OS CRISTÃOS PROTESTANTES(COMO EU) NÃO DEVEM CRER QUANDO SEUS LÍDERES DIZEM QUE DEUS APOIA TEMER


Quando se fala no “governo” Temer, seja aqui no Brasil ou no exterior, a primeira questão que vem a tona é a legitimidade. É se realmente esse governo tem representatividade popular para implantar as reformas que na verdade é um verdadeiro retrocesso aos avanços sociais conquistados na última década e a herança de Getúlio.


Sou Cristão protestante, e assisto perplexo líderes de várias comunidades cristãs tradicionais e sérias apoiarem um governo golpista, corrupto sob a justificativa de alguns dogmas mal interpretados e totalmente equivocados.

A Bíblia é clara. Um povo sem representatividade vai contra os mandamentos que o Criador ensinou ao povo judeu desde que deixou de ser escravo no Egito, no caminho, na chegada e permanência da terra de Canaã.

A Bíblia sempre destacou a importância da inclusão de todos nos processos políticos e judiciais sem distinção ou acepção de pessoas.

Israel sempre deveria se lembrar de quando eram escravos sem direito algum.

Nenhuma tribo deveria ficar sem representação. Isso determina que Representação política é um princípio bíblico. Se a finalidade do governo é realmente representar o povo nos julgamentos de suas disputas e assuntos de Justiça, se a autoridade do Governo realmente vem do povo, então o povo tem que ser realmente representado.

A autoridade do povo é reforçada mais de uma vez na Bíblia. A Nação de Israel nem sempre concordou com Moisés e talvez por isso Israel sofreu as conseqüências de sua escolha, passando 40 anos no deserto.

Mas nunca foi tirado de Israel o direito de fazer suas escolhas. Mais tarde, no relato sobre a escolha de Davi como rei sobre Israel, a Casa de Judá e a Casa de Saul não chegaram a um consenso. Davi não contestou a vontade do povo, ao invés disso, esperou. Esse princípio do consenso é tão importante que, no Novo Testamento, o Senhor Jesus se refere a ele como um princípio do Reino de Deus:

"todo reino dividido contra si mesmo será arruinado…"

O princípio é este: uma nação que tenha consenso, possui um Governo mais estável.

Uma nação sem consenso (Democracia) é uma nação enfraquecida. Portanto, um Governo que tenta impor suas decisões sobre o povo será menos estável com o passar do tempo, que um Governo que administra usando o consenso.

O consenso, por si mesmo é claramente um princípio importante de governo encontrado nas Escrituras e é um dos alicerces para um Governo forte. 


Isso com certeza nos faz entender a crise política e moral por que está passando nosso país.

A Bíblia também fala sobre o judiciário corrupto.

Naquela ocasião ordenei aos seus juizes: Atendam as demandas de seus irmãos e julguem com justiça, não só as questões entre os seus compatriotas mas também entre um israelita e um estrangeiro. Não sejam parciais no julgamento! Atendam tanto o pequeno como o grande’. Df. 1:16-18.

Esses versículos trazem princípios tão fortes de Justiça, que todos os tribunais justos do mundo os utilizam e o judiciário brasileiro seria mais justo hoje, se esses princípios fossem praticados .

Esse é um tema importante na história bíblica, Deus lembra Israel de como foi o tempo de escravidão quando estavam sob o domínio do Egito, do que era ser um estrangeiro e ser tratado injustamente, e de como era ruim não ter acesso ao sistema jurídico da nação onde viviam. 

Ele usava essa trágica parte da história deles para chamá-los a um nível mais elevado de Justiça para sua própria nação.  O que nos remete ao STF e TSE que assistiram de camarote sem cumprir seu papel constitucional e de defensores da Carta Magna, ao golpe parlamentar de 2016 contra a presidente Dilma Rousseff.

Pela Bíblia, a Justiça em Israel não deveria pender em direção aos poderosos, influentes ou aos ricos. Todas as pessoas deveriam ser ouvidas. O escravo não tinha voz no Egito, mas Deus orientou Israel a demonstrar um nível superior de Justiça humana. Moisés os lembrou de que a Justiça pertence a Deus. Como juízes, eles não tinham medo de outras pessoas, autoridades ou influências. 

Eles deveriam se lembrar de que, como agentes governamentais de Justiça, eles eram responsáveis, primeiramente, diante de Deus. Deus sabe que a raça humana é falha e propensa ao pecado e que os hebreus, sendo humanos, estariam tão propensos à corrupção quanto qualquer outro grupo de pessoas ou nação. 

Ele os estava ensinando a criarem um sistema de Governo que superasse isso. 

Moisés apresentou o último princípio do sistema jurídico nessa passagem. Tem de existir um processo de apelação judicial. 

O sistema teria de permitir outra audiência, dessa vez perante Moisés, para casos muito difíceis de chegar a um veredicto, ou quando as provas e as evidências fossem inconclusivas.

Não é a prática que vemos na operação lavajato. Com o juiz Moro prendendo sem provas, promovendo coações para delações totalmente tendenciosas, buscando um objetivo político, que é atingir um partido específico e suas lideranças.

Já com o Ministro Fachin, a liberação da lista de denúncias e denunciados a serem investigados, as intenções de Moro são frustradas e faz com que a Justiça se aproxime um pouco mais da imparcialidade e se investigue a todos sem distinção de partidos ou ideologias.

Demos uma olhada em cinco princípios básicos de Governo provenientes de nove versículos do livro de Deuteronômio:


1-O Governo é uma instituição de Deus e é essencial para a vida de uma nação.

2-É o povo que dá autoridade ao Governo.

3-O caráter de um líder político é importante e deve ser considerado e fiscalizado pelo povo nas suas escolhas.

4-O governo deve ser representativo de toda a população.

5-Uma das finalidades principais do Governo é fornecer uma fonte de resoluções justas para o benefício e progresso do povo e de uma Nação.

A finalidade principal deste texto é mostrar como o nosso pensamento cristão dicotômico nos alienou da grande sabedoria dos ensinamentos de Deus para a vida e demonstrar como a Palavra de Deus nos ensina princípios para a política de governo de nosso país. 

Na Bíblia, Deus está chamando a todos para serem bons cidadãos como parte do seu testemunho de fé. 


Ação e interesse político não são “seculares”. Na Bíblia, Deus instituiu o Governo, e deu a todos a responsabilidade sobre ele.

Deus É Justo e deseja ver todo o Seu povo lutando por Justiça. 


Antes de tudo, é nossa responsabilidade diante de Deus estarmos informados e envolvidos, porquê como cristãos, devemos acreditar que o nosso envolvimento faz diferença, porque faz diferença para Deus.

Sou um Cristão para a Social Democracia, que considero ser o regime de governo mais justo existente neste século. Jesus Cristo, foi sim em minha pequena visão, um socialista, porque convivia com os pobres, com os pescadores e párias da sociedade da época. 


Dividia o pão e o vinho igualmente para todos. 

Interessante é notar que Judas personifica um perfeito exemplo da ganância e  voracidade do capitalismo selvagem na Bíblia. Sendo ele o tesoureiro do grupo, vendeu Jesus por 30 moedas.

Mas, independente das posturas ideológicas e tendências políticas, nós, os Cristãos devemos lutar pela justiça social e pela eliminação da pobreza. Deus é Deus de Justiça, e prima pela igualdade entre os cidadãos, pela Democracia em nosso país e também em outras Nações.

Não se engane o Cristão, quando um líder religioso prega que Deus abençoa o governo Temer. Que nós devemos orar pelo governo Temer. Isso é mentira. 


Nós devemos orar para que Deus tire Temer do poder, porque é ilegítimo, um presidente que foi conduzido ao poder sem eleições diretas, por um golpe parlamentar que atingiu uma mulher inocente e honesta e que foi retirada sem chance nenhuma de se defender, por uma quadrilha numerosíssima de bandidos políticos que querem manter seus privilégios excusos

Deus abomina aqueles que injustiçam inocentes, abomina a corrupção e abomina àqueles que tiram dos pobres para dar aos ricos.

E é isso que o governo Temer e seus asseclas estão fazendo sem o menor escrúpulo.

Para finalizar, alguns versículos bíblicos que vai contra a tirania e a corrupção:

Isaías 10. 1-2.
“Ai dos que decretam leis injustas e dos escrivães que escrevem perversidade para prejudicar os pobres em juízo e para arrebatarem os direitos dos aflitos do meu povo, para despojarem as viúvas e para roubarem os órfãos.


Salmos 94.20
Pode, acaso, associar-se contigo o trono da iniquidade, o qual forja o mal, tendo uma lei por pretexto?

2 Samuel 23.3,4
Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Aquele que domina com justiça sobre os homens, que domina no temor de Deus, é como a luz da manhã, quando sai o sol, como manhã sem nuvens, cujo esplendor, depois da chuva, faz brotar da terra a erva.

Provérbios 29.2
Quando se multiplicam os justos, o povo se alegra, quando, porém, domina o perverso, o povo suspira.

2 Samuel 10.12
Sê forte, pois; pelejemos varonilmente pelo nosso povo e pelas cidades de nosso Deus; e faça o SENHOR o que bem lhe parecer.

Provérbios 16:12
A prática da impiedade é abominável para os governantes, porque com equidade deve ser estabelecido o poder.

2 Samuel 8:15
Davi reinou sobre todo o Israel. Ele governava com justiça e equidade a todo o seu povo.

Salmos 89:14
A justiça e o direito são as bases de teu trono; amor e fidelidade precedem a tua passagem.

Jeremias 22:13-17
Ai daquele que constrói o seu palácio usando de corrupção e meios ilícitos; que força seu próximo a trabalhar sem qualquer retribuição, tampouco lhe paga o salário.…

Miquéias 7:3
Todos estão com as mãos prontas para praticar o mal. O governo exige suborno e o juiz aceita agrados e presentes; os poderosos impõem o querem sobre a terra. Todos tramam em conjunto!