Tragédia em Manaus é fruto do casamento entre um engenheiro na Saúde do AM e um militar no Ministério, diz Otto Alencar



Senador ficou indignado com o fato de Marcellus Campelo, engenheiro de formação, ter demonstrado inaptidão para ter conduzido a Secretaria de Saúde do Amazonas durante a maior crise sanitária do século

“O senhor não sabe nada. O senhor está errado e o seu governador mais ainda, de nomear um engenheiro para ser secretário da Saúde do Estado do Amazonas. A mesma irresponsabilidade cometeu o presidente da República, de nomear um general que não conhecia o SUS [para o Ministério da Saúde].” Foi em tom de indignação que o senador Otto Alencar criticou a passagem de Marcellus Campelo pela Secretaria de Saúde do Amazonas durante a maior crise sanitária do século.


Nesta terça (15), à CPI, Marcellus teve de responder pelo colapso no sistema de saúde e a crise do oxigênio. Na visão de Alencar, que é médico de formação, a tragédia em Manaus é fruto do casamento entre um engenheiro que não entende nada de medicina sanitária e epidemiologia na Saúde do Amazonas, e de Eduardo Pazuello no cargo de ministro da Saúde. Dessa junção saiu “o maior crime” da pandemia, que foi ter deixado o vírus e suas novas variantes correrem soltos, para usar a população amazonense de cobaia para o chamado “tratamentos precoce”.

“Tenho a convicção de que o caso Manaus com o Ministério da Saúde foi o verdadeiro pecado original. Sentado no Ministério da Saúde, o general que não sabia o que era SUS, desconhecia completamente a doença. E sentado na cadeira de secretário, o engenheiro sem experiência nenhuma em medicina sanitária e epidemiológica. Esse casamento deu na tragédia em Manaus. São duas pessoas sem competência na Saúde para tratar de Manaus. As perguntas mais banais em medicina que fizermos, certamente ele [Marcellus] não saberia responder”.

E Otto Alencar bem que tentou. O senador perguntou quantos leitos de UTI deveria ter para cada 100 mil habitantes do Amazonas. “Isso qualquer secretário de saúde deveria saber”, mas Campelo não respondeu.

O senador também não digeriu bem a desculpa de que a secretária do MS, Mayra Pinheiro, empurrou o tratamento precoce com cloroquina para o Amazonas quando a crise do oxigênio estava em marcha. Otto Alencar disse que como secretário da Saúde, era papel de Campelo barrar a ideia, já que não concordava com ela. “Qualquer secretário tem que ter conhecimento, autonomia, personalidade para dizer ao governante qual é o caminho”, defendeu, repetindo inúmeras vezes que o engenheiro e Pazuello são os “responsáveis pela morte em Manaus, pela inoperância e incompetência”.

“O senhor só falou aqui em tratamento para a doença, em nenhuma prevenção para conter a propagação do vírus. Por que? Porque não tem competência”, disparou.

Jornal GGN