O DEBATE NA TV MANAÍRA. COM SUAS LIMITAÇÕES TECNICAS, DE TEMPO E MAIS DO MESMO NO CONFRONTO ENTRE CANDIDATOS



A apresentadora da TV Manaíra, Rejane Negreros terminou o debate falando sobre a credibilidade da emissora e do sistema opinião. 

Nada contra. Tem credibilidade sim. O próprio programa da apresentadora, o político “Primeiro Plano”, é de considerável conteúdo e seriedade.

Mas venhamos e convenhamos, desde a TV O Norte, a emissora nunca foi conhecida pela sua qualidade técnica e de transmissão. Quando o sinal era analógico, simplesmente, o canal praticamente não pegava em várias regiões, e em Campina Grande, de modo geral a transmissão era horrível.

Com a passagem da transmissão televisiva para o sistema digital, a imagem melhorou consideravelmente, mas é claramente a transmissão HD mais deficiente que se tem na Paraíba. Pixeliza muito quando há alteração climática e a imagem recheada de interpolações, nem de longe chega perto da qualidade de outras emissoras.

No debate ocorreu problemas graves de áudio, principalmente nas falas de Lucélio Cartaxo, o que, com certeza, prejudicou o candidato no certame.

Enfim, a TV Manaíra precisa consolidar o saudável hábito de investir nas melhores tecnologias e atualizar seu equipamento, com toda a certeza. Porque os profissionais que trabalham na emissora perdem em muito a audiência e inserção nas residências paraibanas.

O DEBATE

A qualidade do debate da TV Manaíra foi inferior ao já não tão bem ajustado debate da TV Arapuã. A duração do tempo de perguntas e respostas atrapalhou muito a performance dos candidatos no debate. Parecia que todos estavam com pressa de ir para casa.

Não foi explicado se esse formato foi imposto pela Band ou se foi uma determinação local mesmo. O fato é que ficou a sensação de que se poderia ter dito muito mais do que foi falado.

Com relação aos candidatos, João Azevedo foi mais do mesmo. Tem uma forte estrutura lhe apoiando, além do que todo mundo já sabe. É um candidato com muito conhecimento técnico, social e político sobre a Paraíba. Faz parte de um projeto que escanteou políticos tradicionais e corruptos do estado. Tem o que mostrar, já que vem trabalhando com RC desde quando o atual governador era prefeito de João Pessoa, tem a máquina estadual a seu favor e isso o favorece muito nestas eleições. Continua sendo omisso com Lula e os ataques ao estado de Direito no país. É fundamental que se manifeste, já que seu padrinho político é leal a Lula.

Társio Teixeira usou a mesma tática utilizada no debate da Arapuã ao atacar a gestão atual sobre segurança, aumento ao funcionalismo e professores, do mesmo modo com relação a Lucélio e a gestão de seu irmão na prefeitura da Capital. Disse que se eleito, ficará apenas com o salário de MP e abrirá mão do salário de governador. Só não vejo como fará isso, já que se eleito, estará licenciado sem vencimentos do MP e não poderá manter esse salário, de acordo com a legislação. Como funcionário do MP que é deveria saber disso. Cresceu no final do debate e a virtude de sua participação fica no ato de lembrar sempre os candidatos que são ligados ao golpe e que votaram contra o povo brasileiro. Mas também foi prejudicado pelo formato do debate.

Lucélio menos nervoso, conseguiu desta feita mostrar mais tranquilidade ao responder os ataques dos adversários. Mesmo assim pesa sobre ele a sombra da gestão de seu irmão prefeito e a aliança com políticos paraibanos que protagonizaram ou se aliaram ao golpe. Ainda não disse a que veio e também ainda, se posiciona entre os mais fracos no debate. 


De Zé Maranhão não digo muito. É mais do mesmo. Quem o viu num debate há 12 anos, está vendo o mesmo hoje. É tranquilo, tem a habilidade de um político experiente nos debates, mas também pesa sobre ele ser aliado de Temer, Eduardo e de ter votado contra o trabalhador. Maranhão é a velha política, não representa nada de novo. É atualizado atualmente com a tecnologia, mas ainda não entendeu as mudanças que ocorreram na cabeça do eleitor nos últimos 17 anos. Sua participação neste debate foi pior do que o da TV Arapuã.

Com justiça, Rama Dantas a candidata do PSTU foi incluída no debate da TV Manaíra, cuja exclusão do debate da TV Arapuã foi antidemocrática. Mas sejamos justos, Rama tem que melhorar muito no debate ainda. Luta por causas justas, mas não se permitiu a um aprofundamento nos temas propostos. É professora, tem conteúdo para isso, e de certa forma o formato ruim do debate a favoreceu, mas não aproveitou como deveria. No sorteio, ela foi mais contemplada que que os principais candidatos como Azevedo e Cartaxo. Perdeu a excelente oportunidade de confrontar Maranhão com o golpe e com Temer. Somente no final cresceu um pouco mais.

CONCLUSÃO

O debate na TV Manaíra foi prejudicado pelo formato proposto, com tempos muito curtos para os candidatos, nos blocos que o eleitor perguntava, notou-se nítida desorganização, além do conteúdo ser fraco, e os problemas técnicos apareceram mais do que o conteúdo proposto e debatido. Pesa a favor da emissora, o fato de que todos os candidatos foram incluídos, o que é justo e plenamente democrático. 

Mas sempre apoiarei a realização destes debates, com maior ou menor qualidade. É a oportunidade de que o leitor tem de ver seu candidato numa posição de confronto e inquirição, com suas propostas programáticas e avaliar qual realmente tem o que dizer sobre o que fez e o que fará para a Paraíba.

Segundo Rejane Negreros, se houver segundo turno, tem mais debate. Que aproveitem para melhorar a proposta do que foi ontem.