EU SOU PETRALHA, TENHO BANDIDO DE ESTIMAÇÃO E ADORO SANDUÍCHE DE MORTADELA! E DAÍ?


A cada nova pesquisa fica registrado o aumento das intenções de voto em Lula nas próximas eleições. Uns ficam tristes e angustiados, outros bem alegres, mas todos sabem que é isso que as pesquisas mostram. 

Existem, no entanto, muitos equívocos a respeito do voto no ex-presidente. Vêm, de um lado, da informação distorcida que a mídia corporativa dissemina, por não conseguir, ela própria, entendê-lo ou não querer explicá-lo. De outro, derivam da recusa ideológica de parte da opinião pública em aceitá-lo, fruto de seus preconceitos e estereótipos.   

Os erros mais comuns de avaliação é dizer que o eleitor de Lula é essencialmente pobre, assim como sua liderança é mais destacada no Nordeste.

O Nordeste tem o saudável hábito de valorizar tudo que é seu e dá certo. É o caso de Lula. Lula com certeza é maioria esmagadora no Nordeste. Mas o Nordeste nunca foi maioria de votos em Lula. Em 2002, Lula teve apenas 25% dos seus votos para a presisência no Nordeste. Em 2006, O PT teve 33% dos votos e em 2014, continuou crescendo, mas não superou o Sul e o Sudeste. Lula teve somente 37% dos votos que recebeu.

O que mostra que não é o Nordeste que elegeu Lula, apesar de ser fundamental e imprescindível o voto dos Nordestinos.

O mesmo vale para outra tese igualmente sem fundamento, de que o voto no Lula é “coisa de gente ignorante e pobre”. Sua liderança entre eleitores de classes menos favorecidas e de baixa escolaridade é fato, mas em todas as eleições, desde que o PT assumiu o poder, as pesquisas registraram que Lula sempre esteve na frente de qualquer adversário nos segmentos de alta escolaridade ou nas classes mais previlegiadas. 

Quando Dilma ganhou as eleições de 2014, o xenofobismo e o racismo protagonizados pela intolerância diziam falsamente que o Norte/Nordeste haviam elegido Dilma. E nessa intolerância, estava implícito que o povo nordestino era pobre e miserável, ignorante e apolítico, outra inverdade, porque no Nordeste o ativismo político é muito mais forte do que em São Paulo, na região Sul/Sudeste do país. Em São Paulo, a cidade supostamente mais rica do país, é onde os contrastes sociais são extremamente mais destacados que chegar a doer na vista e também onde o analfabetismo político, a falta de participação política da população são caraterísticas da maioria dos paulistanos.

Há um imenso equívoco em "verdades" absolutas que são difundidas pela grande mídia. Situação que alimentou por décadas a famosa Indústria da Seca, essa promovida pelos próprios políticos nordestinos.

Eu fiz a soma de votos por candidato e por região, e o Sul e o Sudeste elegeram Dilma com 1 milhão 700 mil votos a mais do que a região Norte/Nordeste.

São os números do TSE. Não dá para negar os números.

Mas com as mentiras espalhadas pela rede e pela mídia corporativa como verdades, criou-se uma divisão no país, principalmente nos estados do sul, onde surgiram movimentos pela separação da região Norte/Nordeste, como se fossem os responsáveis por uma suposta tragédia brasileira, outra mentira propagada.

Dentro deste cenário surgem rótulos para todos àqueles que defendiam a Democracia, a cidadania, que eram contra o impeachment, que entendia que uma política voltada para o social era a ideal e que defendia o regime político vigente como uma eficiente ferramenta construtora de Nação.

E aí começou. Quem defendia esses itens acima era petista, petralha, tinha bandido de estimação, comunista, simpatizante de Cuba, da Venezuela, e blá, blá, blá. Tudo baseado numa suposta interpretação do Fórum de São Paulo, do qual não se tinha o mínimo conhecimento do que era e de quais foram as diretrizes que o referido fórum resolucionou.

O Brasil não ficou dividido exatamente entre a direita e a esquerda. Mas entre coxinhas  e mortadelas. Coxinhas são todos aqueles que dedicam a sua vida a perseguir petistas, o Lula, a Dilma e não importa se o cara é petista ou não, porque só de pensar em um país desenvolvido, na Democracia, já é considerado um petralha e Mortadela, que obviamente é o lado perseguido e discriminado da questão.

Enfim, chego a seguinte conclusão.

Não dá para explicar para esse analfabetos políticos, que só por ser contra a ditadura, ser contra o golpe de 2016 e por consequência óbvia, ser um democrata, ser a favor das políticas sociais implantadas nos últimos 10 anos, ser a favor do desenvolvimento da indústria nacional, da educação, da inteligência científica, coisas que qualquer brasileiro teria a obrigação de desejar, eu não sou petista ou petralha.

Então desisto de explicar, porque se ser petralha é ser tudo que eu falei, então eu sou. Se ser petista é isso, então eu sou. Se votar em Lula por questões óbvias é ter bandido de estimação, então eu tenho.

Sendo assim, proponho a todos os simpatizantes e adeptos da mesma tendência política, que façamos e saiamos pelas ruas portando camisetas com os seguintes dizeres:

Vote no meu bandido de estimação: Lula 2018
Seja um Petralha. Lula 2018
Coma um sanduíche de mortadela e vote em Lula 2018

Bora topar a fuleiragem?