Ataques às máscaras, motociata, viagem em avião comercial, Copa América. Tudo isso é uma tentativa desesperada de Bolsonaro de retomar o controle da pauta, diz colunista

O jornalista Octaviano Guedes publicou uma reflexão certeira em sua coluna no G1 nesta segunda (14). Ele observou que, pela primeira vez desde o começo do governo, Jair Bolsonaro perdeu o controle sobre a pauta nacional, agora que a CPI da Covid no Senado expôs a omissão e inação do governo federal na gestão da pandemia do novo coronavírus e caminha para seguir o “caminho do dinheiro” e descobrir quem está enchendo o bolsonaro com a venda de soluções falsas para a crise sanitária do século.


Guedes até comparou Bolsonaro com o humorista Pedro de Lara, cujo personagem se alimentava das vaias do público. Assim é o presidente da República: precisa criar fatos diários que despertam o repúdio da maior parte da opinião pública sensata. Ao posar de líder que anda na contramão do sistema, ele capitaliza ainda mais a força de seus apoiadores, que aceitam qualquer teoria ou opinião estapafúrdia do extremista de direita. Durante dois anos, foi assim que Bolsonaro governou o Brasil e pautou a mídia e o debate nacional.

A CPI conseguiu romper com esse vício e tirar a pauta do País do controle de Bolsonaro. “O maior trunfo político da comissão foi resgatar o Brasil do cercadinho, onde Bolsonaro o manteve em cativeiro por mais de dois anos”, escreveu Guedes. “(…) a oposição, pela primeira vez, passou a ditar a pauta nacional. Não fica mais esperando as aberrações de Bolsonaro para repercutir e repudiar, sempre passivamente. Conseguiu dominar o noticiário e monopolizar os debates nas redes sociais. Pedro de Lara deixou de ser a diva do show.”

É na tentativa de retomar o controle do debate público que Bolsonaro dispara novos ataques às máscaras – como o “parecer” para desobrigar seu uso em quem tomou vacinas -, organiza e lidera motociatas, admitiu a Copa América às vésperas da terceira onda da pandemia e embarca em avião comercial para gerar vídeos que viralizam na internet.

Jornal GGN
Fotojornalista Alex Silveira poderá receber indenização - foto de Sérgio Silva

Dez de junho é, de fato, uma data histórica para os jornalistas. Por 10 votos favoráveis, contra o voto solitário do ministro Marques Nunes, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o repórter fotográfico Alex Silveira tem direito a indenização paga pelo Estado. Agora é preciso esperar a publicação do acórdão da decisão do Supremo, o que pode levar de três a seis meses - e, junto com o acórdão, a sentença final no caso de Silveira.

O repórter foi saudado pelos colegas como símbolo de resistência e persistência. Esperou nada menos que 21 anos para ouvir a sentença final da boca dos ministros do STF. Em maio de 2000, durante a cobertura de um protesto de professores na Avenida Paulista, em São Paulo, Alex Silveira foi atingido por uma bala de borracha disparada por um PM e perdeu 90% da visão de seu olho esquerdo.

"Ele pode ser considerado o avô de uma série de casos que ocorreram depois, muito semelhantes", diz o advogado Maurício Vasques que, juntamente com Lucas Andreucci, faz a defesa pro bono de Sérgio Silva, outro repórter fotográfico atingido no olho por bala de borracha disparada por policial militar, em 2013.

A dupla de advogados reforça a importância da decisão do STF não só para os jornalistas, mas para todos os cidadãos e para a democracia brasileira. Explicam detalhadamente o porquê dessa avaliação, dizem que a tese aprovada - redigida pelo ministro Alexandre de Moraes - cria de fato um balizamento para decisões em todas as instâncias da Justiça daqui para a frente, inclusive no caso de Sérgio Silva. Mas advertem que, apesar de a vitória ter sido importante, ainda há muita luta pela frente.

As forças de segurança no Brasil são truculentas, afirmam. Não só por atingirem os jornalistas e ferirem a liberdade de imprensa, mas porque têm o terrível hábito de tentar impedir a livre manifestação dos cidadãos, matarem milhares de pessoas - geralmente jovens negros, nas periferias das grandes cidades - e cometerem muitos outros delitos contra uma gama de direitos igualmente garantidos pela Constituição de 1988.

Nossos olhos
É simbólico que Sérgio Silva e Alex Silveira tenham sido atingidos nos olhos. É pelos olhos de profissionais como eles que todos nós podemos ver os excessos cometidos pelas forças de segurança.

Não existe democracia sem que se garanta ao jornalista o direito de fazer seu trabalho, ponderou Maurício Vasques, pois "os repórteres são os olhos de todos nós, que não participamos de manifestações e de outros eventos cobertos por eles".

A cidadania está sempre descalça diante do Estado com suas bombas de "efeito moral" e balas de borracha "não letais". Causam consequências físicas e dores profundas, também psicológicas, que marcam para sempre as vidas de muitas pessoas. Essa é uma característica não só das forças de segurança no Brasil, mas em todo o continente latino-americano. Na mesma quinta-feira, 10, em que o STF tomava sua decisão histórica, vários jornalistas e dezenas de cidadãos e cidadãs foram atingidos por balas de borracha da polícia na Colômbia.

Em 13 de junho de 2013, além do Sérgio Silva ter tido um globo ocular estraçalhado por bala de borracha, muitas outras pessoas ficaram aleijadas. Giuliana Varone, repórter da Folha de S. Paulo, só não sofreu o mesmo que os repórteres fotográficos porque usava óculos com uma armação um pouco mais resistente, que impediu que a bala de borracha atingisse seu olho. 

A própria PM informou nos autos do caso Sérgio Silva que, naquela manifestação, convocada pelo Movimento Passe Livre, disparou mais de 800 balas de borracha. Oitocentas! E não estávamos em guerra.


A cada dia que passa aparece, mais um imenso escândalo de corrupção no governo Bolsonaro, enquanto isso, o presidente anda de moto pelo país. O que o torna o governo mais corrupto da história política brasileira.

A bancada de Oposição vai apresentar uma denúncia ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que sejam apurados possíveis crimes de responsabilidade fiscal do presidente Jair Bolsonaro. Eles apontam o desvio de R$ 52 milhões voltados a campanhas informativas sobre o combate ao coronavírus para divulgação de ações do Executivo.

Enquanto isso, o deputado Elias Vaz (PSB-GO) entregou, neste domingo (13) à CPI da Covid um relatório detalhado sobre o gasto desse dinheiro. As informações foram obtidas por ele, junto ao governo federal, por meio de um requerimento apresentado via Câmara dos Deputados.

Os R$ 52 milhões tinham sido alocados para ações de enfrentamento à covid-19 através de uma medida provisória editada em abril do ano passado (MP 942/2020).

Essa medida foi viabilizada após aprovação do Orçamento de Guerra, uma autorização assegurada pelos parlamentares para o governo criar despesas urgentes e imprevisíveis como forma de conter o avanço da crise sanitária.

As informações sobre a relocação de recursos originalmente voltados a campanhas de combate à covid para a ações de propaganda do governo foram trazidas em uma matéria da Folha de S. Paulo publicada neste domingo (13). Nela são resgatadas peças publicitárias que trazem o Executivo como protagonista de ações a exemplo da liberação de recursos para micro e pequenos empresários e dos saques de FGTS.

“O Poder Legislativo, numa decisão que uniu todos os deputados e senadores, independentemente de sua posição em relação ao governo, destinou recursos para o enfrentamento da pandemia. Desviar esses recursos, que deveriam ser usados para salvar vidas, para fazer propaganda do governo é uma imoralidade e um crime”, comentou o líder da Oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ)

"Bolsonaro usou dinheiro público de forma irregular para promover o governo em vez de aplicar no combate à pandemia. Esse dinheiro tinha destino já definido, não poderia ser alterado”, também acusou Elias Vaz.

Nos próximos dias, os deputados também irão aditar os pedidos de impeachment acrescentando este ato do presidente.



Júlia Schiaffarino é Jornalista (Unicap), mestre em comunicação (UnB) e pesquisadora em comunicação política, democracia e mídias digitais. Atuou no Grupo Diários Associados nas editorias de política e economia, acumula passagem pela TV Universitária e colaboração em sites como o UOL. Integrou equipes de assessorias de comunicação, tanto no Executivo, quanto no Legislativo Federal. É vencedora do prêmio Esso de Jornalismo com o caderno Vidas Partidas, que relata o impacto da política sanitária de isolamento compulsório para tratar a hanseníase no Brasil de 1930.


Depois de realizar um concurso no final de semana para mais de 50 mil pessoas, situação que anula todas medidas restritivas para conter a pandemia em João Pessoa, já que os concursantes ficam horas dentro de uma sala fechada fazendo as provas, a Prefeitura de João Pessoa retoma a campanha de imunização contra a Covid-19 com a primeira dose, nesta segunda-feira (14), para as pessoas com idade a partir de 50 anos e mínima de 18 anos para quem tiver alguma comorbidade descrita no Plano Nacional de Imunização, além dos grupos prioritários já atendidos na campanha contra a Covid-19.

Nesta segunda-feira também continuam recebendo a segunda dose aquelas pessoas que já atingiram o prazo do imunizante Astrazeneca (Fiocruz), de 90 dias, e Coronavac (Butantan), 28 dias.

Agendamento – A Secretaria Municipal de Saúde alerta que as pessoas deverão agendar previamente, tanto para a primeira quanto para a segunda dose, através do aplicativo Vacina João Pessoa ou do site vacina.joaopessoa.pb.gov.br. Com isso, o cidadão assegura ser vacinado no local indicado, com agilidade e todos os cuidados sanitários necessários.

Documentação exigida – Para receber a vacina é necessário apresentar documento oficial com foto, Cartão SUS, CPF e comprovante de residência em João Pessoa. No caso de pessoas com comorbidade ou com deficiência será preciso levar cópia do laudo ou declaração médica que comprove a sua condição. Os trabalhadores da saúde devem apresentar registro profissional, contracheque ou declaração da empresa onde trabalha. Já os trabalhadores da educação precisam apresentar também cópia do contracheque e da declaração da instituição de ensino que comprove a função exercida na Capital.

As cópias dos documentos comprobatórios ficarão retidas para posterior apuração por Comissão da Secretaria Municipal de Saúde e demais órgãos de fiscalização, a exemplo do Ministério Público.

Transporte gratuito – As pessoas que necessitarem de deslocamento de um bairro a outro para tomar a vacina, podem utilizar os serviços gratuitos dos aplicativos 99 e Uber, em parceria com a Prefeitura de João Pessoa e Governo do Estado, respectivamente.

Para garantir o acesso ao serviço da 99, o cidadão que usar a plataforma deverá acessar o aplicativo, na categoria 99 Pop, e inserir o código promocional ‘Promocodes’, destinado exclusivamente ao transporte até os pontos de vacinação em João Pessoa. O código que deverá ser inserido no aplicativo Uber é o VACINAPB e cada usuário só pode inseri-lo uma vez, garantindo a gratuidade para as duas viagens que devem chegar até R$ 25, cada.

Solidariedade – Os postos de vacinação também estão abertos para receber as doações de alimentos não perecíveis. Após a arrecadação, eles serão distribuídos com instituições de caridade e famílias necessitadas, atingidas pelos efeitos dessa pandemia. A arrecadação e a distribuição integram uma iniciativa conjunta da Prefeitura de João Pessoa e do Governo do Estado.

Postos de vacinação contra Covid-19 – segunda-feira (14):

PRIMEIRA DOSE (9h às 15h)
50+ sem comorbidades
18+ com comorbidades
18+ grupos prioritários

– Santuário Mãe Rainha, Aeroclube (drive-thru)
– Mangabeira Shopping (drive-thru e pedestres)

SEGUNDA DOSE (8h às 12h)

Astrazeneca/Fiocruz – para quem completou 90 dias da 1ª dose
– UFPB – acesso HU, Castelo Branco (drive-thru e pedestre)

Coronavac/Butantan – para quem completou 28 dias da 1ª dose
– Lyceu Paraibano, Centro (pedestres)

Portal WSCOM

 

Foto do Jornal GGN

A CPI da Covid deu vida a uma oposição efetiva contra Bolsonaro. O que exista antes da CPI era tentativas desordenadas, dispersas e em sem rumos de oposição. Com a CPI, pela primeira vez, Bolsonaro, desde o início de seu governo, entrou numa situação de defensiva política.

O que a CPI fez foi amplificar para a sociedade toda aquilo que apenas alguns nichos da opinião pública sabiam a respeito da atuação criminosa do governo em relação à pandemia. O que a CPI evidenciou é que não se tratam apenas de erros ou omissões. O que se trata é que o governo agiu deliberadamente contra a saúde da população ao não comprar vacinas no tempo certo, ao promover uma política de contágio, ao difundir de forma consciente o uso de remédios que sabidamente não têm efeito no enfrentamento do vírus e ao sabotar uma série de outras medidas que poderiam atenuar os efeitos da pandemia e ter evitado mortes.

Além de dar visibilidade, a CPI está dando coerência e consistência aos fatos e está reconstruindo a cronologia das ações criminosas do governo. Se já existia uma indignação contra o governo, a CPI a fomenta ainda mais. Esta indignação vem se transformando em movimento com os crescentes panelaços e, principalmente, com os atos de 29 de maio, convocados pelos movimentos populares. Parece haver uma relação entre as ações da CPI e a potência que os atos adquiriram.

Que Bolsonaro vem cometendo uma sucessão de crimes de responsabilidade, não resta dúvidas. Que há motivos de sobra para abrir um processo de impeachment, também não resta dúvida. Mas o impeachment enfrenta alguns problemas: 1) é preciso que os partidos, principalmente de esquerda, se decidam efetivamente em apostar no cominho do impedimento; 2) para isso, é preciso incrementar uma intensidade e uma amplitude maiores às mobilizações, com o engajamento dos sindicatos e dos partidos na organização e convocação das manifestações; 3) é preciso construir uma frente democrática com setores que não são de esquerda para que possam ser abrigados e acolhidos nas mobilizações e manifestações contra o governo.

Neste momento, os partidos precisam dar mais atenção à defesa da democracia, sabendo separar este processo da construção da agenda das eleições de 2022. O fato é que existe uma questão democrática no Brasil posta pela vontade golpista de Bolsonaro e do bolsonarismo. Bolsonaro só não deu um golpe porque não tem força para tanto, mas age para construir esta possibilidade.

Quanto mais na defensiva Bolsonaro ficar, mais apostará na radicalização. Como não tem apoio da cúpula das Forças Armadas para dar o golpe, aposta na divisão dos militares, principalmente do exército. A demissão dos comandantes e a proteção a Pazuello têm esse claro objetivo divisionista. Mas é equivocada a análise de determinados setores, segundo a qual a não punição de Pazuello significa uma adesão do alto comando do exército à agenda golpista de Bolsonaro.

Além da divisão dos militares, Bolsonaro aposta em bolsões das polícias militares, nos milicianos, nas milícias ruralistas e em outros grupos criminosos para tentar o golpe. Se esta tentativa de golpe vier, o mais provável é que venha no bojo ou de um eventual processo de impeachment ou no contexto de uma derrota eleitoral.

Na medida em que existe uma questão democrática, as forças democráticas precisam se unir em torno de dois movimentos: o da CPI, onde parece já haver uma unidade, e o das mobilizações, onde ainda não há uma unidade e nem mesmo um engajamento total das forças de esquerda e dos movimentos sociais. O movimento sindical, por exemplo, sequer chamou os atos do dia 29. É a unidade em torno desses dois processos que poderá conduzir ao impeachment.

Na hipótese de não se conseguir construir as condições suficientes para o impeachment, certamente surgirão várias candidaturas presidenciais para 2022. A responsabilidade primeira dessas candidaturas consiste em construir um acordo de procedimentos e um compromisso de apoio mútuo contra Bolsonaro se ele conseguir passar para o segundo turno.

Em 2018, as esquerdas tinham consciência dos riscos que representava Bolsonaro. Certamente, a maioria dos eleitores de esquerda votaria em um candidato de centro-esquerda ou de centro se Haddad não tivesse ido para o segundo turno. Mas esta consciência esteve ausente em estores de centro-esquerda, a exemplo de Ciro Gomes, ou em setores de centro e centro-direita que se abstiveram ou apoiaram Bolsonaro. O povo brasileiro paga um preço doloroso e trágico por este equívoco, que não é só um equívoco, mas uma falta de compromisso com a democracia.

A construção da Frente Democrática contra Bolsonaro precisa se estruturar a partir de uma plataforma concisa e centrada. Além do “Fora Bolsonaro” e de “Vacina para todos”, é preciso incorporar o tema da inflação e da perda de renda e do desemprego e da fome. A inflação de alimentos e da perda de renda é o problema que atinge o maior número de brasileiros hoje. O tema vem merecendo pouca atenção das esquerdas e dos movimentos sociais. Trata-se de um tema que pode aplicar e aprofundar o desgaste do governo Bolsonaro, pois ele se prolongará para além da falta de vacinas e persistirá em 2022. Da mesma forma, o tema do desemprego não será superado, mesmo que ocorra uma retomada do crescimento econômico.

As forças democráticas e de esquerda precisam também mudar de atitude na abordagem de uma possível tentativa de golpe de Bolsonaro. Os tons que alguns analistas e políticos usam são invariavelmente de temor, quase que de covardia. A maneira correta de enfrentar este problema consiste em afirmar que qualquer tentativa de golpe será derrotada. É preciso deixar claro que os golpistas não serão perdoados e nem anistiados desta vez.

As insinuações golpistas de Bolsonaro visam exatamente criar medo e defensivismo político nas oposições. As forças democráticas e de esquerda precisam gerar um movimento contrário, desencorajando o golpe pela resistência do povo e pela aplicação da lei e punição dos golpistas, com julgamentos e prisões.

Aldo Fornazieri
Mociata sem máscara

A militância bolsonarista está circulando nas redes uma fake news que afirma que a motociata do presidente reuniu mais de um 1 milhão de pessoas e foi para o Guinness Book.

Especificamente, os bolsonaristas afirmam que cerca de 1.324.523 de motoqueiros compareceram ao passeio do presidente. A fake está entre os assuntos mais comentados no Twitter, porém foi hackeada e virou motivo de piada.

O senador Humberto Costa criticou a motociata e afirmou que o único recorde que o presidente conseguiu foi o de promover mortes.

O presidente Bolsonaro e seus apoiadores esperavam que cerca de 100 mil motoqueiros comparecessem à motocada realizada neste sábado (12). Porém, cerca de 5 mil foram ao evento.

Mesmo com o fracasso do passeio, os bolsonaristas subiram a tag #Guinness, em alusão ao livro de recordes mundiais, pois, acreditam que o passeio de hoje deva ser registrado como o maior do mundo.

Marcelo Hailer

Jornalista (USJ), mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e doutor em Ciências Socais (PUC-SP). Professor convidado do Cogeae/PUC e pesquisador do Núcleo Inanna de Pesquisas sobre Sexualidades, Feminismos, Gêneros e Diferenças (NIP-PUC-SP). É autor do livro “A construção da heternormatividade em personagens gays na televenovela” (Novas Edições Acadêmicas) e um dos autores de “O rosa, o azul e as mil cores do arco-íris: Gêneros, corpos e sexualidades na formação docente” (AnnaBlume
).


O preço do botijão de 13 kg de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) será reajustado e passará a custar entre R$ 90 e R$ 100 na Paraíba. O aumento será repassado ao consumidor nesta segunda-feira (14). Em comunicado, a Petrobras informou que elevará em 5,9% o preço médio do GLP.

Na Paraíba, o presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás GLP (Sinregás), Marcos Antônio, afirmou que o valor do repasse será em torno de R$5 a R$6 no preço final para o consumidor devido o aumento dos impostos e da margem repassada para as distribuidoras, além da elevação do preço divulgado pela Petrobras.

Ainda conforme o presidente do Sinregás, o preço médio do gás de cozinha pode chegar a R$100, dependendo da modalidade de pagamento. Atualmente, o preço do GLP no Estado é entre R$85/90 e, nesta segunda-feira (14), pode custar R$90 no valor à vista. Já no valor a prazo pode chegar entre R$ 96 e R$ 100.

Fabricia Oliveira

"A aliança comandada pelo petista deve compor palanques nos estados, com dois aliados estratégicos: PSB na centro-esquerda e PSD na centro-direita", diz o jornalista Rodrigo Vianna.

Desde meados do ano passado, começaram a circular análises sobre a necessidade de uma “Frente Ampla” para conter Bolsonaro. Naquele período, o presidente iniciava os ataques abertos ao STF e ao Congresso, reforçados agora em 2021 com a tentativa de cooptar policiais e militares para instalar uma ditadura.

Os defensores da “Frente Ampla” costumavam apontar o PT como um entrave para essa articulação: o partido teria dificuldades em ceder, com uma tendência para certo “hegemonismo”. A proposta de “Frente Ampla” embutia a ideia de superar o PT como principal força de esquerda, dissolvendo o partido, sua simbologia e sua história numa aliança democrática mais ampla. Um erro crasso.

A liderança da Frente Ampla para derrotar Bolsonaro ficaria com os liberais moderados e com um ou outro personagem avulso da centro-esquerda.

Mas faltava combinar com a realidade...

A vitória de Lula no STF, precedida de resistência histórica da militância nas ruas e nas redes, cancelou as condenações injustas, mudando completamente o jogo. E, então, bingo! Percebe-se agora que Lula e o PT são o verdadeiro motor da frente contra Bolsonaro. Não há outro caminho.

A movimentação de Lula, primeiro em Brasília, e esta semana também no Rio, indica o roteiro. A tal frente ampla terá o PT com Lula no comando do leme, articulando palanques nos estados com dois aliados principais: o PSB (turbinado por novas filiações) na centro-esquerda e o PSD na centro-direita.

No Rio, Marcelo Freixo no PSB será candidato a governador da Democracia contra a barbárie miliciana. Lula tenta levar o PSD (agora sob comando de Eduardo Paes) para a aliança. Felipe Santa Cruz (presidente da OAB, aliado de Paes) poderia compor a chapa com Freixo.

Em Minas, a frente deve ser liderada pelo atual prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD). Aqui, a esquerda entraria como aliada – sem comando da chapa.

Em São Paulo, o quadro é mais complexo. O PT paulista insiste em ter Haddad candidato a governador (nos bastidores, diz-se que Haddad não quer, prefere estar na campanha nacional); o PSOL já colocou Boulos em campo; e o PSB deve ter o quase tucano Márcio França de novo como alternativa.

Boulos seria o candidato com mais “apetite” nesse momento, e já começou a percorrer o Estado. Mas conversei com um nome próximo a ele esta semana, que confirmou: Lula é quem vai decidir, e não está descartada nem uma aliança com o PSB; nesse caso, o PT indicaria o vice de França ou ficaria com a vaga de senador, e Boulos se deslocaria para uma super candidatura a deputado federal.

Percebe-se que no triângulo das bermudas do Sudeste (Rio, Minas e São Paulo), a história do PT hegemonista não cola mais.

O partido de Lula teria candidatos próprios, sim, em três estados do Nordeste que já governa (Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí), além do Espírito Santo (com o nome do recém filiado Fabiano Contarato). No Ceará, o governador petista Camilo Santana pode lançar um nome do PT, se a conversa com Ciro desandar mesmo de vez. No Maranhão, quem comanda o jogo é Flávio Dino - que estaria de mudança do PCdoB para o PSB. E Em Pernambuco, o PT deve se aliar ao PSB.

No Centro-Oeste, a centro-esquerda seguirá a ter imensas dificuldades diante da hegemonia da direita e do agronegócio, e talvez tenha que lançar candidaturas para marcar posição. Na região Norte, a frente de Lula precisará ser ainda mais ampla para conter o bolsonarismo – incorporando personagens como Elder Barbalho (MDB-PA) e Omar Aziz (PSD-AM), e contando com a força de lideranças progressistas como Randolfe (Rede-AP) e Edmilson Rodrigues (PSOL-PA, que é prefeito de Belém – com uma frente democrática).

A regra, em geral, é ceder espaço aos aliados nos Estados, e construir alianças ao centro – com o MDB de Renan (AL) e Requião (PR), mas principalmente com o PSD.

O partido de Kassab terá papel decisivo nessa articulação, que seria melhor chamar de Frente Democrática: uma aliança política comandada por Lula, e que parte da base de centro esquerda, mas com caráter mais amplo diante da necessidade de conter as ameaças autoritárias cada vez mais evidentes de Bolsonaro.


Jornalista desde 1990. Passou por Folha, TV Cultura, Globo e Record; e hoje apresenta o "Boa Noite 247". Vencedor dos Prêmios Vladimir Herzog e Embratel de Jornalismo, é também Mestre em História Social pela USP. Blogueiro, integra a direção do Centro de Estudos Barão de Itararé.


O Peru elegeu, num pleito dos mais divididos da história, um professor para a Presidência da República. Pedro Castillo, 51 anos, leciona no ensino primário e tem mestrado em psicologia educacional. 

Embora os números oficiais não tenham sido divulgados, até às 11 horas desta terça-feira (8) ele ampliava a vantagem sobre Keyko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori. Seus votos somavam 8.542.834 votos, contra 8.417.843.

Ele ganhou notoriedade em 2017 ao liderar uma greve de professores em várias regiões do país que durou 75 dias. Os manifestantes exigiam, naquele momento, um aumento salarial para professores peruanos.

O símbolo da campanha de Castillo, um lápis gigante, mostra qual foi a motivação da sua campanha, pautada pela necessidade de aumentar a Educação.

Em sua campanha, que lhe garantiu a vitória no primeiro turno, ele propôs que educação e saúde sejam considerados direitos fundamentais dos peruanos, bem como o combate à corrupção -calcanhar de Aquiles de sua adversária, Keiko Fujimori, filha do ditador Alberto Fujimori.

Castillo concorre à Presidência do país andino pelo partido "Peru Libre", que se define como uma agremiação marxista-leninista. O virtual presidente eleito é um "ex-rondero" (membro da ronda de camponeses, uma organização de defesa da comunidade).

Subestimiado pela direita e pela esquerda, a candidatura de Castillo cresceu especialmente nas duas semanas que antecederam as eleições.

O lema de Pedro Castillo na campanha foi "nunca mais um homem pobre em país rico!"

Castillo propõe convocar uma nova Constituição Política, por meio de uma assembleia constituinte, para atribuir ao Estado um papel ativo como regulador do mercado. Nesse projeto, o virtual presidente peruano deseja a nacionalização de setores estratégicos como mineração, gás e petróleo.





Católico não muito praticante – mas de muita fé – sou assumidamente um admirador do pastor evangélico Sérgio Queiroz, da Igreja Cidade Viva.


Cabra Bom, do bem; da linha dos pastores sérios. Infinitamente melhor que muito padreco de meia-tigela que conheço.


O pastor Sérgio não usa o nome de Deus em vão, muito menos explora a fé de suas ovelhas para amealhar fortuna, à semelhança de outros pastores sérios que esta Paraíba tem.

Acredite: o pastor Sérgio se mantém e sustenta a família com seu salário de servidor público federal, não recebe dinheiro da sua igreja. Deus pra ele, portanto, não é um meio de vida, com é para vários outros padres e pastores que invadem nossas casas pela tela de TV implorando por dinheiro.

E o mais importante: o pastor Sérgio realiza um trabalho social digno dos melhores registros.

Eu desconfio da boa fé de todos àqueles que servem ao projeto armamentista, negacionista e, segundo a voz rouca das ruas, genocida, que é este de Jair Bolsonaro. Aliás, de quase todos. O pastor Sérgio é uma raríssima exceção da regra.

Pois bem…
Na sua mais recente pregação, o pastor Sérgio disse o papel da verdade aos hipócritas conservadores, aqueles que, segundo ele, se autodenominam “cidadãos de bem”, “homens de bem”, etc e tal.

Referiu-se, por exemplo, aqueles que são contra o aborto, mas na moita cultuam a pornografia, traem as esposas e maridos, e aprontam todas.

A lapada nos falsos moralistas foi assim: “Você que é homem de bem, mulher de bem, conservador. Quero falar pra você, tá? É muito interessante, meu amigo. Você está olhando pra mim, você que é conservador, que se diz conservador. É muito interessante, né? Você é contra o aborto, não é? Você é contra a corrupção, não é, bonitinho? Mas você é um pornógrafo, não é? Você é um adúltero, não é? Você trai sua mulher, não é? Você trai seu marido, não é, conservadora? Esse conservadorismo que nós temos assistido aí, em que pessoas escolhem algumas coisas bacanas para defender, mas tropeçam em outras inomináveis”, disse.

Esperamos que os falsos moralistas tenham aprendido a lição!!!

Rompidos
João Azevedo e Cícero Lucena desistiram mesmo de participar juntos de eventos? E aquelas tão divulgadas ações conjuntas para mostrar o grau de total afinidade entre eles, mandaram suspender, foi?

É, parece mesmo que tem coisa estranha aí.

Mas rompidos mesmo não estão, garantem os bombeiros de plantão.

Ainda não, dizem uns.
Depende muito da posição dos Ribeiros, afirmam outros.

Por Wellington Farias



Um estudo elaborado pela Universidade de São Paulo (USP) revela de que maneira o presidente Jair Bolsonaro ajudou a disseminar a covid-19 por todo o país. 

Segundo o estudo, o governo Bolsonaro teria atuado conscientemente para disseminar o vírus da covid no Brasil em busca da chamada "imunidade de rebanho". 

A pesquisa foi feita pelo Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário (CEPEDISA), ligado à Universidade de São Paulo.

O levantamento, de 200 páginas, foi revisada e entregue à CPI da Pandemia.

Ele traça uma linha do tempo desde março de 2020 demonstrando medidas que o governo Bolsonaro tomou para facilitar o avanço da covid.

Os autores do estudo apontaram para oito pontos em que o governo foi omisso ou atuou em parceria com o vírus:

Imunidade de rebanho (ou coletiva) por contágio (ou transmissão);

Incitação constante à exposição da população ao vírus e ao descumprimento de medidas sanitárias preventivas;

Tratamento precoce" para a Covid-19 que foi convertido em política pública de saúde;

Banalização das mortes e das sequelas causadas pela doença;

Obstrução sistemática às medidas de contenção promovidas por governadores e prefeitos, justificada pela suposta oposição entre a proteção da saúde e a proteção da economia;

Foco em medidas de assistência e abstenção de medidas de prevenção;

Ataques a críticos da resposta federal à pandemia;

Consciência da ilicitude de determinadas condutas.

Fonte: Conexão Jornalismo



 Em 2018 o mundo prendeu a respiração com a notícia de que um asteróide de magníficas proporções poderia cair sobre o nosso planeta.

Vindo das profundezas do espaço sideral, a imensa montanha de granito pegaria a Terra desprevenida, pois demorou muito a ser percebida pelos telescópios do sistema mundial de monitoramento de corpos celestes.

Depois veio o alívio: o asteróide aproximou-se “apenas” 1 milhão de quilômetros da Terra e se afastou, perdendo-se no espaço.

Mas o Brasil não saiu incólume. Pois nesse mesmo ano foi atingido por um asqueróide. Vindo das profundezas da alma de brasileiros, mesmo aqueles que se acham esclarecidos, o tal corpo terrestre nos atingiu e espalhou pela nossa atmosfera fragmentos e excrementos, saturando o nosso ar de partículas impuras: gases tóxicos de ódio, boatos de todos os tipos – maliciosos, tendenciosos e mentirosos – por todo o território brasileiro.

Uma imensa nuvem de atraso cobriu o nosso céu, fazendo uma sombra medieval sobre o nosso solo, trazendo a destruição da nossa natureza, das nossas árvores, envenenando as nossas águas com a mentira, a desfaçatez.

Como nada é tão ruim que não possa piorar, conforme ensina o velho Murphy, no ano de 2020 instalou-se uma pandemia causada por um vírus letal chamado coronavírus, que trouxe prejuízo para todo o mundo.

A pandemia pegou-nos no pior momento, quando estávamos tentando sobreviver ao ataque do asqueróide.

Semelhante ao desastre ecológico do asteróide que atingiu a península de Yucatán há 65 milhões de anos atrás, e associado à pandemia que ceifa as nossas vidas, esse asqueróide mergulhou o Brasil no atraso e na incerteza. Basta dizer que a educação dos nossos jovens sofreu um retrocesso de duas décadas.

Pior ainda, o asqueróide impediu que a ciência combatesse a pandemia e atuou para que ela se agravasse, pois estimulou a população a desobedecer as recomendações de higiene, as medidas necessárias para impedir o contágio.


Como se não bastasse, omitiu-se na compra de oxigênio para tratar as pessoas acometidas da doença em fase aguda e disseminou a desconfiança contra a necessidade da vacinação.

Quando viu que não podia mais conter a ciência nem sabotar ainda mais as medidas sanitárias, no momento crucial protelou a aquisição das vacinas que poderiam ter salvado dezenas de milhares de vidas.

Mas, da mesma forma que a população começa a desenvolver resistência ao vírus, com a vacina que nos traz a liberdade, embora tardia, o povo já está começando a desenvolver imunidade contra o asqueróide, como mostram os estudos mais recentes.

A luz surgiu no fim do túnel e em 2022 o asqueróide vai ser empurrado de volta para as profundezas, qualquer que seja o antídoto a ser adotado.

Deixará muitas sequelas, não resta dúvida. Mas deixará o nosso povo vacinado contra esse tipo de doença social, para nunca mais se repetir.


  • José Mário Espínola
    Cardiologista, Ex-Presidente e ex-Corregedor do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB)

 


a Lúcio Lins

Senhor dos poetas,
trago perante vós
a voz ensurdecedora do baque das ondas
e restos de vírgulas e reticências
perdidas entre astrolábios
e espumas flutuantes.

As palavras, senhor,
vagando
por ondas errantes
se espalharam em versos
por outros mares
dantes nunca navegados.

E hoje recolho
por praias inóspitas
e imaginárias
fragmentos de um eu-lírico
que teimo em beber
nesta sede de poesia.

ATS, 07/05/2016

Autor: Agamenon T Sarinho é militante do PCdoB há 50 anos, casado, 3 filho(a)s, servidor federal aposentado e amante das artes.



Desde que assumiu o cargo, o ministro Marcelo Antonio Cartaxo Queiroga Lopes, da Saúde, vem tentando imprimir a sua marca: a marca da organização, do bom senso, da competência administrativa; enfim, a marca da ciência iluminando as trevas deixadas pelo antecessor.

Uma das maiores dificuldades do ministro Queiroga é a falta ou insuficiência de doses da vacina anti-covid, que o impede de imprimir maior velocidade à imunização dos brasileiros. Por isso,  tenta incessantemente a aquisição de vacinas, seja pela compra, seja pela sensibilização de países ricos que as tenham sobrando. A luta é imensa, o trabalho é hercúleo.

Paralelo a essas ações, o novo ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, tem feito gestões diplomáticas junto ao governo da China para garantir que não faltem vacinas para o Brasil.

Queiroga e o chanceler sabem qual é o resultado de uma vacinação rápida: a salvação do maior número de vidas possível, redução de internações por covid e da ocupação de leitos de UTI e o consequente retorno – o mais brevemente possível – das atividades laborais, favorecendo a recuperação da economia nacional.

***

O empenho do ministro da Saúde e do Itamaraty enfrenta, contudo, um inimigo secreto (ou não) dentro do próprio governo a que pertencem. Eles e todos os seus compatriotas sofrem terrivelmente com as ações de um sabotador dos esforços para salvar vidas e livrar da morte quem a covid pode matar.

Não se trata de nenhum terrorista estrangeiro, membro do Exército Islânico ou da Al Fatah. Tampouco é algum ‘comunista’, muito menos petista. E quem seria esse monstro impiedoso que está causando tanto mal à nação?

As evidências mostram ser alguém que alguns fanáticos religiosos chamam de O Messias, que deveria ter vindo para nos salvar daqueles que sabotaram o Brasil, segundo eles. É justamente a pessoa que supostos patriotas chamam de O Mito que veio salvar o Brasil.

Pois… Essa figura está solapando, destruindo, sabotando as ações que os ministros por ele nomeados vêm fazendo para salvar o maior número possível de brasileiros.

Muitos suspeitam que esse inimigo da pátria seja o próprio presidente da República. Afinal, seria inimaginável, em meio a tanto sofrimento e mortes causados pela covid, ver o ocupante do cargo mais importante do Brasil atacar precisamente o nosso maior parceiro comercial e maior fornecedor do insumo com o qual é produzida a vacina salvadora.

Mas foi exatamente o que ele fez ontem. Pela enésima vez, o mandatário pronunciou um discurso violento, virulento (adjetivo talvez mais apropriado), hidrofóbico mesmo, atacando a China.

Injustamente a China, de onde vem a maioria dos dólares de nossas divisas! Logo a China, que produz o componente farmacêutico sem o qual o Butantan, por exemplo, não encheria sequer um frasco de CoronaVac.

***

Como pode uma autoridade ser capaz de prestar tamanho desserviço à nação brasileira? Nem Freud explica, embora o problema seja psiquiátrico. Aliás, psicótico.

A única explicação para atitudes suicidas como essas, dotadas de tanta perversidade, tão impatriótica, é que figuras assim não sejam pessoas normais, como eu ou você.

Pessoas assim não são muito diferentes de alguém que tortura e mata uma criança a socos e pontapés, como teria feito aquele vereador acusado de assassinar o enteado, no Rio.

Os manicômios estão cheios de doentes mentais do tipo, portadores de diagnósticos enquadrados na Classificação Internacional de Doenças – CID 10 em F60 (Transtorno específico da personalidade), subclassificado em:

  • F60.1: Personalidade esquizóide;
  • F60.2: Personalidade dissocial;
  • F60.3: Transtorno de personalidade com instabilidade emocional;
  • F60.4: Personalidade histriônica.

No caso em tela, o nosso paciente é mais exatamente portador de transtornos da sua personalidade com instabilidade emocional, agravado por apresentar um pouco dos outros comportamentos.

Quem assim é e age inferniza a vida dos demais, as suas ações contribuem para a morte de pessoas, causando o mal a milhares de famílias. Justifica a necessidade de ser isolado da sociedade, internado num manicômio. Antes que acelere rumo a um milhão a contagem de vítimas fatais da pandemia.


  • José Mário Espínola
    Cardiologista, Ex-Presidente e ex-Corregedor do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB)

 

Bandeira Fascista

“Partidos políticos, religiosos, em diversos países, interferem no funcionamento do Estado (que deve ser laico) e buscam benefícios que nada tem a ver com a esfera espiritual”, Jaime Pinsky, Historiador da USP.

Quem de nós não se lembra, nos dias da semana, à noite, aos sábados e domingos, nas ruas de qualquer cidade do Brasil, do crente ou evangélico lotando as igrejas com cantos e louvores que adentram até as madrugadas em cultos especiais? Era e é assim até hoje.

O Brasil é considerado a maior nação católica do mundo, mas que nas últimas quatro décadas vem dividindo espaço com as chamadas Igrejas evangélicas, conhecidas também como pentecostais ou neopentecostais. O aumento desse movimento cristão não passaria despercebido, se não fosse a intromissão desses grupos nas decisões de governamentais. A preocupação que fica no ar é: o que eles farão dentro do governo?

Em 2013 a onda conservadora começava a surgir nas manifestações de junho. Ao lado de pautas que afligem toda a sociedade e os vulneráveis. Junto a isso, outras pautas que envolvem os direitos civis estavam sendo questionadas. A partir desse ano, setores ultraconservadores começavam a ser organizar, aliando-se a políticos também ultraconservadores do tipo do atual presidente da República, JMB.

O presidente conseguiu nesse setor religioso “cristão” a base perfeita para a campanha de 2018, para a corrida presidencial. Em verdade que esses “cristãos” foram os mesmos que elegeram os últimos presidentes dos partidos dos trabalhadores. Devido à demonização das esquerdas, patrocinada pela mídia conservadora e “ cristã” tele-evangelista, esses cristãos ficaram desiludidos com os desalinhos da esquerda e a opção foi aderir ao discurso do ódio. Nas eleições de 2018, a bancada da bíblia formou o escrutínio fiel ao atual governo. Fora da câmara federal, há o lobby de pastores para pressionar o congresso a votar medidas conservadoras que poderão estar nos levando ao neo-período medieval europeu.


Márcio Roberto de Carvalho é ativista negro filiado ao PSOL e historiador pela UFPB


 

ARMADILHA: "NOVAS PESQUISAS SUGERINDO RELAXAR CUIDADOS ESSENCIAIS CONTRA A COVID 19


É preciso entender o teor e o cerne das pesquisas novas que andam aparecendo de qualquer lugar.

Tá rolando um papo aí sobre médicos aleatórios afirmarem que os vírus de hoje não se transmite por superfície. Isso é fake. de um ou outro médico que não representam 1% da comunidade científica e muito menos estão nas equipes oficiais de pesquisa contra a Covid-19.

Mãos crispadas

prendiam ao peito ensanguentado,

num derradeiro ato,

livros e cadernos.

Ferramentas  que trazia

para plantar nos filhos

sementes do saber.


(Oxalá colhesse adiante

mais que feijão e batatas,

sementes para tornar reais 

tantos sonhos coletivos)


Por sina campesina,

plantou-se à terra

irrigada pelo próprio sangue.

E sob facão e arado

o solo tornou-se árido

E foi preciso mais sangue

- foro cobrado pelo dono da terra.


Ainda hoje

adubamos tua cova

tornada fértil lerão.

A cada ano

trazemos com as flores

mais braços

para tua Revolução.


ATS, 07/04/2018


Autor: Agamenon T Sarinho é militante do PCdoB há 50 anos, casado, 3 filho(a)s, servidor federal aposentado e amante das artes.




A partir de 25 de março de 2021, abrem-se em todo o país as comemorações do centenário de existência ininterrupta do mais longevo partido político da história do nosso país. Nesta data o Partido Comunista do Brasil - PCdoB, completa 99 anos.

Foi fundado em 1922 por um punhado de dirigentes proletários,representando 73 militantes de associações políticas de trabalhadores: Astrojildo Pereira (jornalista), Cristiano Cordeiro (advogado), Joaquim Barbosa (alfaiate), Manuel Cendón (alfaiate), João da Costa Pimenta (gráfico), Luís Pérez (vassoureiro), Hemogêneo Fernandes da Silva (eletricista), Abílio Nequete (barbeiro) e José Elias da Silva (pedreiro). Eles vinham do Distrito Federal, e dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.


“O PCdoB nasceu e existe como necessidade objetiva das lutas sociais em nosso País. Em seu largo caminho, firmou forte expressão patriótica e democrática adquirida e moldada na luta política do nosso povo. É, desde então, a organização política do proletariado que luta pelo socialismo e jamais arriou sua bandeira de combate…” afirma o historiador José Carlos Ray. Lutou, ao longo dos anos, pela democracia, pela independência nacional e pelos direitos dos mais humildes. Com erros e acertos, procurou adotar uma orientação política adequada à realidade concreta brasileira e fiel à ciência marxista.

Nestes 99 anos de existência, o Partido Comunista do Brasil não fugiu aos problemas espinhosos do curso da vida política, nem ficou a reboque dos acontecimentos. "Detectou sempre, no exame da realidade, os elementos suscetíveis de impulsionar a luta e elevar a consciência política das massas", como afirmou certa vez seu ex-dirigente e ideólogo, João Amazonas.

Reorganizado em 1962, soube interpretar os anseios das massas, ampliando sua atuação e influência, e aprimorando sua ligação com os trabalhadores e as demais camadas sociais.

Sua história confunde-se com a história recente do Brasil, sempre fiel aos interesses da classe proletária, de onde se originou. E engajou-se nas grandes lutas do povo brasileiro.

Foi a primeira organização a compreender a necessidade de uma Reforma Agrária, para poder desenvolver o país e democratizar a sociedade; criou sindicatos e outras organizações para defender os trabalhadores; enfrentou duas ditaduras, a do Estado Novo e a dos militares de 1964; combateu a política imperialista norte americana e foi entusiasta da campanha “O Petróleo é Nosso”, que resultou na criação da Petrobrás.

Quando se intensificou a perseguição aos democratas não vacilou em resistir de todos os meios à dura repressão, pagando um alto preço em vidas; defensor da unidade esteve presente nas lutas pela redemocratização do país e a anistia; esteve na linha de frente na luta das “Diretas, já!” e com a derrota desta, empenhou-se para por fim à ditadura no Colégio Eleitoral.

Participou ativamente da Constituinte cidadã de 1988 e das greves e lutas dos trabalhadores por seus direitos ameaçados pelas políticas neoliberais. Ocupou com destaque a luta pelo impeachment de Collor e ajudou a formar a Frente Brasil Popular nas eleições de 1989. Esteve em todas as campanhas em apoio a candidatura popular do ex-presidente Lula.

É um partido sintonizado com seu tempo, defende o Emancipacionismo feminino como forma de resolver a questão de gênero e tem forte presença na luta anti-racista e da juventude; pugna intransigentemente pela educação pública e de qualidade e é defensor incansável do SUS.

Em crescente prestígio, o PCdoB conta hoje com destacadas lideranças nacionais, a exemplo de sua presidenta, Luciana Santos, vice governadora de Pernambuco, Flávio Dino, governador do Maranhão,

Antenor Roberto, vice-governador do Rio Grande do Norte; Manuela D’Ávila, Jandira Feghali, Orlando Silva e outros parlamentares no Congresso Nacional e em inúmeros Estados.

Aqui na Paraíba, mantém sua voz na Assembléia Legislativa através do deputado Inácio Falcão. Nas eleições de outubro último, firmou-se como força política na disputa efetiva da prefeitura de Campina Grande tendo, inclusive retomado sua cadeira na Câmara Municipal com uma mulher, negra, egressa dos movimentos sociais. Elege, ainda, mais 16 vereadores em diferentes municípios. Integra também a administração estadual nas últimas duas gestões.

Como forma de superar a dependência econômica e subserviência atual ao capital financeiro, defende para o Brasil um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, que rompa com o neoliberalismo, promova o mercado interno, a industrialização, em especial nos ramos de tecnologia de ponta e assegure o bem estar dos trabalhadores e do povo, num ambiente de paz e democracia.

Desde o golpe jurídico-institucional e midiático de 2016 que pôs fim à mais duradoura experiência do governo popular, o PCdoB denuncia sem tréguas a farsa montada com o objetivo de entregar nossas riquezas aos monopólios estrangeiros, especialmente norte americanos, os ataques à democracia e à Constituição.

Presentemente, enfrenta com denodo a ameaça fascista que assusta o país e a terrível pandemia do Covid-19, constantemente alimentada pela tratamento desastrado do próprio governo central. Por estas razões os comunistas defendem medidas urgentes e eficazes em favor da vida, como vacinas para toda a população e rígido distanciamento social; auxílio emergencial de, no mínimo R$ 600,00 para os desassistidos, além do apoio governamental ao pequenos e micro-negócios.

Como necessária, para resgatar a democracia e um programa mínimo de salvação nacional, defende uma ampla frente política que seja suficiente para por fim à aventura Bolsonarista e implementar medidas emergenciais para sanar a crise e abra novas perspectivas para o povo brasileiro.

O Partido Comunista do Brasil nasceu para atender a uma necessidade histórica e cumprir uma tarefa grandiosa de transformação social e promover a luta por uma sociedade nova, que descortine horizontes avançados para os brasileiros e para a humanidade. Em busca desse objetivo, já pagou pesado preço, mas jamais arrefeceu e, se a bandeira do socialismo e do futuro cai de uma mão, ela é sustentada por inúmeras outras, num movimento que se fortalece na luta e na adversidade.

Longa vida e boa luta ao Partido Comunista do Brasil




Autor: Agamenon T Sarinho é militante do PCdoB há 50 anos, casado, 3 filho(a)s, servidor federal aposentado e amante das artes.

 


A narrativa bíblica da prisão, julgamento e condenação de Jesus, é intensa e cheia de elementos dramáticos que podem muito bem nos fazer refletir que aqui ou acolá injustiças acontecem às pessoas boas. Não me deterei na defesa teológica de que o fato ocorrido foi plano de Deus, nem advogarei que Jesus foi um preso político como muitos dizem, mas no próprio texto que deveria ser analisado pelos cristãos de hoje principalmente do Brasil.

Em primeiro lugar, Jesus o judeu, só foi identificado dentre alguns judeus à noite por causa do beijo indicativo de um amigo seu: o Judas de Queriote. O Iscariotes como conhecemos nos relatos ( não me deterei na problematização histórica acerca do personagem) fazia parte do círculo de discípulos de Jesus e vira seus milagres, ouvira seus maravilhosos sermões, acredita-se que ele mesmo tenha realizado alguns milagres com a autorização de Jesus. Judas tinha um cargo de extrema confiança era o tesoureiro do grupo ( outro problema: por que não Mateus?) e por conta dessa função desviava recursos do ministério de jesus. Com certeza Judas Iscariotes ganhou muito mais dinheiro usurpando a bolsa do que as trinta moedas pagas pelas autoridades religiosas.

Toda história tem o seu Judas Iscariotes, Joaquim José da Silva Xavier teve o seu, os índios que habitavam a América do Norte tiveram os seus. Todo revolucionário tem algum traidor entre seu grupo de amigos, muitos traídores estão dispostos a venderem sua amizade, seus ideais, a troco de ninharia. São esses Judas que estigmatizam um povo, um grupo, pessoas. Basta ver que hoje em dia poucas pessoas em nossa sociedade estão dispostas a colocarem o nome de seus filhos de Judas, mas se esquecem que havia um outro discípulo de nome Judas e que Jesus tinha um irmão ( esqueçamos as controvérsias teológicas com os católicos por favor) de nome Judas, e uma epístola do mesmo nome. A propósito, Judas é variação grega de Judá, que significa Louvor e que era o nome de um dos filhos de Jacó.

Nos getsemanes da vida é que as relações se estreitam, as amizades se firmam ou se esvaem. O que resta aos traidores é a consciência pesada de apoiarem o golpe, a traição, o que resta a eles é a corda enrolada ao pescoço e a perda de direitos conquistados.

Em segundo lugar, a peça acusatória era falsa. Que justificativas eles tinham para prender Jesus? O que se tinha como prova? A justificativa apresentada era religiosa. Ele falou contra a lei de Moisés, disse que destruiria o templo. Soa-lhe familiar? Deixa eu ajudar: “ se votarmos no PT ele irá fechar as igrejas”, “ Haddad é o anticristo, portanto o inimigo do povo de Deus”, “o PT vai perseguir os cristãos”, blá, blá, blá. Palavras são tiradas do contexto e torcidas a bel prazer dos difamadores, daí até uma pessoa boa como Jesus passa por malfeitora. As testemunhas falsas sabiam que estavam mentindo, elas receberam por isso. Foram elas que colaboraram para a aplicação do Lawfere contra Jesus, foram elas as divulgadoras de faknewes daquela época. O diferente assusta e para os vis sem argumento o que resta é a campanha difamatória, e assim Jesus foi levado à Pilatos.

Ao ser apresentado a Pilatos os religiosos da época não poderiam se apresentar com o argumento religioso, pois Pilatos não se metia em questões desse tipo ( quem dera nosso estado fosse laico!). Como raposas velhas que eram inventaram outra: “Ele se faz rei e só temos César como nosso rei”. A pseudo sinceridade não convenceu Pilatos, mas fazer o quê? Diante dele ( Pilatos ) estava um inocente disso ele tinha certeza. Cadê o advogado desse homem? Não tem, ele não tem direito a um advogado nem a um Habeas Corpus, só o de ficar calado e isso ele ficou. O que movia aqueles homens não era a convicção firme da fé judaica, nem a simpatia política por Roma, nem a preocupação com o povo. O que movia-lhes era a inveja, o ódio à simplicidade e a grandiosidade de Jesus de Nazaré.

O crime de Jesus foi dar vista aos cegos, fazer paralíticos andar, curar toda sorte de moléstias, multiplicar o pão a um povo que não precisa só ouvir um discurso bonito, mas de soluções concretas para as suas existências.

Por último, não podemos deixar de mencionar a omissão de Pilatos, que mesmo constatando a inocência de Jesus, lavou as mãos diante de uma turba ensandecida.Não há água que limpe as mãos sujas de sangue derramado pela omissão.


Márcio Roberto de Carvalho é ativista negro filiado ao PSOL e historiador pela UFPB


Do meio da pandemia

Dos ulos de dor e desespero

Contra a torpeza e  vilania

Levanta-se altaneiro

Um grito de rebeldia.


Grito que esteve preso

Pelas teias da sordidez

Nas masmorras de Curitiba.

Grito também entalado na garganta 

Deste povo a sofrer com altivez.


De tão vigoroso e verdadeiro

Assombrou num sobressalto

As múmias, zumbis, roedores apátridas

Que tricoteavam impunes e rasteiro

Pelos salões solenes do Planalto.


Grito de esperança:

Que ganhe as ruas, encha os corações

E espante de volta para os esgotos fétidos,

Confinem, para sempre nos porões sombrios

Essas ratazanas e guabirus entronizados.


ATS, 10 de março de 2021


Autor: Agamenon T Sarinho é militante do PCdoB há 50 anos, casado, 3 filho(a)s, servidor federal aposentado e amante das artes.