AJUSTE FISCAL: O DILEMA DE DILMA E SUA POLÍTICA ECONÔMICA CRIA CONFLITOS DENTRO DO SEU PARTIDO, O PT. CAIRÁ O MINISTRO LEVY?


O programa do PSDB que foi ao ar na terça, 19, foi sintomático. O partido que nos bastidores, busca um motivo sólido para abrir um processo de impeachment contra a presidente Dilma Roussef, surpreendentemente atacou muito mais o Lula do que própria presidente e seu governo.

Seria sintomático? Já seria esse fato, sinais do que podemos esperar para as eleições de 2018?

É uma estratégia não inteligente e perigosa, porque partir para uma disputa federal extremamente antecipada e fora de hora, tendo no meio do caminho as eleições municipais de 2016, seria um tiro no pé.

Não dar a devida importância para essas eleições locais, pode significar já daqui a 2 anos uma grande derrocada do PSDB e por consequência, para todos os partidos que compõe
a “oposição”, fazendo com que essa turma chegue em 2018 totalmente enfraquecida e sem condições alguma de enfrentar o PT.

O PT tem se mostrado ao longo das gestões federais que o partido tem ficado a frente, capaz de a cada crise e a cada ataque ressurgir com mais força e poder do que seus advesários desejariam.

De modo que, baseado nesta opinião, notei que Lula reagiu com gosto às provocações lançadas por FHC , onde o tucano o acusou de ter sido no seu governo, toda a origem da corrupção na Petrobrás, que segundo ele diz, tomou tomado conta do Brasil.

Lula responde dizendo-se triste:

“Eu vi o programa do nosso adversário na terça-feira. Fico triste, porque um homem que foi presidente da República, letrado como ele é, não tinha o direito de falar a bobagem que ele falou”.

Lula ainda se referiu ao ponto mais fraco da gestão FHC:

“Não teve no nosso mandato ‘engavetador’ no Ministério Público e não teve afastamento de delegado da Polícia Federal por investigar. Só há um jeito das pessoas não serem incomodadas neste país, é serem honestas, é fazerem a coisa certa. Não tem tapete para esconder a sujeira. No tempo deles, só tinha tapete”

E não deixou de dar recado aos coxinhas:

“A presidente Dilma foi eleita pelo voto direto. Quem não gostar dela, e quiser eleger o seu, espera as próximas eleições”

Ou seja, Lula não irá escutar calado qualquer acusação contra ele. E munição contra a oposição não falta. Além do mais, o governo de Dilma mostra já uma reação a crise política que se agigantou no início de seu segundo mandato.

Mesmo assim, Dilma está num conflito ideológico, parou numa encruzilhada de conflitos, criada pela política econômica atual de seu governo e que se choca violentamente contra o projeto político do PT.

O PT quer derrubar O Ministro da Fazenda, o PT não aceita terminar com as conquistas sociais do trabalhadores, que levaram décadas para se consolidar. A maior rebelião que Dilma enfrenta agora, não é a base aliada liderada pelos fisiológicos Eduardo Cunha e Rena Calheiros, presidentes respectivamente, da Câmara Federal e do Senado.

Estes são o menor de seus problemas, já que o governo Dilma provou que pode derrota-los nesta semana que passou.

Lula já mostrou claramente suas divergências no modo conservador de como Dilma vem conduzindo o governo federal.

Isso criou uma aberração ideológica no Congresso, porque os partidos de oposição com o PSDB na frente tem uma identidade muito maior com a política econômica do Levi, Ministro da Fazenda do governo Dilma, do que em tese, ela mesma, o seu partido e a sua base aliada.

Resta saber agora:

Dilma insistirá em deixar a corda arrebentar no lado mais fraco desta crise, ou seja, dos trabalhadores?

Ou ela sacrificará os gastos do governo e do orçamento para preservar aquilo pelo que o Partido dos Trabalhadores sempre lutou?

Nos resta aguardar.

Entre essas e outras, o movimento de Lula para retornar ao Planalto já começou, para desespero de FHC, Aécio e da oposição que pede o impeachment. Esta semana ele criou o grupo que vai pavimentar este retorno em 2018.

É bom lembrar que, boa parte deste asfalto está nas mãos da Presidente Dilma.

Sem impeachment.