Luiz Inácio Lula da Silva foi, comprovadamente, senão o melhor, um dos melhores presidentes da história do Brasil. Seus feitos, sua aprovação e sua proximidade do povo, mostram isso. Talvez seja por isso que, hoje, Lula é vítima de uma perseguição covarde, por parte da oposição e da grande imprensa deste país.
O PT errou? Sim. Tem corruptos no partido? Sim! Mas todos os partidos tem corruptos e a corrupção tem de ser atacada em todos os seus flancos.
Mas não é o que ocorre.
A oposição, liderada pelo PSDB e pelo DEM, iniciou seu processo de golpe e de perseguição logo após a eleição de 2014, quando a maioria do povo brasileiro reelegeu a presidenta Dilma. Os principais líderes tucanos e democratas pedem o impeachment da presidenta Dilma. Agora, quando percebem que o impeachment é inviável, os líderes oposicionistas antecipam a eleição de 2018 e tentam inviabilizar Lula.
E se Lula possuísse cinco contas não declaradas na Suíça? E se Lula tivesse enriquecido sob a alegação de vender carne moída enlatada para a África? E se Lula construísse, com dinheiro público, um aeroporto na fazenda de seu tio? Com certeza, Lula seria linchado em praça pública.
Menos se fosse de algum partido de oposição.
E a mídia, como fica nesse cenário de intolerância e não aceitação da soberania do povo brasileiro.
A Veja publicou um dossiê – que depois se comprovou barbaramente fajuto – com contas no exterior de líderes petistas, a começar por Lula.
O argumento da revista é inacreditável para quem leva a sério jornalismo: “Não conseguimos provar e nem desmentir.”
Um dia será reconhecido como escárnio ao público o procedimento da Folha.
A Folha assassina uma reputação na manchete (Dirceu é uma vítima contumaz) e depois corrige seu erro num rodapé que ninguém lê, a infame seção “Erramos”.
Lula não avançou, em seus oito anos, na questão das regras para a imprensa.
Hoje, ele paga o preço disso.
Se o Globo, para ficar num exemplo, tivesse que publicar uma retratação no mesmo lugar em que cometeu um erro, dificilmente teria dado como “secreta” uma reunião de Lula que o próprio jornal noticiou, poucos anos atrás.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na noite desta sexta-feira (26), de um encontro com intelectuais, artistas e cientistas do Rio de Janeiro para debater os desafios e perspectivas do país.
A exemplo dos convidados do encontro, que se colocaram à disposição para seguir defendendo publicamente os valores sociais do projeto político representado por Lula, o ex-presidente também afirmou que pretende continuar viajando o Brasil com esse objetivo.
“E eu também vou brigar na Justiça porque alguém precisa por o dedo na ferida desse tipo de comportamento”, disse ainda, sobre sua determinação de levar às últimas instâncias o combate às mentiras contra sua honra.
O objetivo é só um: tentam enfraquecê-lo para a eleição de 2018 quando pretendem, pela quinta vez, retomar o poder que perderam em 2002.
Getúlio e Jango, outros dois presidentes que desagradaram interesses da elite brasileira (aumentaram o salário mínimo, protegeram a Petrobras dos interesses americanos, etc.), sofreram perseguição semelhante em 1954 e 1964, mas na época os jornais, rádios e tevês falavam sozinho e foi mais fácil e rápido derrubar os presidentes democraticamente eleitos.
A resistência contra um golpe de estado hoje seria bem maior e com consequências imprevisíveis. O fato de Lula ser um sobrevivente do apartheid brasileiro, sem a vocação suicida de um fazendeiro rico e deprimido como Getúlio, e a memória da tragédia da ditadura militar que sucedeu Jango, sugerem que desta vez a direita terá que voltar ao poder pelo voto.
Se conseguirem.
Por isso a campanha midiática contra Lula é tão importante e de intensidade inédita. A notoriedade que hoje dão às decisões de um juiz medíocre de primeira instância em Curitiba e sua turma de policiais e procuradores tucanos é parte deste espetáculo grotesco, onde a imprensa de direita é, mais uma vez, a protagonista.
Reinaldo Azevedo, que cunhou o termo “petralha”, e há anos é pioneiro em espalhar o ódio pelas redes sociais, sempre com patrocínio do tucanato;
José Serra, que na eleição de 2010 trouxe esse ódio das redes para as ruas, com uma campanha feita na base do preconceito e da pregação conservadora;
Ali Kamel, que colocou a máquina da Globo, de forma discreta mas persistente, numa campanha de criminalização da esquerda e as famílias Marinho e Civita, pela permanente semeadura do ódio.
Quando o caldo entornar de vez, cada um pagará sua cota por levar o país para um clima de confrontação e ódio. Por enquanto, eles comemoram, porque só um lado bate. Mas isso já está acabando.
E as Instituições?
É inacreditável que o republicanismo do Partido dos Trabalhadores, com suas listas tríplices deu nisto: uma PGR e PF que se voltaram contra o próprio Governo Federal, com ações políticas, partidárias e ideológicas nitidamente de oposição, porque delegados, promotores, procuradores e juízes simplesmente construíram um estado paralelo, que, diuturnamente, encontra-se em um embate contra a Presidência da República, o PT e seus aliados no Congresso e na sociedade civil.
Inacreditável a que ponto chegaram as instituições judiciárias deste País, em um combate político feroz e sistemático, que tem por finalidade derrotar o PT antes das eleições, a exemplo do que estão a fazer, covardemente e peremptoriamente, com o principal líder do partido, o ex-presidente Lula, que está a ser linchado publicamente, porque o objetivo é impedir, da forma que for e puder, que o PT se torne vitorioso nas eleições de 2018.
Em breve, talvez, essa gente vai perceber que quem apanha sem parar não esquece jamais os nomes de seus algozes.
A história vai dar o troco. Não tenham dúvidas.