VIVA A DEMOCRACIA ESTADUNIDENSE! VIVA TRUMP! VIVA O FIM DA HIPOCRISIA! VIVA OS NOVOS TEMPOS DA TRUCULÊNCIA!


Vejo nos jornalistas das grandes mídias, Globo, Veja e outros, aquela expressão básica de desconsolo com a vitória de Trump. Eu não fiquei nem um pouco perplexo. Já havia cantado essa vitória entre amigos num churrasco e um ou outro me criticaram.

Mas não tem preço ver a cara dos jornalistas globais em dias pós-eleições estadunidenses, nos jornais matinais da TV aberta e TV paga. Criticando inclusive a guinada a direita que o EUA deram nestas eleições.

Parece-me, que esqueceram a participação ativa deles no golpe parlamentar que houve no Brasil, derrubando uma Presidente legitimamente eleita, colocando a direita de volta ao poder, ajudando a ressuscitar nosso conhecido fascismo moreno tropical, e de quebra, provocando a divisão ideológica e regional no país.

Não creio que Donald Trump, o presidente eleito dos EUA , seja tão maluco quanto ele procurou se apresentar na campanha eleitoral. Se assim o fosse, jamais teria chegado onde chegou como mega empresário e muito menos seria o candidato do Partido Republicano.

Todos se preocupam por causa de declarações machistas e racistas dadas por ele em sua campanha e sua postura direitista, um tanto folclórica.

Bobagem. Ele é um cara de televisão. Representou algumas polêmicas para arrancar o voto dos estadunidenses conservadores. E conseguiu.

Tanto é que a vitória de Trump se consolidou em cidades do interior dos EUA, onde a tendência mais forte é conservadora. Hillary ganhou nas capitais e teve 200 mil votos a mais que Trump.

Mesmo assim não levou a Casa Branca, por causa do sistema eleitoral americano.

Mas...

Trump é racista? Trump é machista?

Ora, todos somos um pouco racistas, sejamos brancos, negros, ou mestiços. Já vi negro discriminar branco e nordestino. Já vi nordestino discriminar negro e índio, já vi feminista ser machista, já vi gay discriminar lésbica e lésbica discriminar gay, e já vi deficiente discriminar não-deficiente. 
E claro que isso não nega e muito menos justifica, todas as discriminações e violências nos padrões que todos conhecemos. E afinal, tudo isso tem que ser combatido.

Enfim, no fundo, todos discriminam todos. Independente de bandeira, credo ou raça. E o que sinaliza essas ações e reações é exatamente a dificuldade da maioria em lidar com as diferenças e o divergente.

Mas o que diferencia a atitude de um cidadão não é ele tentar provar a si mesmo e ao outro,  que não absorveu as contradições sociais e culturais de um modelo social apodrecido ao longo de uma vida. Isso é impossível, porque somos filhos desse sistema falido, gerado para criar distâncias entre as diferenças e gerar cada vez mais desigualdades.

Não se pode confundir igualdade com não diferença. Ao contrário, a igualdade apoia a diferença.

O que diferencia um cidadão, um ser humano neste caldeirão de contradições que caracterizam a sociedade ocidental e a sociedade oriental, é exatamente ter consciência de que ele carrega preconceitos e distorções culturais.

A consciência plena de si mesmo, sem hipocrisias, é fundamental para o caminho da evolução, e que nos leva a buscar uma sociedade mais justa, que gere indivíduos respeitadores do espaço e da liberdade alheia, que se solidariza e principalmente, que não se cala perante a injustiça e os injustos.

Baseado nestas convicções geradas por experiências pessoais, eu digo que Trump não fede e nem cheira.

Para nós brasileiros e latino americanos, se Trump for racista não muda nada. Hillary também é. A diferença é que Trump não sorri e nem dá tapinha nas costas para nos ferrar. Ele ferra no cru mesmo, sem disfarçar sua própria arrogância que é fruto de um sistema imperialista.

Os Democratas são tão racistas como Trump.  Aliás, devemos lembrar que na Guerra de Secessão nos Estados Unidos, o sul que gerou os Democratas defendiam a manutenção do regime escravocrata, ao passo que o Norte gerou os Republicanos que defenderam abolição desse regime.

E aí? No mundo de hoje não é isso uma aparente contradição?

Entenderam agora?

É preciso que se entenda de uma vez por todas, que os estadunidenses, sejam azuis ou vermelhos, defenderão sempre juntos, uma política de interesse próprio, em detrimento da América Latina, que consideram seu quintal e em detrimento de outras Nações do mundo.

Fato é, é fato consumado, simples assim.

A única diferença é que agora acabou a hipocrisia. Acabou sorrisos e tapinhas na costas. Agora toda as ações racistas e anti-econômicas vindo dos EUA contra a América Latina serão assumidas, estarão a superfície.

E de minha parte, prefiro assim, porque obrigará nossos corruptos representantes a defenderem ou não a nossa dignidade. No mínimo não poderão mais se esconder atrás de falsa tolerância e falso respeito por parte dos EUA.

Aliás, os líderes mundiais pisarão em casca de ovo com seu eleitorado, cada vez que Trump aprontar algo que ofenda a soberania e a dignidade de cada país, seja ele latino americano ou não, seja ele desenvolvido ou não.

As cicatrizes serão reabertas e a podridão boiará à superfície.

Portanto,

Viva a democracia estadunidense! Viva Trump! Viva o fim da hipocrisia!  Viva os novos tempos da truculência!