OS RUMOS DA POLÍTICA NACIONAL EM 2018, APÓS A ELEIÇÕES MAIS SILENCIOSAS DA HISTÓRIA DO BRASIL. O ERRO DAS ESQUERDAS.

Presidênciáveis em 2018
Fato é que, apesar de ser bem subestimada, as eleições municipais deste ano serão um termômetro para definir o que serão as eleições de 2018.

Apesar de Michel Temer ter o apoio da grande mídia e em tese, de alguns grupos da oposição, não se perde no vazio, a tese do golpe dentro do golpe.

Alguns defensores da veracidade desta tese, defendem que em 2017, Temer será derrubado em benefício do PSDB para as eleições de 2018.

Como assim, em benefício do PSDB? Não teriam eleições diretas caso Temer fosse deposto? Perguntam os leitores.

Se o processo de impedimento acontece na primeira metade do mandato, o presidente da Câmara, assume interinamente e uma nova eleição é marcada em até 90 dias. Mas somente com a chapa cassada. No caso o vice não foi cassado. Portanto assumiu.

E caso a cassação ocorra na metade final do mandato, o presidente da Câmara assume e é realizada uma eleição indireta para a escolha do sucessor. Na eleição indireta, votam apenas senadores e deputados federais. E em 2017 seria a segunda metade do mandato de Temer, como integrante da chapa de Dilma Rousseff.

Então, eleições indiretas em nós!!!

Alguém tem dúvida de qual partido assumiria o lugar do PMDB no governo em 2017?

Uma dica, é um partido bicudo...

Estas eleições registraram o desestímulo, desinteresse, desconfiança, intenção de votos nulos e brancos, juventude transviada das urnas, ausência de liderança e programas, dissociação entre política e sociedade.

Haja visto em São Paulo, que mesmo sob a vitória de João Dória com 53% dos votos e Haddad apenas 16%, o votos nulos e de abstenção foram maiores do que os votos de Dória, sendo portanto , os céticos, em tese os grandes vitoriosos da eleição.

Mesmo assim, Lula candidato, é eleito no primeiro turno, mesmo que o PT tenha sido o grande derrotado nestas eleições.

Ainda está para se consolidar aquele que pode desafiar o carisma de Lula se o ex-presidente disputar a parada em 2018, mesmo como cabo eleitoral.

Lula agora é réu e a ex-Primeira Dama , Marisa Letícia foi indiciada , eles são investigados por corrupção e lavagem de dinheiro numa acrobática e equivocada operação liderado por um juiz ególatra e reacionário vindo da ignominiosa república de curitiba.

Lula será preso?

Moro terá os culhões necessários?

Não dá para prever.

Seja lá qual for o desfecho, o discurso de Lula é sempre mais temperado ao gosto do povo do que o de Michel Temer na Assembleia Geral das Nações Unidas . Esse é um defeito dos políticos atuais. Simplesmente eles conversam e se digladiam entre si, mas não falam com as ruas. Por isso não conseguem se sobrepor a Lula, se não for no tapetão ou no imbróglio policial/jurídico.

O venerável Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, afirma que “em educação e economia, somos uma máquina de gerar pobres. Duro admitir, somos atrasados, ficamos para trás. Isso se reflete tanto em quem joga o voto nas urnas como no perfil dos próprios candidatos. Os líderes das eleições para as prefeituras de Rio e São Paulo misturam política e religião num país laico. O peso do voto pende mais para Deus do que para os habitantes da cidade. Buracos nas ruas, falta de escolas e creches, a indecente condição dos hospitais, o descaso com o cidadão, isso conta pouco na prática”

Essas eleições municipais de 2016 ficarão conhecidas como as eleições silenciosas.

Até mesmo quem representa a cultura brasileira, não ousou aparecer. Nem na direita e nem na esquerda. O único artista que ousou dar a cara nessa campanha foi Chico Buarque, primeiro ao lado de Lula no impeachment de Dilma, agora nas ruas cariocas ao lado de Marcelo Freixo ( PSOL).

O resultado das eleições municipais mostraram simplesmente a realidade das esquerdas brasileiras que não unificaram o discurso e as práticas efetivas em defesa de Dilma.

Pelo contrário, alguns setores apoiaram o impeachment, não percebendo ou não dando a devida importância a realidade de que o ataque contra o PT e os 12 anos de governo socialista eram de fato, contra toda a esquerda brasileira.

Enquanto isso, o cidadão mais a esquerda, e que muitas vezes não era militante de nenhum partido, foi as ruas e as redes sociais e gritando o golpe que foi impetrado contra a Democracia.

Nessas eleições não foi só o PT o grande perdedor, mas a totalidade das esquerdas, os avanços sociais que o Brasil viveu nestes últimos 12 anos, a Democracia e principalmente, grande parcela da população brasileira, que nunca tiveram voz antes dos governos do PT.

Concluo sem medo de errar, que se as lições que estas eleições municipais deixaram não forem aprendidas e assimiladas, e na certeza de que se não houver um grande pacto entre os vários setores da esquerda nacional para 2018, o Brasil consolidará o seu caminho para o retrocesso e um passado recente e injusto, de modo inequívoco e sem retorno.

Fato é pelo menos, que ainda há tempo, curto, mas há.