Wikipedia

Não vejo futebol há cerca de três semanas, o que é muito para mim, pois o acompanho religiosamente desde criança. Talvez não seja tão difícil enquanto palmeirense já que o time do Abel não anda enchendo os olhos. Mas nesse ínterim perdi jogos interessantíssimos. Ainda assim, a cada notícia em que esbarro, continuo sem sentir falta.

Na primeira, vi que morreram, por Covid-19, dois funcionários do Palmeiras: um podólogo e um segurança.

CBF, FPF, Governo do Estado e o escambau garantiram que os “protocolos” (palavra maldita) eram perfeitos. Só se for para os jogadores milionários.

Esses dois profissionais só estavam trabalhando in loco por escolha de todas essas entidades. Qual a desculpa agora?

Que eles se infectaram num cassino clandestino, local predileto dos mimados milionários que, sim, expõem seguranças, motoristas, roupeiros e etc que os servem?

Ah, e mesmo com essas mortes, houve jogo na quarta seguinte. Afinal, the show – nem tanto – must go on. E se o Palmeiras vai jogar, eu vou… dormir.

O outro acontecimento que me abalou não foi uma morte nem uma declaração abertamente polêmica. Foram dois trechos de uma entrevista do Messi.

No primeiro, ele falava do sonho de ganhar um título pela seleção profissional.

Faltou o complemento: um título sobre milhares de cadáveres sul-americanos. Não levem a mal: eu tenho duas camisas do argentino.

Uma de quando ele estreou pela seleção principal ainda com a 18, nem a 15 do título olímpico nem a 10 que hoje dispensa comentários. Além de outra pelo Barcelona, embora eu simpatize mais com os colchoneros.

Ainda possuo um mini-craque, artesanal, feito em Buenos Aires. Logo não dá para me acusar de qualquer má vontade. Mas choca. P

orque, num cenário desses, com famílias destroçadas por todo o continente, o mais importante é o sonho de um bilionário em ganhar um título “pela seleção principal”.

Para mim, a medalha olímpica de 2008 é muito mais digna.

A outra declaração que me entristeceu foi sua confissão de ter medo de se contaminar.

Não de contaminar roupeiros, camareiras, recepcionistas, motoristas de ônibus. Nem de, mesmo que indiretamente, contribuir para uma tragédia ainda maior ao país-sede e/ou todo o continente.

O medo era de se contaminar. Porque quem tem mais de 9 zeros na conta não enxerga nada além de si e dos seus. Sem julgamento moral. Funciona com praticamente todo mundo que alcança (ou muitas vezes herda) esse patamar.

Continuo admirando o futebol do Messi, já em curva descendente e ainda assim espetacular. Mas só isso.

E quanto mais demorar para os torcedores perceberem que todos esses jogadores não dão a mínima para nossas vidas, a despeito de faixas manufaturadas e gestos vazios, mais difícil será a refundação do futebol.

Um futebol que, há algumas semanas, não respeitou o povo nem mesmo os jogadores — sem iniciativa própria — ao insistir em jogar por duas vezes numa cidade deflagrada por justos protestos, como aconteceu em Barranquilla, na Colômbia.

Esse futebol, que acha que pode prescindir do povo, precisa morrer. Para que outro, melhor e mais humano, possa nascer.

O velho morre e o novo não pode nascer

Por C. Zetkin

Site VIOMUNDO




Carlos Alberto Augusto, Carlinhos Metralha e Carteira Preta são variações sobre o mesmo verdugo que,nas décadas de 1960 e 1970, atuou nos subterrâneos de um dos centros de tortura mais temidos da ditadura militar: o Dops (Departamento de Ordem Política e Social) de São Paulo.

Torturador feroz e homem de confiança do sinistro delegado Sérgio Paranhos Fleury no período mais sombrio do Dops, Metralha não poderia supor que cinco décadas depois seria condenado por, pelo menos, um de seus crimes.

Em decisão inédita, o juiz da 9ª Vara Criminal Federal de São Paulo Silvio César Arouck Gemaque condenou-o a 2 anos e 11 meses prisão, embora a pena possa ser cumprida em regime inicial semiaberto.

É a primeira vez na história do Brasil que um agente da repressão militar vai para a prisão.

A sentença proferida contra Metralha é pela morte do ex-fuzileiro naval Edgar de Aquino Duarte, desaparecido desde 1971.

O jornalista Ivan Seixas esteve preso no Dops no mesmo período em que Aquino Duarte foi serviciado por Metralha. "O Edgar me disse que tinha sido torturado por ele", relata.

Seixas descreve o ambiente em que os dois se conheceram. "O Edgar estava numa cela ao lado da minha. E eu via ele sendo levado pelo Carlinhos Metralha para a tortura."

A ação que resultou na condenação do torturador foi movida pelo procurador da República Andrey Borges de Mendonça, nove anos antes, em 2012. Mas essa é apenas uma entre as várias denúncias contra Metralha.

O próprio Mínistério Público Federal acusa-o também pela morte do militante do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) Devanir José de Carvalho, que ocorreu em abril de 1971.

De acordo com a ação movida pelo órgão, Carvalho teria morrido após sofrer intensas torturas durante três dias.

O corpo dele foi enterrado em uma vala comum no cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste da capital paulista. A família do ativista nunca conseguiu encontrar seus restos mortais.

Metralha também é acusado pela morte de seis militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), delatados pelo agente infiltrado Cabo Anselmo, amigo do torturador.

O massacre da Chácara São Bento, em Pernambuco, como ficou conhecido o episódio, não poupou nem mesmo uma militante que estava grávida.

Soledad Barret era namorada de cabo Anselmo e foi executada grávida de quatro meses junto com os cinco companheiros de organização.

Os seis tiveram os corpos crivados de balas. Ela recebeu quatro tiros na cabeça e dois no pescoço e foi encontrada ao lado do feto, provavelmente abortado durante a sessão de tortura que precedeu a execução.

Ao contrário dos demais torturadores daquele período que tentam dissimular o passado, Metralha faz de tudo para chamar a atenção.

Extravagante, perambula com um capacete de ferro por manifestações de cunho fascista em apoio a Bolsonaro, esbravejando contra o comunismo.

Frequentador do acampamento montado, em 2015, pela extrema-direita em frente ao Quartel General do Comando Militar do Sudeste, no Ibirapuera, Zona Sul de São Paulo, ajudava no coro por intervenção militar.

Mas suas provocações vêm de há muito tempo.

Em 2014, invadiu uma audiência da Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo que lançava o livro do jornalista Marcelo Godoy sobre o DOI-Codi, outro centro de tortura da ditadura militar.

Na ocasião, vociferou mais uma vez contra os comunistas. Foi repelido pelo então presidente da Comissão da Verdade, o ex-deputado petista Adriano Diogo. "O senhor não vai intimidar as pessoas que estão na sessão", advertiu o parlamentar.

Diogo também o questionou sobre a tortura e morte de Aquino Duarte. "Aproveita esta oportunidade (para contar). Eu vi, eu estava preso lá."

"Guerra é guerra. Um ganha, outro perde. Trabalhei no Dops com muito orgulho. Não houve arbitrariedade nenhuma, nenhuma", afirmou Metralha para justificar os crimes cometidos.

"Na boca do senhor, o significado de guerra é apenas uma desculpa para assassinato e tortura", rebateu o jornalista Godoy.

Cinco anos antes, em 2009, Metralha já havia organizado uma missa para lembrar os 30 anos da morte do delegado Fleury.

"Familiares, amigos, ex-policiais do Dops e informantes contam com sua presença à missa", dizia o texto divulgado por ele na internet.

Um panfleto também foi distribuído antes do início da missa, que ocorreu no Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no bairro do Sumaré, Zona Oeste de São Paulo, saudando o torturador que chefiava o Dops.

"Sua morte deixou em nós uma lacuna impreenchível. Só o tempo poderá atenuar a sua perda irreparável para a sociedade brasileira. Dr. Fleury ficará na memória de todos, a sua inesquecível figura que tanto bem semeou. À sua passagem, sempre cumprindo ordens superiores e defendendo a sociedade".

Os carros luxuosos que traziam o público para a missa ostentavam adesivos defendendo o porte de armas e apoio ao general Heleno, à época comandante militar da Amazônia e hoje ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro.

Fleury não chegou a ser arrolado no processo porque já havia morrido quando o MPF impetrou a ação.

Na sentença que condenou Metralha à prisão também eram réus o ex-comandante do DOI-Codi de São Paulo, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, e o ex-delegado Alcides Singillo. Ambos respondiam pelo sequestro do militante. Mas não chegaram a ser condenados porque faleceram em 2015 e 2019, respectivamente.

Em 2012, Ustra foi o primeiro militar a ser declarado torturador pela Justiça, em uma ação movida pela família Teles. Mas a sentença ficou fora do escopo criminal.

Em relação à sentença desta semana, o Ministério Público Federal antecipa que vai recorrer da decisão.

O procurador irá pedir o aumento do período de prisão, além de solicitar o cancelamento da aposentadoria do torturador.

Metralha ainda pode contestar a decisão judicial na segunda instância.

Lúcia Rodrigues - jornalista e formada em Ciências Sociais pela USP
Conexão Jornalismo
Lula na Paraíba

Instituto de pesquisa que substitui o tradicional Ibope, o Ipec divulgou pesquisa nesta sexta-feira (25) em que o ex-presidente Lula desponta como favorito para vencer ainda no primeiro turno. De acordo com os números, Lula superaria em 11 pontos percentuais o atual presidente e a soma de outros candidatos não chegariam aos 49% auferidos pelo candidato do PT.

De acordo com os números, Lula seria seguido por Bolsonaro, com 23%, Ciro Gomes, com sete por cento e João Dória, com 5%. O ex-ministro Mandetta teria 3%.

A pesquisa aponta ainda que a força de Lula está principalmente no Nordeste do país onde chega a obter 63% da preferência contra 15% do atual presidente. Também engrossam a fileira dos que querem o retorno de Lula os jovens, eleitores com nível fundamental de escolaridade, pretos ou pardos e os que têm religiões diversas do evangelismo. Entretanto, mesmo entre os evangélicos Lula leva vantagem: 41% contra 32% de Bolsonaro.

Bolsonaro, que vive às voltas com denúncias de corrupção, tem melhor desempenho na região Sul, entre homens brancos e evangélicos - embora em um índice menor do que o oponente.

E se a vida já não anda fácil para Bolsonaro, identificado como um dos responsáveis pelo monumental número de mortes na pandemia, com mais de 507 mil casos, há outros fatores a revelar a frustração do eleitor. Os que consideram seu governo Ruim Ou péssimo já são 49% contra apenas 24% que consideram o governo bom ou ótimo.

A margem de erro da pesquisa é de 2% para mais ou para menos.

Conexão Jornalismo



Um dos grandes nomes do Rock brasileiro com sotaque carioca, o roqueiro e guitarrista Di Castro, que por décadas foi confundido com o próprio "Sangue da Cidade" (Dá mais um!), banda que marcou época nos anos 80 e 90, lançou a música "Genocida". A expressão, colada à imagem do presidente Bolsonaro, fala sobre as mortes durante a pandemia e a crise de saúde que já matou mais de meio milhão de brasileiros. Num verso da música fica claro o endereçamento da composição é o Palácio do Planalto: "(...) ignorância ou então má fé, negacionista é o que ele é! o que ele fala nunca foi verdade, é um crime contra humanidade!(...)

Eis a letra completa:



GENOCIDA

Não se importa com quem vai viver,
nem se importa com quem vai morrer.
Doutor morte é a raiz do mal,
está dando a solução final.

ignorância ou então má fé,
negacionista é o que ele é!
o que ele fala nunca foi verdade,
é um crime contra humanidade!

Pisa nas poças de sangue,
que escorre nas calçadas
e uma das poças de sangue
escorre da sua casa!

GENOCIDA! GENOCIDA! GENOCIDA!
GENOCIDA! GENOCIDA! GENOCIDA!
GENOCIDA! GENOCIDA! GENOCIDA!




Por Fábio Lau
Conexão Jornalismo


Arquivo do Tijolaço

A decisão da Procuradora da República Luciana Loureiro de transferir para área criminal “a investigação sobre a compra da vacina indiana Covaxin ao identificar indícios de crime no contrato entre o Ministério da Saúde do governo do presidente Jair Bolsonaro e a Precisa Medicamentos” atinge em cheio a “tropa” militar levada para o Ministério da Saúde por Eduardo Pazuello.

Porque o general que operou o Ministério para Bolsonaro teve um especial cuidado em colocar sobre controle de militares todas as áreas que lidavam com compras e repasses de dinheiro e, portanto, para as operações de aquisição de vacinas.

Ou seja, tinha controle absoluto, hierárquico e disciplinado, sobre todos os envolvidos na contratação de imunizantes, inclusive sobre o Tenente-Coronel Alex Lial Marinho, coordenador-geral de Logística de Insumos Estratégicos para Saúde, acusado por um servidor como o responsável por pressões para encontrar “a exceção da exceção” para comprar, sem as exigências que se impôs a outras vacinas, para comprar, mais caro, as doses da vacinas indianas da Covaxin.

Embora aparentemente desorganizado, até porque todos testemunharam a incapacidade de ter uma postura ativa no combate à pandemia, quando se tratava de cuidar do grosso dinheiro do ministério, o comando era da estrutura paramilitar montada por Pazuello, sob a gestão direta do seu secretário-executivo, o Coronel Élcio Franco.

O caldo não vai engrossar apenas por aí.

É que a Covaxin é o elo de união com os empresários Carlos Wizard e Luciano Hang, os que “negociavam” a compra de vacinas pela iniciativa privada que, ninguém duvidava, ia se desdobrar em isenções ou compensações fiscais.

Fonte: Tijolaço

Filho não reconhecido do Rei das Chanchadas, o ator David Cardoso Júnior conseguiu há dois dias holofotes que jamais conseguira no palco ou nas telas: pendurou uma cueca no pescoço, para debochar do uso de máscara, e bradou em defesa de Bolsonaro e do direito de não se proteger. Mas o vírus, que não tem nada com isso, fez a sua parte diante de um negacionista: infectou-o.

David Cardoso Júnior, que está internado com o novo coronavórus no hospital Sancta Maggiore, em São Paulo, já fez muita coisa para aparecer. Disse, tempos atrás, que deixou de ser convocado para atuar em novelas da Globo por não ceder a diretores que queriam desfrutar sexualmente dele.

"O vôlei dele já era famoso porque só tinha enterrada. Sabia a fama e claro que não fui", afirmou a respeito de um dos diretores, que o convidou para jogar vôlei em sua mansão.

Isso foi em abril de 2020. Em dezembro, o dito primogênito de David Cardoso colocou uma cueca na cara em vez de máscara e disse que era em protesto contra restrições adotadas pelo governo Doria.

"Vou usar uma cueca na cara para provar que não é pela máscara. Quando eles falam que tem que diminuir [o movimento das pessoas], eles querem quebrar as empresas", explicou o bolsonarista convicto.

Para ele, o pano das máscaras utilizadas era o equivalente ao das cuecas que ele vestiu no rosto - para sair na mídia e ganhar seguidores nas redes sociais.

Segundo a coluna de Ancelmo Góis, em O Globo, o ator, de 52 anos de idade, foi internado com covid-19 no hospital Sancta Maggiore em São Paulo e seu estado de saúde é "delicado".

De acordo com o painel do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o Brasil teve 44.178 casos de covid nas últimas 24 horas e 1.025 mortes - totalizando 501.825 mil.

Mantidos os números atuais, o Brasil deve ultrapassar os Estados Unidos em número de óbitos no dia 17 de setembro.

Conexão Jornalismo
Tribunal de Haia: corte investiga casos de genocídio contra a humanidade

O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) protocolou, nesta terça-feira (22), requerimento de urgência para o projeto de lei (PL 1.816/21), de sua autoria, que pretende tirar a prerrogativa exclusiva do presidente da Câmara de abrir processo de impeachment e dar a possibilidade de o plenário da Câmara dos Deputados deliberar sobre o recebimento de denúncia contra o presidente da República. O projeto altera a lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, que define os crimes de responsabilidade e regula o processo de impeachment. Está também em curso estudo que tenta viabilizar a denúncia de Bolsonaro ao Tribunal de Haia.

Pela proposta, um terço dos parlamentares poderá, mediante requerimento, submeter diretamente ao plenário da Câmara uma das denúncias apresentadas e que estiverem aguardando análise do presidente da Casa. Por maioria absoluta dos votos, ou seja 257 parlamentares, o requerimento pode ser aprovado e, assim, o presidente da Câmara fica obrigado a instalar a respectiva comissão especial para analisar o pedido de impeachment. Este instrumento só poderá ser utilizado uma única vez no ano.

Na avaliação do deputado Fontana, a decisão de pautar o impeachment não pode ficar nas mãos de um só parlamentar. "Não é razoável que as reivindicações e anseios da maioria da população brasileira, concretizadas, no momento atual, em mais de cem denúncias contra o presidente Bolsonaro, fiquem à mercê apenas da vontade do presidente da Câmara", justifica.

Crime contra a humanidade

Fontana publicou também na sua página do Facebook que a CPI da Pandemia, com o auxílio da OAB, pode denunciar Jair Bolsonaro por genocídio à Corte Internacional de Haia, na Holanda.

A OAB deverá ajudar a comissão a tipificar os crimes em um relatório final de investigação. Senadores relataram que a imunidade de rebanho defendida por Bolsonaro pode ser caracterizada como crime contra a vida. A CPI defende que o governo federal deixou de negociar a compra de vacinas em 2020 para investir na contaminação em massa, com objetivo de evitar problemas econômicos.

O Tribunal Penal Internacional tem missão de investigar e julgar acusados de genocídio, crimes de guerra, de agressão e contra a humanidade, que abalam uma sociedade e chocam à comunidade internacional.

Conexão Jornalismo


O Departamento de Estado dos EUA, por meio do porta-voz Ned Price, afirmou na noite desta terça-feira (22/06) que o país considera que as eleições no Peru, vencidas pelo candidato de esquerda Pedro Castillo, foram “livres, justas, acessíveis e pacíficas” e um “modelo de democracia”. No entanto, afirmaram que esperam as autoridades eleitorais declararem o vencedor do pleito.

“Congratulamos as autoridades peruanas por administrar com segurança outra rodada de eleições livres, justas, acessíveis e pacíficas, mesmo em meio aos desafios significativos da pandemia de covid-19. Essas eleições recentes são um modelo de democracia na região”, afirmou o órgão responsável pela diplomacia norte-americana.

“Apoiamos permitir às autoridades eleitorais tempo para processar e publicar os resultados de acordo com a lei peruana”, prossegue o comunicado, que completa: “os Estados Unidos esperam continuar sua importante parceria com o candidato devidamente eleito pelo povo do Peru, confirmado pelas autoridades eleitorais peruanas.”

O comunicado vem mais de uma semana após Castillo ter obtido a maioria dos votos com 100% das atas eleitorais apuradas. Desde que se viu atrás na apuração, na madrugada da segunda-feira posterior à eleição, a adversária – a ultradireitista Keiko Fujimori – começou a alegar, sem provas, que teria havido fraude.

Por conta disso, a vitória de Castillo ainda não foi proclamada porque o Júri Eleitoral Nacional (JNE) não concluiu a resolução dos recursos interpostos, em sua maioria, pelo Força Popular, partido de Keiko.

Todos os pedidos de anulação de boletins de urna impetrados pela coligação de Keiko dentro do prazo legal foram negados pela autoridade eleitoral do país. A defesa da filha do ex-ditador Alberto Fujimori, então, recorreu da decisão. Os recursos ainda estão na fila para julgamento. A posse do novo presidente está prevista para o dia 28 de julho.

Castillo, do Peru Livre, venceu as eleições com 50,12% do total, uma vantagem de 41 mil votos em relação a Keiko, que obteve 49,87%.
Chefes dos 3 poderes pedem respeito a resultados da eleição

Na semana passada, o Conselho de Estado do Peru, organização composta pelos chefes dos três poderes do Estado e órgãos constitucionais autônomos, emitiu uma declaração rechaçando uma possível "ruptura constitucional" no país e pedindo que os resultados que dão vitória a Castillo sejam respeitados.

Em nota, o grupo afirmou que rejeita "qualquer tipo de campanha" que exerça "pressão e difamação contra as autoridades eleitorais", pois, segundo os políticos, é "estranho a uma democracia promover rupturas constitucionais para conquistar o poder".

"Mantemos a tranquilidade e respeitamos os resultados. [...] As organizações políticas, conforme se comprometeram, e aos cidadãos em geral, devem esperar e respeitar os resultados finais da eleição", diz o comunicado.

O documento dos líderes declara ainda que os discursos que "fomentam o ódio entre os peruanos" não contribuem para a "paz social nem para a consolidação dos valores democráticos" do país, afirmando que críticas aos órgãos eleitorais, quando baseadas em "informações verdadeiras e respeitosas", "contribuem para a formação de uma opinião pública livre e tolerante".

No último sábado (19/06), milhares de eleitores e apoiadores de Castillo foram às ruas de Lima para pedir respeito à democracia e a declaração oficial do professor da educação básica como novo presidente do Peru.

Organizações sociais de direitos humanos, sindicatos e partidos aliados convocaram uma passeata na capital e em outras cidades peruanas com o lema "Pela defesa da democracia e da Pátria, não pelo golpe de Estado" para apoiar o vencedor das eleições.

Fonte: ÓperaMundi


Bozo Psico

Chutando meio milhão de mortos, que poderiam ter tido melhor sorte caso esse genocida tivesse cumprido seu papel de chefe de estado, o presidente Bolsonaro voltou a defender a imunização de rebanho nesta quinta-feira (17) quando, sem base científica e nenhum respeito aos médicos do próprio governo que também é cúmplice do genocídio, defendeu que a imunização procedente do contágio pela covid-19 seria mais eficaz que a vacinação.

Bolsonaro, alvo da CPI da Pandemia no Senado Federal, joga o tudo ou nada apostando que a radicalização do discurso contra a ciência poderá fazer com que parcela da população o veja como adversário de Lula - e da saúde pública. 

O que mostra sua psicopatia vai além da insensibilidade em relação aos mortos e as dores de sua s famílias. Ela simplesmente o cega para a realidade que se a vizinha  pelo movimentos das ruas. A possibilidade de impeachment com a prisão ou, se absurdamente chegar a concorrer as eleições de 2022, ser chutado e esmagado eleitoralmente pelo Lula.

Mas enquanto brinca de ser presidente sem enxergar um palmo a sua frente, Bolsonaro assiste, impassível, o aumento diário nos casos de covid. Neste domingo o país, em meio as manifestações pelo impeachment, o país chegou a meio milhão de mortes.

Foto: Ricardo Stucker

A manifestação do #ForaBolsonaroGenocida de ontem, domingo 19, foi maior do que a do dia 29 e exatamente no dia em que o Brasil completa meio milhão de mortos pelo Covid-19. E com certeza, as próximas manifestações seguirão essa evolução quantitativa. 

O que não dá para entender é porquê porque Artur Lira, presidente da Câmara dos Deputados está sentado em cima de 120 pedidos de impeachment, totalmente cínico com a dor das famílias de 500 mil brasileiros. 

Seu twitter hoje mostra a falsidade de seus sentimentos, cúmplice que é de um presidente genocida, cuja culpa destas milhares de morte já estão esclarecidas pela CPI da Covid.


Além do Congresso, a incapacidade das Instituições como o STF ou o Exército, cujas ações para retirar um presidente intencionalmente genocida do poder são constitucionais, dado a natureza comprovada dos crimes humanitários cometidos pelo seu governo, também mostra que o Brasil no momento só depende de uma coisa pra acordarmos desse pesadelo.

O povo nas ruas. 

Temos críticos as aglomerações feitas por estas manifestações, mas fato é que o distanciamento, as máscaras e o álcool gel tem sido também integrante assíduo do povo nas ruas. 

Esses críticos querem o quê? Se o povo brasileiro for omisso, as mortes continuarão a acontecer em quantidades absurdas e a vacinação muito lenta. Um guerreiro nunca aceitaria morrer passivamente sem luta, principalmente sendo esta luta a única solução para se obter a vitória. O objetivo é tirar esse assassino e sua corja de cúmplices do poder. 

O Brasil precisa reviver, precisa se tornar uma nação novamente, precisa ser respeitado no mundo, precisa de justiça social, precisa acabar com a fome e o desemprego. Para isso precisa erradicar o vírus. Como fazer isso? Isolamento e distanciamento social amparados por um auxílio emergencial digno e vacinação em massa a passos largos. Porque também não adianta isolar a população para morrer de fome. 

 A solução do ministro da Fazenda mais idiota que já passou por um governo brasileiro, tão idota quanto ele, quer dar restos de comida para a população, além de achar que um auxílio esmola temporário de R$ 150,00 mensais vai resolver o problema da fome. Sem contar que , o que já é um bom motivo para o impeachment, não foram gastos pelo governo federal nem 30% da verba destinada ao combate a pandemia. Pelo contrário, forma desviadas para o tal do orçamento paralelo. 

Bolsonaro é tão burro que não percebe que imunização de rebanho não se consegue sem vacinação num país continental como o Brasil. O que ele conseguiu foram meio milhão de mortes, que absolutamente não o tocam, já que é um psicopata insensível. O que o preocupa agora, é como vai fazer para sabotar as eleições de 2022, já que tem a noção exata de que vai perder. Por conta disso, entrou na discussão do voto eletrônico para o voto impresso. 

Não vou aqui defender o voto impresso, mas numa coisa concordo, como programador que também sou, sei é mais fácil sabotar as eleições nas urnas eletrônicas do que no voto impresso, já que no impresso os partidos podem fiscalizar a contagem. 

E se Bolsonaro acha que de alguma maneira , com o voto impresso conseguirá se perpetuar no poder, ledo engano. A extrema direita mundial está sendo chutada no voto impresso, começando na América do Norte e do Sul e alguns países da Europa. 

Bolsonaro está isolado, seu último amigo de extrema direita no poder, Netanyahu foi praticamente arrancado do governo de Israel. 

Fato é que com voto impresso ou eletrônico, quem vai tirar Bolsonaro do poder é o povo nas ruas. 

Com voto eletrônico ou não.

Eliseu Mariotti

Fotos da Manifestação pelo país e pelo mundo:

São Paulo

Rio de Janeiro


Aracaju



Belo Horizonte



João Pessoa



Distrito Federal



Recife

 

Alto Comando do Exército


Com Bolsonaro, os militares ressurgiram em uma posição de protagonismo, “ainda que as portas já tivessem sido abertas pelo governo Michel Temer, que nomeou um general para ministro da Defesa e unificou os serviços de inteligência nas mãos do Gabinete de Segurança Institucional, também comandado por um general.

Avaliando o Exército como uma entidade que atua como partido estratégico da burguesia brasileira, formulando sua própria doutrina e com liberdade para definir suas próprias ações e intervir no Estado, é imprescindível que o partido militar precisa ser dissolvido.

Um levantamento do Tribunal de Contas da União registrou o total de 6.157 militares exercendo funções civis na administração pública federal, contra 2.957 em 2016. O número de militares da ativa chega a 2.558, segundo reportagem da Folha de S.Paulo, com o direito de acumular soldos e salários civis.

Nas estatais vinculadas à União, 92 cargos de comando são ocupados por fardados, contra apenas nove durante a gestão de Michel Temer. Segundo a Folha, das 46 estatais controladas diretamente pelo governo federal, 16 são presididas por militares.

Como um polvo, com múltiplos tentáculos, o Exército ocupa o Estado, com números incomparáveis a outros países do mundo ou até mesmo com a ditadura militar imposta pelo golpe de 1964.

Desde a redemocratização, as Forças Armadas vinham tendo um papel relativamente discreto na vida política, após a escapada impune dos crimes praticados durante a ditadura.

Detalhe: Recuperando relevância e se modernizando durante os governos do Partido dos Trabalhadores.

De alguma maneira, o PT parecia acreditar que a valorização dos militares e o respeito à sua impressionante autonomia, seguindo a mesma opção que havia adotado em relação ao Ministério Público, poderia bloquear o retorno dos fardados à cena política e a desidratação do papel tutelar que historicamente as Forças Armadas desempenharam sobre o Estado. 

Não passou de uma ilusão.

Foi durante o período petista, sobretudo depois de 2014, que a doutrina atual do Exército se consolidou. Percebeu-se que os partidos burgueses tradicionais, mais uma vez, mostravam-se incapazes de liderar o Estado, derrotar a esquerda e garantir a implantação do programa defendido pelos grandes capitalistas.

Também surgia naquele momento a polarização entre Estados Unidos e China, cenário em que o lugar do Brasil seria perfilar com as potências capitalistas ocidentais.

Por fim, a crise mundial de 2008-2009 revelaria que estavam fechadas as portas para um desenvolvimento autônomo do capitalismo brasileiro, baseado na soberania externa, na reindustrialização nacional e no mercado interno de massas, como era a ambição petista. 

O Brasil, portanto, deveria aceitar seu papel agroextrativista, baratear custos internos para atrair capitais externos, especialmente salários e direitos, e adotar todas as medidas necessárias, incluindo privatizações e desregulamentações de toda ordem, para garantir um lugar ao sol no mapa dos grandes investidores.

Assim, o comando do Exército, foi se formando maioria em favor do programa neoliberal, da subordinação à Casa Branca e da retomada da intervenção militar na vida política, como solução de última instância ao colapso dos velhos partidos liberais e conservadores, que ficaria bastante claro com o fracasso do governo Temer.

No início, Bolsonaro provocava certo mal-estar entre os generais, mas as resistências foram caindo na medida em que o ex-capitão demonstrava ter base social própria e crescia nas pesquisas, a partir de 2017, capitalizando o surgimento de um movimento popular neofascista, assentado sobre as camadas médias, que havia tomado as ruas durante o golpe contra Dilma Rousseff.

O Exército, então, escolheu o pacto com Bolsonaro como via institucional para exercer o que consideram seu direito ao poder tutelar sobre o Estado. A eleição de Bolsonaro poderia significar a construção de um aparato efetivo que derrotasse quaisquer contraposições à agenda defendida pelo núcleo autoritário-entreguista, neofascista e pró-imperialista, que chefia o Exército.

Do lado de Bolsonaro, fenômeno de baixa articulação partidária e com pouca influência sobre os antigos quadros políticos da burguesia, o Exército representava o grande partido de sustentação ao seu governo.

A força política do Exército surgiu durante a Guerra do Paraguai e se manteve ao longo do tempo, mesmo após o fim da ditadura, de forma que nenhum governo, nem mesmo durante o ciclo petista, teve a vontade ou a condição política, ou ambos, para romper os escudos corporativos, mexendo nos currículos, na narrativa histórica, no sistema de promoção.

Ele destacou que até mesmo a Constituição, ainda que de forma imprecisa, salvaguardou o papel tutelar das armas, através do artigo 142, que lhes dá a tarefa de proteger, além da soberania nacional, a ordem institucional, desde que convocadas por um dos três poderes.

Portanto, não basta derrotar o bolsonarismo. Para reconstruir a democracia, existe a necessidade de enfrentar o partido militar, pelo papel estrutural que desempenha no Estado.

Qualquer alternativa de esquerda que se pretenda consequente precisa ter a coragem e a inteligência de, finalmente, superar a tutela militar.

Caso um presidente de esquerda se eleja, ele deverá buscar exercer na plenitude, seu poder de comandante em chefe das Forças Armadas, promovendo oficiais que representem um programa nacional, democrático e popular, passando à reserva os cúmplices do bolsonarismo e expurgando o núcleo neofascista e entreguista que se reproduz desde o golpe de 1964.

Mas também deve significar o fim do sequestro do Ministério da Defesa pelo Exército, a integral reformulação curricular, a proibição de formulação doutrinária para além de assuntos especificamente militares, uma revisão histórica profunda, a começar por um pedido formal de desculpas à nação pelo golpe de 1964 e os crimes da ditadura.

Militar não foi feito para governar, mas para cuidar da soberania e o ataque externo as riquezas naturais e produzidas no país, além de proteger os segredos de pesquisas militares nucleares. Caso alguém, não se lembre, tivemos um almirante, chefe do Programa Nuclear Brasileiro, preso injustamente pela lavajato, por causa de sua descoberta de fusão a frio do urânio.

Acho que deu pra entender.
Foto de Alan Santos - da Presidência da República


Disputar as eleições do ano que vem e perder para Lula, algo, segundo as pesquisas, bastante provável, virou um pesadelo para Jair Bolsonaro. Segundo análise da articulista Rosangela Bittar, do Estado de São Paulo, o presidente, que vivia delírios napoleônicos até o ano passado, agora admite que sua situação não é tão confortável e ele poderá sim ser preso por conta dos escândalos do seu governo e em especial pelo seu comportamento diante da pandemia do novo coronavírus.

Segundo ela, "as denúncias que o atingem tipificam crimes contra a humanidade, em especial genocídio dos povos indígenas", escreve ela no texto. "Documentos diplomáticos sobre a denúncia foram enviados à CPI da Covid, cujo relatório deverá apontar a culpa de Bolsonaro em atos de transgressão do direito à vida. Representará, assim, um reforço institucional, o ponto de vista de um dos poderes da República, o Legislativo, para a análise do tribunal de Haia", ressalta.

A jornalista observa, porém, que "mesmo assim, Bolsonaro não está internamente fraco. Controla, a peso de ouro, a Câmara dos Deputados, e usa e abusa do procurador-geral da República. São trunfos que lhe permitem deixar com os dirigentes dessas instituições a cobertura da retaguarda, inclusive legal, da sua sobrevivência no poder, e sair por aí. Resta, no entanto, o risco do relatório da CPI, com sua sólida maioria oposicionista. Os depoimentos e as provas colhidos até agora devem reforçar o processo do Tribunal Penal Internacional de Haia".

Com informações do Blog Conexão Jornalismo e site 247

Ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Ex-secretário afirma que Ministério da Saúde ignorou quatro pedidos de ajuda para evitar colapso no abastecimento de oxigênio no estado.

O Ministério da Saúde, então liderado pelo general da ativa Eduardo Pazuello, deixou sem resposta quatro pedidos de ajuda enviados pela Secretaria de Saúde do Amazonas para evitar o colapso de oxigênio no estado.

A afirmação foi feita pelo ex-secretário Marcellus Campêlo durante seu depoimento à CPI da Pandemia, no Senado Federal. Ele disse ter enviado ofícios ao então ministro Pazuello nos dias 9, 11, 12 e 13 de janeiro. Nos dias 14 e 15, mais de 30 pessoas morreram no estado pela falta do insumo.

“A partir do dia 9 de janeiro, enviamos diariamente ofício ao Ministério da Saúde, pedindo apoio em relação a essa questão da logística de oxigênio. Não houve resposta, que eu saiba”, disse Campêlo.

Segundo a Agência Senado, Campêlo afirmou ter telefonado para Pazuello em 7 de janeiro em busca de “apoio logístico” para a transferência de 300 cilindros de oxigênio de Belém para Manaus. O contato foi feito após um encontro em que representantes da White Martins sugeriram a compra do insumo “diretamente de outro fornecedor, capaz de aumentar a disponibilidade do produto”.

“Sobre o oxigênio, especificamente, eu fiz uma ligação ao ministro Pazuello no dia 7 de janeiro, explicando a necessidade de apoio logístico para trazer oxigênio a pedido da White Martins. A partir daí, fizemos contato com o Comando Militar da Amazônia, por orientação do ministro, para fazer esse trabalho logístico”, informou.

Para o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), há “uma óbvia contradição” entre os depoimentos de Campêlo e Pazuello uma vez que, segundo o ex-ministro da Saúde, o alerta sobre o risco de colapso de oxigênio só ocorreu no dia 10 de janeiro — e não no dia 7.

O ex-secretário disse ainda que participou de reuniões em Manaus com a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. Campêlo afirmou que Mayra não foi informada sobre o iminente colapso de oxigênio porque, segundo ele, “não havia sinais desse tipo de necessidade”, e que a presença da secretária na capital amazonense tinha como foco incentivar o tratamento precoce.

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) lembrou que, três dias depois de deixar o Amazonas, Mayra Pinheiro enviou ao estado um lote de 120 mil comprimidos de hidroxicloroquina para o tratamento de covid-19. Para o senador Humberto Costa (PT-PE), Manaus foi “uma espécie de experimento para o governo federal”.

Jornal GGN


Senador ficou indignado com o fato de Marcellus Campelo, engenheiro de formação, ter demonstrado inaptidão para ter conduzido a Secretaria de Saúde do Amazonas durante a maior crise sanitária do século

“O senhor não sabe nada. O senhor está errado e o seu governador mais ainda, de nomear um engenheiro para ser secretário da Saúde do Estado do Amazonas. A mesma irresponsabilidade cometeu o presidente da República, de nomear um general que não conhecia o SUS [para o Ministério da Saúde].” Foi em tom de indignação que o senador Otto Alencar criticou a passagem de Marcellus Campelo pela Secretaria de Saúde do Amazonas durante a maior crise sanitária do século.


Nesta terça (15), à CPI, Marcellus teve de responder pelo colapso no sistema de saúde e a crise do oxigênio. Na visão de Alencar, que é médico de formação, a tragédia em Manaus é fruto do casamento entre um engenheiro que não entende nada de medicina sanitária e epidemiologia na Saúde do Amazonas, e de Eduardo Pazuello no cargo de ministro da Saúde. Dessa junção saiu “o maior crime” da pandemia, que foi ter deixado o vírus e suas novas variantes correrem soltos, para usar a população amazonense de cobaia para o chamado “tratamentos precoce”.

“Tenho a convicção de que o caso Manaus com o Ministério da Saúde foi o verdadeiro pecado original. Sentado no Ministério da Saúde, o general que não sabia o que era SUS, desconhecia completamente a doença. E sentado na cadeira de secretário, o engenheiro sem experiência nenhuma em medicina sanitária e epidemiológica. Esse casamento deu na tragédia em Manaus. São duas pessoas sem competência na Saúde para tratar de Manaus. As perguntas mais banais em medicina que fizermos, certamente ele [Marcellus] não saberia responder”.

E Otto Alencar bem que tentou. O senador perguntou quantos leitos de UTI deveria ter para cada 100 mil habitantes do Amazonas. “Isso qualquer secretário de saúde deveria saber”, mas Campelo não respondeu.

O senador também não digeriu bem a desculpa de que a secretária do MS, Mayra Pinheiro, empurrou o tratamento precoce com cloroquina para o Amazonas quando a crise do oxigênio estava em marcha. Otto Alencar disse que como secretário da Saúde, era papel de Campelo barrar a ideia, já que não concordava com ela. “Qualquer secretário tem que ter conhecimento, autonomia, personalidade para dizer ao governante qual é o caminho”, defendeu, repetindo inúmeras vezes que o engenheiro e Pazuello são os “responsáveis pela morte em Manaus, pela inoperância e incompetência”.

“O senhor só falou aqui em tratamento para a doença, em nenhuma prevenção para conter a propagação do vírus. Por que? Porque não tem competência”, disparou.

Jornal GGN



provavelmente e proporcionalmente, a maior fake news já anunciada por Bolsonaro. O PSDB nacional publicou um vídeo, o VAR da motociata, que demente Bolsonaro sobre a quantidade de participantes no passeio e moto do último sábado (12/6) em SP. Segundo os tucanos, 6.253 motociclistas se dispuseram a participar da motociata em apoio ao presidente Jair Bolsonaro.

Apesar do fiasco de públicos, os bolsonaristas nem ficaram vermelhos em disseminar fotomontagens, fake news, e até um suposto registro no guiness book -o livro dos recordes.

VAR na linguagem futebolística é o "árbitro assistente de vídeo", que dirime dúvidas quando o juiz em campo não consegue ver a jogada.

O vídeo do PSDB não deixa dúvida porque usa o mesmo sistema de VAR em campo e também utilizado em perícias de acidentes automobilísticos.

A motociata foi um fracasso, portanto.

Assista ao vídeo do VAR:

https://twitter.com/PSDBoficial/status/1404825889368596481


Conexão Jornalismo

Segundo uma fonte do governo, a reunião tratou da possibilidade de antecipação para junho de doses da vacina da Pfizer para o país, depois do presidente desconsiderar mais de 50 e-mails da Pfizer.

O presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e outras autoridades reuniram-se nesta segunda-feira em audiência virtual com o presidente da Pfizer da América Latina, Carlos Murillo, em meio às discussões da CPI da Covid do Senado que investiga, entre outros assuntos, a demora do governo federal em comprar vacinas contra o coronavírus para o Brasil.

Segundo uma fonte do governo, a reunião tratou da possibilidade de antecipação para junho de doses da vacina da Pfizer para o país, isso depois de Bolsonaro ignorar mais de 50 e-mails da Pfizer.

O governo fechou em março um contrato para a aquisição de 100 milhões de doses da vacina da Pfizer, a serem entregues até o final de setembro. Segundo a última estimativa do Ministério da Saúde, a farmacêutica deve entregar neste mês 12 milhões de doses e mais 8 milhões em julho.

Mas o próprio Murillo disse à CPI que o novo acordo em negociação previa mais 100 milhões de doses a serem entregues no quarto trimestre deste ano.

O encontro desta segunda, que não constava inicialmente na agenda oficial do presidente, foi divulgado pelas redes sociais do Palácio do Planalto.

Em fotos, aparecem, além de Bolsonaro e Queiroga, os ministros das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Procurada, a Secretaria de Comunicação da Presidência não respondeu de imediato os pedidos de comentário por maiores informações.

A atuação do governo na aquisição de vacinas contra Covid está na mira da comissão de inquérito. Carlos Murillo já depôs à CPI e deu detalhes sobre as tratativas com o ministério para se fechar um acordo com o Brasil, inclusive relatando uma suposta falta de retorno do governo às solicitações apresentadas.



O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas divulgou um estudo avaliando a desigualdade de renda brasileira com a pandemia e a piora nos indicadores de percepção de felicidade no país.

O resultado é avassalador.

A queda de renda da metade mais pobre da população foi 20.81% queda quase duas vezes maior que a da média.
No trimestre de Janeiro a Março de 2020 a renda média alcança o maior ponto da série R$ 1122 e em menos de um ano cai 11,3% e vai para o ponto mais baixo da série histórica de R$ 995, primeira vez abaixo de um mil reais mensais. Queda de 11,3%.

O Índice de Gini, que mede a desigualdade, foi recorde na série iniciada em 2012: 0,674 (quanto mais perto de 1, pior a desigualdade) contra o melhor índice, de 0,61, alcançado em 2014 e início de 2015.

A percepção de felicidade, que já vinha em queda, desabou com a pandemia e não pela ameaça em si, já que pesquisa idêntica realizada em 40 outros países não registrou alterações.

A queda da felicidade se dá nos 40% mais pobres (-0,8%) e no grupo do meio (-0.2) situados entre 40% a 60% da renda [nível de]. Já os grupos mais abastados mantiveram a satisfação com a vida. Ou seja, há aumento da desigualdade de felicidade na pandemia. A diferença de satisfação com a vida entre os extremos de renda que era de 7,9% em 2019 sobe para 25,5%. (…) A nota média de satisfação da vida presente do brasileiro, caiu de 6,5 em 2019 para 6,1 em 2020. No resto do mundo a nota tinha ficado parada durante a pandemia em torno de 6,0. Ou seja, há marcada perda relativa de felicidade no Brasil durante a pandemia.

A pesquisa mostra um brasileiro mais propenso à raiva, ao estresse, à tristeza e até menos propenso a divertir-se que a média de 40 países pesquisados no mundo pelo Gallup.

Convenhamos, não é para menos.





Raquel Sousa, advogada da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP): "Quem está no ramo de biocombustíveis ou tem relações estreitas na Petrobrás sabe desse ativo de R$ 2,3 bilhões. Portanto, somente pessoas escolhidas a dedo se beneficiam dessa importante informação na fase de negociação da PBio”.

A Petrobras Biocombustível (PBio), que está sendo vendida junto com seu efetivo de empregados pela gestão da Petrobrás, tem um crédito tributário de mais de R$ 2,3 bilhões e essa informação vem sendo omitida no teaser de divulgação do desinvestimento.

“Trata-se de um caso de escandalosa desvalorização do patrimônio público. O crédito fiscal é o ativo mais atrativo e valioso da empresa, porque gera fluxo de caixa futuro, e deveria, obrigatoriamente, estar incluído no teaser da PBio”, afirma a advogada Raquel Sousa, da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que move uma ação popular junto à Justiça Federal do Rio de Janeiro, com pedido de suspensão da venda da empresa de biocombustíveis.

O saldo bilionário é proveniente do prejuízo fiscal do imposto de renda e da base negativa da contribuição social e consta no último demonstrativo financeiro da PBio, no 1º trimestre de 2020.

Quando a empresa tem prejuízo e, mesmo com esse resultado, paga determinados tributos, que são baseados no lucro, como o IRPJ (Imposto Sobre a Renda das Pessoas Jurídicas) e a CSLL (Contribuição Social Sobre Lucro Líquido), ela poderá, futuramente, compensar até 30% do imposto pago sobre o lucro do período.

Em 2018 e 2019, por exemplo, a PBio deduziu R$ 8,36 milhões do que teria que pagar ao Estado e ainda resta um crédito bilionário.

O valor desse ativo fiscal, de acordo com a advogada, é quase três vezes maior do que o lucro líquido das duas usinas de biodiesel em atividade, nos estados da Bahia e de Minas Gerais, que fazem parte do escopo de venda da PBio.

“A omissão desse ativo no teaser de venda acarreta uma desvalorização artificial do ativo e traz séria restrição à concorrência, ao deixar de atrair possíveis investidores, o que implica em violação do princípio da eficiência. Isso se constitui em um ato de improbidade administrativa”, declara.

A ausência da informação no documento de divulgação da venda também viola o princípio da publicidade, da impessoalidade e da moralidade.

“A informação não consta no teaser, mas quem está no ramo de biocombustíveis ou tem participação acionária e relações estreitas dentro da Petrobrás sabe sobre esse ativo. Ou seja, somente pessoas escolhidas a dedo se beneficiam dessa importante informação na fase de negociação da PBio”, argumenta a advogada.

Conflito de interesses

No mês de fevereiro deste ano, a FNP ofereceu uma denúncia ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro de irregularidades no procedimento de desinvestimento da PBio.

Segundo a representação, um dos potenciais compradores do ativo tem no quadro da diretoria executiva de uma de suas subsidiárias, portanto dentro do mesmo grupo empresarial, dois empregados da Petróleo Brasileiro S.A, que estão com o contrato de trabalho suspenso.

Além disso, esse potencial comprador também possui no conselho de administração dessa subsidiária funcionários da Petróleo Brasileiro S.A., que estão cedidos e são administradores na PBio.

“Esse cenário de relações profissionais estreitas, envolvendo empregados com cargos importantes e informações privilegiadas, que podem colocar em vantagem decisiva um possível comprador dos ativos em questão, configura-se, claramente, em conflito de interesses”, alerta Raquel.

Com a denúncia, a Federação espera que o MPF adote as medidas judiciais que julgar cabíveis para suspensão do processo de desinvestimento da Petrobras Biocombustível e que os empregados envolvidos sejam afastados dos cargos que ocupam atualmente na PBio.

Lucrativa

Uma das principais produtoras de biodiesel do Brasil, a PBio está em processo acelerado de negociação, mesmo sendo uma empresa lucrativa.

Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) para o Observatório Social da Petrobrás (OSP), de 2017 a 2020, a empresa lucrou R$ 738 milhões.

“O lucro da PBio não é tão grande se comparado ao de outras empresas, mas ela tem um papel estratégico dentro da política energética do país e para a soberania nacional”, destaca o economista do Ibeps Eric Gil Dantas.

Desde sua fundação, em 2008, de acordo com o estudo, foram anos de investimento pesado, razão pela qual a empresa não era rentável. As divulgações financeiras da PBio do período de prejuízo, disponibilizadas pela empresa somente entre os anos de 2012 e 2016, mostram um investimento total de R$ 1,4 bilhão.

“Quando a empresa passou para o azul, com o retorno desses investimentos, a direção da Petrobrás decidiu vendê-la”, comenta Eric.

Por Alessandra Martins, Observatório Social da Petrobrás


Agência Brasil


O Congresso está prestes a avalizar uma das operações mais nefastas da história das políticas públicas brasileiras: a privatização da Eletrobras. Pior: na véspera da mais grave crise hídrica dos últimos 90 anos.

Para completar as 7 pragas do Egito, faltam 4. A terceira já está a caminho: a crise hídrica.

As duas anteriores resultaram em desastres. A guerra contra pandemia Covid-19 e a guerra contra a crise econômica terminaram com derrotas acachapantes, administradas respectivamente por Eduardo Pazuello e Paulo Guedes.

A próxima guerra, além da reconhecida incapacidade operacional do governo, poderá ter o agravante de ser acompanhada pela mais radical e suspeita operação da história do mercado de energia brasileiro: a privatização da Eletrobras, acompanhada da descontratação da energia produzida pela empresa.

Há dois mercados de energia no país. O tradicional é da energia contratada, geração de energia de antigas hidrelétricas, já amortizadas, cujas tarifas limitam-se a cobrir os custos operacionais. Essa energia é vendida para as distribuidoras através de contratos de longo prazo, garantindo uma relativa redução do custo da energia. O segundo mercado é o livre, no qual a energia é livremente negociada.

Trata-se de um mercado bastante volátil. Em tempos de reservatórios cheios, há geração de energia mais barata, derrubando as tarifas no mercado à vista. Em períodos de seca, as tarifas explodem. Em períodos normais, as tarifas são imensamente mais elevadas do que as da energia contratada.

O Congresso está prestes a avalizar uma das operações mais nefastas da história das políticas públicas brasileiras: a privatização da Eletrobras. Pior: na véspera da mais grave crise hídrica dos últimos 90 anos.

Significará uma explosão sem paralelo nos preços das tarifas.

Ainda não caiu a ficha da opinião pública sobre o que essa crise significa.

Vamos por partes:

Sobre a crise hídrica

Sugiro assistir o vídeo com o debate do GGN com Altino Ventura Filho, ex-presidente da Eletrobras, e com o professor Ronaldo Bicalho, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Está no pé do artigo.

Altino dirigia Itaipu na época da crise hídrica e energética de 2001. Acompanhou dia a dia o esvaziamento da represa e a grande batalha para superar a falta de água, em pleno processo de desregulamentação do setor, na reforma desastrosa de Fernando Henrique Cardoso.

A seca de agora é reflexo da redução das chuvas no período anterior. Vai chegar no final do ano com os reservatórios a fio – isto é, escorrendo apenas as águas que recebem, sem nenhuma sobra para acumular.

Depois, dependerá da natureza. A próxima temporada de chuva – diz Alcino – não guarda nenhuma relação com o que está ocorrendo. Dependerá dos caprichos da natureza. Poderá haver chuvas torrenciais ou o prolongamento da estiagem. Havendo prorrogação da estiagem, em 2022 o Brasil enfrentará um período similar ao da Inglaterra no final da Segunda Guerra.

Não se trata de um desafio pequeno. Embora gravíssima, a pandemia matou quase 500 mil pessoas, mas não afetou todos os lares brasileiros. Já a crise de energia afetará todas as residências e todas as empresas, em um momento em que a indústria tenta recuperar a produção.

A gestão da crise não é trabalho para amadores. Haverá necessidade de convencer os consumidores a reduzir o consumo, administrar a escassez, definir prioridades – como hospitais -, administrar pressões. Haverá o conflito entre a produção de energia e a necessidade de água para a agricultura. Haverá a demanda de empresas eletrointensivas e a prioridade das pequenas e micro empresas. 

E, especialmente, um salto no custo das tarifas, antes mesmo da privatização da Eletrobras, devido à necessidade de se atingir o equilíbrio financeiro dos contratos com as distribuidoras.

A privatização da Eletrobras

O butim da privatização da Eletrobras reside em uma jogada óbvia, indecentemente óbvia: a possibilidade de descontratação da energia gerada. A Eletrobras administra hidrelétricas antigas, já depreciadas. No início de geração, as usinas tinham um fator de depreciação do capital que é incorporado à tarifa. Terminado o prazo, o único custo da usina é operacional. E o custo operacional de usinas hidrelétricas é baixo.

O que se pretende é simples. Adquire-se a Eletrobras pelo que ela fatura hoje, com a energia contratada. No momento seguinte, há o fim da contratação e a energia será jogada no mercado livre.

É uma jogada tão indecentemente óbvia, que bastaria o Congresso não permitir a descontratação para imediatamente a Eletrobras deixar de ser interessante. Ou seja, o ponto central da jogada é uma explosão nas tarifas, jogadas nas costas dos consumidores.

É nesse contexto que se discute a privatização da Eletrobras, em um processo absolutamente nebuloso. A maneira como a Medida Provisória tramitou pela Câmara e está tramitando pelo Senado é típica das “tacadas” – o termo que se usa quando se abre a porteira e deixa a boiada passar.

Haverá consequências desastrosas não só para os consumidores, mas para os políticos que patrocinarem essa loucura.

Na Califórnia, uma desregulamentação mal conduzida acabou com o reinado do Partido Democrata e abriu espaço para um autêntico outsider, Arnold Schwarzenegger, o “exterminador do futuro”.

Não apenas isso. O mundo está em pleno processo de transição para a mais importante revolução energética desde a descoberta da energia fóssil, que impulsionou a primeira revolução industrial. Parte-se para a energia limpa, um terreno no qual o Brasil poderia ser o grande vencedor. Essa coordenação exige o papel de uma estatal. 

Não haverá regulação e agências reguladoras que conseguirão implementar novas políticas. Há a necessidade de pesquisa em inovação. E a única empresa que investe em laboratórios de pesquisa é a Eletrobras.

Além disso, porque todas as políticas públicas estão sendo financeirizadas.