As teorias da conspiração ganham guarida na cabeça de alguns evangélicos que na tentativa de justificarem seu apoio a um governo genuinamente anti cristão tentam dar um toque de chamada divina a indivíduo que passa longe de ser cristão. Tem sido recorrente os telepregadores vociferarem contra as medidas de prevenção do Coronavírus, distanciamento, uso de máscaras e o lockdown. Vídeos em canais do youtube superabundam e as "denúncias'' e reivindicações orbitam a temática religiosa. Até a efetividade da vacina para o combate ao Covid-19 é vista com desconfiança pois trata-se de um “plasma com microchip”( feito por Bill Gates) para controle e redução populacional. Ora a lógica do capital é a manutenção de um exército de reserva de mão de obra para pagarem os piores salários e enriquecerem ainda mais os que detêm os meios de produção.

Lembro-me que em uma das campanhas de Eduardo Cunha e o pastor Edino Fonseca, foram distribuídos um cd onde eles denunciavam os planos do anticristo para o controle mundial. A candidatura deles representava essa frente de oposição. O conteúdo das denúncias eram suigeneris: 1) Controle da fonte das águas; 2) Plano de redução da população; 3) fechamento de igrejas, entre outras coisas. Ambos conseguiram se eleger.

Em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, o prefeito Washington Reis, disse que as igrejas evangélicas curam o Covid. Em São Paulo, o governador João Dória, embora tente aparentar ser o contraponto do Bolsonaro, disse em uma coletiva de imprensa que as igrejas prestam um serviço essencial.

Certo pregador evangélico orou por um irmão que estava com o covid, sendo ele curado, segundo o testemunho desse pregador. Porém, o interessante dessa história é que o pai desse, um pastor por volta de seus sessenta e poucos anos contraiu o covid e morreu em decorrência do mesmo.

Aqui na Paraíba, o prefeito de Cabedelo ( Vitor Hugo do Dem) conclamou a população para fazer jejum a fim de vencer o corona-vírus por meio da guerra espiritual. Muito conveniente para os governantes conclamarem jejum e oração para vencer o corona do que empreenderem reais esforços para vencer a situação pandêmica, sem esquecer que o Estado é laico!

Não existe fórmula mágica para a prevenção do Covid, o que existe é o trabalho em equipe de especialistas da área de saúde, não quero com isso, ridicularizar aqueles que possuem suas crenças há muitos religiosos sinceros, o que eu quero dizer é que a ciência e a religião não se contrapõem, são conhecimentos distintos e em alguns momentos complementares, reconhecido até mesmo pela Organização Mundial da saúde que em seu Relatório Geral em maio de 1984 na 37ª Assembleia Geral,

Reconhece que a dimensão espiritual tem um papel importante na motivação das pessoas em todos os aspectos de sua vida. Afirma que essa dimensão não somente estimula atitudes saudáveis, mas também deve ser considerada como um fator que define o que seja saúde. Convida todos seus Estados-membros a incluírem essa dimensão em suas políticas nacionais de saúde, definindo-a conforme os padrões culturais e sociais locais”

Todavia, somos obrigados a questionar o fato de que alguns líderes fazerem tanta objeção para fecharem suas igrejas mesmo em tempos tão tenebrosos de intensa contaminação com a doença que vitima líderes e liderados. Será que a religiosidade se limita a estar fisicamente em templo? Não há a possibilidade de orar em casa junto com seus familiares?

Precisamos de mais líderes religiosos como o Arcebispo Dom Manuel Delson Pedreira que suspendeu as celebrações presenciais até o dia 24 de maio, mostrando que a verdadeira fé é muito diferente do fanatismo religioso, ela se preocupa com o bem estar das pessoas.


Referências e dicas

TONIOL, Rodrigo. Atas do espírito: a Organização Mundial da Saúde e suas formas de instituir a espiritualidade. Anuário Antropológico, Brasília, UnB, 2017, v. 42, n. 2: 267-299.

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/02/24/pb-prefeito-convoca-jejum-para-guerra-espiritual-contra-a-covid-19.htm

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2020/04/04/interna_politica,842421/bolsonaro-convoca-populacao-a-participar-de-campanha-de-jejum.shtml


Márcio Roberto de Carvalho é ativista negro filiado ao PSOL e historiador pela UFPB


 


Tiago 2.5 - Ouvi meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?

O texto acima leva-nos a refletir sobre a postura e o posicionamento de algumas denominações cristãs na atual conjuntura.Refiro-me aos católicos e os evangélicos, povo do livro sagrado chamado Bíblia, não ignoro às demais religiões como as de matrizes africanas como a umbanda e candomblé. O destaque é intencional e provocativo pois foi o uso de trechos da Bíblia que acalentou esperanças messiânicas que elegeram o atual presidente do Brasil.

Sobre o lema Brasil acima de tudo, Deus acima de todos, bem como a utilização de trechos isolados da Bíblia como “ conhecereis a verdade e verdade vos libertará” que embalaram a campanha presidencial carregada de fakenews, e uma defesa bastante demagógica dos valores cristãos e da família, servindo para pautar debates sobre direito contraceptivo das mulheres ( legalização do aborto), discriminalização das drogas e uma educação libertadora e crítica, não somente preocupada em preparar o indíviduo para o mercado de trabalho, mas também para o convívio social e uma sociedade mais justa.

Ao contemplarmos a narrativa bíblica salta-nos à vista o contraste da vida de Jesus e seus seguidores nos primeiros séculos em relação algumas lideranças de nossos dias, que ostentam grandes patrimônios angariados com a fé alheia e ilusão de um discurso que promete riquezas e glórias em um sistema opressor cuja existência depende do acúmulo dessas riquezas na mãos de uma elite econômica.

Jesus, o Verbo Divino, nasceu em uma pequena cidade chamada Belém, cresceu em Nazaré, cidade estigmatizada naqueles dias, escolheu se fazer pobre, sendo ele rico para que a humanidade fosse enriquecida, enfim, Deus e seu filho escolheram um lado, um partido.

O evangelho veio da periferia, das classes subalternas, daqueles que não possuem grandes bens, os despossuídos de riquezas materiais. Portanto, posso afirmar com toda a convicção que Deus escolheu um lado, então é no mínimo insensato aqueles que serem seus seguidores não se posicionarem ante a situação vexatória a qual o povo brasileiro tem passado, estão como Pilatos, lavando as mãos para não ficar mal com ninguém.

Sobre isso a conferência de bispos e bispas da teologia negra realizada em 1978 nos Estados Unidos vai dizer o seguinte:


“ Nossa leitura está focalizada na observação do lugar privilegiado dos pobres na Bíblia. De acordo com diferentes textos bíblicos ( por exemplo, Êx 22.20-23; Dt 10.16-19) Deus manifesta sua justiça, tomando o partido dos órfãos, das viúvas, dos estrangeiros contra seus exploradores( …)”


A tentativa de não se posicionarem politicamente por parte de alguns cristãos não é por estes acreditarem na necessidade da laicidade do estado, mas por eles já tomarem partido contrário aos pobres. Outra tentativa “pueril” de justificar a omissão é a busca de um discurso equilibrado, sem extremismo, seja de esquerda ou de direita. Ledo engano, pois o sagrado livro que muitos afirmam crer exorta a não ficarmos em cima do muro da dúvida, nem olhando na janela da contemplação, aos arautos do “deixa disso”, Jesus diria: “por não serem quentes nem frio vomitar-te-ei da minha boca”.

Os cristãos não podem se omitir, não podem fazer como a Convenção Batista Brasileira que se omitiram no momento tão crucial a qual estamos passando, em que o número de mortos da Covid já ultrapassou a casa dos 200 mil mortos e o Governo Federal de Jair Messias Bolsonaro tem levado na galhofa, usando e abusando do cartão corporativo, cometendo vários crimes de improbidade administrativa. Interessante que essa mesma convenção não utilizou o discurso da isenção quando foi para pedir o impeachment de Dilma Rousseff . De lá pra cá o que mudou mesmo?

Referências

Convenção Batista se diz apartidária

https://wwwibmi.blogspot.com/2021/01/a-novidade-da-convencao-batista.html?fbclid=IwAR1qkMmWLJyiEQZbQ9LWipIxC91rZqsgBcsk6ZOGKcLIvAIrD2hmbkjpt80

FRESTOM, Paul. Religião e Política, sim; igreja e estado não: Os evangélicos e a participação política. Viçosa, MG: Ultimato, 2006.

WILMORE, Gayraud S, CONE, Janes H. Teologia Negra. Tradução: Euclides Carneiro da Silva. São Paulo: Paulinas, 1986.

Márcio Roberto de Carvalho é ativista negro filiado ao PSOL e historiador pela UFPB

 


Os que aqui se perfilam temos um inabalável compromisso com a democracia. Não meramente com o conceito usual de um tipo de sociedade onde cidadãos e cidadãs, votam, escolhem ‘livremente’ seus representantes. Defendemos a democracia que assegura a liberdade política, os direitos coletivos e as garantias individuais; democracia onde a participação popular, sobretudo, seja efetiva.

Originária da Grécia antiga teria sido Péricles quem a proclamou como governo “do povo, pelo povo e para o povo”. E numa solenidade em homenagem aos heróis da guerra do Peloponeso, segundo Heródoto. Esta formulação ficou célebre, séculos depois, na boca do presidente americano Abraão Lincoln.

Mas, na prática, nem na Grécia antiga, tal formulação se concretizou, afinal, mulheres, escravos e trabalhadores braçais estavam excluídos pelas elites. Ao longo do tempo, a democracia (também o seu oposto) como sistema político, não tem passado de mero instrumento a serviço destas elites. A análise marxista chega a afirmar que numa sociedade dividida em classes a democracia – como conhecemos - nada mais é que a ditadura da classe dominante. Só sendo possível uma democracia plena, numa sociedade sem classes.

Direitos democráticos e liberdades vão sendo relativizados conforme os interesses econômicos e políticos das classes dominantes.

Porém no período mais recente, trabalhadores, mulheres, negros e pardos, povos indígenas, populações lgbti+ e outros segmentes obtiveram, através de muita luta, conquistas que podem ser colocadas no corolário dos “avanços democráticos”. Assim a “democracia” vai sendo mitigada.

Após o surgimento do fascismo na Europa, século passado, “democracia” tornou-se cada vez mais uma bandeira de luta. Na medida em que crescem assustadoramente as investidas, por parte das elites dominantes contra a mínima conquista democrática, espraia-se, numa proporção inversa o anseio por mais espaço e liberdade pelas camadas populares.

É essa dimensão de ‘democracia’ que estamos a defender: respeito às conquistas institucionais, à diversidade e liberdade para lutar por direitos.

Hoje vivemos, talvez a mais brutal e sofisticada onda do ideário fascista no nosso país. Durante a ditadura militar, na sua fase de recrudescimento após o AI-5 o Estado brasileiro assume características de estado fascista, através do terrorismo institucionalizado que produziu a violência conhecida contra seus opositores. Agora o ideário fascista, promove, além da violência, o ataque aos costumes, à ciência, à cultura e à vida, utilizando-se, inclusive do ambiente de pandemia.

Por isto estamos aqui. Por isto nos proclamamos anti-fascista. E erguemos mais uma trincheira em defesa da democracia, do Brasil e da vida.


Autor: Agamenon T Sarinho é militante do PCdoB há 50 anos, casado, 3 filho(a)s, servidor federal aposentado e amante das artes. 



I

Insano,

Não te mascares,

Pões a máscara!

A vida clama e quer ser vivida.


Insano,

Tu que negastes,

Não negues a culpa

Da dor e da morte que esse chão ocupa. 


Insano!

Que cada pranto seja um libelo,

Que cada perda seja um látego

-  o preço final que ti é cobrado. 


ATS, 23, 02, 2021

Autor: Agamenon T Sarinho é militante do PCdoB há 50 anos, casado, 3 filho(a)s, servidor federal aposentado e amante das artes.

 


Hoje sou rei

Sem reinado e sem folia

Sou mestre sala sem fazer cortejo

À porta-estandarte sem pendão

Sou palhaço sem pintura e alegria

Pierrot e colombina sem salão

Sou baiana sem renda e rodopio

Sou bateria sem cuíca e sem repique

Frevo sem sombrinha e sem passista

Sou maracatu que ensaiou e não saiu

O ausente cartaz contra o fascista

Sou fantasia adormecida no varal

Abre-alas sem comissão de frente

‘A la ursa’ presa no quintal

Sou a paixão do um povo resistente

Expiando a pandemia em pleno carnaval.

ATS, 16-02-21


Autor: Agamenon T Sarinho é militante do PCdoB há 50 anos, casado, 3 filho(a)s, servidor federal aposentado e amante das artes.



O governador da Paraíba, João Azevêdo , anunciou no Twitter, neste domingo (31), que o site VacinaPB já está disponível para que os paraibanos façam o seu cadastro para a vacinação contra a Covid-19.

O governador ainda acrescentou que quem se cadastrar no site, será avisado assim que a vacina estiver disponível para o grupo de referência do cadastrado. Essa primeira fase, é importante que todos os idosos sejam cadastrados.

Na Indonésia, implantaram um sistema de vacinação que considero mais eficiente do que a maioria do resto do mundo. 

Primeiro está sendo feita a vacinação dos trabalhadores essenciais e jovens, já que são os maiores vetores responsáveis pela transmissão do vírus não só na Indonésia, mas também no resto do mundo.

Com isso, contém-se de modo eficiente a contaminação pelo vírus, favorecendo assim a imunização do rebanho. Dos idosos, dos que não fazem parte dos serviços essenciais e os desempregados é exigido o isolamento e distanciamento até que chegue sua vez de ser vacinado.

Isso na Indonésia.

Aqui na Paraíba seguiremos o modelo tradicional recomendado pelo MS e OMS. Enfim, o importante mesmo, é que a vacinação seja iniciada o mais rápido possível para a população em geral.

Já é uma excelente notícia o cadastramento online da população p\ara ser vacinada. 

Agora é ter calma, exercer a paciência, cumprir os protocolosde segurança recomendados e logo seremos vacinados.

Se Deus quiser. E Deus quer. Ele premia aqueles que com paciência e responsabilidade esperam N'Ele.


João Azevedo





Como admirador e seguidor de Jesus Cristo, sempre cri que a Bíblia Ocidental em suas várias e contraditórias traduções continham a Palavra do Criador e o registro de outros deuses. Nunca em minha vida consegui ver este livro como a infalível Palavra de Deus em sua totalidade, mas há em mim a certeza de que é portadora de tais Palavras Divinais. 

No máximo vejo ali uma permissão divina e maior do que o homem para que se imprimisse determinados registros da história da humanidade e da história divina neste mundo, porque ainda não nos foi permitido escrever a de outros mundos.

Creio que este meu texto irá provocar reações em líderes religiosos, romanos, reformistas, pentecostais ou neopentecostais não muito favoráveis, ou talvez não, porque uma criação que foi criada para ser dominada como escrava, com certeza sempre usou o Livro Sagrado, porque apesar de tudo, é Sagrado, para dominar e escravizar seus semelhantes. Principalmente no campo do domínio da mente.

Não acredito no tradicionalismo religioso, não acredito em sacrifício de vida animal ou humana aos deuses que amam a humanidade, não acredito em sacrifício pelo Pecado Original, porque para este Cristo já fez o sacrifício definitivo, com batismo ou sem batismo. Porque a Salvação e a Imortalidade da alma vem primeiro pela Fé, como primeiro requisito para receber tão divina Graça.

"Vai em Paz. A tua Fé te salvou."

Quantas vezes lemos essa frase do Cristo nos Evangelhos?

E como puderam aqueles que se dizem ungidos pelo Espírito Santo esquecerem tão facilmente desta premissa?

A Fé não habita na intolerância ao próximo, portanto não habita no sexismo, na homofobia, no racismo, na xenofobia, nos "diferenciados" de classe, na falta de respeito a outras profissões de Fé, mesmo que contradigam a que professamos.

A Fé não habita nestas distorções, estas sim, os verdadeiros pecados originais, e não a manifestação do Amor que foi colocada na natureza humana.

Creio que a maioria dos leitores conhece a história do sapo que deu carona ao escorpião, e que quando chega a outra margem do rio, o escorpião o pica, justificando cinicamente que era de sua natureza.

Então se é da natureza humana que pratiquemos o sexismo, a homofobia, o racismo, a xenofobia, os "diferenciados" de classe, a falta de respeito a outras profissões de Fé e a insistência no domínio escravista de nossos semelhantes, então nosso Criador biológico de fato não era tão perfeito assim.

Blasfêmia? Jamais!

Não estou afirmando tão peremptoriamente, mas me dando o direito de exercer o livre arbítrio, aliás que nos foi dado para exercer nossas escolhas, mesmo o Criador sabendo de nossas qualidades escorpianas. 

Porquê Ele correu esse risco?

No Velho Testamento, apesar da teologia acadêmica afirmar com teses absolutamente sem consistência que eram apenas um com nomes diferentes e que estes eram os criadores da humanidade, há dois deuses. Um era Jeová e o outro Javé, e todos os dois tem sua versão de nomes impronunciáveis pela nossa capacidade fonoaudiofalante.

E a Fé Judaica passou a ser mais maniqueísta, após o povo judeu ter sido levado cativo para a Babilônia e ter absorvido elementos do Zoroatrismo. Isso é claramente mostrado na Bíblia.

Maniqueísmo é a relação teológica das religiões na polarização do bem e do mal.

Então eu pergunto: O Deus do Velho Testamento é o mesmo do novo? Ou Pedro e Paulo insistiram em relacioná-los na Nova Aliança, depois da Assembléia de Jerusalém?

Eu vou escrever o que creio e também creio não ofender Aquele a Quem sirvo, não como escravo de Cristo no estilo pauliniano ou como um eunuco espiritual, Porquê está escrito que a Verdade nos libertarás. E se vivo na Verdade, sou liberto, portanto jamais seria escravo de Cristo como Paulo, mas como amigo e irmão mais novo de Cristo adotado por Deus a partir do sacrifício na cruz pelo Emmanuel.

Não sou melhor que Paulo, mas sou Cristão, não Pauliniano. Não foi o sangue de Paulo que me resgatou do mundo dos mortos. 

Mas, ora, se todos somos criação de Deus, porque então somos adotados? Você só é adotado por aquele que não é seu pai de Verdade. 

Na Bíblia, o entendimento é que todos que aceitam a Cristo como Senhor e Salvador, são feitos filhos de Deus (João 1:12). Esse é o maior exemplo de adoção por amor (Efésios 1:5). 

Maior exemplo de adoção?

Tem mais, esse então me deixa de queixo caído:

"Éramos filhos do inimigo de Deus (João 8:44) e, mesmo assim, Ele nos amou, perdoou e nos adotou como Seus filhos..."

Eu era filho do inimigo de Deus? Então o meu Criador era inimigo de Deus...

Quando Jesus se dirigia aos fariseus que vinha contender com Ele, vale lembrar que os Saduceus eram agnósticos, seu foco era político, Jesus dizia:

"Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. João 8:44"

Nem me preocupo, os teólogos virão com suas teses ajeitadas explicar o meu questionamento. Ou então nem se darão ao trabalho. Mas a Verdade é que os Fariseus seguiam a religião ortodoxa judaica, e Jesus chamou o pai deles de diabo. 

Há algo de podre no reino da Dinamarca.

Essa foi só uma introdução ao assunto principal deste texto: A Misoginia. Essa introdução busca mostrar as contradições bíblicas a Luz do Espírito e execrando o academicismo teológico, que na verdade não passa de medíocre manifestação da sabedoria humana. Encontrei muitos teólogos assim na Igreja Presbiteriana e na Igreja Católica. 

Mas são várias as denominações que massificaram uma teologia evangélica e também a católica, que buscou a manifestação carismática, motivados apenas pelo interesse em angariar grandes quantidades de membros em favor de um mercado religioso, a exemplo daqueles que Jesus expulsou do Templo.

Entre as piores manifestações de intolerância entre os reformistas, evangélicos e católicos é contra a mulher. Isso é Misoginia, que especificamente no terreno religioso quer dizer aversão ou ódio a mulher.

No texto de Isabela Garrido, uma mulher evangélica, no Brasil, a cada 2 minutos, 5 mulheres são espancadas; a cada 11 minutos, 1 mulher é estuprada; e a cada 90 minutos, 1 mulher é assassinada. Esses dados foram disponibilizados pela Agência Patrícia Galvão, criada para produzir notícias e conteúdos sobre os direitos das mulheres brasileiras. 

E o que é que a igreja evangélica tem a ver com isso? Absolutamente tudo! 

Porque mulheres crentes também são vítimas de violência doméstica; porque homens crentes também praticam atos de violência contra suas mulheres; e porque a igreja, infelizmente, muitas vezes tem agido como cúmplice no meio de tudo isso. Como membro da igreja evangélica brasileira, me dói ter que admitir essa triste e vergonhosa realidade, mas não dá para negá-la. São palavras dela que faço minhas.

O discurso fundamentalista e a postura inflexível de muitas igrejas sobre o divórcio se transformam em um meio de opressão para milhares de mulheres que vivem em situação de risco por estarem expostas à violência doméstica. 

Muitas igrejas afirmam permitir o divórcio em casos de agressão física, mas pecam por não levar em consideração a violência verbal e psicológica que, em muitos casos, precedem-nas. 

Ainda segundo Isabela, Outro tipo de violência muito comum nas igrejas é o estupro de mulheres pelos seus próprios maridos. A orientação de Paulo em 1 Co 7:4 é distorcida e utilizada para justificar esse ato, pois alegam que se o corpo da mulher pertence ao marido, então ela não pode recusar o sexo em hipótese alguma. 

Esquecem que a mesma passagem diz que o corpo do homem também pertence à esposa e que Paulo em nenhum momento fala que a recusa ao sexo por parte de um dos cônjuges deve ser resolvida à força. Esse tipo de violência é ainda mais difícil de ser detectado. 

Raramente as mulheres falam sobre isso com alguém e, em muitos casos, elas sequer sabem que estão sendo vítimas de estupro. Afinal de contas, foi o seu marido, né? Elas acreditam na história de que seu corpo não lhes pertence, segundo a interpretação errada e distorcida da fala de Paulo.

O próprio texto de Isabela Garrido, que escreve para o site "Tem Mulher na Igreja", vem corroborar o meu texto introdutório sobre a visão dúbia e inescrupulosa que muitos líderes religiosos tem sobre as Escrituras. Com relação a mulher, são absolutamente machistas e usam a Bíblia Sagrada para dominá-la sem nenhum respeito para com sua individualidade e atitudes cristãs femininas, ou feministas. Como queiram.

Só para começar, a nossa Genêsis bíblica ultrapassa qualquer definição machista que se possa dar a um texto sobre a criação da mulher. Não fazem menção nenhuma a textos antigos hebraicos que falam sobre uma mulher criada antes de Eva do mesmo material de Adão e não da sua costela. 

Seu nome é Lilith. Enfim, ela se revolta contra o machismo estrutural de Adão e vai embora do Éden por livre e espontânea vontade e aí, talvez, aqui esteja no campo da especulação, mas a Fé judaica é machista, e então Lilith vai ao deserto, se junta com o capiroto e cria todos os dias milhares de demônios para atormentar a terra e seus habitantes. 

Cá entre nós, só uma dezena de homens possuídos pelos demônios já provocam um estrago considerável no planeta.

Em seguida, da costela de Adão sai Eva, submissa, mas que leva ao homem a sua própria queda e desde os tempos do Moisés deuteronômico, a mulher tem que carregar este enorme peso e culpa.

É a tese tardia do cordão umbilical que não se rompe nunca. Por si só o homem não peca, não erra. Uma mulher tem que leva-lo a isso. Mas com Adão não havia cordão umbilical, e Eva não era mãe de Adão...

Fica o simbolismo mais perverso com relação a mulher na história humana.

Mas enfim, desde o início a mulher está em desvantagem nas religiões judaicos-cristãs, islâmicas e hindus. Sem fazer apologias, evoco aqui, esqueçam questões políticas ideológicas do século XX/XXI, as "mitologias" sumerianas, acádias, gregas, germânicas, nórdicas e celtas. Nelas, as mulheres tem um papel central na sociedade como guerreiras, agricultoras, navegadoras e de mães, seguindo uma atribuição da Grande Mãe. 

E sem deixar de existir o Deus central, criador, masculino, não há de modo algum uma diminuição do feminino na divindade. Pelo contrário, há um papel fundamental da mulher nestes panteões.

E até mesmo, no início da religião dos hebreus, o Deus bíblico do velho testamento, tem uma deusa a seu lado. Com os levitas mosaicos, essa deusa se torna pagã e é divorciada do seu Deus exclusivo. 

A pergunta não respondida e a Bíblia não tem todas as respostas para ela é: Porquê os Cristãos renegam as suas mulheres o legítimo direito de escolha, de missão por igual e muito mais, do ministério que Cristo deu as mulheres que o cercavam?

"Bendito é e será entre as mulheres."

Porque realmente não seguimos a Cristo em vez de ficarmos inventando artifícios teológicos muito bem estruturados em teses que empurram a janela construída em lugar errado onde o sol não passa, para onde o sol brilha?

É construção mal feita.

Não é mais fácil construir a janela onde o sol brilha? O Sol da Justiça? No lugar certo?

Por fim, afirmo e reafirmo que esse texto é em defesa absoluta das mulheres cristãs e das que não são também. 

Porquê, na visão da História humana, nas Escrituras Sagradas e na minha própria, as mulheres sempre prevaleceram e sempre prevalecerão.

Porquê?

Simples.

Elas são as mães da humanidade, dos homens e de si mesmas. Sem elas não haveria vida de acordo com a natureza do Criador. Elas não são o escorpião, elas dão a vida, mas podem picar com um poderoso veneno também para se defender.

Mais? Pois vai e não reclame, seu machista:

Sem uma Mulher, Jesus Cristo não teria vindo a este mundo.

Fiquem na Paz de Deus.


Eliseu Mariotti é Jornalista, Músico, Publicitário, Programador, Editor deste Blog e do Projeto Democracia Sempre


















A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que outras três vacinas contra a Covid-19 aguardam a revisão final para listagem de uso emergencial. Até o momento, apenas a vacina desenvolida pela Pfizer/BioNTech foi aprovada pela entidade. 

De acordo com a agência Reuters, porém, um relatório interna OMS aponta que os imunizantes da Moderna, AstraZeneca, Sinoparm e Sinovac poderão ser aprovados nas próximas semanas. No total, segundo a vice-diretora-geral da OMS, Mariangela Simão, existem 13 imunizantes em alguma fase da listagem. 

A autorização da OMS é importante pois, além de agilizar os processos e cada país, também prmite a distribuição da vacina aos países mais necessitados por meio do Fundodas Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). 

Font: IG




A WTorre, empresa que administra o Allianz Parque, anunciou que a estrutura do estádio será utilizada para a campanha de vacinação contra a Covid-19, prevista para começar no próximo dia 20. Segundo a empresa, as conversas com as autoridades públicas estão em andamento e o local ja está sendo preparado para receber a operação.

Com isso, o estádio do Palmeiras se junta ao Morumbi e à Neo Química Arena numa corrida "saudável" entre os clubes paulistas. No último dia 8, São Paulo e Corinthians anunciaram que os locais também foram colocados à disposição das autoridades de saúde.

O uso dos estádios de futebol para a vacinação contra a Covid-19 não é uma exclusividade de São Paulo. No Rio, o Botafogo abriu as portas do Nilton Santos. O clube alvinegro também ofereceu a sede de General Severiano. Já na Bahia, a Arena Fonte Nova também foi colocada à disposição.

Fora do Brasil, as arenas também viraram aliadas das campanhas de vacinação contra a Covid-19. Na França, o Olympique de Marseille disponibilizou o Stade Vélodrome. Já nos Estados Unidos, estádios da NFL (a liga de futebol americano) e da MLB (a liga de beisebol) também estão serão usados com este intuito.

Font: hbrasill


Neste domingo, 17 de janeiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial de duas vacinas contra a Covid-19 e realizou um ato simbólico: a vacinação do primeiro brasileiro fora dos períodos de teste. Mônica Calazans, de 54 anos, foi a escolhida para receber a primeira dose do imunizante. Ela atua na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.

A primeira dose da CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac, foi aplicada pelo Governo de São Paulo. Além disso, a Anvisa também aprovou o uso emergencial da vacina da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), desenvolvida com a Astrazeneca/Universidade de Oxford.

A moradora de Itaquera, na Zona Leste da capital paulista, foi a primeira pessoa, fora dos estudos clínicos, a receber a vacina. Após ser imunizada, ela recebeu do governador João Doria um selo simbólico com os dizeres “Estou vacinado pelo Butantan” e uma pulseira com a frase “Eu me vacinei”.

om a aprovação o Brasil, se tornará o quarto país a iniciar o uso emergencial do fármaco, após China, Indonésia e Turquia. 

Esperemos que a partir de agora esse carro desça a ladeira em quinta marcha até conquistarmos a imunidade de rebanho.



 


Existe um lugar no Centro Histórico de João Pessoa que poucos conhecem e que é considerado um dos melhores cafés e restaurantes do Nordeste. Fica no prédio que se localiza a rádio Sanhuá, que com certeza já ouviram e o portal S1, mas será que todos sabem onde fica? 

Pois, fica em um dos melhores lugares para se ver o pôr do sol em João Pessoa. Em frente a Catedral da Nossa Senhora das Neves. 

É numa casa linda, que parece saída de uma revista de Casa e Decoração, reformada e decorada sob o comando de Jussara Moreno, que é localizado o Bistrô 17. 

O Bistrô 17 hoje tem um cardápio exclusivo com uma carta de bebidas que atende a todos os gostos, além claro, de ter um dos cafés expressos do mais alto gabarito da cidade de João Pessoa. 

Com toda estas qualidades a casa resolveu investir em música instrumental uma vez por semana. Jussara está lançando o projeto “Sax em Quinta no Pôr do Sol”, em ritmo de happy hour para incrementar o maravilhoso pôr do sol que a natureza dotou a região. 

Quem irá conduzir musicalmente o projeto será o músico DJSax Mariotti,que além de jornalista e programador, é saxofonista e já montou e programou mais de 500 trilhas de instrumentos digitalizados com arranjos formatados por ele mesmo, criando um repertório personalizado de todas as épocas e para todas as faixas etárias. 

O Projeto “Sax em Quinta no Pôr do Sol” será realizado as quintas-feiras no Bistrô 17, à partir das 17h00 até as 19h30, horário em que você poderá degustar junto com boa e diferenciada música um cardápio exclusivo e uma carta de bebida excepcional, com aprática de segurança de todos os protocolos que a pandemia e a lei exige. 

Nesse quesito, a casa conta com variedades de espaços abertos e mesas devidamente distanciadas, além dos talheres e louças de uso comum com a adequada higienização que sua saúde merece.

É mais um espaço exclusivo de cultura que a cidade disponibiliza para aqueles que tem prazer em desfrutar bons momentos com boa música. 

O telefone de contato, já para reservas é 83 99913-1707 e vale muito a pena não perder essa excelente oportunidade de sair de casa, ouvir boa música, comer bem e com segurança para você e sua família.

Divirta-se! Vá ao Bistrô 17 que fica na  Rua Conselheiro Henrique, 17, no Centro Histórico de João Pessoa.

E é com certeza um dos mais belos lugares com muita história da Capital paraibana.
  




Imagens de médicos mortos pela Covid projetadas em edifícios paulistanos (Crédito: Metrópoles)

 

No início da década passada, as entidades médicas brasileiras travaram uma luta desigual no Congresso Nacional, pois até então o exercício da nossa profissão ainda não tinha sido regulamentado por lei.

Diferente das demais profissões de saúde, por descuido das gerações médicas anteriores nunca havia sido apresentado um projeto vitorioso, na Câmara Federal e no Senado, para regulamentar uma profissão tão antiga e prestigiada.

Em sua longa trajetória no Congresso, originalmente recebeu no Senado a denominação PL 268/2002, do senador Benício Sampaio, do PPB do Piauí. Após demorada evolução, foi aprovado por unanimidade no Senado e seguiu para a Câmara do Deputados, onde passou a ser denominado PL 7703/2006.

Ao longo de sete anos, o PL 7703/2006 sofreu todo tipo de agressões por parte das representações das outras 13 profissões de saúde. Tal hostilidade baseava-se em equívocos estimulados por dirigentes suspeitos que comandaram outros profissionais – dentistas, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, assistente social, biólogo, biomédico, farmacêutico, fonoaudiólogo, profissional de educação física, terapeuta ocupacional e técnico e de radiologia – numa verdadeira guerra santa contra aquilo que foi denominado Ato Médico.

Esses dirigentes das profissões citadas convenceram seus liderados que a aprovação da Lei do Ato Médico os transformaria em meros subordinados aos médicos e esses, por sua vez, limitariam as atividades daqueles profissionais.

Tamanha má vontade para com a classe médica parecia ter raízes históricas, originadas em comportamentos inadequados e arrogantes de médicos do passado.

Hoje, os tempos são outros e as novas e atuais gerações têm relações em que predomina o respeito mútuo aos outros profissionais de saúde, encarando a sua atividade como um trabalho de equipe, onde o bem comum é a saúde plena do paciente sob os seus cuidados.

Esse verdadeiro ranço encontrou eco no Congresso, todavia, mais exatamente na Câmara dos Deputados. Isso fez com que a lei atrasasse, demorando 11 anos até ser aprovada e sancionada.

Antes de ser aprovado, o projeto foi distorcido e politizado, especialmente por representantes do Partido dos Trabalhadores, com destaque para o então deputado paraibano Padre Luiz Couto, influenciado pelos representantes das outras profissões, com destaque para os psicólogos e fisioterapeutas.

Por causa disso, o projeto sofreu cortes substanciais nas prerrogativas da profissão médica. Teria sido pior, não fosse o denodo com que o seu relator, o senador paraibano Cássio Cunha Lima, defendeu a conservação do texto original, que continha definição justa das atividades exclusivas da formação do médico, que de modo algum cerceava atividades das outras profissões.

Aprovada com ressalvas na Câmara Federal, retornou ao Senado, onde foi aprovada por unanimidade. Finalmente, em 10 de julho de 2013, a então presidente Dilma Rousseff sancionou a lei, mas, mal assessorada por seu ministro, o “médico” Alexandre Padilha, vetou dispositivos essenciais do texto aprovado pelo Senado, amputando assim a Lei do Ato Médico.

Pois bem: a luta heroica e desigual das nossas entidades representativas, com destaque para o Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Médica Brasileira (AMB), foi renhida e mobilizou todos os médicos do Brasil.

Os cortes que a presidente Dilma, do Partido dos Trabalhadores, realizou na nossa Lei, e a concomitante luta da classe médica brasileira contra a aprovação da regulamentação do Projeto Mais Médicos, que escancarou as nossas fronteiras à invasão de profissionais que se diziam médicos, sem que pudesse ser realizada uma comprovação, visto que foi proibida a revalidação do diploma para esses “médicos”, fizeram com que os nossos colegas aprofundassem o seu repúdio ao PT e seus representantes.

Na eleição para presidente acontecida em 2018, sem ter bom-senso nem autocrítica, o PT lançou um candidato próprio. Isso provocou uma reação dentro da categoria médica, que compreensivelmente não havia esquecido as feridas abertas pelo Mais Médico e a Lei do Ato Médico. A eleição tornou-se, então, plebiscitária para a maioria em peso da nossa categoria. Cresceu a ojeriza ao candidato do PT, tendo os nossos médicos por maioria esmagadora abraçado qualquer um que fosse adversário do candidato do PT.

Quis o destino que um doido esfaqueasse o candidato da extrema-direita, um apagado político sem nenhum projeto expressivo na sua vida. A comoção nacional provocada pelo gesto do tresloucado, muito bem explorada pelas redes sociais que disseminam intrigas e ódio, teve o efeito de uma catapulta em sua candidatura.

Dentro da classe médica essas redes exploraram muito bem a aversão da categoria ao PT e tudo aquilo que o representasse. Essas redes souberam manipular muito bem o sentimento dos médicos brasileiros, fazendo com que contribuíssem fortemente para eleger Jair Bolsonaro presidente da República, numa eleição democrática. Até aí, tudo bem.

Em primeiro de janeiro de 2019, o cidadão tomou posse do cargo de presidente do Brasil. Foi o último ato importante por ele realizado. Pois, desde então, ele deixou de trabalhar e passou a ser um fazedor de piadas, comportando-se como um moleque adolescente no Palácio do Planalto, levando a vida sem seriedade, delegando o trabalho verdadeiro a seus ministros e ao seu vice-presidente, Hamilton Mourão.

A vida era uma festa até que o mundo mudou. E o Brasil foi assolado pela pandemia, que já ceifou a vida de mais de 200 mil brasileiros.

Em nenhum momento o presidente assumiu a liderança de ações que pudessem reduzir o impacto inevitável causado pela doença, na população e nas consequências econômicas.

Antes pelo contrário, ele sempre que pôde estimulou a desobediência às determinações das autoridades de saúde; por puro e ridículo ciúme demitiu o ministro da Saúde, que estava fazendo a coisa certa, terminando por nomear um incompetente em políticas de saúde, tão somente porque ele não lhe faz concorrência; ajudou a disseminar falsos e inócuos tratamentos, sem nenhuma comprovação científica, mobilizando recursos importantes desperdiçados na fabricação de remédios por ele eleitos como tratamento eficaz para a covid 19, e que nenhum estudo sério comprovou a sua eficácia; demorou a tomar (ou não tomou) atitudes que pudessem ajudar a reduzir o número de mortes causadas pela doença. Em resumo: negou a ciência, a lógica e estimulou o caos da ignorância, colaborando para a perda de mais de 200 mil vidas.

Ao longo dessa marcha para o desastre o que fizeram as nossas entidades de saúde? Partiram em defesa da medicina? Tomaram o partido da ciência? Nada disso. Colaboraram com a pregação da ignorância, da politização da ciência. Aplaudiram a alquimia.

Agora que o caos está instalado, cala-se num mutismo gritante, abandonando aqueles pelos quais fez o seu juramento de defesa. Deixou a classe médica e a ciência órfãs de representatividade.

Nem todos engoliram o canto de sereia do negacionismo oficial. Eis que médicos notáveis, cada um em sua respectiva época, com relevantes serviços prestados à nação e aos brasileiros que padecem, lançaram um manifesto lúcido, onde perguntaram às entidades médicas, representadas pelo Conselho Federal de Medicina:

– Onde estão vocês, que apoiaram a anticiência e a oficialização do atraso, dando as costas para a sociedade que deveriam defender? O que defendem agora?

Medicina é pura ciência. Medicina não é partido nem religião. Ao politizarem a medicina e a ciência, as entidades nacionais não representaram a totalidade da classe médica.

Eu nunca mais havia sentido que as minhas instituições de classe me representavam. Agora, sim, após tantos anos, voltei a me sentir novamente representado.
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  • A fotografia que ilustra o artigo, copiada do site Metrópoles, mostra imagens de médicos mortos pela Covid projetadas em edifícios paulistanos

  • José Mário Espínola
    Cardiologista, Ex-Presidente e ex-Corregedor do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB)


A Live de lançamento do livro “Luta antifascista em tempos de pandemia” foi um sucesso de debates e exposições dos autores que fazem parte da coletânea de textos progressistas organizados por Washington Rocha.

O Livro contém 9 textos de 9 autores, em sua maioria presos e torturados pela Ditadura Militar, que novamente se mobilizam e vão de encontro a luta contra o fascismo tropical protagonizado pelo presidente Jair Bolsonaro e os militares que compõe o governo.

Com o lema “Em Defesa da Democracia”, o grupo é repleto de ilustres cidadãos da Paraíba e Pernambuco, com alguns radicados em Brasília, e que insistem em ir contra a tese de que o regime de 64 não torturou pessoas. 

E com razão, afinal a maior parte de seus integrantes foram presos e torturados pela ditadura e por incrível que pareça para muitos, também de ex-militares pró democracia que serviram as Forças Armadas na ditadura. Nesses eu me incluo também.

No livro estão textos de jornalistas, professores, ex-líderes de movimentos sociais e filósofos. Textos fundamentais, que baseados em experiências passadas, esclarecem sem meias palavras os tempos sombrios e obscuros que estamos vivendo atualmente no Brasil.

O Grupo “Em Defesa da Democracia” continuará sua luta com mais livros, mais lives com entrevistas e um grande site para expor as opiniões de cidadãos democratas e progressistas, que viveram a ditadura ou não, cujo maior objetivo é enfrentar Bolsonaro e seu grupo bovino fascista, em cujas vísceras formadas de intolerância e racismo existe incubado, um grupo global que busca aos trancos e barrancos, a implantação de uma fascismo planetário.

E voltando ao livro “Luta antifascista em tempos de pandemia”, o mesmo já está disponível aos interessados no Sebo Cultural, em João Pessoa, ao lado do Liceu Paraibano.

O livro expões nove novas perspectivas analíticas sobre Bolsonaro em textos que valem a pena ler e transmitir. 

É importante lembrar que quem estiver residindo fora da Paraíba, também pode adquirir o livro em pdf, com Washington Rocha pelo telefone 83 99672-9960, que será enviado por e-mail.

Divirtam-se. Ou não.




Matéria certeira, escrita por Jeferson Miola. Mostra com clareza que as Forças Armadas Brasileiras tem de se ater ao papel da Defesa, ou até mesmo do ataque bélico se for necessário.

Mas quando se trata de administrar um país, mostrou-se incompetente, corrupta e inadequada, o que mostra que se invadir um país como a Venezuela e for hipoteticamente bem sucedido, cenário extremamente hipotético, aliás, simplesmente não terá condições de administrar o país pós-invasão.

O primeiro exemplo desta inaptidão já começou na intervenção do Rio de Janeiro em fevereiro de 2018. As Forças Armadas Brasileiras estão apta (mais ou menos) somente a defesa ou ataque militar. Mais nada.

Leiam o texto de Jeferson Miola, pois encaixa-se direitinho na minha assim como a de muitos.


General da saúde envergonha ainda mais o já desmoralizado Exército brasileiro

O general da ativa Eduardo Pazuello envergonha ainda mais o já desmoralizado e entreguista Exército brasileiro, que está inexoravelmente associado – e é o principal responsável – pela maior catástrofe humanitária, sanitária e econômica jamais vivida antes pelo país.

O anti-ministro bolsonarista da saúde é uma das faces mais evidentes da incompetência, irresponsabilidade e desastre técnico-administrativo causado pelos quase 7 mil militares que se aboletam e se locupletam em cargos que deveriam ser desempenhados exclusivamente por técnicos e dirigentes públicos civis.


O irônico é que este general da ativa, que conseguiu a proeza de tornar caótico aquele que já foi um dos mais consagrados sistemas de vacinação do mundo, é apresentado como um “especialista em Logística” do Exército [sic].

Por sorte o Brasil não está em conflito bélico com nenhuma força estrangeira. Qualquer criança com a mínima cognição seria capaz de prever o fiasco e a humilhação para o país com Pazuello comandando a logística das tropas brasileiras num eventual front de batalha. Quanta sorte do Brasil!

Nos quesitos incompetência, burrice e estupidez, porém, Pazuello enfrenta concorrência competitiva no governo militar.

Um destacado concorrente dele, por exemplo, é o almirante Bento Figueiredo, o anti-ministro bolsonarista de Minas e Energia que se notabilizou pela “genial” atuação no apagão energético que conseguiu deixar o estado do Amapá sem iluminação pública durante semanas em pleno limiar da 3ª década do 3º milênio do calendário cristão da humanidade.

Com o governo fascista-militar liderado pela aberração que atende pelo nome de Jair Bolsonaro, o Brasil virou motivo de chacota internacional, perdeu relevância, é desprezado pela maioria das nações e tratado mundialmente como se orgulha o lunático bolsonarista do Itamaraty: um pária internacional.

O Brasil foi alçado a esta desprezível condição de pária internacional pelos comandantes das Forças Armadas.

Eles conspiraram para derrubar Dilma, fraudaram o sistema de justiça com Moro, Dallagnol e a Lava Jato; tutelaram as instituições para prender ilegalmente Lula para, assim, tirar do páreo eleitoral aquele que representava a única possibilidade de deter a tomada de assalto do poder pela extrema direita com Bolsonaro.

Estes vergonhosos comandos militares, assim como os obedientes seguidores que obedecem às ordens ilegais e criminosas deles, têm encontro marcado com a justiça de transição que vingará depois do fim deste pesadelo fascista.

Blog do Jeferson Miola


Numa reedição de artigo já publicado neste blog, antes das eleições, faço uma reanálise do perfil do presidente Bolsonaro, alterando conjugações verbais cronológicas e acrescentando algumas atualizações para demonstrar que Bolsonaro não é esse discurso ideológico que vomita a cada dia, e que não passa de um chefe de quadrilha.

O golpe conspirado por Michel Temer, Eduardo Cunha e Aécio Neves, em conjunto com a mídia, os EUA e o judiciário, resultou numa aberração política que pariu Jair Bolsonaro para presidente. É como se em Brasília estivéssemos assistindo um remake de “Alien – o oitavo passageiro”.

A guinada radical a direita protagonizada pelo PSDB, o papo furado da boçalidade paulistana contra o bolivarianismo, a corrupção, o financiamento de pseudos “movimentos de rua” e a obsessão da imprensa, puxada pela Globo, contra Dilma, Lula e o PT, e que resultaram na viabilização de um fascismo tropical, monstrengo e incoerente.

Claro, escrevo isso tentando imaginar que fosse possível a improvável possibilidade de um fascismo que não tivesse estas características. Força de expressão, então.

Bolsonaro é uma fraude. E Dória surgiu espelhando-se nele como seu modelo político. Um modelo truculento e irracional. Dória é uma fraude por vários motivos, um deles é tser um clone fiel de seu mestre máximo, mas que também é seu rival direto. Só que ao contrário de Dória, bem informado e preparado para o crime, Bolsonaro é uma fraude ignara, portanto mais perigosa e presente.


Por suas ações descabidas e anti Brasil, Bolsonaro tem hoje uma parcela muito menor daquele eleitorado que o elegeu, e que está bem longe de ser maioria, mas que não pode ser relevada e subestimada. Na cabeça da maioria dos analistas progressistas, essa trupe de fãs bolsonaristas vive entre o sentimento de decepção e frustração e o fanatismo, porque, na realidade o presidente ainda não foi confrontado definitivamente e se for, sairá um anão político bem menor do que quando entrou no Planalto.

Isso sem falar nos processos e investigações que sofrerá pelos crimes que já cometeu como mandatário desta nação.

Uma coisa é certa, cedo ou tarde, pelo voto ou não, sua queda é certa e trágica. A história não cometeu exceções com líder fascistas.

Mas não podemos fechar os olhos e tenho uma forte tendência em concordar com essa tese, de modo algum podemos subestimar o suposto crescimento que Bolsonaro vem experimentando com o auxílio emergencial. Isso seria muito perigoso.

Mesmo assim, tendo a apoiar a tese de Alberto Carlos Almeida, diretor do InteliGov e do Instituto Análise e ex-articulista do Valor Econômico, também autor do best-seller “A cabeça do Brasileiro” e diversos outros livros, e que coloca essa questão da seguinte forma antes da eleição de 2018:

“Há quem acredite que a experiência fascista não é viável em um país tropical. Aqui a malemolência, o jeitinho e o primado das relações pessoais sobre as impessoais impede a perseguição aberta e generalizada de grupos de pessoas com base em suas características adscritas ou mesmo suas escolhas de vida.

Assim, nosso preconceito é velado, é cordial, o que falamos um dia não fazemos no dia seguinte, a rejeição verbalizada a um transexual não se materializa em seu isolamento ou rejeição social. Isto é, nós brasileiros somos capazes de rejeitar um comportamento ou escolha social, e mesmo assim sermos amigos de seu portador.

A coerência não é nosso forte. Aliás, estamos bem longe dela, e isso nos afasta de qualquer coisa que flerte com o que se convencionou chamar de fascismo. Em suma, o Brasil está muito mais próximo de uma Itália do que de uma Alemanha. Aqui, até mesmo o autoritarismo seria brando. Se tudo isto é verdade, muitos indagam por que Bolsonaro vem tendo tanto sucesso. Me arrisco a afirmar que isto ocorre porque ele ainda não foi confrontado com o país tropical. ”

A ascensão da extrema direita no Brasil mostra a lucidez e a pontaria de Alberto Carlos.

Mas o fato inegável é que Bolsonaro é uma fraude. Ele ocupa o trono do fascista brasileiro, mas não é esse fascistão todo, nos estilos mussolini, hitleriano, ou até mesmo stalinista, que foi o fascismo pela esquerda.

Afinal, sou a la esquerda, mas tanto a esquerda como a direita tem também seus modelos de fascismo. Fascismo não tem cor, cara ou ideologia. Fascismo é intolerância ao divergente, ao contraditório. O Fascismo é em si mesmo, impositivo e antropofágico. Em qualquer campo político ou social.

E a verdade, é que Bolsonaro nunca passou de um político oportunista, do baixo clero, nos moldes tradicionais, que se aproveita de uma imagem de extrema direita linha dura para consolidar sua candidatura a presidência da República.

Mas, Bolsonaro, é covarde, opera atrás de uma muralha formada por seguidores fanáticos, estes sim, com características de um integralismo histórico e ameaçador e das milícias que sua família controla no Rio de Janeiro, cujo modelo tem tentado se espalhar pelas forças de segurança pública pelo país.

Claro que absolutamente, sua covardia e uma imagem construída de modo fraudulento esconde o fato claríssimo das marcas de seu conservadorismo homofóbico, machista, intolerante e tal. Mas com certeza essas suas características não o impede de dar apoios ou fazer alianças bem pragmáticas.

Ora, Bolsonaro vem do baixo clero no Congresso, exatamente do lugar que o Centrão ocupa. Portanto, novidade nenhuma ele recorrer e se aliar às suas origens para não sofrer impedimento ou um de filhos serem presos.

Bolsonaro é uma fraude fascista, ele não passa de uma chefe de máfia, sem o romantismo e o glamour do Scorsese, sua ideologia é típica de um bandido de cartel que se traveste de uma roupagem que não lhe corresponde para obter vantagens dentro do sistema institucional.

Bolsonaro surfou na criminalização de Lula e da esquerda. É, como Trump, uma espécie de outsider (de mentirinha, claro, mas engana trouxa). A extrema direita, que não tem medo de dizer seu nome, está apostando numa canoa com um furo no casco.

O que muita gente não lembra, inclusive os próprios fãs de Bolsonaro, é que em 2002, ele votou em Ciro Gomes no primeiro turno e no segundo votou em Lula. Ou seja, uma opção de dois turnos pela esquerda no seu voto para presidente.

Votou e apoiou exatamente quem sabia que iria ganhar de modo oportunista. Não há toa, ele e Temer tem tantas afinidades, de subserviência e viralatismo na entrega de nossa soberania e riquezas aos EUA.

Os dois como presidentes destruíram nossa economia e o Estado Social muito mais do que qualquer Pandemia poderia ter feito.

Em 2001, apareceu de surpresa na Granja do Torto para fazer lobby pela indicação do deputado comunista Aldo Rebelo (SP) para a Defesa.

"Vim tentar um espacinho na agenda do Lula para desmentir essa história de que o Aldo tem restrições nas Forças Armadas. Pelo contrário, é uma pessoa que entende do assunto e tem grande respeito",

Segundo Bolsonaro na época, ao contrário do seu discurso radical e fraudulento de hoje não é estranho um representante histórico da direita trabalhar em favor de um esquerdista.

Isso faz a terra tremer nos dias fascistas hoje.

O que a trupe fascistóide de Bolsonaro acha disto?

Com a palavra, os repolhos pensantes da “nova” direita brasileira. Escolheram Bolsonaro como ícone de seus vazios cerebrais e de alma.

Na campanha para presidente, Bolsonaro foi ao programa de Danilo Gentili, o repolho “porta-voz” dos repolhos faz algumas perguntas para o Capitão repolho e o resultado foi o que se deve esperar ouvir de um repolho que tenta pensar.

Alguns trechos:

-Como candidato a presidente, você já tem um princípio de plano?

-“Isso ninguém tem, né?”

-Então me explica, por que alguém deve votar em Bolsonaro para presidente?

-“Eu sou uma pessoa autêntica. As minhas propostas podem ser até pior (sic), mas são completamente diferente (sic).”

-O que garante que você não irá copiar alguns modelos do regime militar que você elogia?

-“Na Educação, vai ser convidado um general que já tenha um comando de colégio militar”.

- Você tem muitos opositores, talvez uns 80, 90% de Brasília é opositor seu. Se você for presidente, como é possível governar com tanta oposição?

“Nós vamos ter mais gente de direita no parlamento. (…) E eu acho que economia vai estar tão debilitada até lá que teremos que partir do zero”.

Ou seja, Bolsonaro nunca teve nada a oferecer. Aposta no quanto pior melhor para benefício próprio e nunca teve um projeto para o país. Basta ver as confusões em que se mete todos os dias. A última é a guerra das vacinas, em que virou uma peteca que muda de opinião a cada minuto, pressionado pelos militares, pelos EUA ou pelos seus repolhos fanáticos.

Temos de estar atentos e partir do discurso para a ação. O que o fascismo tem de vazio, inconsistente, também tem de perigoso e a sua intolerância característica é uma identidade e prática do regime vigente.

Pior do que o fascismo real, se é que isso é possível, é o falso fascismo.

3 hurras para o Capitão Repolho (espero que os repolhos, os vegetais, claro, não se ofendam com essa cruel e depreciativa analogia). O falso fascista que votou na esquerda 2 vezes e apoiou um comunista para o Ministério da Defesa.

Esse é o verdadeiro Bolsonaro.

Verdadeiro? Há controvérsias.


Caros Amigos, não vou entrar aqui em questões de erros de tradução que possam ter ocorrido nos originais da Bíblia Sagrada, em especial o Novo Testamento, até porque neste texto isso é irrelevante.

Antes que essa afirmação do título do texto, que foi retirada de 2 Coríntios 3 seja atacada como uma ode contra o conhecimento, a leitura e aos livros, digo que nada tem a ver com o estímulo da ignorância e da obscuridade. Essa frase é espiritual e busca a espiritualidade.

Escrevo esse texto para uma breve contestação e admoestação sobre a afirmação de que a Bíblia é infalível.

Não se agitem os puristas e nem os tradicionais fariseus. Farei a defesa da minha tese baseada nas próprias Escrituras.

Os radicais defensores do apologismo bíblico usam essa parte para defenderem essa infalibilidade:

2 Pedro 1:19: “Assim, temos ainda mais firme a palavra dos profetas.” 

Mas Pedro continua: 



2 Pedro 1:20-21: "Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo" 



Esse texto vai trabalhar baseado nestes 3 versículos do apóstolo Pedro.



Lembrando que as Escrituras que Jesus Cristo e os apóstolos falavam eram as Escrituras Hebraicas, que estão na Bíblia na versão do Velho Testamento.

Os 4 evangelhos do Novo Testamento foram selecionados entre mais de 400 evangelhos de Jesus Cristo e escritos mais de 200 anos depois do tempo de Cristo na terra, e as cartas que os apóstolos escreveram como Paulo, Pedro, Tiago e João, sob o arbítrio e o consentimento do imperador Constantino, que tornou o Cristianismo a religião oficial de Roma por motivos políticos e militares do imperialismo. 

Claro que no meio dessa história há um momento de epifania de Constantino a que não pretendo me remeter neste texto. No concílio de Nicéia em 325 d.c., traduções do grego foram adaptadas e até mesmo dando outros significados a várias palavras, mas como eu já disse inicialmente, para esse texto, é irrelevante.

Convicto sou de que a Bíblia Sagrada não é infalível, mas também convicto sou de que ela, com toda a certeza, contém a infalível Palavra de Deus. Essa sim é infalível e eterna. Até porque a Palavra vai muito além de um livro.

Alguns apologéticos bíblicos me perguntariam: Mas como a infalível Palavra de Deus estaria num livro falível?

Ora, se o Espírito Santo de Deus habita no homem falho e imperfeito e faz de nosso corpo perecível seu templo, então a Bíblia pode conter a Palavra de Deus e ser divinamente inspirada sim, assim como um pregador, homem falho e imperfeito, pode ser divinamente inspirado em suas pregações bíblicas.

E também, não quero dizer que o livro sagrado não seja sagrado e que não há validade nele como livro de regras e conduta do Cristão. Jamais. A Bíblia Sagrada é nosso livro de regras e conduta. Porque independente das escolhas de Constantino e de seus bispos romanos, nela há o testemunho de Jesus Cristo.

Mas quando um homem lê esse livro 2000 anos depois, existem duas formas de lê-lo. Uma é pelo Espírito Santo, a outra é apologeticamente, em que alguns pregadores valorizam mais os títulos e a sabedoria humana adquirida pelo estudo teológico no que concerne a interpretações.

Quando lemos e pregamos um ponto da Bíblia movidos pelo Espírito Santo de Deus e se repetirmos esse ponto outras vezes, ele nunca será pregado do mesmo jeito. Porque a partir deste livro, o Espírito de Deus age em cada leitura, tornando-o o oráculo de respostas as questões e anseios individuais de cada homem que está sentado a mesa esperando o alimento que a sua alma pede.

Mas quando o pregador valoriza seus títulos e conhecimentos teológicos mais do que a própria manifestação do Espírito em si mesmo, então ali as letras são mortas e o Espírito não opera.

Não estou dizendo que estudar Teologia é errado, que não é válido, que não é importante. É importante sim, pois Jesus nos recomendou tacitamente: 

João: 5-39
“Examinai as escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna: e são elas que dão testemunho de mim; “

Ele falava das que ele lia, as Escrituras Hebraicas e o livro de Isaías foi o que mais falou D'Ele. 

Porém, o Novo Testamento também dá o testemunho de Jesus Cristo. Portanto, mesmo sendo livros arbitrados e selecionados por Constantino ou não, sejam quais forem os motivos, devemos examinar a Bíblia Sagrada, porque pelo Evangelho de Cristo, nela contém a Vida Eterna.

O meu questionamento fica com a valorização excessiva de estudo teológico bíblico e seus consequentes títulos, a meu ver, em detrimento da Espiritualidade do homem, e que tem sobremaneira sufocado as manifestações do Espírito Santo de Deus nas igrejas e publicamente. 

Aliás, publicamente temos vistos erros graves de interpretações das Escrituras Sagradas, divulgadas por homens públicos e ilustrados biblicamente e que se dizem Cristãos, porque neles claramente o Espírito Santo já não faz morada.

E estes homens, hipócritas e fariseus, defendem a "Bíblia como infalível" publicamente, como se isso os fizessem santos diante dos homens e diante de Deus.

Algumas denominações protestantes da Reforma que tem valorizado a Teologia acima do Espírito, hoje são verdadeiras geladeiras, já que o calor do Espírito Santo não consegue achar espaço no coração do homem lotado de sabedoria teológica na pregação de seus cultos. 

Por outro lado, parte das denominações pentecostais (principalmente algumas que não se sabe de onde vieram) tem valorizado pregações não bíblicas e sem respaldo teológico, profecias que não tem respaldo bíblico para satisfazer plateias e incorrem gravemente em distorções de interpretação da Palavra de Deus induzindo o povo ao erro, principalmente porque é uma pregação ególatra. Fazendo o Criador de empregado de seus desejos e ensinando isso ao povo. 

É a ocupação do ego no lugar de Deus no coração do pregador. Nos dois cenários, o ego se manifesta. Um com o valor excessivo ao próprio conhecimento. Outro com o valor excessivo a interpretações fantasiosas e até mesmo antibíblicas.

Vêem como é uma questão de ter o equilíbrio? Não podemos ser antibíblicos, mas também não podemos ser só bíblicos?

Então como solucionar isso? Ora, se o Dom da Fé ou seja, o Dom de crer na Salvação por Jesus Cristo não vem de nós, mas nos é dado pelo Espírito Santo, o equilíbrio do entendimento e discernimento pleno das Escrituras Sagradas também vem do Espírito Santo.

E se a Bíblia é divinamente inspirada e contém a infalível Palavra de Deus, é o Espírito Santo que nos vai trazer essa inspiração. Porque se o Ele é Santificador, ele também santifica a pregação e isso independe do nível de conhecimento que o pregador tem. 

Um pregador equilibrado tem conhecimento suficiente das Escrituras Sagradas para não deixar as letras matar o Espírito, mas que sejam ferramentas que tragam  a Vida Eterna para o povo, movido e inspirado pelo Espírito Santo.

E pelo Espírito Santo, ele jamais usará o que é do Alto para projetos de poder pessoal. Será um servidor do povo que tem fome e sede de Justiça.

Porque o Espírito Santo não induz ao erro, antes faz os caminhos se desviarem do mal.

Um vaso cheio tem que esvaziar-se um tanto, muito ou pouco, conforme a necessidade, para encher-se novamente do que é novo e fresco. Sempre.

Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz a igreja.