sobre os massacres cometidos pelo regime racista. No entanto, um comitê especial encarregado de anistias permitiu a troca de informações pelo perdão a alguns autores das atrocidades, o que gerou uma enxurrada de críticas da comunidade negra contra Tutu.

O arcebispo estava enfraquecido há vários meses, após décadas de luta contra o câncer. Ele não se pronunciava mais publicamente, mas sempre saudava as mídias durante seus deslocamentos, como no evento religioso que celebrou seus 90 anos na Cidade do Cabo, em outubro, ou quando foi a um hospital recentemente se vacinar contra a covid-19. 

Crítico à corrupção e defensor da morte assistida
Fiel a seus compromissos, Desmond Tutu foi um duro crítico dos sucessivos governos do Congresso Nacional Africano (ANC na sigla em inglês), movimento e partido que lutou contra o apartheid antes de chegar ao poder. Também criticou o ex-presidente Thabo Mbeki, assim como a corrupção e as falhas na luta contra a Aids.

Em todas as áreas criticou o "status quo" sobre a questão racial, direitos dos homossexuais e injustiças. Tutu também foi um grande apoiador do movimento a favor da morte assistida e nunca escondeu que, quando decidisse, encararia o momento de frente.

"Eu me preparei para minha morte e deixei claro que não desejo ser mantido vivo a qualquer custo", afirmou em um artigo publicado no jornal The Washington Post em 2016. "Espero ser tratado com compaixão e ter permissão para passar à próxima fase da jornada da vida da maneira que escolhi", completou.

Onda de comoção 
A morte de Tutu gerou uma onda de comoção no país. A Fundação Mandela classificou o falecimento do religioso como "imensurável". "Ele era maior do que a natureza (...), um ser humano extraordinário. Um pensador. Um líder. Um pastor".

Em sinal de luto, os jogadores sul-africanos de cricket utilizaram uma braçadeira preta no primeiro dia do campeonato da modalidade. "Choramos sua morte", reagiu o arcebispo angliano do Cabo, Thabo Makgoba. "Como cristãos e fiéis, devemos celebrar a vida de um homem profundamente espiritual", reiterou.

Após o presidente sul-africano, o primeiro líder a reagir sobre a morte de Tutu foi o premiê britânico Boris Johnson. No Twitter, ele se disse "profundamente entristecido". "Vamos lembrar dele por sua liderança espiritual e seu bom humor inabalável", escreveu.

Quase meio século de opressão
A história do apartheid na África do Sul foi escrita progressivamente a partir de 1948 após a chegada ao poder do Partido Nacional. Com um aparato de novas leis, um Estado racista e segregacionista foi construído, reagrupando as populações não-brancas (negros, indígenas e mestiços) em função da raça. Locais de residência, circulação de pessoas, casamentos: tudo passou a ser regido por textos escritos especialmente para priorizar a dominação de brancos.

As leis que permitiram a segregação racial durante mais de quatro décadas na África do Sul foram revogadas em 30 de junho de 1991. Essa foi a primeira etapa para o fim definitivo do apartheid, consolidado nas urnas em abril de 1994, com a vitória de Nelson Mandela.

ÓperaMundi

RFI RFI
Paris (França)

Foto: Pragmatismo Político

Olavo de Carvalho afirmou nesta segunda-feira (20) que foi usado por Jair Bolsonaro como “poster boy” para “se promover e se eleger”. Segundo o escritor, “a briga já está perdida”. A declaração foi dada durante uma live que contou com a participação de Ricardo Salles e Abraham Weintraub.



ANÁLISE COMPARATIVA(ISSO É POSSÍVEL?) ENTRE O "GOVERNO" BOLSONARO E A MONARQUIA BRITÂNICA



O Departamento de Estado dos EUA, por meio do porta-voz Ned Price, afirmou na noite desta terça-feira (22/06) que o país considera que as eleições no Peru, vencidas pelo candidato de esquerda Pedro Castillo, foram “livres, justas, acessíveis e pacíficas” e um “modelo de democracia”. No entanto, afirmaram que esperam as autoridades eleitorais declararem o vencedor do pleito.

“Congratulamos as autoridades peruanas por administrar com segurança outra rodada de eleições livres, justas, acessíveis e pacíficas, mesmo em meio aos desafios significativos da pandemia de covid-19. Essas eleições recentes são um modelo de democracia na região”, afirmou o órgão responsável pela diplomacia norte-americana.

“Apoiamos permitir às autoridades eleitorais tempo para processar e publicar os resultados de acordo com a lei peruana”, prossegue o comunicado, que completa: “os Estados Unidos esperam continuar sua importante parceria com o candidato devidamente eleito pelo povo do Peru, confirmado pelas autoridades eleitorais peruanas.”

O comunicado vem mais de uma semana após Castillo ter obtido a maioria dos votos com 100% das atas eleitorais apuradas. Desde que se viu atrás na apuração, na madrugada da segunda-feira posterior à eleição, a adversária – a ultradireitista Keiko Fujimori – começou a alegar, sem provas, que teria havido fraude.

Por conta disso, a vitória de Castillo ainda não foi proclamada porque o Júri Eleitoral Nacional (JNE) não concluiu a resolução dos recursos interpostos, em sua maioria, pelo Força Popular, partido de Keiko.

Todos os pedidos de anulação de boletins de urna impetrados pela coligação de Keiko dentro do prazo legal foram negados pela autoridade eleitoral do país. A defesa da filha do ex-ditador Alberto Fujimori, então, recorreu da decisão. Os recursos ainda estão na fila para julgamento. A posse do novo presidente está prevista para o dia 28 de julho.

Castillo, do Peru Livre, venceu as eleições com 50,12% do total, uma vantagem de 41 mil votos em relação a Keiko, que obteve 49,87%.
Chefes dos 3 poderes pedem respeito a resultados da eleição

Na semana passada, o Conselho de Estado do Peru, organização composta pelos chefes dos três poderes do Estado e órgãos constitucionais autônomos, emitiu uma declaração rechaçando uma possível "ruptura constitucional" no país e pedindo que os resultados que dão vitória a Castillo sejam respeitados.

Em nota, o grupo afirmou que rejeita "qualquer tipo de campanha" que exerça "pressão e difamação contra as autoridades eleitorais", pois, segundo os políticos, é "estranho a uma democracia promover rupturas constitucionais para conquistar o poder".

"Mantemos a tranquilidade e respeitamos os resultados. [...] As organizações políticas, conforme se comprometeram, e aos cidadãos em geral, devem esperar e respeitar os resultados finais da eleição", diz o comunicado.

O documento dos líderes declara ainda que os discursos que "fomentam o ódio entre os peruanos" não contribuem para a "paz social nem para a consolidação dos valores democráticos" do país, afirmando que críticas aos órgãos eleitorais, quando baseadas em "informações verdadeiras e respeitosas", "contribuem para a formação de uma opinião pública livre e tolerante".

No último sábado (19/06), milhares de eleitores e apoiadores de Castillo foram às ruas de Lima para pedir respeito à democracia e a declaração oficial do professor da educação básica como novo presidente do Peru.

Organizações sociais de direitos humanos, sindicatos e partidos aliados convocaram uma passeata na capital e em outras cidades peruanas com o lema "Pela defesa da democracia e da Pátria, não pelo golpe de Estado" para apoiar o vencedor das eleições.

Fonte: ÓperaMundi