O FESTIVAL DE BESTEIRAS QUE ASSOLA A OPOSIÇÃO, PROTAGONIZANDO AÉCIO NEVES, COADJUVANDO CÁSSIO CUNHA LIMA


Luis Nassif, notável economista, jornalista e músico, escreveu em seu Jornal GGN que nas Minas Gerais há um ditado popular dizendo “que Fulano é sabido, mas não é esperto” e completa dizendo que Aécio não é sabido e nem esperto. Em relação aos temas contemporâneos, é de uma ignorância crassa. Em relação à decantada esperteza política mineira - da qual seu avô Tancredo Neves quase foi um representante - é um completo jejuno, segundo as palavras do Nassif.

Nassif ainda diz: "Enquanto estava em Minas, Aécio foi blindado. Representava um conjunto de forças relevantes e seus partidários o cercavam quase com o mesmo zelo com que se cerca um incapaz. Colocado no centro do picadeiro, a cada dia que passa revela sua verdadeira face, de um político sem dimensão do nacional, desinformado e bobo, de uma tolice adolescente. 


José Serra sempre foi excessivamente esperto, da modalidade que em Minas se diz que a esperteza engole o esperto. Sua tática consistia, sempre, em analisar para onde soprava o vento da mídia e se colocar em posição favorável. Havia espaço vago para assumir um discurso industrialista? Serra se colocava. O momento agora é da intolerância moral? E Serra se punha a ler a Bíblia e condenar os ímpios ao fogo do inferno.


Aécio tenta praticar a mesma esperteza, mas com um grau mortal de desinformação. Sempre foi um parlamentar apagado. No Senado, era nublado até pela atuação de Itamar Franco. É um completo tolo.
Serra, o mais rancoroso dos tucanos, já se deu conta de que o momento é o da responsabilidade e da pacificação. Tirou correndo a túnica de incendiário e de pastor louco e voltar a envergar a de parlamentar responsável.

Geraldo Alckmin fica na dele. Dia desses conversando Nassif com um dos generais alckmistas. Dizia ele: se o Geraldo não fizer nada, leva tudo contando apenas com as besteiras do Aécio."
De modo atrevido, eu me aproprio e faço minhas as sábias palavras acima do excelente Luís Nassif.

Mas quero complementar. E porque quero?

Porque sou da Paraíba, moro na Paraíba, tenho filhos paraibanos e por alguns motivos (indesejáveis) estamos no protagonismo desta loucura golpista contra o Governo Dilma. Afinal, o que muitos comentam é que o ajudante de ordens do insano senador Aécio Neves é o senador pela Paraíba, Cássio Cunha Lima.

Aqui por este torrão nordestino, há o costume de se afirmar a idéia de que o agora notado senador Cássio foi preparado para a política pelo pai, o grande político e poeta Ronaldo Cunha Lima.

Lembro-me que ouvi muito isso de pessoas muito próximas ao senador na campanha para governador no ano de 2002, sendo eu trazido para cá como Diretor de Criação da Mix Propaganda e Marketing, além de assumir a coordenação de criação na propaganda da campanha.

A Mix pertence a família Cunha Lima, mas tem a frente dela o Jornalista Zé Maria, antigo editor da Veja Nordeste e Jurandir Miranda (ex-Grupo Nove, agencia de Recife), e sempre esteve a frente das campanhas do grupo político, assim como também controlou as licitações de comunicação, quando Cássio era governando do estado. E isso é uma outra história que será contada.

Mas voltando ao assunto, sempre foi dito que o “minino de campina”, havia sido preparado meticulosamente pelo pai para seguir a carreira política e assim herdar o legado político da família.

E no caso da Paraíba, quando se diz de alguém muito inteligente , preparado e tal, é que esse alguém é sabido. Então, em tese Cássio é sabido.

E lendo o artigo do Nassif, me veio estes fatos que eu citei a sob a memória de inevitáveis comparações com os dias de hoje, e claro, comparações entre a dupla dinâmica mais famosa da tv. Não, não é o Batman e Robin. É o Aécio e Cássio. Tchãnãnãnãããã....

Cássio realmente não é de é uma ignorância crassa m relação aos temas contemporâneos como é o Aécio. É muito mais preparado que o mineiro. O que fica óbvio, é que a falta do poeta se faz sentir. O Cássio que eu conheci em 2002, uma promessa política que se fazia irromper até mesmo para uma futura Presidência da República, está universalmente distante do Cássio de hoje.

Há quem diga que mesmo com o Poeta ainda vivo, Cássio já não o escutava mais, o que ajudou a provocar sua cassação como governador. Há quem diga que se o Poeta estivesse presente fisicamente, talvez Cássio não estivesse de mãos dadas com o playboy Aécio Neves, nessa viagem alucinante e insana, buscando por vias pretensamente legais, dar um golpe na Presidente Dilma.

Enfim, os fatos hoje nos mostram um político que era protagonista no palco do poder, tornar-se coadjuvante de um político de outro estado. Aécio não chega aos pés da formação e visão política com que foi preparado Cássio por um mentor que até hoje é lembrado com saudade pelas massas e sociedade paraibanas.

Cássio foi possuído pela arrogância, e isso começou lá atrás, quando rompeu com o Governador Ricardo Coutinho. E o preço da arrogância é a queda. Isso é um arquétipo junguiano e religioso de nossa cultura. Mas apesar de tudo, numa campanha eleitoral extremamente difícel e conturbada para ele, ainda conseguiu eleger o filho como o deputado federal mais votado da Paraíba.

Mas não foi suficiente.

Machucado pela cassação, surpreendido e atropelado pela derrota em 2014, que ainda não superou, a ameaça de um provável ostracismo político após o mandato de senador terminar, com certeza deve ser o que o está empurrando para essa louca e infrutífera empreitada do impeachment junto com o Aécio.

Dizer na semana passada, como se fosse a mãe Diná, que no próximo semestre, Dilma estaria cassada, foi de um ato de loucura de tamanho incalculável. Isso sem falar no show de surrealismo e insanidade que foi o 12º Congresso do PSDB, junto com o Aécio Homem das Neves e o Fernando Viajando na Maionese Cardoso.

Talvez Cássio seja até sabido, visse? Mas a gente ainda não enxergou isso, depois que o saudoso Poeta se foi.

Tenho pra mim, que o nosso  poeta e político Ronaldo Cunha Lima, esqueceu de prepara-lo pra uma coisa apenas. Para o exercício pleno da Democracia, para que quando viesse a derrota nas urnas, se respeitasse a vontade popular e trabalhar sempre para preservar as Instituições e a Democracia.

Porque numa Democracia, a tese legítima é que somente pelas urnas que um político ou partido pode voltar ao poder. É o pleno exercício da soberania do povo e não de interesses reservados a determinada classe política.

Tenho Fé, tenho de ter,  que ainda Cássio cairá em si e sairá do frágil barco em que está, antes que naufrague novamente e desta vez possa ser que não haja onde se apegar. O primeiro passo talvez seja não escutar mais as vozes do atraso que insistem em usa-lo para recuperarem o poder na Paraíba e perceber para onde o nosso povo guerreiro caminha, de modo que retome sua ligação com o povo.

Cássio não é Aécio, porque apesar do que se imagina,  não foram feito do mesmo molde. Agora, se o molde de Cássio for melhor quem vai mostrar é ele mesmo.

No momento, nós ainda estamos sob os desmandos do FEBEAPÀ, do saudoso cronista Sergio Porto, que fazia o impagável Stanislaw Ponte Preta.  O FEBEAPÀ é o  Festival de Besteiras que Assola o País, na verdade, que assola a oposição do País.