CONSULTORIA PREVÊ QUE A INTERNET CRESCERÁ MAIS DO QUE A TELEVISÃO EM 2017



Quando lancei minha rádio online há quase 3 anos, hoje a rádio PBFM.com, isso começou como uma brincadeira. Até porque, além de jornalista, antes sou publicitário e tendo uma forte visão mercadológica do setor de comunicação, entendia que anunciantes e público alvo ainda não estavam preparados em quantidade expressiva para esta nova mídia dentro da nova mídia.

Ledo engano.

Porque hoje, a PBFM tem uma média de 3.500 a 7.000 ouvintes por hora e uma média de 14.000 a 18.000 acessos diários. Não vou entrar em detalhes de região, perfil, etc, porque não é o caso agora.

Então, a brincadeira ficou séria.

É de surpreender a minha surpresa nesse campo, porque em 2002, sendo Diretor de Criação e Arte da agência de propaganda Mix de Comunicação e Marketing, situada na Capital em João Pessoa, fui um dos primeiros, senão o primeiro a explorar de modo mais interativo com o eleitor, os sites de campanha política no pleito eleitoral para o estado da Paraíba.

Com certeza, em função de todos os dados coletados naquele primeiro momento, a internet mostrou ser uma importante ferramenta no convencimento de voto direto com o eleitor.

Também falar em detalhes sobre isso, já uma outra história.

É claro que em importantes centros como São Paulo, Rio e Minas, já existiam os primeiros contratos de parceria entre as primeiras agências digitais e agências de propaganda.

Mas na Paraíba, no início dos anos 2000, isso ainda era uma idéia distante.

Lembro inclusive, que alguns publicitários faziam piadinhas comigo quando eu comecei focar em produzir e criar sites e campanhas na internet para o setor privado.

E o fato é que, atualmente o cenário na Paraíba não mudou muito em relação as agências de propaganda, que infelizmente em sua maioria depende de contas públicas para sobreviver, enquanto que no resto do país, praticamente 70% das agências de propaganda já tem suas houses digitais internas, e quando não, estão associadas com alguma agência digital.

Tudo para falar de algo que eu "profetizei" há 10 anos atrás, mas de um jeito muito desapercebido, porque ainda não vislumbrava com consistência, onde a força e o alcance da Internet chegaria hoje no mercado publicitário.

No século XX e na primeira década do século XI, as empresas anunciantes não tinham qualquer dúvida sobre onde investir a maior parte de suas verbas de publicidade: na TV e depois veio a TV a cabo redirecionando parte destes investimentos.

Então, aparece a Internet que conhecemos hoje, que depois de praticamente duas décadas de existência torna-se acessível a todas as camadas da população de primeiro e terceiro mundo, e inicia-se então, a retirada o rainha telinha do trono de dona de maior fatia do mercado publicitário.

É claro que jovens, adultos e crianças ainda passam boa parte do seu tempo assistindo TV, mas a Internet trouxe outras opções, inclusive absorvendo 90% do conteúdo da rainha telinha.

De acordo com a Nielsen, jovens com 18 a 24 anos, nos EUA, assistem tv na média de 16 horas e 18 minutos por semana, ou mais de 2 horas por dia e adultos na faixa etária de 35 a 49 anos assistem na média de quatro horas e meia por dia.

O fato novo é que, 
pela primeira vez, de acordo com pesquisa da consultoria Zenith Optimedia, o dinheiro gasto globalmente no YouTube, no Facebook, outras redes sociais mais conhecidas lá fora e em sites de notícias, em 2017 irá ultrapassar o orçamento dos anunciantes que a TV tradicionalmente detém. A Consultoria estima que no ano que vem anúncios online e em smartphones vão responder por 36% de todo o investimento de publicidade no mundo, comparados aos 35% da televisão.

O Facebook Inc., Google (Alphabet Inc.), Twitter, AOL e praticamente todas as empresas de media online correm atrás do anunciante tradicional de TV. Tudo indica que vão conquistá-lo.


Isso não quer dizer que a TV está perdendo terreno e correrá o risco de desaparecer. Não. Aparentemente, os números mostram uma estagnação no crescimento comercial, mas mesmo assim, com toda a certeza, os anúncios de TVs leds ou plasma, cervejas, tênis, estarão lá na final do campeonato de futebol na TV para todos vermos.

E No caso desta falta de crescimento,  a TV terá de se reinventar. Creio que isso está acontecendo, mas ainda o processo está lento.

Como também escreveu o jornalista José Carlos Mendonça do DCM, -"até a agora a internet vinha fazendo dinheiro às custas de jornais e revistas, que sofrem cortes cada vez maiores de custos em meio a um desabamento de suas tiragens, e a TV permanecia relativamente incólume. Este tempo acabou – pergunte a um jovem imerso no Snapchat, lembra o Livemint."

Nós aqui na Paraíba, já assistimos o fechamento de 2 jornais impressos, O Jornal da Paraíba, pertencente a afiliada da Globo e o jornal O Norte, que pertencia aos Diários Associados. É claro que a Internet é responsável por isso, porque o Jornal da Paraíba mantém o portal de notícias. 


No Rio de Janeiro, por exemplo, o tradicionalissímo Jornal do Brasil impresso também fechou, mas mantém o site de notícias JB.

Enfim, Esse crescimento da rede aind sobra também para a tv a cabo.

Porque?

Porquê, pesquisa da CVA Solutions mostra que 1 em cada 10 pessoas assinantes do Netflix cancelam seu pacote de TV a cabo. A projeção que se faz da quantidade de assinantes da Netflix no Brasil, é estimada hoje em 4 milhões. A empresa teria faturado somente no ano passado R$ 1 bilhão, mais do que o SBT, por exemplo.

Um dos problemas da TV a cabo é ser repetitiva demais e pouco interativa em plena era da Internet. Claro que as smarts Tvs vieram para tentar diminuir essa distância, mas se observarmos que o Netflix está nas opções oferecidas por essas smarts, a facada na fatia no mercado de assinantes da TV paga se torna inevitável.

Não é ruim esse empoderamento da Internet, pelo contrário. Mas a questão é que as TVs tem que acelerar o processo de auto reinvenção para acompanhar o crescimento da Internet em Tecnologia da Informação, conteúdo em tempo real, cuja velocidade de evolução se equipara a anos luz.

O rádio demorou a entender isso. Mas hoje , já está online.

No meu caso, a minha rádio online, que é a radiopbfm.com já está adquirindo câmeras de vídeo para de início filmar ao vivo os programas da rádio edepois ter uma programação de TV Online.

Com certeza, eu é que não vou esperar sentado.