Esquerda conquista o poder no Peru em votação apertada



O Peru elegeu, num pleito dos mais divididos da história, um professor para a Presidência da República. Pedro Castillo, 51 anos, leciona no ensino primário e tem mestrado em psicologia educacional. 

Embora os números oficiais não tenham sido divulgados, até às 11 horas desta terça-feira (8) ele ampliava a vantagem sobre Keyko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori. Seus votos somavam 8.542.834 votos, contra 8.417.843.

Ele ganhou notoriedade em 2017 ao liderar uma greve de professores em várias regiões do país que durou 75 dias. Os manifestantes exigiam, naquele momento, um aumento salarial para professores peruanos.

O símbolo da campanha de Castillo, um lápis gigante, mostra qual foi a motivação da sua campanha, pautada pela necessidade de aumentar a Educação.

Em sua campanha, que lhe garantiu a vitória no primeiro turno, ele propôs que educação e saúde sejam considerados direitos fundamentais dos peruanos, bem como o combate à corrupção -calcanhar de Aquiles de sua adversária, Keiko Fujimori, filha do ditador Alberto Fujimori.

Castillo concorre à Presidência do país andino pelo partido "Peru Libre", que se define como uma agremiação marxista-leninista. O virtual presidente eleito é um "ex-rondero" (membro da ronda de camponeses, uma organização de defesa da comunidade).

Subestimiado pela direita e pela esquerda, a candidatura de Castillo cresceu especialmente nas duas semanas que antecederam as eleições.

O lema de Pedro Castillo na campanha foi "nunca mais um homem pobre em país rico!"

Castillo propõe convocar uma nova Constituição Política, por meio de uma assembleia constituinte, para atribuir ao Estado um papel ativo como regulador do mercado. Nesse projeto, o virtual presidente peruano deseja a nacionalização de setores estratégicos como mineração, gás e petróleo.