O TRIO CALAFRIO COMEMORANDO APÓS O GOLPE DE 2016. ANA AMÉLIA, JANAÍNA E MARTA |
Nos últimos 15 dias, um assunto tem provocado frisson na militância do PT e também dos protagonistas e eleitores da esquerda.
Uma suposta abertura de Lula a volta de Marta Suplicy ao PT como candidata a prefeitura de São Paulo em 2020.
Oficialmente, na maior cidade do País, o PT ainda procura candidato. Uma ala importante da sigla, liderada por Lula, supostamente investe na volta da ex-prefeita Marta Suplicy.
Eles sabem que a manobra é arriscada, mas acreditam que com o aval de Lula a articulação pode vingar.
Haddad se recusa voltar a ser candidato, pelo menos por enquanto. Em 6 anos foi candidato 3 vezes. Considera muita coisa.
Mas eu digo que se Lula infla a quantidade de votos de qualquer candidato, isso não é garantia de eleger todos os candidatos que apoia.
Foi assim em 2016, como também foi assim em 2018. Claro que cada eleição na sua devida proporção e importância histórica.
E quando o assunto é Marta Suplicy, a coisa fica cabeluda e cheia de pelos pinicantes.
Primeiro porque há uma esmagadora resistência a essa hipótese dentro do próprio PT. Segundo, outros partidos de esquerda que são importantes aliados do PT neste momento, como o PSOL e o PC do B também não apoiarão e não aceitarão Marta.
E finalmente em terceiro, o próprio eleitorado do PT, com certeza, não votará na majoritária do partido em São Paulo que componha com Marta na cabeça de chapa. Se assim é na militância, o que dirá, no campo geral do eleitorado da esquerda.
Será um tiro de calibre .50 no pé que o Lula dará no PT, se realmente ele pensa na possibilidade de Marta ser a candidata do partido nas eleições municipais de São Paulo.
Nem Lula conseguirá o milagre de eleger Marta.
Marta é um cadáver político em condições de putrefação muito maior a que do Aécio Neves, que pelo menos, se elegeu deputado federal, mesmo depois do papelão do golpe de 2016 e do estrago que isso provocou a sua imagem pública.
Marta deixou o PT em 2015, sob fortes críticas ao partido e acusações de que a legenda era corrupta. A ex-petista apoiou de forma enfática o impeachment de Dilma e travou embates no Congresso com a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR).
A imagem dela aplaudindo Janaína Paschoal na hora em que esta recebe flores no Senado, logo após o golpe parlamentar contra Dilma é emblemática e inesquecível para a esquerda.
A atual cúpula do PT resiste ao retorno de Marta ao partido, apesar de o ex-presidente Lula ter declarado recentemente que a ex-petista é bem-vinda e que a legenda está de portas abertas a ela.
A presidente nacional do PT, no entanto, descarta a possibilidade de retorno da ex-petista ao partido. A presidente nacional do PT, no entanto, afirmou que seria possível uma composição com a ex-prefeita, caso ela se filie a outro partido.
Até mesmo uma composição com Marta é complicada. Os eleitores da esquerda a consideram uma traidora, mesmo assim, a tese de alguns petistas favoráveis ao seu retorno a legenda, é de que Marta tem prestígio na periferia de São Paulo.
Não tem. Não foi reeleita ao mandato de prefeita em 2004, e ainda como ficou conhecida como a “Martaxa”. Motivo? Criou em sua gestão, as taxas do lixo e a da iluminação pública, que antes não existiam.
Fato é que, a maioria dos petistas, a maioria dos partidos de esquerda e a maioria dos eleitores da esquerda em São Paulo, tem forte rejeição a Marta Suplicy, para não dizer outra coisa e muito menos, se sentirão representados por ela numa suposta candidatura.
Continuo não entendendo porque a cúpula do PT em São Paulo não aceitam ou não creêm na força de Eduardo Suplicy, o que lhe dá condições de ser um candidato extraordinário a prefeitura de São Paulo.
Além disso, em São Paulo, a esquerda tem nomes como Boulos, Erundina, Haddad, que entre outros e com o apoio de Lula, disparariam nas próximas eleições municipais.
De qualquer modo, antes Eduardo, do que Marta.
Com toda a certeza.