SÉRIE IMPRENSA PLURAL II: CASO DE POLÍCIA, CORREIO VERDADE, ETC. VALE TUDO PELA GUERRA DE AUDIÊNCIAS?

Não vale não. Vale tudo pela qualidade, já trabalhei na televisão muito tempo e situações como essa que aconteceu no programa policial da TV Tambáu são totalmente novas e constrangedoras para mim,

A regulamentação da operação televisiva não é, em si mesma, garantia de veiculação de uma programação de qualidade na televisão, mas é a certeza da existência de parâmetros a balizar a atuação das emissoras. O Ministério Público tem que ter uma atuação mais efetiva nesta programação.

Ante a liberdade libertina de imprensa que prevalece no Brasil, no dia 30 de setembro último, também no estado da Paraíba, o telespectador foi vítima da permissividade com que as emissoras de TV operam no país, expondo a intimidade de uma menina de 13 anos, vítima de violência sexual. Pois a TV fez o inimaginável: veiculou cenas do estupro de uma menina, que havia sido dopada, gravadas por um dos dois acusados do crime, em plena programação do horário do almoço. A transmissão das imagens pela emissora ocorreu 10 dias após o crime. Nesse intervalo, o vídeo, gravado em um celular, vinha sendo repassado entre os alunos da escola onde a menina estudava. Ou seja, a emissora de televisão ampliou a exposição da vítima, que naquela altura já estava plenamente identificada na comunidade em que estuda.

O que assistimos no programa Caso de Polícia na TV Tambaú, afiliada do SBT em João Pessoa, foi um show de mau gosto e apelação televisiva do mais baixo nível! Dizendo-se "Revoltado" com o caso do garoto que morreu em hospital particular por falta de atendimento, o apresentador do Caso de Polícia, Fábio Araújo destrói o cenário ao vivo.

Todos sabemos o quanto foi ridículo Fábio protagonizar esta ''ceninha'', pois as informações internas é de que o cenário iria ser trocado. Conheço a TV Tambaú e já apresentei um programa transmitido lá. Sei que a emissora jamais aceitaria um prejuízo desta natureza, se o cenário não fosse ser trocado.

Pior é o Fábio pedindo desculpas posteriormento no programa, e também em rede nacional no programa da Sonia Abrão, sabendo que pegou mal e jurando que não foi orquestrado.

Quem acredita? Só o advogado mais ridículo ainda da Sônia Abrão. É o único. Porque na Paraíba não tem um que acredita na veracidade desta situação apelativa. É o típico caso de se apelar para aumentar audiência a qualquer custo, usando a miséria e a tragédia alheia.

Lamentável.

Aliás, a TV Tambaú tem, se especializado ultimamente em produzir profissionais polêmicos que trazem uma exposição nacional pouco positiva para o estado.

Primeiro Rachel Sheherazade, uma linda fundamentalista religiosa que se aproveita da sua audiência para despejar suas convicções fanáticas sem abrir o debate democrático.

E agora um apresentador de programa policial que mostra ao vivo destempero, desequilíbrio emocional, falta de respeito com a tragédia do próximo para correr na frente da guerra de audiências que acontece entre este tipo de programas televisivos tão deploráveis existentes na Paraíba.

E não tenho dúvidas de que mesmo tendo uma repercussão negativa, Fábio está satisfeito, na linha do “falem mal, mas falem de mim. Porque a seu modo ele realmente chamou a atenção em nível nacional.

Estamos bem...

O jornalismo paraibano está envergonhado...