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Reprodução/Internet

Depois das derrotas do Governo Lula no Congresso sobre temas da pauta de costumes, a oposição bolsonarista percebeu que o caminho para anular o poder de voto dos candidatos governistas nos municípios é colocar esse governo em conflito com suas bases e o eleitorado conservador, principalmente entre os cristãos. Um exemplo claro e forte desta estratégia é o projeto de lei 1904/24.

A proposta de lei 1904/24, apresentada pelo deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), representa um exemplo clássico de conservadorismo retórico, uma manobra destinada a atender interesses eleitorais à custa dos direitos humanos e da saúde das mulheres. Este projeto de lei, que compara o aborto a homicídio, não é apenas um retrocesso jurídico e social, mas também um ataque direto às conquistas fundamentais das mulheres brasileiras.

A apresentação dessa lei em um ano de eleições municipais é uma demonstração clara do oportunismo político da extrema direita. Ao mirar os eleitores evangélicos, cristãos e conservadores, Cavalcante tenta angariar apoio de uma base específica, prejudicando deliberadamente o PT, (criando conflitos na base eleitoral) e o governo progressista do presidente Lula no pleito. Este movimento calculado não visa o bem-estar da sociedade, mas sim a consolidação de um poder baseado no conservadorismo da extrema direita e na manipulação de valores morais com fins políticos.

Diferença Fundamental entre Aborto e Homicídio

É uma excrescência comparar aborto ao homicídio, e essa comparação revela uma profunda falta de compreensão sobre os direitos reprodutivos das mulheres e a complexidade das questões envolvidas.

O homicídio é a interrupção ilegal da vida de uma pessoa já nascida e reconhecida como um indivíduo com direitos completos sob a lei. Já o aborto é a interrupção de uma gravidez, que envolve o corpo e a saúde da mulher que está gestando. Essa distinção é crucial porque, no caso do aborto, estamos tratando de uma questão que envolve a autonomia corporal da mulher e seu direito de decidir sobre seu próprio corpo e saúde.

Comparar aborto a homicídio é uma negação dos direitos reprodutivos das mulheres, que incluem o direito de decidir se, quando e sob quais circunstâncias ter filhos. Isso é um componente essencial da autonomia pessoal e da igualdade de gênero. Forçar uma mulher a levar adiante uma gravidez indesejada é uma forma de controle estatal sobre o corpo feminino, violando direitos fundamentais.

Contramão dos Direitos Humanos Internacionais

Internacionalmente, essa proposta de lei coloca o Brasil na contramão da história e do progresso. Organizações como a ONU e diversos países europeus já condenaram esse tipo de legislação, que desrespeita os direitos reprodutivos das mulheres e ignora os avanços globais em matéria de saúde pública e direitos humanos. Ao insistir em uma agenda retrógrada, Sóstenes Cavalcante não só ignora as evidências científicas e as recomendações internacionais, mas também coloca o Brasil em uma posição vergonhosa perante a comunidade internacional.

Países com legislações mais progressistas sobre o aborto geralmente têm melhores resultados de saúde materna e maior igualdade de gênero. Equiparar o aborto ao homicídio vai na contramão desses avanços e coloca o Brasil em uma posição retrógrada em relação aos direitos das mulheres.

Consequências Sociais e Psicológicas e para a Saúde Pública

A criminalização do aborto tem graves consequências psicológicas e sociais. Mulheres que são forçadas a levar adiante uma gravidez indesejada podem sofrer danos psicológicos significativos, além de enfrentar estigmatização social, ameaça de prisão e dificuldades econômicas. Isso afeta não apenas as mulheres, mas também suas famílias e comunidades.

Comparar o aborto ao homicídio é uma excrescência porque simplifica uma questão complexa, além de ignorar os direitos e a autonomia das mulheres, perpetua uma agenda política conservadora que prejudica a saúde e a igualdade de gênero. Em vez de avançar políticas que respeitem e protejam os direitos das mulheres, essa comparação serve apenas para perpetuar um ciclo de opressão e desigualdade. A sociedade brasileira deve resistir a essas tentativas de retrocesso e continuar lutando por um futuro onde os direitos reprodutivos e a autonomia das mulheres sejam plenamente respeitados.

As consequências dessa lei para meninas e mulheres estupradas que engravidarem são gravíssimas e inaceitáveis. Primeiramente, a proibição do aborto em casos de estupro força vítimas a carregarem uma gravidez indesejada, causando traumas psicológicos severos e perpetuando um ciclo de violência. Além disso, a criminalização do aborto coloca essas mulheres em situações de risco, levando muitas a recorrerem a métodos inseguros e clandestinos, com altos índices de mortalidade materna. O impacto na saúde física e mental dessas mulheres é devastador, comprometendo suas vidas e violando seu direito à dignidade.

Reação em cadeia, não na cadeia

A reação da sociedade civil e das mulheres, que já começam a tomar as ruas em protesto, é um reflexo da indignação e resistência contra essa barbárie. Movimentos feministas, organizações de direitos humanos e cidadãos conscientes se unem para combater essa legislação absurda e defender os direitos das mulheres. As manifestações são uma demonstração poderosa de que a sociedade brasileira não aceitará passivamente a retirada de direitos fundamentais e continuará a lutar por um país mais justo e igualitário.

A articulação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para votar a urgência dessa lei só reforça a conivência/cumplicidade com esse ataque aos direitos das mulheres. Lira, ao priorizar essa pauta, demonstra uma clara aliança com o conservadorismo extremo e uma total falta de compromisso com a justiça social e os direitos humanos. A postura de Lira é, no mínimo, canalha e preocupante, pois coloca interesses políticos pessoais acima do bem-estar da população feminina do Brasil.

Em resumo, o Projeto de Lei 1904/24 é uma afronta aos direitos das mulheres e um grave retrocesso social. É crucial que a sociedade continue a se mobilizar contra essa proposta, defendendo um Brasil onde os direitos reprodutivos e a dignidade humana sejam plenamente respeitados.
Reprodução da Internet

Nos becos sombrios da história, o fascismo nunca desapareceu realmente. Espreitando nas sombras, está sempre pronto para ressurgir com nova fantasia. E por este motivo, muitos críticos apontam que a mídia corporativa global tem sido cúmplice, senão protagonista, nesse revival sinistro. No entanto, o que é chamado de "novo fascismo" não passa de uma versão reciclada do fascismo tradicional, agora adaptada às novas realidades e tecnologias do século XXI.

A Renascença do Autoritarismo

O fascismo clássico, por assim dizer, emergido nas décadas de 1920 e 1930, foi marcado pela centralização do poder, a glorificação de um líder carismático, o nacionalismo exacerbado e a supressão brutal de dissidência. Seus métodos eram visíveis, seus horrores palpáveis. No entanto, se as estratégias mudaram com o tempo, os objetivos do fascismo moderno permanecem assustadoramente familiares.

Atualmente, esse velho espectro ressurge com novas ferramentas à sua disposição. A mídia corporativa, com seu alcance global e poder de moldar narrativas, tem desempenhado um papel crucial nesse processo. Através de uma combinação de desinformação, manipulação emocional e amplificação de vozes autoritárias, a mídia muitas vezes ajuda a pavimentar o caminho para o retorno de políticas e ideologias que antes julgávamos enterradas e relegadas ao passado.

A era digital trouxe uma proliferação de plataformas de informação, mas paradoxalmente, também fortaleceu o controle centralizado de grandes conglomerados midiáticos. Estes conglomerados frequentemente determinam quais vozes são amplificadas e quais são silenciadas. Através de manchetes sensacionalistas, cobertura enviesada e a perpetuação de discursos polarizadores, a mídia corporativa cria um ambiente onde o fascismo pode renasce e pode prosperar com uma imagem supostamente nova e contemporânea.

Esse novo fascismo adota um verniz de respeitabilidade e conservadorismo, utilizando a linguagem da democracia e da liberdade enquanto, na prática, mina esses mesmos valores. Através da repetição incessante de narrativas que demonizam minorias, exaltam líderes fortes e depreciam a complexidade da política. Neste terreno fértil, a mídia contribui para a construção de uma sociedade mais receptiva ao autoritarismo.

Uma das armas mais potentes deste suposto "novo" fascismo é a desinformação. Notícias falsas e teorias da conspiração, disseminadas amplamente através de redes sociais e veículos de mídia de massa, criam um ambiente de medo e incerteza. Nesse caos informacional, a figura do "salvador forte" se torna atraente para muitos, ressoando com as antigas táticas fascistas de apresentar um líder carismático como a solução para todos os problemas.

A supressão da dissidência continua sendo uma característica central do "novo" fascismo. No entanto, as estratégias modernas são mais sutis. Em vez de campos de concentração e execuções sumárias, vemos campanhas de difamação, censura velada e a marginalização de vozes opositoras através de algoritmos e políticas corporativas. A mídia corporativa, ao alinhar-se com interesses políticos e econômicos, frequentemente ignora ou minimiza vozes críticas, contribuindo para um ambiente onde o dissenso é desestimulado.

A Origem das Fake News

As "fake news", ou notícias falsas, não são um fenômeno exclusivamente moderno; suas raízes remontam a tempos antigos. Desde que o ser humano começou a comunicar-se por meio de escrita e linguagem, a disseminação de informações falsas tem sido utilizada como uma ferramenta para manipular, enganar e influenciar.

Na Roma Antiga, por exemplo, o imperador Augusto utilizava propaganda para desacreditar seus inimigos políticos. Durante a Idade Média, rumores e mentiras eram frequentemente espalhados para incitar revoltas ou justificar guerras. No entanto, o termo "fake news" ganhou destaque contemporâneo com a ascensão da internet e das redes sociais, que proporcionaram um ambiente fértil para a rápida disseminação de informações, verdadeiras ou falsas, a uma audiência global.

A explosão de mídias sociais, blogs, e outras plataformas de comunicação digital no início do século XXI criou novas dinâmicas de informação, onde qualquer pessoa pode criar e compartilhar conteúdo sem a necessidade de verificação ou validação. Este cenário, aliado à busca incessante por cliques e engajamento, propiciou o surgimento de um vasto ecossistema de fake news.

As fake news

Analisando as fake news, é fácil classifica-las em algumas categorias principais que servem de direção para identifica-la ao que exatamente elas estão servindo:

1. Manipulação Política
  • Uma das motivações mais comuns para a criação de fake news é a manipulação política. Partidos, candidatos e governos utilizam notícias falsas para influenciar a opinião pública, desacreditar adversários, ou promover agendas específicas. Este uso de desinformação é particularmente evidente durante períodos eleitorais, onde o impacto das fake news pode alterar significativamente o resultado de votações.
2. Ganhos Financeiros
  • Muitos criadores de fake news são motivados pelo lucro financeiro. Notícias sensacionalistas, chocantes ou altamente polarizadoras geram mais cliques, compartilhamentos e visualizações, que podem ser monetizados através de publicidade. Sites e páginas de redes sociais que se especializam em fake news frequentemente lucram com o tráfego gerado por suas postagens virais.
3. Desestabilização Social
  • Fake news também são usadas como uma arma para criar caos e desestabilização social. Governos ou grupos externos podem disseminar desinformação para semear discórdia, medo e desconfiança em sociedades adversárias. Esta tática pode enfraquecer a coesão social e minar a confiança nas instituições democráticas.
4. Reputação e Vingança
  • Individuais ou grupos podem criar e espalhar fake news para destruir reputações pessoais ou empresariais. Difamação e calúnia são antigas ferramentas de vingança, agora amplificadas pelo alcance instantâneo das redes sociais.
5. Entretenimento e Sátira
  • Embora menos maliciosas, algumas fake news são criadas puramente para entretenimento ou sátira. No entanto, a falta de clareza entre o que é sátira e o que é apresentado como fato pode levar a uma confusão significativa entre os consumidores de notícias.
Conclusão

O novo fascismo, portanto, não é uma novidade. É uma continuação, uma adaptação do velho fascismo às novas realidades do mundo moderno. E a mídia corporativa global, através de suas práticas e escolhas editoriais, tem sido acusada de flertar perigosamente com essa ideologia. O desafio para a sociedade contemporânea é reconhecer essas táticas, criticar essas alianças e lutar pela preservação de uma mídia verdadeiramente livre e plural, que sirva ao interesse público e não aos desígnios autoritários. Somente assim poderemos evitar que os fantasmas do passado se tornem os senhores do presente.

E na outra ponta, as fake news. A proliferação dessa modalidade de "informação" representa um desafio significativo para a sociedade contemporânea. Suas origens históricas mostram que a disseminação de informações falsas é uma prática antiga, mas a escala e velocidade com que podem ser propagadas hoje são sem precedentes. Entender os objetivos por trás das fake news é crucial para desenvolver estratégias eficazes de combate e educação, promovendo um ambiente informacional mais saudável e confiável. A alfabetização midiática e a verificação rigorosa de fatos são ferramentas essenciais na luta contra a desinformação, garantindo que a verdade prevaleça em meio ao ruído.

Reprodução | Redes Sociais

Maria da Conceição Tavares, nascida em Aveiro, onde o mar beija a terra com um abraço eterno, veio ao mundo com uma mente que desafiaria os tempos. Em Portugal, sua terra natal, ela começou a trilhar um caminho que a levaria ao Brasil, um país que adotaria como lar e campo de batalha intelectual.

Em suas mãos, a economia brasileira encontrou uma guia, uma voz que articulava as complexidades com a simplicidade de quem conhece o coração do país. Na UFRJ e na Unicamp, ela ensinou não apenas com livros e projeções, mas com a história viva que cada aluno trazia consigo. Seu método era não apenas transmitir conhecimento, mas despertar a curiosidade e o desejo de entender mais.

Maria da Conceição Tavares foi uma voz poderosa na economia brasileira, uma defensora incansável do desenvolvimento com justiça social. Ela acreditava que o Estado tinha um papel fundamental no desenvolvimento econômico do país, e essa foi uma das linhas fortes de sua pensamento.

Ela era conhecida por sua defesa fervorosa do Plano Cruzado e pelo combate à inflação, um momento crucial na história econômica do Brasil. Em 1995, ela deu uma entrevista ao programa “Roda Viva”, onde expressou suas críticas ao que ela via como uma falácia na abordagem da economia brasileira: a necessidade de primeiro estabilizar, depois crescer e depois distribuir. Argumentava que essa sequência não funcionava bem no Brasil, pois o país não conseguia estabilizar, crescer de forma consistente e distribuir os benefícios de forma equitativa.

Tavares também foi influenciada por outros economistas progressistas como Celso Furtado, Caio Prado Jr. e Ignácio Rangel, que acreditavam que a economia não podia ser separada do contexto social e político. Sempre defendeu que a economia era um instrumento para melhorar socialmente e politicamente uma nação.

Sua carreira foi marcada por passagens importantes no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Grupo Executivo da Indústria Mecânica Pesada (Geimape). Ela também lecionou no Chile e no México, compartilhando suas ideias com gerações de estudantes.

Maria da Conceição Tavares deixou um legado indelével na economia brasileira, não apenas por suas ideias, mas também por sua dedicação à formação de novos economistas que continuariam a trabalhar pela justiça social no país. Seu pensamento continua a inspirar aqueles que buscam uma economia mais inclusiva e equitativa.

Com o PT, ela entrou na arena política, onde suas ideias econômicas se entrelaçaram com a luta social. Foi uma deputada federal, mas também uma conselheira, uma voz que ecoava nas salas de decisão com a força de suas convicções.

Os prêmios que recebeu foram apenas reconhecimento público do que ela já sabia: que sua obra era mais do que números e teorias; era uma paixão por um Brasil melhor. O Prêmio Jabuti e o Prêmio Almirante Álvaro Alberto foram apenas pontapés no caminho de uma jornada que nunca terminaria.

Em Nova Friburgo, onde o verde dos campos se mistura com o azul do céu serrano, ela deixou sua marca. Seu legado é como as montanhas ao redor: imponente e eterno. E quando Lula chamou-a de “uma das maiores da nossa história”, ele não estava errado. Maria da Conceição Tavares foi mais do que uma economista; foi uma poetisa da realidade brasileira.

Seu nome é agora parte do tecido da nação, um fio que une passado e futuro. E embora ela tenha partido para o céu em 2019, sua memória permanece viva, como as palavras de Saramago que continuam a inspirar gerações futuras.


Nos últimos 3 anos, dados de ongs e organizações públicas de defesa da Mulher mostram que no Brasil o número de delitos contra as mulheres triplicou. Passou de 271.392 registros para de 900.000 delitos.

Apenas entre março de 2020, mês que marca o início da pandemia de covid-19 no país, e dezembro de 2021, último mês com dados disponíveis completos, foram 2.451 feminicídios e 100.398 casos de estupro e estupro de vulnerável de vítimas do gênero feminino.

O Brasil teve um estupro a cada 10 minutos e um feminicídio a cada 7 horas em 2021 e esse número não parece mudar no início do terceiro mês de 2022.

As comemorações do 8 de março, que marca o Dia Internacional da Mulher, tem parecido mais com o DIA NACIONAL DAS ESTATÍSCAS DE VIOLÊNCIA CONTRA  MULHER.

Claro que, há os eventos de organizações pela Mulher, com palestras, informações, cobrança do Poder Público por mudanças neste quadro bastante trágico de violência contra a Mulher.

8 de março é um dia importante de luta pela proteção a vida da Mulher, de inclusão social, de isonomia no mercado de trabalho, de luta pelas Mulheres do Campo, mas é exatamente um dia de comemoração? 

Como homem, tristemente não vejo motivos para comemorar. É cada vez mais urgente buscar e apregoar os motivos para lutar e mudar a mentalidade machista e violenta de nossa sociedade.
Uma Mulher estuprada tem vergonha de ir a uma delegacia, principalmente se não for Delegacia da Mulher, prestar queixa, por causa de delegados e agentes notoriamente machistas. 

Passa muitos anos com essa dor dentro de si, e muitas vezes a leva consigo deste mundo (isso quando tem morte natural). Principalmente quando o agressor vem do seio da família. O que diremos das meninas crianças que são abusadas e violentadas perdendo a inocência da infância e relegadas a ter o resto de sua vida com sérios problemas psicológicos, de relacionamento, várias se tornando incapacitadas até mesmo de construir uma família?

Há sim e que bom, várias delas, que conseguiram e conseguirão superar o trauma e tocar a vida, mas sempre carregarão essa dor consigo. E nem todas são assim.

O mais notável, é que estes número aumentaram durante o governo Bolsonaro, que tem estimulado a violência em todos os níveis, mas as mulheres, tem sido uma das categorias que mais sofreram com essa política excludente e machista.

E não passa pela minha cabeça, um sentido de compreensão sequer, sobre a atitude de muitas mulheres que ainda defendem um governo machista, misógino e violento, que em nenhum momento, mostra empatia pelo sofrimento da muitas mulheres brasileiras. Muito menos de implantar ações que coíbam esses sofrimento.

A Damares, aquela da goiabeira, cuja alucinação, foi fruto exatamente  do abuso e estupro sofrido por ela, me impressiona o distanciamento dela pela luta das mulheres neste país. Me impressiona a defesa que ela faz do machismo brasileiro usando as próprias Escrituras Sagradas para justificar a misoginia e total submissão das mulheres aos homens que as oprimem e as matam.

Quando ela estava em cima da goiabeira, alguma coisa no cérebro dela explodiu e não teve mais conserto. É o que eu posso imaginar. Não vejo outra possibilidade. Ou sendo mais simplista, independente do que aconteceu com ela, ela é mal caráter, corrupta e faz qualquer coisa pelo poder.

Não sei. Não quero crer nisso. Mas será?

Finalizando, pode parecer que não o que comemorar no Dia das Mulheres. 

Mas eu insisto em comemorar a Mulher, por existir, por me fazer existir, por me dar Amor, Por dar Amor ao Mundo, porque mesmo em situações adversas, ela submerge e retorna a superfície mais forte do que nunca, Nunca desiste do seus sonhos, apesar das tentativas de uma sociedade cruel e excludente de torna-los pesadelos, e a despeito disto nunca deixará de ser uma guerreira e lutará sempre por aquilo quer. 

Os Sonhos de uma Mulher nunca morre e o mundo não poderá jamais matar a Mulher. É simples. Sem ela não existimos e nossa raça perecerá.

Da Mulher veio e vem a Vida Eterna para a humanidade.

Homenageio, admiro e coloco num pedestal todas as Mulheres do Brasil e do Mundo. E todo homem deve saber que é sua obrigação, estar sempre ao lado delas para proteger, para ajuda-las a realizar seus sonhos, por muitos motivos. Mas um deles só já basta:

A Mulher é a mãe da humanidade.

Eliseu Mariotti




Um dos grandes pensadores da Educação no país, ao lado de Anisio Teixeira e Paulo Freire, Darcy Ribeiro teria completado no último sábado 97 anos de idade. Embora "Imortal" da Academia Brasileira de Letras, Darcy nos deixou em 15 de março de 1997 quando exercia o mandato de Senador da República e escrevia livros para deixar para a história: O Povo Brasileiro, Diários Índios, O Brasil Como Problema e Noções de Coisas.

Darcy foi o grande criador da escola em turno integral no Rio de Janeiro em um período, década de 80, em que previra que o Rio se tornaria inviável caso os jovens daquela época não tivessem acesso a um ensino de qualidade:

- Ou educamos nossas crianças agora ou em 30 anos estaremos correndo de pivetes nas ruas.

Ele acertou: Corremos de pivetes nas ruas.

O programa dos Cieps foi desmontado pelo sucessor de Brizola, Moreira Franco, sob o argumento de que era caro:

- Cara é a ignorância - defendia-se Darcy.

O também professor, Chico Alencar, lembrou o dia de aniversário de Darcy: na sua página do Facebook.:

"Se vivo estivesse, #DarcyRibeiro estaria completando 97 anos. Ele também é autor da célebre frase: "A crise da Educação no Brasil não é uma crise, é um projeto". Para grande parte da população, a Educação brasileira fracassou. Mas para a elite classista e oligarca dominante, que deseja manter o povo alienado, submisso e manipulável, a precarizada educação direcionada aos pobres é um sucesso, pois cumpre com seu papel limitante e aprisionador.

Visionário, Darcy Ribeiro sabia, já nos anos 1980, o que o futuro nos reservava caso continuássemos trilhando este caminho perverso. Os Cieps são um dos grandes legados deste educador. Um projeto de nação com objetivo de levar Educação inclusiva, gratuita e de qualidade a todas as crianças. Esse é o Brasil que queremos. Seguimos na luta. Darcy Ribeiro vive em cada um de nós que eterniza seu legado!"

Minibiografia:

Mineiro de Montes Claros, caboclo namorador, Darcy Ribeiro passou mais de uma década vivendo com os índios brasileiros. Foi um dos grandes nomes do governo João Goulart e por isso acabou exilado após o golpe militar. No exterior foi responsável pela construção e instituição de universidades. É o maior criador de escolas da história do Brasil - ao lado de Lula. Foi considerado pela ONU uma das cem maiores inteligências mundiais do seu tempo. Diante do seu exílio, uma alta comissária da instituição disse a um dirigente brasileiro na ditadura:

- Imagino que o Brasil seja um celeiro de grandes cérebros, intelectuais, pensadores e cientistas. Para abrir mão de um homem como Darcy Ribeiro fico a imaginar o nível dos cidadãos que os senhores mantém por lá.

Fonte: Conexão Jornalismo