O PRÍNCIPE E O FLANELINHA. O HABEAS CORPUS E O ROGER. O PAI DO RICO E O POBRE SEM PAI.



No dia 22 de janeiro, o empresário Rodolpho Carlos Silva dirigia um carro de luxo, marca Porsche, quando passou por uma blitz da Lei Seca, por volta das 2h da manhã.

Ele não apenas descumpriu a ordem de parada, como também passou com seu porsche branco, por cima do agente de trânsito Diogo Nascimento de Souza, de 34 anos. O funcionário do Detran chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. A vítima teve politraumatismo.

Uma semana depois, na tarde do dia 31, um idoso de 74 anos teve uma das pernas esmagadas em um acidente na Praça Pedro Américo, no centro, atropelado por um flanelinha do local, que lavava um dos carros na praça, quando entrou no veículo e saiu desgovernado. O Idoso foi levado para o hospital de trauma, mas foi a óbito no dia seguinte pela manhã.

Não há nada que possa me convencer de que estes 2 casos acontecidos com distância de apenas uma semana, um do outro, não sejam os mais emblemáticos do que qualquer outro caso desta natureza que já aconteceu até hoje na Paraíba.

Um é o príncipe, o outro é o flanelinha.

O príncipe fugiu, mas foi identificado e sua casa localizada, porque a justiça divina permitiu a queda da placa da sua carruagem porsche.


O principe teve mandado de prisão decretado, mas para a indignação da plebe e pasmaceira popular, seu vassalo magistrado, o desembargador Joás de Brito, levantou as 3 horas da manhã e emitiu um habeas corpus para o nobre e jovem assassino, antes que sua prisão fosse consumada.

Por sua vez, o jovem e desastrado flanelinha foi apreendido, levado para o Comando Geral da PM e em seguida encaminhado para o Roger, onde está lá até hoje trancafiado.

A principal diferença das duas tragédias é que o flanelinha não matou porque quis e está preso, trancado.

Mas e o príncipe?

Ah, esse quis matar, pela ousadia do plebeu em mandar parar sua carruagem. E matou. Sem dó, nem piedade um jovem que estava trabalhando, cumprindo o seu dever, pai de filho pequeno e uma jovem esposa.

Está solto, confortável no seu castelo.

O mendigo já nasceu azarado. Perdeu o controle de um carro, não queria matar ninguém e atingiu fatalmente um idoso, que por permissão divina passava distraidamente pelo local.

O flanelinha não teria que pagar pelo seu erro dentro da sua proporcionalidade? Sim, mas já não responde em liberdade, nem teve prisão preventiva decretada e muito menos habeas corpus. Ele matou sim e tem que responder. Mas não foi intencional.

Enquanto isso o príncipe Rodolpho, que matou porque quis, que é intocável, que é filho do Rei, que não admite ser parado por uma agente público, leia-se plebe, que antes de ser um assassino já transgredia a lei, porque dirigia seu porsche altamente alcoolizado, está rindo, da indignação popular, da família que chora, dos colegas que se sentem vulneráveis.

Quando foi depor, simplesmente ficou calado e se lia no semblante do príncipe a certeza da impunidade.

Mais impressionante ainda são juízes com medo de cumprirem o seu papel.

A juíza Thana Michelle, presidente interina do 1° Tribunal do Júri, acatou a denúncia do MPPB contra Rodolpho Carlos, entretanto, não se manifestou sobre o pedido de prisão preventiva, deixando a decisão nas mãos do titular do Tribunal, juiz Marcos William.

Ou seja, não quis se comprometer. Enfim, quando o príncipe será julgado e preso por um crime que ele cometeu? 


Outro silêncio marcante é o de deputados e vereadores. Não se vê um pronunciar-se sobre o assunto. Porque será? Será a preservação do dinheiro de campanha? Ou é até mais do que isso?

O avô, o Rei, José Carlos da Silva Júnior, é dono da TV Cabo Branco, emissora afiliada da Globo, é dono de uma das maiores empresas de alimentos no país, a São Brás, entre outras empresas menores, como concessionárias, etc., etc.

É um homem público. Empresário competente. 

Mas... não soube educar seu neto.

Pior ainda...

Não sabe corrigi-lo.

Seu neto, o príncipe, assassina um agente público, e em vez de fazê-lo entender de que tem que pagar pelo seu crime, o avô e o pai passam a mão em sua cabeça e tentam pelo poder de que desfrutam, fazer o rapaz escapar da punição a qualquer custo.

São péssimos genitores, péssimos exemplos para a Paraíba e para o Brasil.

Vou mais longe, esse fato não é nada mais do que o reflexo do Brasil de agora. De uma elite que retorna ao poder, sem pudor, que reivindica privilégios monárquicos para si, se coloca acima da lei e entende que o povo é massa de manobra escrava.

José Carlos e sua família não são nada mais, nada menos do que o retrato do Brasil de Michel Temer.

Mas isso só vai se concretizar e se consolidar, se nós o povo deixarmos. De alguma maneira temos de abalar o sistema que estão querendo nos impor. 


Vamos lutar e achar esse caminho.

Por enquanto, no caso do príncipe assassino, os tribunais, a imprensa e as ruas não podem sentir falta de nós, e para quem quiser começar já seu ativismo contra a impunidade, pode participar de uma petição online que foi criada dia 03 de fevereiro e que já contém 15 mil assinaturas. A meta é 50 mil.

O link é esse 

https://secure.avaaz.org/po/petition/dgecnjjusbr_A_prisao_do_estudante_Rodolpho_Goncalves_Carlos_da_Silva/?fIxbIlb&pv=34&utm_source=sharetools&utm_medium=facebook&utm_campaign=petition-406940-dgecnjjusbr_A_prisao_do_estudante_Rodolpho_Goncalves_Carlos_da_Silva&utm_term=IxbIlb%2Bpo


Participe! Assine!

Não compre os produtos São Brás! Não assista a TV Cabo Branco!

Mostre que vc quer justiça e comece a fazer o Rei sentir já no próprio bolso as consequências pelo crime do príncipe.

Um comentário :

  1. Cadê?os Sergio Moro,da Paraíba.
    Só existe Sergio Moro para os injustiçados,os menos favorecidos e pobres desse Brasil.

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