Gilberto Gil comemora 70 anos com jovialidade rara e direito à transmissão de um especial no YouTube


Ele não é o rei da brincadeira nem o rei da confusão. Mas é autor dos versos desse clássico da música brasileira, Domingo no Parque, que o projetou para todo o Brasil em 1967, num festival de música da Record. Seu nome, Gilberto Passos Gil Moreira, ou simplesmente Gil. 

Nesta segunda, ele comemorou 70 anos, com direito à transmissão pelo YouTube de um especial gravado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Também ganhou especial no canal fechado Globo News e homenagens em telejornais, emissoras de rádio e jornais impressos.
Avesso à badalação, Gil reuniu a família em seu apartamento no Rio e comemorou ao lado dos netos e dos filhos Ben, Isabela e José, da atual  mulher,  a empresária Flora ; Preta e Maria (com Sandra Gadelha) e Marilia e Nara (com Belina). Também recebeu mensagens de vários cantos, enviadas por amigos e colegas de profissão. 



O ano de 2012 também marca os 50 anos de carreira do artista, e 40 anos de sua volta ao Brasil, depois do exílio forçado em Londres. Em 1969, considerado subversivo pela Ditadura Militar, ele amargou a prisão no Rio, ao lado de Caetano Veloso, quando  tiveram que deixar o país. Na despedida, fizeram um show antológico no Teatro Castro Alves para arrecadar dinheiro, com o qual se mantiveram nos primeiros meses na capital inglesa.
Quando retornou ao Brasil, Gil lançou o álbum Expresso 2222, que traz na capa a foto do filho Pedro - que morreu num acidente de carro em 1990, no Rio. Ainda nos 70, gravou um disco com Jorge Ben Jor e lançou a famosa trilogia Refazenda, Refavela, Realce. Sem contar Refestança, com Rita Lee. Gil também foi um dos maiores incentivadores do Carnaval de Salvador, apoiando entidades com o afoxé Filhos de Gandhy, no qual desfila todos os anos.
Para marcar seus dez anos de carreira - e também os de Caetano, Gal e Bethânia -  o quarteto realizou o show Doces Bárbaros, que resultou num álbum duplo. Durante a turnê, Gil foi preso em Florianópolis e condenado pelo uso de maconha. Ficou seis meses detido, quando compôs Sandra, homenagem a sua então mulher, Sandra Gadelha, e uma reflexão sobre o tempo em que passou no hospício. Sempre inquieto,  se aventurou na política. Foi vereador em Salvador ( 1989) e ministro da Cultura de Lula, entre 2003 e 2008.

Fonte:
Autor:  Osmar Marrom Martins
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