Senador Cristovam Buarque deve ganhar cargo na Unesco após impeachment, diz PHA

Jornal GGN
O senador Cristovam Buarque definiu como votará no julgamento do impeachment de Dilma Rousseff. Segundo entrevista à Folha, Cristovam vê pedaladas fiscais da presidente comprovadas pelo relatório de Antonio Anastasia (PSDB), mesmo com o Ministério Público Federal apontando em sentido contrário. De acordo com o jornalista Paulo Henrique Amorim, o que teria ajudado Cristovam, até então indeciso, a definir que "impeachment não é golpe" foi a promessa de ocupar um cargo na Unesco.

"(...) o ansioso blogueiro soube que alguém teria sugerido que Cristóvam fosse o chanceler do novo Governo Dilma [caso a presidente retorne ao poder]. Para ele poder continuar a voar de primeira classe ao exterior. Mas, aparentemente, ele preferiu um golpe mais seguro. Fonte do ansioso blogueiro assegura que Cristóvam será o embaixador Golpista na Unesco, órgão da ONU com sede em... Paris!", disparou PHA, no Conversa Afiada, nesta terça (9).

Na tribuna do Senado, Cristovam disse que fracassou ao se juntar com um grupo de senadores para levantar a bandeira das novas eleições. Não houve, de acordo com ele, simpatia do governo Temer para fazer aprovar a medida. Ele também disse que "perdeu a confiança" de que a volta de Dilma seria benéfica para o Brasil. "Esteve claro para mim que a volta de Dilma significaria o retorno dos erros na economia. Não votaria de maneira a ser simpático para meus eleitores, mas pelo que será mais benéfico pelo Brasil, mesmo que seja um suicídio eleitoral."

Hoje, o Senado começa a fase de pronúncia do impeachment de Dilma, isto é, define, por maioria simples dos votos se a presidente deve ser julgada pelo crime de responsabilidade fiscal. A equipe do interino Michel Temer, que vem assediando senadores com promessas de cargos e recursos, quer demonstrar força e emplacar já 60 votos contra Dilma nessa rodada inicial, numa tentativa de dizer que o jogo já está perdido para a petista.

Os senadores contrários ao impeachment tentaram suspender o processo após a Lava Jato revelar que a Odebrecht citou em delação premiada o pagamento de R$ 10 milhões em espécie para Michel Temer, a pedido do então vice-presidente. O ministro Ricardo Lewandowski, que presidente o julgamento de Dilma, negou essa demana.

Para Cristovam, dificilmente Temer cairá após o impeachment ser consolidade. Tampouco sofrerá o mesmo processo por também ter assinado decretos suplementares sem autorização do Congresso, exatamente como teria feito Dilma. "É muito raro ter dois terços contra quem está no poder. A presidente Dilma só conseguiu isso porque não soube fazer o trabalho parlamentar. Faltou ter o respeito ao Parlamento. Ao desrespeitar, paga-se o preço."

Ex-ministro de Lula, Cristovam ainda negou que tenha alguma mágoa do PT ou de Dilma. Ele disse que nos encontros que teve com a presidente afastada, sugeriu a ela que renunciasse.

"Eu tenho certeza de que se o voto fosse secreto, o PT votaria pelo impeachment. Porque é a chance do PT de se reconstruir. Ele vai jogar a culpa de tudo o que fez de errado nos ombros do Temer. Inflação, desemprego, dívida, deficits da Previdência. Aí vão para a oposição onde ficam em uma posição cômoda. E tentando fazer valer a bandeira do golpe. É um papel dentro de uma estratégia eleitoral da bandeira do golpe em que vão dizer que brigaram até o fim." do Uruguai] ou o papa Francisco.

Nesta terça, intelecutais enviaram ao senador uma carta pública pedindo que ele reconsidere seu voto a favor do impeachment.

Jornal GGN - Conversa Afiada