ANÁLISE COMPARATIVA(ISSO É POSSÍVEL?) ENTRE O "GOVERNO" BOLSONARO E A MONARQUIA BRITÂNICA


A Grã Bretanha é um império ilhéu de tradição colonialista composto da Inglaterra, o País de Gales e a Escócia e passou a ser conhecido como Reino Unido a partir de 1827 com a anexação da Irlanda do Norte a monarquia britânica. Além de países como a Austrália, o Canadá entre outros fazerem parte como reino da Commonwealth, ou seja nações que são uma monarquia constitucional parlamentarista cujo chefe de estado é o monarca do Reino Unido.

Por isso, este texto não é a apologia de um governo europeu que tradicionalmente sempre se impôs ao terceiro mundo como um país colonial e imperial, em muitos casos desrespeitando a cultura, a política e religião locais.

Esse texto é mais sobre uma soberana da Dinastia Windsor que assumiu, a partir na década de 50 do século XX , a coroa do Reino Unido. Não a toa o título da série é "A Coroa".

Então toda argumentação do texto é baseada no conceito inglês de visualização da coisa a partir do terceiro mundo.

Não farei menção a produção e direção da série, mas emito um alto elogio a produção, que mesmo tendo alguns fatos romanceados , manteve fidelidade a história e a tradicional abdicação da família real aos seus desejos pessoais, pelo bem da Coroa e pelo bem do Reino Unido, como assim era compreendido.

Sempre fui aficionado pelos filmes de cinema ou televisivo, ficcional ou não. Mas aos 56 anos tenho predileção especial pela cinebiografia que conseguem manter a fidelidade aos fatos e eventos históricos.

Me cansei um pouco do cinema de ficção, visto que cada vez mais, a loucura dos diretores e suas obsessões ególatras em criar um mundo cinematográfico pior do que o real que já é ruim, tem sido a tônica da maioria das produções independentes ou a chamada produção do cine arte, assim como das grandes, glamorosas e fabulosas produções dos grandes estúdios.

Por isso, mesmo sendo um jornalista ativista de caráter social democrata, defensor do Estado Social e das causas das minorias e também das causas justas das maiorias, na luta contra o racismo e contra a exclusão social e econômica, há exemplos na monarquia britânica sob os auspícios da rainha Elizabeth II que admiro e quero brevemente comparar estes exemplos com o momento e a gestão política que estamos vivendo no Brasil atualmente.

A primeira coisa a se destacar, é que a monarquia britânica realmente começou a se "modernizar", se é que essa definição se aplica com liberdade a Elizabeth II, caso não, já havia no establishment do aparato real e governamental do Reino Unido o entendimento de que o mundo pós II guerra já não era mais o mesmo.

Lembrando que o primeiro ministro a época e apegado ao cargo, já que renunciou aos 80 anos, era Winston Churchill, herói britânico da II Guerra, líder do partido Conservador e preso irremediavelmente as tradições dogmáticas da política e da religião que controlavam os monarcas e os políticos da ilha.

Como breve aparte, ironicamente a igreja Anglicana, hoje tem sido a mais progressista no ramo das igrejas protestantes tradicionais promovendo inclusive o casamento de casais homo afetivos em seus templos.

Pois então, foi assistindo a essa brilhante série, que me vi inevitavelmente a compara-la com um plebeu, no sentido pleno de caráter ou da falta dele, que quer ser rei, mas não passa de um cagão e que infelizmente está no primeiro cargo de governo do Brasil, e para nossa tragédia não governa este país como deveria e também como não deveria.

Estamos chegando a 600 mil mortes no Brasil, causadas pela pandemia, e que segundo especialistas em estatísticas, esse número já vai bem além disto há tempos e que se não fossem os governadores não bolsonaristas, talvez já estivéssemos no patamar de dois milhões de mortos.

Se é que já não estamos.

E a única e exclusiva causa disto é um bufão assassino a quem nomeamos presidente e que se nega a governar ou mesmo se doar a uma gestão pública pelo bem do país e dos brasileiros. Em vez disso, ameaça as eleições, quer se perpetuar num cargo que claramente detesta, mas é um ditador burlesco contumaz, usa o cargo para corromper e ser corrompido em troca de dinheiro.

Passa seus dias, quando não entra num hospital para usa-lo como palco de suas encenações tenebrosas e inverídicas, andando de moto pelas cidades do país, contribuindo cada vez mais para disseminar o vírus da Covid-19.

E para piorar esse quadro de eterna UTI que vive o país, temos lhe acompanhando no circo de seus desatinos e descompromisso total com o Brasil e seu povo, uma trupe de alguns militares com sonhos golpistas e todos eles, coincidentemente corruptos e inseridos na máquina pública, o crime organizado na forma de milícias do Rio de Janeiro, que contaminaram a Força Pública do estado e estão avançando por outras forças de segurança do país e a elite que jamais abriu mão de seus privilégios pessoais e de poder em prol do crescimento e desenvolvimento da Nação e seu povo.

Como somos diferentes e piores do que a Monarquia Britânica!

Não por causa do regime de estado e de governo. Ele não cabe no Brasil. Mas pela entrega que seus fleumáticos membros o fazem pela Reino. Não casam com quem amam se assim o parlamento não aprovar, não ditam leis que o parlamento não participa, não ditam medidas provisórias, e nem o parlamento também. Porque isso é típico de uma república das bananas.

Fazem longas viagens pelo mundo em favor da Grã-Bretanha que duram meses, abrindo mãos de seus desejos pessoais de descanso, companhia dos filhos ou estadias em suas casas no campo.

E muito mais, enfim, o que eu quero dizer que é que em prol do governo, do estado britânico, da coroa e do povo, que já por si mesmo, cobra da monarquia um comportamento adequado, a família abre mão de seus desejos mais íntimos para que o Reino seja beneficiado, de acordo com o entendimento do estado.

Claro que há suas exceções, e a monarquia britânica não é e nem será o exemplo da mais justa forma de governo de um país. E há membros da família real que não querem viver suas obrigações monárquicas, mas são obrigadas a se retirar da realeza e de suas benesses como altos salários e outros benefícios. Mas não é essa a questão. A questão é que para ter direito a esses benefícios o preço é alto e tem que se pagar e ponto.

O poder exige um alto preço e o primeiro deles é renunciar a si mesmo, pelo Estado, pelo Povo e pelo País. Não há dúvidas que a Rainha Elizabeth II cumpriu e cumpre com maestria esse papel que lhe foi imposto. Não foi o que escolheu e nem se candidatou a esse cargo. Portanto a responsabilidade de quem se propõe a governar e é eleito é triplicada.

Não existe na família real e no parlamento britânico, um churrasco de R$ 1.800,00 com embalagem personalizada e muito menos cartão corporativo da primeira família, que só em 2020 foram gastos mais de 20 milhões de reais no Brasil, sendo este dinheiro pertencente ao povo brasileiro. Não existe rachadinha nos gabinetes políticos, não existe propina da vacina na pandemia, não existe general ameaçando a democracia e muito menos, não existe ameaça ao sistema político eleitoral.

E pior, se eu quisesse ser monarquista no Brasil, era sair da frigideira para o fogo, porque a família real brasileira é tão corrupta e conivente quanto Bolsonaro, sua família e seus asseclas, que não existe a menor possibilidade de eu defender uma monarquia parlamentarista constitucional no Brasil semelhante ao da Grã-Bretanha e muito menos com esse parlamento apodrecido e afundado em lamaçais de corrupção.

Infelizmente só posso morrer de inveja dos britânicos, mesmo com suas imperfeições, intolerâncias e cultura colonialista. A questão é que eles são ruins para os outros, não para eles mesmos.

E nós somos ruins com nós mesmos e muito bonzinhos com os outros.

Então, God save The Queen e Fora Bolsonaro, Fora Cagão!

PS: Conservadores também governam. Não sou conservador, mas sei que conservadorismo nada tem a ver com incompetência.