Ciro Gomes tenta isolar o PT e o PSOL na Câmara, tentando articular um bloco com o PDT, PCdoB e PSB.
Para mim, ainda é impressionante o modo como pessoas que dizem defender a “Democracia acima de tudo”, (essa frase lembra algo?), parecem não entender como ela funciona.
Para mim, ainda é impressionante o modo como pessoas que dizem defender a “Democracia acima de tudo”, (essa frase lembra algo?), parecem não entender como ela funciona.
E o mais impressionante
ainda é que essa suposta incompreensão parte de um político e
intelectual como Ciro Gomes, que em tese, por conta de toda sapiência
exibida em campanha, deveria mostrar pelo menos que tem pleno domínio
de como a Democracia é exercida no Brasil.
Após a derrota no 2º
turno, no momento em que a Democracia mais precisava dele, Ciro sai
do Brasil, virando literalmente as costas para cumprir o mínimo do
papel que seus eleitores esperavam dele.
-”Viajei porque me
senti impotente” - Disse candidamente o cearense, tentando se
explicar perante o Brasil e a esquerda.
Como é isso? Impotente
pela derrota? Impotente porque queria ser o Lula no lugar do Lula e
está longe de ter a grandeza do ex-presidente?
Talvez.
Mas não.
O que lhe deixou
impotente foi a arrogãncia, a inveja, o cíumes típico de pessoas
que não conseguem ter a genialidade performática que enxergam
em outras pessoas, mas mesmo assim se acham no direito de usurpar as benesses
dessa genialidade , mesmo que não lhe pertençam ou que não a
possuam.
E dessa impotência não
há Viagra ou Patrícia Pilar que resolva.
É um traidor que se
declara “miseravelmente traído por Lula”.
Critica Haddad pela
lealdade e fidelidade ao líder maior de seu partido, afirmando que
Haddad jamais deveria ter aceitado o "papelão" de ser vice
de Lula até o impedimento do ex-presidente, algo recusado por ele
próprio.
Porque não? Haddad não
é do PT e o Lula não é o comandante do PT?
As qualidades mais valiosas na política não são a lealdade e a fidelidade?
As qualidades mais valiosas na política não são a lealdade e a fidelidade?
Qualidades que Ciro não
dispensou a Democracia no segundo turno.
Criticou Frei Betto e
chama Leonardo Boff de “bosta”.
E agora, nas
articulações congressistas para o próximo ano, o PDT, obviamente
orientado por Ciro e Cid, aquele que chamou petistas de babaca,
querem formar um bloco excluindo o PT.
E mais, A tentativa de
isolar o PT respingou em outro partido do campo progressista, o
PSOL. A legenda ganhou força na Câmara, ao passar de cinco para dez
deputados, uma marca superior à do PCdoB, que terá nove
representantes na Câmara.
Juliano Medeiros, presidente do PSOL, comentou que, se a oposição pretendida por esse bloco defende uma conciliação com Bolsonaro, "fizeram bem ao não nos convidar".
Juliano Medeiros, presidente do PSOL, comentou que, se a oposição pretendida por esse bloco defende uma conciliação com Bolsonaro, "fizeram bem ao não nos convidar".
O fato é que Ciro não
aprendeu uma coisa básica na Democracia. Ao tentar anular uma
suposta “hegemonização” do PT, ele estará longe de conseguir
isso.
Até porque, hegemonia
na Democracia, quem dá é o voto. O PT é o maior partido da Câmara,
seu candidato Haddad foi ao segundo turno e teve quase 45% dos votos
válidos.
Quem pode mais chora
menos.
E na Democracia
funciona assim. Quem tem mais votos define os rumos da situação ou
da oposição no Congresso.
Claro que isso não quer
dizer que, caso esse “bloco” vingue, nunca votará com o PT em
várias pautas, não é isso, até porque é uma questão de coerência.
Mesmo assim, o risco de
uma oposição dividida fortalecer um governo de fortes
características anti-democráticas é sempre muito grande.
E esta nova proposta só
mostra a falta de republicanismo e amor ao Brasil que o candidato Ciro
Gomes vem mostrando desde o primeiro turno das eleições.
O espírito de grandeza que já vi presente no político cearense, com certeza mudou de endereço há muito tempo.