JURISTAS PELA DEMOCRACIA DIVULGAM EM RELATÓRIO OS CRIMES DE MORO NA LAVAJATO

Crédito Tutaméia


O ministro da Justiça, Sérgio Moro, cometeu os crimes de abuso de autoridade, improbidade administrativa, prevaricação e formação de quadrilha durante sua atuação, como juiz, nos processos envolvendo o ex-presidente Lula e outros acusados no âmbito da operação lava Jato.

A afirmação consta de relatório da Associação Brasileira dos Juristas pela Democracia exposto pela Professora e Jurista Carol Proner em plenária Lula Livre.

O documento explica as razões apontadas para aquelas qualificações criminais, a saber:

Abuso de autoridade: testemunhas são conduzidas coercitivamente, como no caso do Lula, sem o convite, sem intimação e não se negam a depor;

Improbidade administrativa: O funcionário público e o agente político, como é o caso do Moro, não pode do seu ato de ofício auferir vantagens. Moro, com o processo contra o Lula, eivado de nulidades, o afastou das eleições. E Bolsonaro eleito, escolhe Moro como ministro da Justiça e promete a ele um cargo para o Supremo Tribunal Federal;

Prevaricação: Ex. No caso João Santana, Moro retarda a denúncia do Ministério Público, deixando as peças sob o seu controle, sem enviar para o Supremo Tribunal Federal;

Formação de quadrilha: com a constituição de uma instituição que inicialmente tinha capa de viés pedagógico, mas no fim almejava auferir lucros. Portanto, a cada vazamento, essa questão de palestras, de pagamentos se torna mais grave.

O documento também destacou que, para a sociedade brasileira, esses crimes, que já vinham sendo denunciados por advogados e apoiadores de Lula há muito, se tornaram mais claros e evidentes a partir das conversas e documentos divulgados pelo The Intercept Brasil. 

Segundo a ABJD, as consequências da Vaza Jato mostram que tudo o que vinha sendo denunciado, seja pela defesa formal dentro dos autos e em outras instâncias do poder judiciário (e até mesmo na ONU), seja pela comunidade jurídica em geral, passou a ser confirmado em notícias sequenciais que comprovam o conluio criminoso entre os setores do sistema de justiça (MP, Judiciário e PF) para levar o ex-presidente Lula à prisão e viabilizar o projeto de destruição nacional, evitando que concorresse às eleições de 2018 e possibilitando a vitória de Bolsonaro e o aprofundamento das mudanças políticas no país; As revelações têm ajudado a comprovar a grande farsa jurídica da Lava Jato e facilitado o trabalho de compreensão das razões de anomalia no funcionamento do sistema de justiça. 

Demonstraram tanto o conluio, como a cadeia de comando e vários crimes associados à disfuncionalidade de Moro, Dallagnol e outros atores.

O documento da ABJD também aponta a importância de manifestações de acadêmicos e juristas do mundo inteiro, que denunciam as irregularidades das acusações e de todo o processo contra Lula.

Diz o texto:

“De todas as manifestações internacionais no contexto da luta pela liberdade de Lula, o mais impactante diz respeito aos 13 juristas europeus, incluindo advogados, ministros de cortes superiores e grandes especialistas em combate à corrupção, entre os quais os referenciados por Deltan Dallagnol como suas máximas fontes (o casal Ackerman, ligados ao Ministro Barroso): “é um preso político. Tem de ser libertado e seu julgamento tem de ser anulado.” (…) “As recentes revelações do jornalista Glenn Greenwald e sua equipe derrubaram todas as máscaras. A investigação e o julgamento de Lula foram tendenciosos desde o início. Sergio Moro não só conduziu o processo com parcialidade como comandou de fato a acusação, desafiando as regras de procedimento mais fundamentais no Brasil” (trecho do manifesto).

“O manifesto cobra diretamente a postura da Suprema Corte e das autoridades brasileiras instadas a corrigir o que chamam de gravíssimas irregularidades: “O Supremo Tribunal Federal tem agora o dever de retirar todas as consequências destas gravíssimas irregularidades que conduziram a uma condenação injusta e ilegal e, consequentemente, libertar Lula e anular a sua condenação. As autoridades brasileiras devem tomar todas as iniciativas necessárias para identificar os responsáveis por este gravíssimo abuso de procedimento”.”

A ABJD criou a campanha #MoroMente, que tem como foco explicar as mentiras que Moro pratica para justificar sua parcialidade e, portanto, tem foco nos processos que deverão julgar, por parte do STF, a falta de imparcialidade.

E conclui: “Aparentemente há um entendimento cada vez mais estável a respeito dos abusos e disfuncionalidades do juiz que atuou como acusador”.

Com informações do site Tutaméia