Segundo a colunista do jornal Valor, Maria Cristina Fernandes, Bolsonaro, não teria 10% dos votos em plenário para o impeachment, mas se trata de um processo difícil diante de um parlamento virtual
No Valor Econômico desta quinta-feira (26), a colunista diz que o combate à pandemia do coronavírus gerou um consenso contra o presidente Bolsonaro que se encontra em completo isolamento.
Diante de um déficit de legitimidade de um impeachment virtual, ganha força a saída por renúncia em troca de seu bem mais valioso, a liberdade dos filhos.
Embora não tenha 10% dos votos em plenário, na análise dela o impeachment de Bolsonaro ainda é de difícil viabilidade.
“Motivos não faltariam. Os parlamentares dizem que Bolsonaro, assim como a ex-presidente Dilma Rousseff, já não governa. Se uma caiu sob alegação de que teria infringido a Lei de Responsabilidade Fiscal, o outro teria infrações em série contra uma lei de responsabilidade social. Permanece sem solução, porém, o déficit de legitimidade de um impeachment em plenário virtual”, argumentou.
Neste cenário avança entre os militares a real possibilidade de renúncia de Bolsonaro. Difícil é convencê-lo. E apesar de o presidente não ter mais o apoio da esmagadora maioria de quem o elegeu, ele ainda acha que tem, portanto não entregaria seu mandato com facilidade.
Aliás suas atitudes inconformistas ao fato de mais ninguém acatar seus desmandos alucinados, o país vive uma espécie de desobediência civil, mostra que ele sempre tenta, tresloucadamente se salvar com alguma carta na manga.
O ataque contra os governadores e as respectivas ações dos estados, contra as recomendações do Mandetta para o isolamento social, todos em luta para conter a pandemia do Coronavírus, desenha bem o desespero de Bolsonaro e do Guedes em usar o poder a favor do Mercado, em detrimento de vidas humanas.
A colunista do Valor revela que poderá ser negociado a renúncia em troca da anistia pra toda sua gurizada, já que o bem mais valioso que o presidente tem hoje é a liberdade dos filhos. Esta é uma provável moeda de troca. Renúncia em troca de anistia ao 01, 02 e 03. de todos os processos que estão sendo acusados.
Os defensores desta proposição defendem que foi assim que Boris Yeltsin, na Rússia, foi convencido a sair
A colunista revela alguns estorvos como a inexistência de anistia para uma condenação inexistente.
Mas quem teria hoje autoridade para convencer o presidente?
Cogita-se os generais envolvidos na intervenção do Rio, PhDs em milícia.
Como ex-Força Aérea Brasileira, faço parte de grupos online pertencentes as três forças, e posso dizer com segurança, que Bolsonaro não tem mais o apoio da maioria dos oficiais subalternos e praças. Além disso perde cada dia mais, o apoio dos oficias superiores.
Uma coisa é certa, o Alto Comando não partilha de suas ambições golpistas, como já foi posto de público. Não é segredo para ninguém.
O Congresso, o Judiciário e a Forças Armadas estão unidos ao povo brasileiro e a sociedade civil no combate a pandemia, tendo como principal base o isolamento social.
Com o discurso em rede nacional, o presidente conseguiu convencer a todos os segmentos da sociedade brasileira de que hoje é um empecilho na batalha contra o Coronavírus e e a defesa da saúde da população.
Contornar e isolar Bolsonaro já não basta. A tese de renúncia impõe-se cada vez mais presente e já se busca viabilizar formas jurídicas que beneficie o clã Bolsonaro, para que possam deixar o poder sem mais delongas.
Fonte: Valor Econômico