O IMPACTO DA DECISÃO DO TSE NOS ESTADOS. DEPUTADOS VÃO AO SUPREMO, RUY CARNEIRO NÃO ACREDITA NA APLICAÇÃO DA LEI ESTE ANO.

O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou nesta quarta-feira (28) que irá entrar com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar derrubar a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de alterar o tamanho das bancadas estaduais na Câmara dos deputados.

A medida foi aprovada na noite de ontem por unanimidade entre os ministros do TSE. Com a nova regra, oito Estados (AL, ES, PE, PR, RJ, RS, PB e PI) perdem cadeiras na Câmara dos Deputados, enquanto cinco (AM, CE, MG, SC e PA) ganham representatividade na Casa.

"É uma usurpação de competência dos Poderes. Nós vamos entrar com uma ADC, que é uma ação declaratória de constitucionalidade. E não aceitamos que isso aconteça", defendeu Renan. "Só por lei
complementar você pode refazer a representatividade na Câmara dos Deputados, jamais diretamente do Tribunal Superior Eleitoral."

O Ministro Fux, presidente do TSE já afirma o contrário, entendendo que a resolução aprovada pelo tribunal não pode ser alterada por um Decreto Legislativo. De acordo com o presidente do TSE, o ministro Dias Toffoli, apenas uma nova lei complementar poderia reverter a mudança na composição das bancadas determinada pela Justiça Eleitoral.

A queda de braço entre o TSE e o Congresso teve início em abril do ano passado quando o TSE aprovou a resolução recalculando o tamanho das bancadas estaduais na Câmara Federal. Os parlamentares foram contra a decisão e se mobilizaram para aprovar um Decreto Legislativo para anular decisão da Justiça Eleitoral.

Com a decisão do TSE, o Pará ganhará quatro cadeiras, passando de 17 para 21 deputados; Minas Gerais e Ceará, duas vagas; Amazonas e Santa Catarina, um parlamentar.
Paraíba e Piauí terão a maior redução de bancada: perdem dois deputados federais cada um. Já Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Alagoas e Rio Grande do Sul perdem uma vaga na Câmara na próxima Legislatura

De acordo com alguns parlamentares paraibanos, a redução da bancada provocaria uma perda irreparável para o estado. E o Deputado Federal  Ruy Carneiro acredita que o STF pode revogar a resolução do TSE por meio de liminar.


A análise do deputado acredita que uma liminar possa procrastinar o julgamento do mérito e garantir as 12 vagas para deputado federal e 36 para deputado estadual nas eleições de 2014.

“Existem seis ações que estão no STF, das quais duas são oriundas do Estado da Paraíba, uma através do Governo do Estado, outra da ALPB e caso uma dessas seis ações consiga uma liminar, a princípio não existiria tempo para o julgamento do mérito, então, para esse pleito continuaríamos com as 12 vagas de deputado federal e as 36 de deputado estadual, esse é o melhor caminho a preço de hoje para reverter à situação”

Bom o quadro é que dificilmente o STF revoga alguma resolução do TSE, além do que, esta foi  aprovada em abril, ou seja, mais de um ano antes exigido pela lei para que a norma resolutória seja válida para as eleições de 2014.

Mas resta saber agora, se o Supremo vai confirmar a capacidade de legislar do TSE ou somente o Congresso tem esta prerrogativa.

Vamos aguardar.