A LAMA DA CORRUPÇÃO DO REGIME DE 64 E A AMEAÇA DE BOLSONARO/HELENO LEVAREM O BRASIL A GUERRA CIVIL.


O combate à corrupção foi uma das bandeiras do golpe de 1964. Assim que assumiu a presidência, Castelo Branco prometeu acabar com a corrupção. 

Mera semelhança com Bolsonaro?

Castelo tinha melhores intenções que seu colega atual. Mas não conseguiu ter sucesso.

A Comissão Geral de Investigações (CGI), criada por ele e que investigava opositores ao regime e corruptos não deu certo. Primeiro porque, os corruptos já estavam inseridos na Comissão, adaptados ao regime e ao sistema político que se instalou.

E os opositores perderam direitos políticos, a liberdade e posteriormente a vida.

Ao afirmar que “O problema mais grave do Brasil não é a subversão; é a corrupção, muito mais difícil de caracterizar, punir e erradicar”, Castelo Branco assumia que o golpe militar tinha muito mais raízes na corrupção do que se pensava.

Na verdade, todo e qualquer discurso contra corrupção no Brasil que derrubou governos foram promovidos por corruptos, militares ou não. E isso inclui, é claro, o golpe parlamentar/jurídico/midático de 2016.

Ideologia é só disfarce.

O próprio Geisel utilizou a “corrupção das Forças Armadas” como uma das justificativas para iniciar a “abertura” política e afastar os militares do poder de Estado. Muitos outros militares e civis foram alvo de denúncias(sempre abafadas) durante o regime militar.

Os militares não tinham interesse em deixar vazar casos de corrupção que envolviam seus aliados ou colegas de farda. Impedir a publicação de notícias sobre a corrupção era parte da estratégia de segurança nacional.

Mera semelhança com Bolsonaro?

Mesmo assim, alguns casos se tornaram notórios e fartamente documentados, e até foram investigados oficialmente. Superfaturamento, desvio de verbas, desvio de função, abuso de autoridade, tráfico de influências. Tudo isso já era bem conhecido no Brasil da ditadura.

E agora, generais de pijama ligados ao clube militar e a ala hegemônica do conservadorismo maçônico querem reeditar o golpe de militar de 64. O primeiro alvo é sempre o Congresso.

E quem tenta arrastar os estrelados da reserva para essa insana aventura são, como já sabemos, o presidente Jair Bolsonaro e o General Heleno.

A principal questão é que o discurso anti-corrupção do Bolsonaro e General Heleno não cola mais.

Heleno foi condenado pelo TCU por corrupção, acusado de assinar contratos irregulares no valor de 22 milhões.

Bolsonaro está envolvido em várias denúncias de corrupção, com o assassinato de Marielle e as milícias cariocas.

É insana aventura, porquê apesar de semelhanças, o Brasil de 64 não existe mais. Nessa época o país tinha 80 milhões de habitantes com uma população conservadora muito maior em termos proporcionais.

O Brasil de 2020, tem mais de 200 milhões de pessoas, e apesar de algumas teses em contrário, fato é que não existe mais maioria conservadora efetiva.

Essa fatia se divide com liberais e progressistas e a onda conservadora das eleições de 2018 foi um fenômeno temporal e pontual. Em 2020 já temos um claro e esmagador arrefecimento dessa onda.

Claro que é que a extrema direita de Bolsonaro e Heleno no Brasil só se mantém entre seus fanáticos que não chega a 23% do eleitorado.

Além disso, temos hoje recursos tecnológicos e online que igualam essa briga na guerra da informação.

De certo modo as disputas políticas têm mais paridade, claro, se as tecnologias são bem aproveitadas. As próprias eleições de 2018 comprovaram isso, mudando definitivamente o campo de batalha político.

Mas lúcido é que, se Bolsonaro e Heleno insistirem em um autogolpe, não haverá apoio de maior parte da população. Sendo assim, apoiado por uma minoria, o regime só poderá se manter pela força.

E dado as configurações tecnológicas e possibilidades armamentistas dos tempos atuais, um regime ditatorial de minoria será rechaçado com uma sangrenta reação, como nunca houve no Brasil a um regime autoritário e que integrará todas as classes sociais.

Esse conflito será um caldeirão explosivo com grupos organizados de esquerda, um povo dividido, milícias, Tráfico de drogas, militares das FA e forças auxiliares, ajuda internacional para ambos os lados e voluntários estrangeiros para as forças de esquerda.

O Brasil será palco de uma carnificina fratricida.

Insana e sanguinolenta aventura!

A famosa crença popular de que o brasileiro é de paz perdeu a validade há décadas.

É esse o fator preponderante que fará um possível golpe militar de 2020 ser muito diferente do golpe militar de 64.

Eu pessoalmente não creio no sucesso das manifestações de 15 de março em termos de número, mas a milícia das fake news do clã Bolsonaro procurará inflar o comparecimento de pessoas e intensificar o confronto com o Congresso.

Por isso a Democracia tem que ir as ruas levada pelo povo brasileiro, à partir deste dia 18. Temos que acordar. Enquanto ainda podemos ir as ruas com relativa liberdade. Temos que acordar. O monstro do fascismo já despertou há tempos e não dorme um minuto.

Um golpe militar neste momento mergulhará o Brasil nas trevas e num mar de sangue do nosso sangue.

Deus nos livre.

E livrará.

E nós... nas ruas é que vamos resolver.