A Hydra
de Lerna era um animal fantástico da mitologia grega, filho dos
monstros Tifão e Equidna, que habitava um pântano junto ao lago de
Lerna, na Argólida, hoje o que equivaleria à costa leste da região
do Peloponeso.
A Hidra
tinha corpo de dragão e sete cabeças de serpente que podiam
regenerar-se quando cortadas (algumas versões falam em sete cabeças
e outras em números muito maiores) .
A Hidra
era tão venenosa que matava os homens apenas com o seu hálito. A
Hydra foi derrotada por Héracles (Hércules, na mitologia romana),
em seu segundo trabalho.
Inicialmente
Hércules tentou esmagar as cabeças, mas a cada uma que cortava
surgiam duas no lugar.
Decidiu
então mudar de tática e, para que as cabeças não se regenerassem,
pediu ao sobrinho Jolau para que as queimasse com um tição logo
após o corte, cicatrizando desta forma a ferida.
Sobrou
então apenas a cabeça do meio, considerada imortal.
Héracles
cortou e enterrou a última cabeça com uma enorme pedra e o monstro
foi morto.
Seria
um dos 12 trabalhos de Hércules uma perfeita analogia com a lista
dos envolvidos no escandâlo da Petrobrás divulgada pelo Procurador
Geral da República, Rodrigo Janot?
Como
achar e cortar a cabeça principal da corrupção não só na
Petrobrás, mas também no Brasil?
Será
que Janot terá o sucesso de Hércules em eliminiar a Hydra da
corrupção no Brasil, cujas cabeças inistem em regenerar-se?
Será
que chegou a hora definitiva para as cabeças da Hydra chamadas João
Cunha e Renam Calheiros serem decepadas?
Eles insistem em
resistir, acusando intrutíferamente o governo de se unir a Janot na
confecção da lista.
Como assim? Agora o Procurador está
sendo acusado de prevaricação, tráfico de influência com o
governo por parte dos congressistas? Será que os presidentes das
casas do Congresso tentariam tirar a credibilidade de Janot, caso
seus nomes não estivessem nesta lista?
De certa forma, a Hydra que tentava fazer refém, o Governo Dilma, agora já tem 2 de suas cabeças ameaçadas.
Começa
agora as mútuas acusações, e me desculpem a expressão, todos os
citados agora querem tirar o seu da reta.
Por
exemplo, ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli sobre o
prejuízo de US$ 792 milhões resultante da compra da refinaria de
Pasadena, transfere a culpa para o Conselho de Administração da
empresa, à época presidido por Dilma Rousseff.
Ela não
nega que aprovou, sim, a compra da refinaria americana, mas só o fez
porque teria se baseado em um relatório elaborado pelo ex-diretor
internacional da empresa, Nestor Cerveró, agora preso em Curitiba. A
culpa então, não deveria encontrada em Cerveró?
Seu
advogado foi bem explícito: “Se é crime para Nestor, é para
Graça. Se o Ministério Público Federal pediu prisão para o Nestor
por esse fato, deveria pedir para a Graça” – que, no entanto,
não é investigada pela Lava Jato, ao contrário de Cerveró.
O
ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa (outro dos
encarcerados pela Operação Lava Jato), fez o preço da obra da
refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, saltar de US$ 2,5 bilhões
em 2005 para perto de US$ 20 bilhões atualmente. Seu advogado afirma
que seu cliente não teria poderes para tanto, pois tudo teria de
passar pelo crivo do mesmo Conselho de Administração.
Com
certeza, os grandes empresários também presos pela Lava Jato devem
estar com tempo suficiente para alvejar cabeças alheias. Eles não
ganhavam sozinhos; repartiam lucros com partidos e políticos –
logo, teriam estes também responsabilidades que, por uma questão de
foro, cabe à Procuradoria-Geral da República apurar.
Ávidos
por se livrarem da prisão , os delatores se desesperam por apontar
tantos culpados quanto puderem comprovar – quanto maior a
contribuição que derem ao esclarecimento dos fatos, maior a chance
de obterem a liberdade ou penas mais leves.
A
questão maior é que ainda vem mais listas por aí, decorrentes das
investigações mais recentes.
Mas falta incluir nas
investigações os anos anteriores ao do PT, senão a Hydra aind
manterá várias de suas cabeças.
Outra
cabeça a ser cortada é a dos corruptores, não só os corrompidos.
Enquanto não houver um enxugamento da fonte da corrupção, nunca a
Hydra será destruida. Pode-se incluir neste rol as empresas,
empreiteiras, etc. Etc.
Não se
sabe ainda, quanto tempo será necessário para que cada cabeça
desta mosntruosa Hydra seja identificada e cortada, com as devidas
garantias as cabeças não se regenerem como na mitologia grega.
Outra
coisa, é que com a conclusão definitiva de que a Presidente Dilma
Roussef não está envolvida neste escandâlo, as tentativas de golpe
institucionalizado contra a Democracia, perdem em muito a sua força.