CIRO GOMES E O PDT TENTAM PROVOCAR A DIVISÃO DAS OPOSIÇÕES NO CONGRESSO EM 2019



Ciro Gomes tenta isolar o PT e o PSOL na Câmara, tentando articular um bloco com o PDT, PCdoB e PSB.

Para mim, ainda é impressionante o modo como pessoas que dizem defender a “Democracia acima de tudo”, (essa frase lembra algo?), parecem não entender como ela funciona.

E o mais impressionante ainda é que essa suposta incompreensão parte de um político e intelectual como Ciro Gomes, que em tese, por conta de toda sapiência exibida em campanha, deveria mostrar pelo menos que tem pleno domínio de como a Democracia é exercida no Brasil.

Após a derrota no 2º turno, no momento em que a Democracia mais precisava dele, Ciro sai do Brasil, virando literalmente as costas para cumprir o mínimo do papel que seus eleitores esperavam dele.

-”Viajei porque me senti impotente” - Disse candidamente o cearense, tentando se explicar perante o Brasil e a esquerda.

Como é isso? Impotente pela derrota? Impotente porque queria ser o Lula no lugar do Lula e está longe de ter a grandeza do ex-presidente?

Talvez.

Mas não.

O que lhe deixou impotente foi a arrogãncia, a inveja, o cíumes típico de pessoas que não conseguem ter a genialidade performática que enxergam em outras pessoas, mas mesmo assim se acham no direito de usurpar as benesses dessa genialidade , mesmo que não lhe pertençam ou que não a possuam.

E dessa impotência não há Viagra ou Patrícia Pilar que resolva.

É um traidor que se declara “miseravelmente traído por Lula”.

Critica Haddad pela lealdade e fidelidade ao líder maior de seu partido, afirmando que Haddad jamais deveria ter aceitado o "papelão" de ser vice de Lula até o impedimento do ex-presidente, algo recusado por ele próprio.

Porque não? Haddad não é do PT e o Lula não é o comandante do PT?

As qualidades mais valiosas na política não são a lealdade e a fidelidade?

Qualidades que Ciro não dispensou a Democracia no segundo turno.

Criticou Frei Betto e chama Leonardo Boff de “bosta”.

E agora, nas articulações congressistas para o próximo ano, o PDT, obviamente orientado por Ciro e Cid, aquele que chamou petistas de babaca, querem formar um bloco excluindo o PT.

E mais, A tentativa de isolar o PT respingou em outro partido do campo progressista, o PSOL. A legenda ganhou força na Câmara, ao passar de cinco para dez deputados, uma marca superior à do PCdoB, que terá nove representantes na Câmara.

Juliano Medeiros, presidente do PSOL, comentou que, se a oposição pretendida por esse bloco defende uma conciliação com Bolsonaro, "fizeram bem ao não nos convidar". 

O fato é que Ciro não aprendeu uma coisa básica na Democracia. Ao tentar anular uma suposta “hegemonização” do PT, ele estará longe de conseguir isso.

Até porque, hegemonia na Democracia, quem dá é o voto. O PT é o maior partido da Câmara, seu candidato Haddad foi ao segundo turno e teve quase 45% dos votos válidos.

Quem pode mais chora menos.

E na Democracia funciona assim. Quem tem mais votos define os rumos da situação ou da oposição no Congresso.

Claro que isso não quer dizer que, caso esse “bloco” vingue, nunca votará com o PT em várias pautas, não é isso, até porque é uma questão de coerência.

Mesmo assim, o risco de uma oposição dividida fortalecer um governo de fortes características anti-democráticas é sempre muito grande.

E esta nova proposta só mostra a falta de republicanismo e amor ao Brasil que o candidato Ciro Gomes vem mostrando desde o primeiro turno das eleições.

O espírito de grandeza que já vi presente no político cearense, com certeza mudou de endereço há muito tempo.