A Morte de Joelmir Beting

Joelmir Beting sempre fez parte da minha vida, desde jovem em que eu o escutava atentamente na tv. Foi por ele que economia começou a me interessar e claro, a se fazer entendida por mim.  Com certeza já estou sentindo falta dele no meu
dia a dia, que era todo o dia. 

Sei que você está no merecido descanso, mas Joelmir, você deixou mais pobre a inteligência brasileira com sua ausência, menos enriquecido meu momento de assistir e ler sobre economia nos jornais diários. 

Roubo e me aproprio do texto de Luis Nassif em sua homenagem, porque traduz em palavras minha homenagem avocê, que neste momento não consigo proferir e nem escrever de mente própria:

"Joelmir foi o primeiro jornalista brasileiro a explorar em sua plenitude a comunicação de massa. Transitou pelo jornal – durante anos, com a coluna na Folha -, pela rádio e pela televisão. Tornou-se palestrante requisitadíssimo. Levou o jornalismo econômico dos gabinetes para as donas de casa.

Depois de uma carreira rápida na Folha, como repórter e, depois editor, enveredou pelo colunismo e passou a explorar o estilo radiofônico imbatível, recheado de bordões saborosos.

Como enfatizava a querida Lucila, sua esposa, Joelmir era um cronista da economia. Não chegava a aprofundar nas análises macroeconômicas, como Rolf Kuntz, nem a explicar nas análises setoriais, como Celsão Ming. Seu estilo era o da crônica saborosa.

Na Folha, a coluna de Joelmir tornou-se referência. Mas a aproximação maior com o público se dava através do jornal Gente, da rádio Bandeirantes, no horário campeão da manhã, ao lado dos queridos José Paulo de Andrade e Salomão Esper.
O mais significativo de Joelmir é ter-se tornado personagem nacional sem o deslumbramento e o estrelismo falsamente internacionalista de muitos sucessores. Sempre foi o rapaz de Tambaú, afilhado do padre Donizetti. Nunca abdicou de suas origens e de seus modos simples.
Contou-me uma vez que, no Jornal Gente, a maior repercussão era quando falava de receitas caseiras e outros temas do dia-a-dia dos ouvintes.
Havia o Joelmir da imprensa escrita, radiofônica e televisiva. Mas o Joelmir mais brilhante era o palestrante, com sua sucessão de imagens irônicas, o modo fluente de falar, o encadeamento de temas que encantava as plateias.
Ao mesmo tempo, era um ser humano extremamente sensível, que se abalava quando exposto às mudanças de humores das redações. Foi assim quando saiu da Folha e, mais tarde, quando deixou a Globo. Mas sempre tinha, como reforço emocional, a presença permanente de Lucila.
Ao lado de Aloisio Biondi, Joelmir foi parte fundamental na criação do moderno jornalismo econômico do país."


Autor:  Luis Nassif


Enviado  qui, 29/11/2012 - 08:38
Luis Nassif Online" 


 Descanse em Paz, Joelmir