Em campanhas eleitorais, as
famosas pesquisas de intenção de voto tem o objetivo de cair “na boca do
povo”, tornando-se objeto de acaloradas discussões. E os que nelas aparecem
como líderes, defendem que são o retrato fiel da realidade porque estão
ganhando.
Nessas pesquisas o objetivo
principal não é refletir a verdadeira vontade popular, mas intensificar a
estratégia do jogo político. Por
exemplo, estar na frente em uma pesquisa é pretender inflar apoios políticos
dos que têm uma visão, digamos, mais prática, modo diplomático para
fisiologistas, no processo eleitoral.
A pesquisa quer então não apenas revelar,
mas criar e formar opiniões no processo eleitoral.
Na Paraíba, nós temos
características locais que são importantes ressaltar. Os institutos de
pesquisas locais são ligados a pessoas com certas tendências a determinados
grupos políticos.
Portanto, em 25 anos de minha experiência profissional como marqueteiro,
posso afirmar com toda a certeza que
pesquisas mais confiáveis, e olhe que isso ainda não é garantido, porque pode haver erros na
aplicação de métodos, são as pesquisas internas, aquelas que não são divulgadas
publicamente.
E apesar de que na Paraíba, nas
eleições nos últimos 16 anos não se tem confirmada a tese da influência que
tais pesquisas possam porventura exercer sobre o eleitorado, é implícito, o
registro da pesquisa não garante a confiabilidade da mesma, mas garante que o
TRE possa saber se a metodologia utilizada esteve dentro das práticas
eleitorais exigidas na lei.
Fato é que apesar de ter sido
registrada, a pesquisa não significa que o TRE atestou seus resultados.
Na Paraíba, desde 2002, que
ocorre em ano de eleição uma verdadeira guerra de informações, incluindo a
guerra das pesquisas eleitorais com seus respectivos institutos, cujo candidatos já sabem até seus resultados
antes de divulgar.
Outro fenômeno interessante na
Paraíba, é que as as pesquisas eleitorais experimentam desde 2002 o que eu chamo
no marketing eleitoral de “Síndrome do
Segundo Lugar”.
O que é típico desta “síndrome”,
é que as pesquisas iniciais de pré-campanha que os institutos locais promoviam e colocavam determinado candidato em segundo
lugar, este candidato é que tem sido contemplado pelos eleitores paraibanos com
os votos da vitória. Exemplos:
- Cássio Cunha Lima em 2002, na época era oposição, mas finalizando o segundo mandato de prefeito de Campina Grande, iniciou a campanha eleitoral em segundo lugar nas pesquisas. Mas foi eleito governador da Paraíba
- Em 2006, Cássio trabalhava pela reeleição e um momento inicial, também teve institutos que o colocavam em segundo lugar.
- Em 2010, Ricardo Coutinho também estava em segundo lugar nos Institutos, com um detalhe, essa colocação foi até o final da campanha. Mas foi o vencedor.
- Em 2012, no início da campanha, em João Pessoa, Luciano Cartaxo estava em segundo e Cícero Lucena liderava. Luciano é o prefeito hoje. Em Campina Grande, Daniela Ribeiro liderava e Romero Rodrigues estava em segundo lugar. Romero é o prefeito de Campina hoje.
Enfim, ainda lembro que em 2010,
o governador José Maranhão foi acusado de encomendar pesquisas eleitorais com
dinheiro público.
Hoje saiu na imprensa, uma
pesquisa encomenda pelo Portal +PB ao Instituto Consult, que é um instituto de
pesquisa local, que coloca em tese o Governador Ricardo Coutinho em segundo
lugar e o virtual candidato Senador Cássio em primeiro.
Não podemos esquecer que ainda
estamos em pré-campanha, o senador não declarou sua candidatura ainda, a
oposição paraibana ainda está em franca definição de seus candidatos. Portanto
esta é uma pesquisa para lá de hipotética.
Isso sem falar na “Síndrome do
Segundo Lugar” tão presente nas eleições paraibanas.
Enfim, lembro que não quero aqui
desqualificar institutos de Pesquisa, que considero muito útil paras as pesquisas
internas de campanhas orientando suas equipes.
Mas eu afirmo com todas as
letras, que a maioria das pesquisas divulgadas na mídia são encomendadas por
grupos políticos como estratégia de marketing, ou para o lançamento de suas
candidaturas ou já como marketing de campanha. Esta é a realidade.