QUEM SÃO OS GRUPOS QUE PEDEM INTERVENÇÃO MILITAR? QUAL A CARA DELES?


A greve dos caminhoneiros começou com a mistura de motoristas autônomos e empregados, buscando reivindicações que não se aproximavam nem de perto dos problemas que o cidadão comum tem de enfrentar na sua rotina. Os aumentos quase que diários do combustível e as consequências que isso acarreta na economia.

Mas essa greve mostrou um poder enorme ao interferir no dia a dia das pessoas e empresas por todo o país, criando outra crise dentro da crise dos combustíveis. A crise do abastecimento.

A mídia golpista desesperou-se e espalhou o medo numa população assustada e insegura, o que acabou provocando uma cena surrealista nos postos de combustíveis. Altos preços e grandes filas. Na minha opinião, antes da greve, não haveria nada mais antagônico do que isso. Mudei de opinião.

Mas essa é uma outra discussão que abordarei em um próximo momento. O foco deste artigo agora é: 

Quem são os grupos que pedem intervenção militar?

Como já foi dito antes, a greve começou de um jeito e agora está com outras características, por exemplo, infiltrados, faixas e adesivos bradando por intervenção militar. Coincidentemente, depois destes "intervencionistas", a violência aumentou.

De acordo com o governo e líderes de caminhoneiros, estão usando de violência para impedir o fim da greve, pregando uma intervenção militar. Ontem eles mataram a pedrada um caminhoneiro em Vilhena (RO). 

Altas patentes da ativa foram contra a infiltração destas viúvas da ditadura no meio do movimento. E de acordo com a articulista do JB, Teresa Cruvinel, "se elas fossem inofensivas ou insignificantes, a presidente do STF, Cármen Lúcia, não teria feito solene defesa da democracia como único caminho legítimo".

Fato é que, se quisermos preservar a Democracia, teremos de aturar Temer até o final do mandato. Ele terá de sair pela legalidade, passando a faixa, no dia 1º de janeiro. Caso contrário, se Temer renunciar, ou sofrer um impeachment, já houve movimentação no Congresso para consolidar a tese das eleições indiretas.

Aproveitando-se da turbulência que a paralisação dos caminhoneiros provocou, a  Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do senado, aprovou regulamentação das eleições indiretas para presidente da República e vice quando esses cargos ficarem vagos nos dois últimos anos do mandato. 

Isso foi feito na calada da noite de quarta-feira do dia 23/5 e caso não haja recurso para análise em plenário, o texto segue para a Câmara dos Deputados. 

Além disso, a presidente golpista do STF, Carmen Lúcia movimenta para que em junho, no próximo dia 20/6, os ministros do STF se debrucem sobre um mandado de segurança que discute se o Congresso pode instituir o parlamentarismo como sistema de governo por meio de emenda constitucional.

É golpe pra todo lado, my god!

Primeiro contra Dilma. E a posteriori, tentam melar as eleições com a prisão de Lula, do outro lado vem as viúvas da ditadura pedindo uma mágica que não existe e agora o STF tenta mudar as regras do jogo que a direita não consegue sequer acreditar em vencer no voto.

Haja resistência democrática para isso tudo!

Mas afinal, quem é que está por trás de todo esse aparato intervencionista que se faz presente nas ruas em tudo o que é manifestação que aparece?

Intervenção militar é golpe, porque é contra a Constituição Federal, ao contrário do que seus defensores urram aos quatro cantos deste Brasil sofrido.

Em primeiro lugar, é preciso destacar que não há na Constituição Brasileira a previsão de uma intervenção militar ordenada pelas Forças Armadas. Alguns citam o artigo 142 da Carta como a suposta base para uma “intervenção constitucional”, mas uma leitura rápida coloca essa tese por terra.

Diz o artigo 142 da Constituição Federal: 

“As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”

Uma ação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), portanto, só pode ser realizada com ordem expressa do presidente da República. Exatamente como aconteceu nesta paralisação, em que Temer autorizou o desbloqueio das estradas realizados e motoristas protegidos pelo Exército.

Então?

Se depende da autorização do presidente, que bem ou mal, é o comandante em chefe das Forças Armadas, não poderia haver uma intervenção militar contra o próprio, de acordo com a Constituição.

E aí, quem são estes?

De acordo com investigações, há empresários, há grupos que se organizaram, mas na maioria destes, não há nem mesmo uma conexão entre eles.

Entre os caminhoneiros, já se sabe que parte deles não quer a ditadura militar de volta, mas uma intervenção militar, como se fosse uma solução mágica para todos os problemas do Brasil.

Só que não.

Não há mágica, não há milagres para isso. 

E intervenção militar não é a resposta.

A resposta está na Democracia. Tão jovem neste país. Tão duramente atacada pelas elites e por setores manipulados da classe média.

Aliás, de todas as classes sociais, a única que realmente não aprendeu nada com a história política do Brasil foi a classe média. Essa não evoluiu nada. Continua sendo a mesma que estava aqui em 64.

Mas enfim, temos que aprender.

Temos que aprender a conviver na Democracia. Respeitar as diferenças. Respeitar o contraditório. Respeitar a vontade da maioria, mesmo que não seja a nossa vontade.

Mas ainda, é este modelo o único que pode nos mostrar o caminho da prosperidade, evolução e soberania. Pode nos mostrar o caminho que o Brasil tem que percorrer para tornar-se uma Nação de fato.

Quem disse que seria fácil? Muito menos, com as forças poderosas que lutam contra o povo brasileiro e sua liberdade há pelo menos um século.

Como já disse um certo barbudo, ex-retirante nordestino e que governou esse país com Democracia, amor e conciliação de classes, ensinando a plutocracia a compartilhar as riquezas que pertencem, tão somente, mas tão somente mesmo, ao povo brasileiro.

-"Sou brasileiro e não desisto nunca".