O IMPEACHMENT ENTERRARÁ POLÍTICOS LOCAIS NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES?



A biografia da czarina Catarina, a Grande, considerada modernizadora do Império Russo, foi uma das últimas leituras do vice-presidente Michel Temer antes de sua agenda ser dominada pela transição de governo. Amigos contam que ele ficou fascinado com a narrativa dos 34 anos em que ela governou depois de um golpe de estado e promoveu uma profunda reforma na administração russa.

Temer adora histórias de estadistas e lia muito até o acirramento da crise política que culminou com a votação do impeachment na Câmara. Desde então, sua maior preocupação, segundo amigos e aliados, é com a própria biografia.

A narrativa que Temer e seu grupo esperam deixar para a história tem um eixo central. Segundo ele, não resta dúvida de que foi a presidente Dilma quem empurrou Michel para o isolamento e, na sequência, para a oposição.

O ex-ministro Moreira Franco, interlocutor e amigo de Temer, na verdade é considerado o articulador do golpe, avalia que o PT sempre adotou a estratégia de aproveitar que o PMDB não tem dono.

E talvez Temer tenha sido atingido por uma sensação de Salvador da Pátria, no estilo Catarina, a grande, se a realidade não lhe tivesse dado um choque.

Eduardo Cunha.

Se ele mesmo ao querer assumir o poder, pudesse ainda se desvencilhar das gravações que claramente mostram a tentativa dos corruptos tradicionais da República em tirar uma presidente legitimamente eleita, para que seus rabos pudessem sair ilesos, talvez vivéssemos um cenário totalmente adverso ao atual.

O que Temer não somou em suas contas aritméticas conspiratórias, foi entender que o regime em que vivemos, pode dúivdas de indentidade, mas monarquista é que não é. E além de não ter a legitimidade popular, ele não tem nem um pouco da legitimidade de sangue azul que Catarina possuia numa época propícia a este conceito.

O que Temer não entendeu, é que em 12 anos de governo petista, a cabeça do Zé Povo mudou substancialmente.

E o que Temer não entendeu é que o PSDB não deixaria jamais que o Presidente da Câmara Eduardo Cunha mantivesse o poder que o sustentaria.

Não é portanto, de se surpreender que o barco de um governo conspirador esteja afundando da maneira mais humilhante possível.

É queda de ministro atrás de ministro. É um governo atolado na corrupção que já está para cair na próxima votação da Comissão do Impeachment no Senado.

E o que dizer dos senadores que apoiam o golpe em suas bases locais?

Vamos falar da Paraíba.

9 dos 12 deputados paraibanos votaram a favor do golpe.

Aguinaldo Ribeiro (PP), Benjamin Maranhão (SD), Efraim Filho (DEM), Hugo Motta (PMDB), Manoel Junior (PMDB), Pedro Cunha Lima (PSDB), Rômulo Gouveia (PSD), Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) e Wilson Filho (PTB).

Lembrando que Veneziano, Wilson Filho e Manoel Júnior são considerados traidores porque faziam parte da base do governo Dilma.

No Senado, temos Cássio Cunha Lima (PSDB), conhecido golpista, José Maranhão(PMDB), traidor e o pau mandado Raimundo Lira.

Como ficará a situação destes políticos na Paraíba?


Cássio foi vaiado em seu reduto eleitoral, Campina Grande. Wilson Filho foi chamado de golpista num restaurante de João Pessoa, quando almoçava com Romário e Tiririca. Manoel Júnior já vê sua postura política interferir negativamente nos números da pesquisa eleitoral para a prefeitura de João Pessoa.

A pergunta é: Será que a população paraibana perdoa traidores. Perdoa golpistas?

Tenho uma forte sensação que não. E isso já será visto agora nas eleições municipais deste ano, e com o troco será concluído nas eleições de 2018.