Mãos crispadas
prendiam ao peito ensanguentado,
num derradeiro ato,
livros e cadernos.
Ferramentas que trazia
para plantar nos filhos
sementes do saber.
(Oxalá colhesse adiante
mais que feijão e batatas,
sementes para tornar reais
tantos sonhos coletivos)
Por sina campesina,
plantou-se à terra
irrigada pelo próprio sangue.
E sob facão e arado
o solo tornou-se árido
E foi preciso mais sangue
- foro cobrado pelo dono da terra.
Ainda hoje
adubamos tua cova
tornada fértil lerão.
A cada ano
trazemos com as flores
mais braços
para tua Revolução.
ATS, 07/04/2018
Autor: Agamenon T Sarinho é militante do PCdoB há 50 anos, casado, 3 filho(a)s, servidor federal aposentado e amante das artes.