Pesquisadores fizeram previsão dos possíveis surtos da doença em junho de 2014.
Com mais de um milhão de torcedores viajando entre 12
cidades diferentes no Brasil durante a Copa do Mundo, muito se fala sobre as
doenças que podem chegar ao país ou sair dele. Dentre elas, a dengue é uma preocupação, uma vez
que afetou 1,4 milhões de pessoas no Brasil em 2013.
Pensando nisso,
pesquisadores brasileiros, espanhóis e britânicos analisaram 13 anos de dados
climáticos brasileiros, à procura de condições amigáveis para a proliferação do
mosquitoAedes aegypti. Os resultados foram publicados online dia 17 de maio na
revista The Lancet Infectious Disease.
Os especialistas obtiveram previsões climáticas sazonais em tempo real de
várias fontes, como o European Centre for Medium-Range Weather Forecasts, com
sede na Inglaterra, e o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, com
sede em São Paulo. Além disso, coletaram informações da situação epidemiológica
da dengue no Brasil fornecidas pelo Ministério da Saúde.
Usando esses dados, os cientistas elaboraram um quadro que permite prever os
locais com alto, médio e baixo risco para surtos de dengue com três meses de
antecedência.
O estudo concluiu que para junho de 2014 o risco de dengue será mais
baixo nas cidades de Brasília, Cuiabá, Curitiba, Porto Alegre, e São Paulo.
Além disso, o risco será médio no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, e
Manaus, ao passo que as cidades de Recife (19% de chances), Fortaleza (46%) e
Natal (48%) serão as áreas de maior risco para dengue.
Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue provoca febre, dor de
cabeça, músculos e articulações, manchas no corpo e, em casos mais graves,
hemorragias internas. Ainda não há nenhuma vacina e a única forma de prevenção
é evitar focos de água parada, impedindo a proliferação do mosquito.
Segundo os estudiosos, o clima muitas vezes desafia
previsões, e pode ser que os surtos de dengue aconteçam nas cidades de risco
mais baixo ou não aconteçam em cidades com alto ou médio risco. De qualquer
forma, os turistas que vierem ao Brasil durante a Copa do Mundo devem lançar
mão dos repelentes contra insetos e ficar atento aos mosquitos.
Dengue: elimine os principais focos da doença
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), dengue é a doença tropical
que se espalha mais rapidamente pelo mundo, sendo que 50 milhões de pessoas
hoje já estão infectadas em todos os continentes. Os principais sintomas da
dengue são febre aguda que se caracteriza por um início repentino, permanecendo
por cinco a sete dias. O paciente apresenta dor de cabeça intensa, dores nas
articulações e dores musculares, seguidas de erupções cutâneas três a quatro
dias depois. A seguir, veja como prevenir a reprodução do mosquito transmissor:
Evite o acúmulo de água em embalagens vazias como
garrafas e latas
"O Aedes aegytpi coloca seus ovos em água
limpa, mas não necessariamente potável", explica o entomologista Rafael
Freitas, do Laboratório de Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo
Cruz. Por isso, jogue fora pneus velhos, vire garrafas com a boca para baixo e,
caso seu quintal seja propenso à formação de poças, realize a drenagem do
terreno. Ainda que você tenha guardado esses objetos limpos e secos, é
importante deixá-los em lugares cobertos e nas condições descritas. "Deixar
depósitos no seu quintal pode fazer com que, em dias de chuva, a água se
acumule nesses locais e o mosquito comece a se criar."
Plantas podem ser inimigas da sua saúde
Plantas podem ser inimigas da sua saúde
Evite ter plantas aquáticas, que necessitam de uma
quantidade de água muito grande para sobreviverem. Isso faz com que você
precise manter um vaso ou aquário cheio de água parada e limpa - local perfeito
para a proliferação do mosquito. Além disso, nas plantas normais, o uso de
pratos nos vasos pode gerar acúmulo de água. Há três alternativas: eliminar
esse prato, lavá-lo regularmente ou colocar areia. "A areia conserva a
umidade e ao mesmo tempo evita que e o prato se torne um criadouro de mosquitos",
aponta o infectologista Ralcyon Teixeira do Instituto de Infectologia Emílio
Ribas. Dessa forma, o uso da areia seria a melhor solução para você, que
evitaria um foco da dengue, e para a plantinha, que continuaria recebendo os
nutrientes necessários.
Desobstrua calhas e cubra a caixa d'água
Tais medidas não exigem uma reforma na sua casa, mas são
capazes de evitar a dengue. "Pesquisas realizadas em campo mostram que os
grandes reservatórios, como caixas d'água, são os criadouros mais produtivos de
dengue", afirma o entomologista Rafael. Por isso mantenha sempre suas
caixas d'água cobertas com uma tampa adequada e sólida, evitando o uso de
plásticos - uma vez que após a chuva eles também podem acumular água.
"Fora os grandes focos, as larvas do mosquito podem ser encontradas em
pequenas quantidades de água também", completa. Para evitar até essas
pequenas poças, calhas e canos devem ser checados todos os meses, pois um leve
entupimento pode criar reservatórios ideais para o desenvolvimento do Aedes
aegypti. As calhas são um perigo quase invisível, pois, quando entupidas,
são um ótimo criadouro para o mosquito e que sequer podemos ver. Além disso,
limpe também marquises e rebaixos de banheiros e cozinhas, para evitar o
acúmulo de água.
Tenha consciência em relação ao lixo
Tenha consciência em relação ao lixo
Não despeje lixo em valas, valetas ou margens de córregos e
riachos, mantendo-os desobstruídos. Isso permite a passagem de água durante as
chuvas de forma adequada, evitando uma enchente ou acúmulos menos expressivos,
que também pode se tornar focos do mosquito. "Em casa, deixe as latas de
lixo sempre bem tampadas e tente separar o lixo nos dias em que o lixeiro
passa, evitando deixá-lo na rua durante muitos dias", aponta o
infectologista Ralcyon.
Desinfete os ralos da sua casa
Desinfete os ralos da sua casa
Ralos pequenos de cozinhas e banheiros raramente tornam-se
foco de dengue devido ao constante uso de produtos químicos, como xampu, sabão
e água sanitária. "Entretanto, alguns ralos são rasos e conservam água
estagnada em seu interior", alerta o entomologista Rafael. Na dúvida,
jogue desinfetante nos ralos da sua casa e edificações externas a cada 15 dias
pelo menos.
Cuidados com piscinas e aquários
Cuidados com piscinas e aquários
Assim como as piscinas, a possibilidade de laguinhos
caseiros e aquários se tornarem foco de dengue deixou muitas pessoas
preocupadas. Mas fique tranquilo. De acordo com o infectologista Ralcyon,
peixes são grandes predadores de formas aquáticas de mosquitos. "Pesquisas
realizadas no Ceará mostraram que um único exemplar de peixe Betta
splendes pode consumir cerca de 500 larvas de mosquito por dia",
conta. O cuidado maior deve ser dado, portanto, às piscinas que não são limpas
com frequência.
Bebedouro dos animais
Bebedouro dos animais
Qual a última vez que você lavou o pote de água do seu
bichinho de estimação? Se você não lembra, melhor aumentar a frequência das limpezas.
Isso porque o bebedouro nada mais é do que um pequeno foco de água parada, que
pode servir de criadouro para o mosquito. O ideal é higienizar o potinho sempre
que trocar a água do bicho, garantindo a higiene.
Fonte: Site Minha Vida
Fonte: Site Minha Vida